quinta-feira, abril 18, 2013

CHAMADA DE EMERGÊNCIA (The Call)























O trailer de CHAMADA DE EMERGÊNCIA (2013) passa a impressão de ser um desses filmes de suspense bem toscos, com um psicopata mal feito e cenas de suspense que não funcionam. Bom, o filme pode até não ser um grande thriller, mas é eficiente que é uma beleza na construção dos momentos de suspense. O vilão também não é dos melhores, mas como o filme esconde o rosto dele durante boa parte de sua duração, o que interessa mesmo é a relação que se estabelece entre a atendente do 911 (Halle Berry), o número de emergência dos Estados Unidos, e a garota que foi sequestrada (Abigail Breslin).

O mérito do filme é conseguir manter a atenção e o interesse do espectador durante as cenas em que a garota está presa dentro do porta-malas do carro do psicopata (que já havia feito uma vítima no prólogo do filme). Brad Anderson, o diretor, andava meio sumido do cinema, depois de ter até sido eleito "mestre do horror", por causa de filmes como SESSION 9 (2001) e O OPERÁRIO (2004). Daí ele foi chamado para dirigir episódios de duas antologias de terror: "Sounds Like" para MASTERS OF HORROR (2006) e "Spooked" para FEAR ITSELF (2008). Assim, ele acabou caindo nas garras da televisão e dirigindo episódios de outras séries. Não que isso seja ruim (boa parte das séries são de qualidade), mas isso acabou quebrando o que seria uma boa carreira como diretor dos gêneros horror e suspense para cinema.

Sorte que em CHAMADA DE EMERGÊNCIA ele conta com duas boas atrizes. Halle Berry, depois do Oscar por A ÚLTIMA CEIA desandou um pouco na carreira, mas de vez em quando faz bons filmes. Além do mais, nunca deixou de ser boa atriz. Que o diga as cenas em que ela mostra fragilidade e pânico ao ter que lidar novamente com um assassino que pode matar uma garota inocente e trazer de volta o sentimento de culpa por não ter conseguido dar o melhor de si. Aliás, o filme também serve como uma ótima apresentação de como funciona a "colmeia", que é como ela denomina o local em que trabalha, com várias pessoas, a maioria, mulheres, procurando ajudar alguém em perigo. O filme, de certa forma, presta tributo a essas pessoas, que são tão importantes quanto os bombeiros ou policiais.

O que pode causar certo incômodo no espectador são os momentos finais. Não no sentido da violência, mas nos atos da protagonista e, posteriormente, da garota sequestrada. Haveria centenas de opções para o filme terminar, mas creio que se a escolhida fosse uma mais realista talvez não tivesse o impacto que o filme tem, apesar dos clichês e de uma certa cena perto do mastro da bandeira dos Estados Unidos. Uma bandeira que, aliás, pode ter um sentido dúbio. Quanto às motivações do assassino, o filme até inventa, mas talvez nem fosse necessário. Além do mais, quem curte FAMÍLIA SOPRANO vai gostar de ver a participação de Michael Imperioli.

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