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Acho que nunca passei tanto tempo sem postar no blog. Em outros tempos, muita gente estaria preocupada, perguntando do meu paradeiro, mas esses tempos se foram. E a maioria das pessoas só liga mesmo para as redes sociais, anyway. Esta é a segunda postagem do mês e eu já sinto que estou mais do que enferrujado. Não recomendo para ninguém deixar de escrever por tantos dias. E como estou atrasado mesmo com todos os filmes novos, vamos de um filme "antigo" visto recentemente, A ESCOLHA DE SOFIA (1982), de Alan J. Pakula. Por ironia do destino, inclusive, acabei vendo por ocasião do mesmo trabalho que tem consumido meu tempo e minhas energias.
A primeira impressão que tive foi que eu teria gostado bem mais se o visse no cinema, na época. Esses filmes longos, mesmo os de Hollywood, se beneficiam bem mais em um estado de imersão maior. Também pensei bastante nas chamadas do SBT para o filme, e da cena que o canal destacava, que mostrava justamente o momento mais doloroso do filme, um flashback do passado da personagem de Meryl Streep. E dos poucos filmes que vi de Alan J. Pakula, tenho um carinho enorme por ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA (1990), visto no cinema.
A ESCOLHA DE SOFIA rendeu o segundo dos três Oscar de Meryl. O primeiro foi como atriz coadjuvante em KRAMER VS. KRAMER. O terceiro seria vários anos depois, com A DAMA DE FERRO. E falar de A ESCOLHA DE SOFIA sem mencionar a performance extraordinária de Meryl seria no mínimo injusto. Eu não entendo nada de polonês, mas ela convence que é uma beleza no sotaque e até na aparência de uma imigrante polonesa. Não só por isso: há toda uma relação muito especial e bonita que ela tem com o homem com quem vive junto, vivido por Kevin Kline.
Kline interpreta um sujeito de forte instabilidade mental e emocional. Passa do psicótico para o amigo pra toda hora em questão de segundos. Ele foi o homem que acolheu a imigrante que havia passado uma temporada infernal em um campo de concentração e que estava nos Estados Unidos havia pouco tempo, com a saúde debilitada por falta de alimentação adequada. Todas essas sequências que vão descortinando o passado dos personagens são especiais. E por mais que o narrador-personagem vivido por Peter MacNicol seja simpático, os personagens de Meryl e Kline são tão interessantes que MacNicol fica praticamente apagado e esquecido ao final.
Fiquei com a impressão de que o filme não envelheceu muito bem, mas ainda assim é uma obra a se ver com carinho e interesse até o fim, apesar de suas quase três horas de duração. Quer dizer, não é muito diferente de alguns desses filmes recentes do Oscar. Hollywood não mudou tanto assim.
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