quinta-feira, junho 19, 2014

TRANSCENDENCE – A REVOLUÇÃO (Transcendence)























E Wally Pfister, o diretor de fotografia favorito de Christopher Nolan, não se saiu tão bem em sua estreia como cineasta. E olha que ele tinha com ele um elenco muito bom e uma história bem interessante. Aliás, a história continua a ser interessante, mesmo que o filme não seja suficientemente bom. Faltou um maior cuidado no andamento narrativo, que principalmente a partir de sua segunda metade vai ficando cada vez mais aborrecido. É quando percebemos que a história, que já era um tanto fria, mas que tinha um ponto de partida fascinante, não é o bastante para segurar o interesse do espectador.

TRANSCENDENCE – A REVOLUÇÃO (2014) trata de um assunto que na verdade nem é tão original assim: a transferência da mente humana para um computador. Já vimos isso nos cinemas este ano em CAPITÃO AMÉRICA 2 – O SOLDADO INVERNAL, em que Steve Rogers se vê às voltas com um velho inimigo dos tempos da Segunda Guerra Mundial, o Dr. Arnin Zola, que vive agora dentro de um computador.

Mas TRANSCENDENCE vai mais longe nessa proposta, já que é o cerne da história. Johnny Depp é Will Caster, um cientista que acredita que o futuro está nas mãos dos computadores. No início do filme, ele está fazendo uma palestra falando sobre o quanto um computador inteligente e autoconsciente pode fazer coisas que o mais inteligente dos cientistas jamais faria.

Ao mesmo tempo, dentro dessa realidade, um grupo de contrarrevolucionários faz o possível para impedir que a ciência chegue a um estágio tão perigoso. Kate Mara interpreta uma das pessoas que lutam contra esses avanços científicos. Já Paul Bettany é Max Waters, outro cientista, amigo de Will, mas um sujeito preocupado com esses experimentos, que já estão em fase muito avançada. No entanto, quando Will descobre que está doente e só tem um mês de vida, é ele quem ajuda Evelyn, a esposa de Will, a transferir a mente do cientista moribundo para uma inteligência artificial, mesmo sem acreditar que isso daria certo.

O interessante do filme é abordar a questão das emoções, que são diminuídas quando a mente de Will é transferida para uma grande rede de computadores e ele é capaz de fazer coisas jamais imaginadas, como uma espécie de deus da Era de Aquário. Curiosamente, no filme ELA, de Spike Jonze, uma inteligência totalmente artificial tem muito mais emoções do que Will, que já foi humano e agora é um computador-deus. Até o próprio HAL-9000 de 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO parece mais humano que Will.

E é isso que começa a assustar a personagem de Rebecca Hall, que divide com Depp o protagonismo de TRANSCENDENCE. Aliás, é sempre bom ver Rebecca em ação, mas o filme não dá muito espaço para que sua personagem cresça. Ela está sempre à sombra de Will. Outro ponto negativo do filme está no exagero das ações de Will, com a intenção, talvez, de entregar uma história épica. Uma pena que esse êxito não é atingido.

Nenhum comentário: