segunda-feira, agosto 06, 2007
DURO DE MATAR 4.0 (Live Free or Die Hard / Die Hard 4.0)
Fiquei surpreso com a boa qualidade de DURO DE MATAR 4.0 (2007), tanto por ter sido feito com mais de dez anos de diferença do filme anterior - DURO DE MATAR - A VINGANÇA (1995) - quanto pelo fato de o diretor contratado ser Len Wiseman, o videoclipeiro que dirigiu aqueles filmes chatos de lobisomens contra vampiros. Mas o legal é que ele dá conta do recado, talvez por causa da interferência dos produtores, entre eles John McTiernan e o próprio Bruce Willis. Nesse sentido, poderia-se fazer um questionamento: seria Willis um ator-autor, como Mel Gibson e Stallone? A julgar pela reprise do personagem que ele desempenha desde DURO DE MATAR (1988), é possível que sim. Lembrando que o primeiro DURO DE MATAR foi um divisor de águas entre o cinema de ação feito nos anos 80 e o produzido na década seguinte. O cinismo foi uma marca da década de 90 e o herói mais importante dessa época não poderia ser desprovido disso - se bem que isso é meio que herança de James Bond.
O novo filme é até mais cheio de situações absurdas que os anteriores, o que o torna ainda mais divertido. John McClane chega até a colidir um carro com um helicóptero - detalhe: o carro estava no chão e o helicóptero no ar. Na trama, McClane combate um grupo terrorista que ataca os Estados Unidos através da informática. Como o país está quase que totalmente dependente dos computadores, acontecem blecautes, colisão de automóveis com a confusão nos semáforos, pânico na bolsa de valores, desaparecimento do dinheiro das contas bancárias, entre outras coisas.
Um dos acertos do filme está, como no filme anterior, em arranjar novamente um parceiro com personalidade e gostos bem diferentes de McClane. No caso, o jovem hacker Matt Farrell (Justin Long). Outros destaques do elenco são: o vilão, interpretado por Timothy Olyphant; a filha de McLane, vivida pela gracinha Mary Elizabeth Winstead, de PREMONIÇÃO 3; Kevin Smith, como um hacker que tem um verdadeiro quartel general em sua casa; e a bela Maggie Q, que contribui com uma das melhores cenas do filme, dando um pau no McLane e quase tão dura de matar quanto ele.
Legal ver que cinqüentões (Willis) e sessentões (Stallone) do cinema ainda estão se saindo muito bem como heróis de filmes de pancadaria, sem medo de quebrar suas costelas nas cenas mais ousadas. Só falta agora um certo Governador da California abandonar a política e voltar a fazer o que sabe melhor. Quanto a Len Wiseman, ele não quer mesmo largar os seus vampiros e lobisomens chatos e vem aí com um prequel de UNDERWORLD, previsto para daqui a dois anos.
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