Finalmente, depois de anos de quando comecei a (re)ver estes filmes da Hammer – talvez a mais bem-sucedida das franquias do estúdio inglês, maior que Drácula –, vi o título que faltava para fechar as sete produções. Entre altos e baixos, há muitos trabalhos bastante inventivos, especialmente os dirigidos por Terence Fisher, mas não só esses. Tive algumas boas surpresas com os filmes que Fisher não trabalhou.
Uma das coisas mais legais dessa série de filmes é o quanto as histórias se desvencilham bastante do romance de Mary Shelley, o quanto os roteiristas pensam situações diferentes para o Barão Victor Frankenstein. Além do mais, deixo registrados meus agradecimentos à Versátil Home Video por ter trazido todos os filmes em dois boxes que ainda contêm outras produções sobre Frankenstein. São dois boxes imperdíveis e caprichados.
A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (The Curse of Frankenstein)
Depois de vinte anos, retorno a este clássico gigante da Hammer Films, graças ao destaque dado pela Versátil aos monstros clássicos do cinema de horror no livro Monstros no Cinema - Filmes Essenciais. E ao lançamento do box Frankenstein no Cinema, que contém este divisor de águas que trouxe o gótico de novo ao gosto do público, desta vez com fotografia em cores vivas e um aspecto mais sangrento até então inédito. Um dos grandes méritos de A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (1957) é a ênfase a Victor Frankenstein e não à criatura (vivida por Christopher Lee), que aparece pouco, ainda que de maneira marcante. O que mais interessa aqui é apresentar a monstruosidade do cientista, capaz de tudo, até de matar pessoas, para conseguir o seu intento final, que é criar um homem a partir de pedaços de outros cadáveres, como se saísse quase do zero, de modo a se aproximar de Deus e se tornar essa figura herética, que, mesmo assim, é vista com aquela elegância característica de Peter Cushing. As ideias do Barão nem parecem tão absurdas assim quando ditas pela própria boca. Outro grande mérito do filme está em fugir completamente das semelhanças com o FRANKENSTEIN da Universal, de 1931, por imposição do próprio estúdio americano. Assim, Fisher e o roteirista Jimmy Sangster acabaram trazendo uma originalidade e um frescor muito bem-vindos ao filme. Eis uma obra que representa um dos momentos mais marcantes da história do cinema de horror.
A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN (The Revenge of Frankenstein)
Esta continuação de A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN é tão boa ou até melhor que o primeiro filme, com Fisher e seu trio de roteiristas usando muita criatividade e elegância para levar para muito longe a história do romance de Mary Shelley as aventuras do Barão Victor Frankenstein, uma vez que ele consegue fugir da guilhotina e se instalar como médico noutra cidade. É interessante como Peter Cushing dá tanta nobreza ao personagem, que é muito difícil não torcer por ele, muito difícil não querer ver os resultados de seus experimentos científicos abomináveis. Em A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN (1958), seu próprio ajudante corcunda se oferece como cobaia da mudança de corpo. Outra coisa que acho muito interessante nessa série de filmes é o quanto cada diálogo é vital e importante a ponto de não sentirmos falta de cenas de terror propriamente ditas. Tanto que a classificação como terror para o filme se dá mais pela amplitude e pelo tema. Filme visto no box Frankenstein no Cinema.
O MONSTRO DE FRANKENSTEIN (The Evil of Frankenstein)
Não achei que Terence Fisher iria fazer tanta falta assim (ele teve que ficar de fora das filmagens por causa de um acidente de automóvel). O terceiro filme da série Frankenstein sofre com sua ausência e o ótimo diretor de fotografia Freddie Francis assume a direção deste, que funciona como uma espécie de reinício para a história, praticamente ignorando a trama do ótimo segundo filme, A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN, que mexia com a fascinante brincadeira de troca de corpos. Neste O MONSTRO DE FRANKENSTEIN (1964), a Universal permite que a maquiagem clássica de Boris Karloff nos filmes dos anos 1930 seja emulada. O problema é que essa tal maquiagem parece de papel (e deve ser mesmo) e o monstro desagradou a todo mundo. Ainda assim, gosto quando entra em cena o hipnólogo, levando a trama para algum lugar, mesmo que esse lugar se mostre meio perdido e pouco interessante. Salva-se Peter Cushing, mais uma vez incrível como o Barão Frankenstein. Faltou um pouco mais de maldade por parte dele, que parece mais aqui como vítima, mas isso é culpa também do roteiro, e não do ator, que dá sempre aquele ar de seriedade e respeito ao personagem clássico. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol.2.
FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (Frankenstein Created Woman)
Terence Fisher volta à franquia Frankenstein e mostra o quanto um grande realizador faz a diferença. Este novo filme da série é um dos mais singulares, até porque não há a figura de um monstro gigante masculino. E por isso mesmo é o que mais imagino que tenha inspirado a criação de POBRES CRIATURAS, de Yorgos Lanthimos. A primeira cena de FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (1967) é de um impacto impressionante, com um homem sendo levado para a guilhotina e muito triste com o fato de seu filho pequeno estar próximo da execução para presenciar seu terrível fim. Em seguida, vemos o Barão Victor Frankenstein surgindo de uma experiência em que seu próprio corpo sai de uma morte de uma hora de duração. O roteiro é inteligente e as ações desembocam na criação da tal mulher do título. A sensualidade é apenas sugerida, mas já se percebe o que os anos 1960 traziam mais tempero para os ainda muito sólidos projetos da Hammer. Quanto a Susan Denberg, a moça foi modelo da Playboy em 1966, mas sua presença no filme vai além da sensualização necessária para sua personagem. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO (Frankenstein Must Be Destroyed)
Sempre quando é Fisher no comando a série de filmes de Frankenstein da Hammer ganha uma força incrível. Este FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO (1969) é candidato a melhor da franquia, e não por estar cada vez mais distante do romance de Mary Shelley, enfatizando com originalidade novos caminhos trilhados pelo Barão obcecado por experimentos com corpos mortos e mudança de cérebros, mas também por ser o filme que começa a beber do zeitgeist. Acho que todo filme feito em 1968 ou 69 deve ter sido influenciado por uma nova energia, um novo espírito que passou a habitar o mundo. Neste quinto título, o Barão já começa o filme mais sangrento, já que ele próprio mata uma pessoa para levar a cabeça para seu experimento. Mas a trama começa mesmo quando ele chantageia um jovem casal para ficar na pensão e construir um novo laboratório para si lá. Adoro o final, um dos mais impactantes da Hammer Films. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
O HORROR DE FRANKENSTEIN (Horror of Frankenstein)
Este aqui é o único dos sete filmes que não traz Peter Cushing como o Barão Victor Frankenstein. E talvez O HORROR DE FRANKENSTEIN (1970) seja o que mais se parece com um produto típico de sua época, com direito a decotes bem generosos das atrizes e a um visual que remete mais à swinging London do que ao gótico, mais característico nos filmes dirigidos por Terence Fisher, principalmente. O resultado é interessante e divertido e é uma nova releitura da história clássica de Mary Shelley, com um tom mais satírico e imoderado, o que acaba sendo um atrativo a mais, um diferencial. E também uma compensação pela falta que faz um diretor como Fisher. Quem assume a direção desta produção que parece ser mais modesta que as anteriores do ciclo é Jimmy Sangster, roteirista do primeiro filme e da franquia, A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN e de outros também. A falta de alguém como Peter Cushing, que faz um Victor Frankenstein com um requinte tal que chegamos a torcer por ele, é de certa forma compensada pelo ar debochado desse barão mais novo, vivido por Ralph Bates, que faria posteriormente o divertido O MÉDICO E A IRMÃ MONSTRO. Filme visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
FRANKENSTEIN E O MONSTRO DO INFERNO (Frankenstein and the Monster from Hell)
Este FRANKENSTEIN E O MONSTRO DO INFERNO (1974), se não é tão bom quanto FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO, talvez o ponto alto da franquia, tem uma dignidade toda própria, talvez por ser o último filme da série e também o último trabalho do melhor diretor da Hammer, Terence Fisher, que estava fisicamente doente, depois de acidentes seguidos que tivera nas pernas e que o manteve afastado dos filmes por alguns anos. Por isso, há certa melancolia no ar, e uma certeza de que o que havia de frescor no que o estúdio inglês estava trazendo naquele fim dos anos 1950, nos anos 70, o cinema de horror estava passando por um novo momento, o que fez com que a Hammer buscasse mais violência e até um pouco de nudez para suas produções – o próprio O HORROR DE FRANKENSTEIN já se encaminhava para essa tendência, talvez para compensar a falta de Fisher e de Peter Cushing. Neste último filme da cinessérie, um jovem cientista entusiasta dos trabalhos de Victor Frankenstein é preso por bruxaria (ele usava experimentos com cadáveres roubados) e enviado justamente para o hospício onde Frankenstein trabalha disfarçado em mais um experimento secreto. O monstro da vez é um ancestral do ser humano e Peter Cushing está particularmente magro. Conta-se que ele mal comia, pois estava de luto, fragilizado pela morte da esposa. Visto no box Frankenstein no Cinema.
