terça-feira, janeiro 04, 2011

INCONTROLÁVEL (Unstoppable)



A nova parceria de Tony Scott com Denzel Washington, INCONTROLÁVEL (2010), é tão divertida que dá a impressão de que o filme anterior dele, O SEQUESTRO DO METRÔ 123 (2009), foi apenas um ensaio para o que ele faria com mais este filme envolvendo trens. No caso do novo trabalho, em vez de um ladrão terrorista, temos um trem desgovernado por um erro humano. Erro do maquinista bobalhão vivido por Ethan Suplee, que até já tem cara de bobão - e deve ser por isso que só pega esse tipo de papel.

Na trama, Chris Pine é um jovem que inicia o trabalho num trem com o veterano vivido por Denzel Washington. Enquanto o rapaz, com problemas judiciais envolvendo a esposa, está começando no trabalho, Denzel exibe a sua experiência e o amor que tem pelas duas filhas adolescentes. O que os dois não sabiam é que naquele primeiro dia de trabalho juntos teriam que deter um trem desgovernado contendo substâncias explosivas e prestes a destruir uma cidade. Na verdade, a decisão de bancar o herói da história é inicialmente de Denzel, que planeja pegar o trem pela parte traseira e fazer com que ele diminua a velocidade, mesmo que isso custe as suas vidas. A tensão é constante e o filme se sustenta com esse fiapo de trama, mas com uma direção bem conduzida de Tony Scott.

O cineasta, que já foi desconsiderado por boa parte da crítica anos atrás, tem ganhado cada vez mais simpatia, à medida que seus filmes vão mostrando a sua boa mão para thrillers. Ainda que seja difícil superar o excelente DEJA VU (2006), uma obra muito mais ambiciosa, INCONTROLÁVEL segue de maneira humilde o seu status de "VELOCIDADE MÁXIMA em um trem" com competência. E o cineasta tem diminuído a mania de usar muitos filtros, câmera tremida, muitas cores, fotografia estilizada e número excessivo de cortes. Ainda assim, no caso de INCONTROLÁVEL, esses recursos até que são bem vindos. O filme ainda conta com o bom desempenho de Rosario Dawson, como a controladora dos trens. E vale destacar também a ótima utilização da cobertura televisiva do evento, que dá ao filme, principalmente em seus momentos finais, um clima de empolgação geral.

P.S.: E os rankings de 2010 continuam. Dessa vez, podemos conferir os favoritos do ano de Quentin Tarantino.

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