sábado, novembro 10, 2007

PLANETA TERROR (Planet Terror)



Fico feliz em notar a evolução de Robert Rodriguez na direção com esse belo trabalho que ele fez ao lado do amigo e parceiro Quentin Tarantino. No começo, quando soube que GRINDHOUSE não passaria no Brasil como programa duplo e sem aqueles trailers falsos e divertidos no meio, como aconteceu nos Estados Unidos, fiquei desapontado, mas depois, quando soube da possibilidade de ver os dois filmes em separado, mas em versões estendidas, fiquei um pouco mais tranqüilo. E é bom notar que, apesar de ser a versão estendida, PLANETA TERROR (2007) não tem "gorduras". É um filme que passa rápido, diverte e é extremamente bem sucedido no que se propõe a ser, isto é, uma homenagem aos filmes de gênero de baixo orçamentos dos anos 70.

E por mais que Rodriguez esteja longe de ser um cineasta da excelência do seu amigo Tarantino e de ter uma filmografia bastante irregular, ele é um diretor que tem o seu talento. Assim como John Carpenter, além de escrever e dirigir, ele ainda compõe a trilha sonora do filme. Pra começar, já fiquei satisfeito ao ver que, no início do filme, passa ao menos um dos trailers falsos incluídos na versão GRINDHOUSE: o de "Machete", que tem potencial para virar filme de verdade. Aliás, vi agora no IMDB que o próprio Rodriguez está providenciando MACHETE e que a julgar pela data de lançamento do filme no site, MACHETE deve sair antes mesmo que a continuação de SIN CITY (2005). Deve ser um projeto rápido e barato, talvez com uso de câmera digital, que ele tanto gosta.

Comparado com À PROVA DE MORTE, do Tarantino, que ainda não vi, mas que faço questão de esperar pra ver no cinema em 2008, por mais ridículo que isso seja, o filme do Rodriguez já tinha a vantagem de ser mais atraente. Afinal, não é todo dia que a gente vê um filme em que a protagonista tem uma metralhadora no lugar de uma perna. O filme começa com a Rose McGowan dançando sensualmente num bar ao som de uma música contagiante numa fotografia cheia de riscos, falsamente envelhecida, causando uma agradável sensação de deslocamento temporal. Algo parecido com o que acontece em alguns filmes do Tarantino, como PULP FICTION ou JACKIE BROWN. É como se estivéssemos ao mesmo tempo nos anos 70 e no momento atual. E antes que me esqueça: não posso deixar de elogiar a beleza, a gostosura e o desempenho de Rose McGowan. Aliás, Rodriguez é talvez o diretor que mais aproveita a beleza das mulheres no cinema atual.

A trama envolve a explosão de uma arma biológica que transforma pessoas em zumbis canibais raivosos. McGowan é uma ex-go-go girl que resolve largar a vida de dançarina e encontra um ex-namorado (Freddie Rodríguez) pelo caminho. Há também o casal de médicos interpretados por Josh Brolin e Marley Shelton. Ele suspeita que a esposa o está traindo e depois acaba revelando seus instintos psicóticos. E ela acaba revelando sua preferência por mulheres. Depois da explosão dessa arma biológica, começam a aparecer no hospital pessoas com feridas e bolhas bem estranhas e gosmentas. E haja gosma e gore oitentista à medida que o filme vai se aproximando do final. Tudo muito divertido. Mas o que me empolgou mesmo foi quando o grupo de resistência liderado por Freddie Rodríguez e Rose McGowan se junta para matar os zumbis canibais. Só a cena da Rose pulando o muro com o auxílio de sua perna-metralhadora já torna o filme imperdível. De bônus, Bruce Willis aparece sem seu nome nos créditos e Naveen Andrews, o Sayid, de LOST, faz o papel de um sujeito que tem como diversão preferida arrancar os testículos de seus adversários. Rodriguez soube aproveitar a fama de torturador que Andrews ganhou na série.

Pra completar, meu top 5 do "tex-mex".

1. PLANETA TERROR
2. PROVA FINAL (1998)
3. UM DRINK NO INFERNO (1996)
4. ERA UMA VEZ NO MÉXICO (2003)
5. REVANCHE REBELDE (1994)

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