domingo, novembro 02, 2003

DEIXE-ME VIVER (White Oleander)



Uma pena esse filme não estar tendo a badalação merecida. É uma obra sensível e que traz personagens complexos e interessantes. No filme, Alison Lohman é uma adolescente que é adotada por diferentes famílias depois que sua mãe (Michelle Pfeifer) é presa por assassinar o namorado. Como o elenco do filme é destaque, vamos ver uma atriz de cada vez.

Alison Lohman. Acho que essa menina merece especial atenção. Ela pode se tornar tão importante quanto Natalie Portman ou até Winona Ryder. Quem sabe, né? Ela vai estar no novo filme do Tim Burton – BIG FISH. Além disso, ela também está em cartaz nos cinemas do país no novo filme do Ridley Scott – OS VIGARISTAS, em papel de destaque. Em DEIXE-ME VIVER, ela incorpora bem a menina suscetível a mudanças de acordo com os ambientes em que passa a viver.

Michelle Pfeiffer está linda como sempre e em um de seus melhores papéis. Ainda por cima é uma grande atriz. Ela é ao mesmo tempo assustadora e sedutora nesse filme.

Robin Wright-Penn, no papel da mulher ciumenta e “religiosa”, também está ótima.

Reneé Zellweger está mais feia do que costumamos ver nos filmes. O que terá acontecido com ela? Cirurgias plásticas mal feitas?

Como se vê é um filme onde o forte mesmo são as interpretações femininas. O filme focaliza o universo feminino, mostrando desde personagens inseguras até aquelas seguras demais.

Patrick Fugit, de QUASE FAMOSOS (2000) também está aqui no filme, dois anos mais velho. O garoto está crescendo. O papel dele é importante. É um dos namorados de Alison. Bonita a cena em que os dois estão olhando as estrelas na praia.

O legal de ver filmes assim, que se aproximam mais da vida, onde a violência não é banalizada, é que a gente não se sente anestesiado. Cada etapa dolorosa da vida de Alison é também sentida um pouco pelo espectador. Aqui a cena de um único tiro de revólver é mais forte do que um tiroteio inteiro de vários filmes de ação que pululam nas salas. Estava sentindo falta de um filme assim.

Curiosamente, o diretor Peter Kosminsky dirigiu apenas filmes para tv e uma versão meia-boca de O MORRO DOS VENTOS UIVANTES. Acredito que esse é o seu primeiro grande filme.

No IMDB tem uma discussão interessante a partir de um comentário de alguém que leu o livro em que o filme se inspirou. Algumas perguntas que se pode fazer depois de se ver o filme, podem ser respondidas lá. Por exemplo, quem leu o livro sabe detalhes do assassinato do namorado de Michelle Pfeiffer; sabe que tipo de material foi usado para envenená-lo. Sabe mais detalhes sobre a insegurança da personagem de Reneé. Ou mais detalhes sobre os relacionamentos amorosos de Alison com homens mais velhos. Mas isso é normal em se tratando de adaptação de um livro para o cinema. Pra mim, o resultado final aqui foi mais do que satisfatório. Uma das mais agradáveis e prazeirosas surpresas do ano no cinema.

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