quarta-feira, abril 09, 2008

JUMPER



Mesmo se tratando de uma diversão rápida e rasteira, JUMPER (2008) é tudo que a série HEROES quer ser e não consegue. JUMPER, a exemplo da série de Tim Kring, conta uma estória de super-heróis sem máscaras e sem uniformes, diferente dos tradicionais heróis da Marvel ou da DC, mas que possuem poderes bem fantasiosos, embora isso não interfira na verossimilhança da trama ou a torne ridícula. Na verdade, nem é preciso "comprar" a idéia do filme, pois ele é tão movimentado que mal dá tempo de pensar em qualquer coisa que seja. Alguns até poderiam reclamar que há uma falta de um melhor trabalho de construção dos personagens, excessivamente rasos, mas trata-se de um filme que privilegia mais a ação e os efeitos especiais do que qualquer coisa. Falar de aprofundamentos psicológicos num filme desses, isso sim, soaria ridículo. Não combina com o espírito do filme e nem caberia em seus enxutos 88 minutos de duração.

Na trama, Hayden Christensen é um jumper, isto é, um saltador espacial. Ele é capaz de se teletransportar tanto no intervalo de poucos metros quanto para qualquer lugar do mundo que ele deseje. Um dos aspectos interessantes do filme é que o suposto herói não utiliza seus poderes para beneficiar o próximo, os necessitados. Em certa cena, inclusive, vemos ele assistindo televisão e vendo pessoas precisando de ajuda e ele nem sequer cogita a possibilidade de agir como herói. Ao contrário, a primeira coisa que ele faz quando se vê dominando seus poderes é assaltar um banco. Em pouco tempo, ele está milionário e vivendo no luxo e ainda com a vantagem de não ter que gastar dinheiro com transporte. Quem chega para acabar com a festa do rapaz é um "preto velho" (Samuel L. Jackson, de cabelo e barba totalmente brancos), um dos caçadores de jumpers, chamados de paladinos. Ao conhecer outro jumper (Jamie Bell) é que o personagem de Christensen saberá o que está ocorrendo, o que ele é e quem são essas pessoas que o estão caçando. Pra não ficar só na ação e ter um pouquinho de romance, o filme ainda conta com a participação de Rachel Bilson, da série THE O.C. e da refilmagem americana de O ÚLTIMO BEIJO.

Doug Liman, cujo melhor título ainda é a brincadeira indie VAMOS NESSA (1999), tem se especializado nos últimos anos em filmes de ação rápidos e eficazes, embora nem sempre recomendados para pessoas muito exigentes. JUMPER é o filme de Liman que mais se utiliza de efeitos visuais e isso até pode apontar um novo caminho para sua carreira, que poderia estar sendo diferente caso a série HEIST (2006) não tivesse sido cancelada tão rapidamente. Para o futuro, Doug Liman vai dirigir uma ficção científica sobre a colonização na Lua e a continuação de JUMPER.

P.S.: Saiu a programação do Cine Ceará. A boa notícia é que a mostra competitiva está agendada para começar duas horas mais cedo. Uma pena eu não ter como ver nem metade dos filmes que gostaria e de só poder me limitar ao final de semana. E que bom que FALSA LOURA vai passar no domingo! Se bem que se fosse passar num dia de semana, eu faltaria aula pra prestigiar a obra do Carlão.

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