A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (The Curse of Frankenstein)
Depois de vinte anos, retorno a este clássico gigante da Hammer Films, graças ao destaque dado pela Versátil aos monstros clássicos do cinema de horror no livro Monstros no Cinema - Filmes Essenciais. E ao lançamento do box Frankenstein no Cinema, que contém este divisor de águas que trouxe o gótico de novo ao gosto do público, desta vez com fotografia em cores vivas e um aspecto mais sangrento até então inédito. Um dos grandes méritos de A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (1957) é a ênfase a Victor Frankenstein e não à criatura (vivida por Christopher Lee), que aparece pouco, ainda que de maneira marcante. O que mais interessa aqui é apresentar a monstruosidade do cientista, capaz de tudo, até de matar pessoas, para conseguir o seu intento final, que é criar um homem a partir de pedaços de outros cadáveres, como se saísse quase do zero, de modo a se aproximar de Deus e se tornar essa figura herética, que, mesmo assim, é vista com aquela elegância característica de Peter Cushing. As ideias do Barão nem parecem tão absurdas assim quando ditas pela própria boca. Outro grande mérito do filme está em fugir completamente das semelhanças com o FRANKENSTEIN da Universal, de 1931, por imposição do próprio estúdio americano. Assim, Fisher e o roteirista Jimmy Sangster acabaram trazendo uma originalidade e um frescor muito bem-vindos ao filme. Eis uma obra que representa um dos momentos mais marcantes da história do cinema de horror.
A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN (The Revenge of Frankenstein)
Esta continuação de A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN é tão boa ou até melhor que o primeiro filme, com Fisher e seu trio de roteiristas usando muita criatividade e elegância para levar para muito longe a história do romance de Mary Shelley as aventuras do Barão Victor Frankenstein, uma vez que ele consegue fugir da guilhotina e se instalar como médico noutra cidade. É interessante como Peter Cushing dá tanta nobreza ao personagem, que é muito difícil não torcer por ele, muito difícil não querer ver os resultados de seus experimentos científicos abomináveis. Em A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN (1958), seu próprio ajudante corcunda se oferece como cobaia da mudança de corpo. Outra coisa que acho muito interessante nessa série de filmes é o quanto cada diálogo é vital e importante a ponto de não sentirmos falta de cenas de terror propriamente ditas. Tanto que a classificação como terror para o filme se dá mais pela amplitude e pelo tema. Filme visto no box Frankenstein no Cinema.
O MONSTRO DE FRANKENSTEIN (The Evil of Frankenstein)
Não achei que Terence Fisher iria fazer tanta falta assim (ele teve que ficar de fora das filmagens por causa de um acidente de automóvel). O terceiro filme da série Frankenstein sofre com sua ausência e o ótimo diretor de fotografia Freddie Francis assume a direção deste, que funciona como uma espécie de reinício para a história, praticamente ignorando a trama do ótimo segundo filme, A VINGANÇA DE FRANKENSTEIN, que mexia com a fascinante brincadeira de troca de corpos. Neste O MONSTRO DE FRANKENSTEIN (1964), a Universal permite que a maquiagem clássica de Boris Karloff nos filmes dos anos 1930 seja emulada. O problema é que essa tal maquiagem parece de papel (e deve ser mesmo) e o monstro desagradou a todo mundo. Ainda assim, gosto quando entra em cena o hipnólogo, levando a trama para algum lugar, mesmo que esse lugar se mostre meio perdido e pouco interessante. Salva-se Peter Cushing, mais uma vez incrível como o Barão Frankenstein. Faltou um pouco mais de maldade por parte dele, que parece mais aqui como vítima, mas isso é culpa também do roteiro, e não do ator, que dá sempre aquele ar de seriedade e respeito ao personagem clássico. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol.2.
FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (Frankenstein Created Woman)
Terence Fisher volta à franquia Frankenstein e mostra o quanto um grande realizador faz a diferença. Este novo filme da série é um dos mais singulares, até porque não há a figura de um monstro gigante masculino. E por isso mesmo é o que mais imagino que tenha inspirado a criação de POBRES CRIATURAS, de Yorgos Lanthimos. A primeira cena de FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (1967) é de um impacto impressionante, com um homem sendo levado para a guilhotina e muito triste com o fato de seu filho pequeno estar próximo da execução para presenciar seu terrível fim. Em seguida, vemos o Barão Victor Frankenstein surgindo de uma experiência em que seu próprio corpo sai de uma morte de uma hora de duração. O roteiro é inteligente e as ações desembocam na criação da tal mulher do título. A sensualidade é apenas sugerida, mas já se percebe o que os anos 1960 traziam mais tempero para os ainda muito sólidos projetos da Hammer. Quanto a Susan Denberg, a moça foi modelo da Playboy em 1966, mas sua presença no filme vai além da sensualização necessária para sua personagem. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO (Frankenstein Must Be Destroyed)
Sempre quando é Fisher no comando a série de filmes de Frankenstein da Hammer ganha uma força incrível. Este FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO (1969) é candidato a melhor da franquia, e não por estar cada vez mais distante do romance de Mary Shelley, enfatizando com originalidade novos caminhos trilhados pelo Barão obcecado por experimentos com corpos mortos e mudança de cérebros, mas também por ser o filme que começa a beber do zeitgeist. Acho que todo filme feito em 1968 ou 69 deve ter sido influenciado por uma nova energia, um novo espírito que passou a habitar o mundo. Neste quinto título, o Barão já começa o filme mais sangrento, já que ele próprio mata uma pessoa para levar a cabeça para seu experimento. Mas a trama começa mesmo quando ele chantageia um jovem casal para ficar na pensão e construir um novo laboratório para si lá. Adoro o final, um dos mais impactantes da Hammer Films. Visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
O HORROR DE FRANKENSTEIN (Horror of Frankenstein)
Este aqui é o único dos sete filmes que não traz Peter Cushing como o Barão Victor Frankenstein. E talvez O HORROR DE FRANKENSTEIN (1970) seja o que mais se parece com um produto típico de sua época, com direito a decotes bem generosos das atrizes e a um visual que remete mais à swinging London do que ao gótico, mais característico nos filmes dirigidos por Terence Fisher, principalmente. O resultado é interessante e divertido e é uma nova releitura da história clássica de Mary Shelley, com um tom mais satírico e imoderado, o que acaba sendo um atrativo a mais, um diferencial. E também uma compensação pela falta que faz um diretor como Fisher. Quem assume a direção desta produção que parece ser mais modesta que as anteriores do ciclo é Jimmy Sangster, roteirista do primeiro filme e da franquia, A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN e de outros também. A falta de alguém como Peter Cushing, que faz um Victor Frankenstein com um requinte tal que chegamos a torcer por ele, é de certa forma compensada pelo ar debochado desse barão mais novo, vivido por Ralph Bates, que faria posteriormente o divertido O MÉDICO E A IRMÃ MONSTRO. Filme visto no box Frankenstein no Cinema Vol. 2.
FRANKENSTEIN E O MONSTRO DO INFERNO (Frankenstein and the Monster from Hell)
Este FRANKENSTEIN E O MONSTRO DO INFERNO (1974), se não é tão bom quanto FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO, talvez o ponto alto da franquia, tem uma dignidade toda própria, talvez por ser o último filme da série e também o último trabalho do melhor diretor da Hammer, Terence Fisher, que estava fisicamente doente, depois de acidentes seguidos que tivera nas pernas e que o manteve afastado dos filmes por alguns anos. Por isso, há certa melancolia no ar, e uma certeza de que o que havia de frescor no que o estúdio inglês estava trazendo naquele fim dos anos 1950, nos anos 70, o cinema de horror estava passando por um novo momento, o que fez com que a Hammer buscasse mais violência e até um pouco de nudez para suas produções – o próprio O HORROR DE FRANKENSTEIN já se encaminhava para essa tendência, talvez para compensar a falta de Fisher e de Peter Cushing. Neste último filme da cinessérie, um jovem cientista entusiasta dos trabalhos de Victor Frankenstein é preso por bruxaria (ele usava experimentos com cadáveres roubados) e enviado justamente para o hospício onde Frankenstein trabalha disfarçado em mais um experimento secreto. O monstro da vez é um ancestral do ser humano e Peter Cushing está particularmente magro. Conta-se que ele mal comia, pois estava de luto, fragilizado pela morte da esposa. Visto no box Frankenstein no Cinema.
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