segunda-feira, novembro 10, 2003

ERA UMA VEZ NO MÉXICO (Once Upon a Time in Mexico)



O novo filme de Robert Rodriguez de certa forma me decepcionou. Mas talvez por eu ter esperado algo completamente diferente. Esperava um filme com mais cara de cinema pipoca, com muita ação, e ritmo parecido com o de A BALADA DO PISTOLEIRO (1995). O principal problema do filme é o roteiro cheio de buracos e a história confusa. Tanto é que isso me aborreceu no começo, fez com que eu me desinteressasse um pouco com a história. A trama envolvendo o presidente do México, policiais, traficantes e matadores não é das mais fáceis de acompanhar. Felizmente do meio para o final o filme cresce e a certa altura ficamos acostumados com toda aquela zona, que culmina na cena da revolução popular.

ERA UMA VEZ NO MÉXICO é um filme recheado de grandes cenas de ação e violência. Esse é, com certeza, o filme mais violento de Rodriguez. A cena em que o Banderas dá um tiro nos joelhos de um sujeito, por exemplo, é bem forte.

Mas a melhor coisa do filme é mesmo o personagem de Johnny Depp. Especialmente no final, quando ele ganha dimensões trágicas. Sentimos uma angústia e uma vontade de desapego da vida que chega a perturbar. Antonio Banderas está ok, mas o personagem dele é eclipsado pelo Depp, o que já era de se esperar. Uma pena Salma Hayek não aparecer mais vezes. Das poucas vezes em que aparece, ela brilha, especialmente na primeira aparição.

Outra sensação que o filme provoca, talvez por causa dos flashbacks de Banderas, talvez por causa do roteiro "problemático", é a de um sonho, ou de um pesadelo. Apesar de o filme situar o local (o México), a sensação que temos é a de que a trama se passa num lugar qualquer, num fim de mundo, sensação parecida com a que sentimos ao ver POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964), do Leone.

A verdade é que este filme cresceu em valor na minha mente à medida que escrevi esse texto. Quem sabe numa revisão ele não se revela um grande filme? Se bem que eu não quero experimentar a angústia da tragédia de Depp novamente tão cedo.

PS: Eva Mendes está mui bonita no filme, hein!!

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