terça-feira, junho 25, 2013

MINHA MÃE É UMA PEÇA – O FILME























Incrível o sucesso de MINHA MÃE É UMA PEÇA – O FILME (2013), que está tendo uma ótima recepção do grande público, que, em sua maioria, provavelmente nunca ouviu falar em Paulo Gustavo, nem conhece o programa que ele faz no canal pago Multishow. Além do mais, é uma grande minoria do público brasileiro que teve acesso à peça homônima que deu origem ao filme, um monólogo em que o ator, travestido de Dona Hermínia, conta, talvez influenciado pelos humoristas cearenses, situações da vida da personagem.

O resultado nas bilheterias, mesmo nestes momentos de manifestações políticas nas ruas em todo o Brasil e de jogos da seleção na Copa das Confederações, tem sido bastante positivo para o filme, que se firmou como a segunda melhor abertura entre os filmes brasileiros do ano, perdendo apenas para SOMOS TÃO JOVENS, de Antonio Carlos da Fontoura. E é bem possível que o filme ultrapasse a marca dos nacionais mais vistos em 2013, que atualmente conta com DE PERNAS PRO AR 2 e VAI QUE DÁ CERTO no topo.

Assim, excetuando os filmes inspirados em Renato Russo e Legião Urbana, o que tem feito mais sucesso de bilheteria no Brasil ainda são as comédias. E é com essa constatação que os produtores de MINHA MÃE É UMA PEÇA fizeram um gol de placa, já que o filme é feito pensando em toda a família e tem um aspecto popularesco que encanta a muitos. Pude testemunhar pessoas saindo do cinema entusiasmadas e indicando o filme para amigos e amigas pelo celular.

O problema é que, por mais que o filme tenha alguns momentos realmente engraçados, como é o caso dos diálogos entre Dona Hermínia e o ex-marido, vivido por Herson Capri, dá uma canseira ouvir a voz esganiçada da personagem durante muito tempo. Em especial, se a sala de cinema que estiver exibindo o filme for daquelas que adotam o uso do som no talo. Aí, quem tem os ouvidos mais sensíveis e também não vê tanta graça assim nas cenas e na personagem acaba ficando incomodado. Confesso que foi o meu caso.

Quanto a esperar que o filme de estreia de André Pellenz seja grande cinema, aí já é mesmo ingenuidade. O fato de guardar ainda em sua narrativa um pouco do ranço teatral até que não é algo ruim. Não deixa de ser um diferencial em relação às outras comédias brasileiras que, em geral, bebem muito da teledramaturgia da Rede Globo.

Na trama de MINHA MÃE É UMA PEÇA – O FILME, Dona Hermínia procura cuidar com carinho de seus três filhos. Um deles é casado e já saiu de casa, mas sempre recebe ligações da mãe. Os outros dois, adolescentes, vividos por Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo, sofrem um pouco com as pressões de Dona Hermínia. A garota é gordinha e atura as tentativas da mãe de fazê-la emagrecer comendo pouco; o rapaz é gay, mas a mãe tenta fazer de conta que ele não é. Um dia, através de um celular que ficou ligado, ela escuta as reclamações dos filhos, que afirmam que gostariam de morar com o pai. Dona Hermínia fica triste e resolve se esconder por uns tempos na casa de sua tia.

Melhor coisa de MINHA MÃE É UMA PEÇA: a canção "Sandra Rosa Madalena", interpretada por Sidney Magal, que encerra o filme em tons festivos. Assim o público sai sorrindo do cinema. Até porque a canção fez a alegria de gente de várias idades.

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