quarta-feira, julho 06, 2005

TENTAÇÃO (We Don't Live Here Anymore)



O que mais me chamou a atenção em TENTAÇÃO (2004) foi o elenco - até porque o diretor do filme é um pouco desconhecido. Especialmente pela presença de duas atrizes lynchianas de momentos diferentes: Naomi Watts e Laura Dern. Enquanto Naomi está linda, jovem e atraente, Laura Dern aparece um pouco desgastada. E o curioso é que elas só têm um ano de diferença de idade! Laura já não era tão interessante assim quando apareceu em VELUDO AZUL, mas já tinha um certo sex appeal em CORAÇÃO SELVAGEM, até porque nesse filme Lynch força a barra para explicitar a sensualidade da moça. Em TENTAÇÃO, Laura Dern tem mais chance de mostrar o quão boa atriz é. Os homens do filme também não devem ser ignorados. Mark Ruffalo é um dos grandes atores da nova geração, participando de diversos filmes interessantes, sejam produções pequenas ou grandes. Já Peter Krause é mais conhecido pela série A SETE PALMOS, da HBO, e talvez esteja entrando com firmeza na tela grande com esse filme.

Histórias de infidelidade são sempre interessantes. Por mais dolorosas que sejam as conseqüências da traição, não deixa de ser excitante pensar na possibilidade de fazer sexo com outra pessoa. "Proibido é mais gostoso", muita gente diz. O diferecial desse filme é que trata-se de uma troca de casais, um swing involuntário. Como o filme foca a atenção apenas nos dois casais (Naomi + Krause, Ruffaulo + Laura), mostrando quase ninguém de coadjuvante, a impressão que se tem é de que não há mais ninguém naquela cidadezinha para se "botar chifre" no parceiro.

Minhas cenas preferidas são as que mostram Ruffalo e Naomi em momentos de intimidade, principalmente as do começo. O filme não dá muita ênfase na relação de Laura com Krause. Esse, inclusive, é mostrado como um sujeito indiferente. Pra ele, tanto faz se a mulher está com o melhor amigo dele ou não. Ao contrário de Ruffalo, um filho da puta que tenta fazer com que a mulher se sinta culpada, para poder ficar por cima na história. Por falar em amigo, eu sempre achei que trair o amigo, transando com sua esposa, é mais grave que trair a própria esposa. Mas no filme, todos parecem muito compreensivos, gente de cabeça fria. Até a personagem de Laura, que parece ser a mais esquentada e mais apaixonada, lá pelo final recebe tudo com resignação.

O filme tem aquele jeitão de produção independente americana, mas isso não me incomoda nenhum pouco. Só senti falta de um final mais interessante e de momentos mais fortes. E eu preferiria que o filme terminasse no rosto da Naomi Watts.

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