sábado, dezembro 10, 2005

O INVENTOR DA MOCIDADE (Monkey Business)

 

E segue minha mini-peregrinação pela obra de Howard Hawks, cineasta que foi para o rol dos favoritos da casa depois de eu ter me deliciado com as obras-primas RIO VERMELHO (1948) e HATARI! (1962). Infelizmente, nem tudo que eu gostaria de ver do diretor vai ser possível, mas ainda há tempo de as distribuidoras lançarem mais títulos dele por aqui. Dentro do pacote de filmes com a Marilyn Monroe lançados pela Fox está O INVENTOR DA MOCIDADE (1952), com uma participação pequena da famosa loira. Ela ainda não havia estourado de verdade, o que aconteceria de verdade já no ano seguinte, com o musical OS HOMENS PREFEREM AS LOIRAS (1953), também de Hawks. Pelo visto, ele gostou da menina. 

Realmente, ela rouba a cena sempre que aparece. Sua primeira aparição em O INVENTOR DA MOCIDADE é memorável. Ela levanta a perna para mostrar para Cary Grant sua meia-calça. Difícil não ficar babando. É por causa dela, inclusive, que estou pensando em rever o musical do Hawks. Na época que vi não gostei muito. É possível que eu veja em breve, antes de partir para a revisão dos westerns do diretor. 

O problema de O INVENTOR DA MOCIDADE, segundo o próprio Hawks, em entrevista a Peter Bogdanovich, foi que a premissa não era realmente crível. Na trama, Cary Grant é um químico que estuda uma poção para o rejuvenescimento. Mas quem acaba fazendo acidentalmente a poção é um chipanzé, que faz a mistura e coloca dentro do bebedouro do laboratório. Cary Grant bebe da água depois de experimentar uma de suas misturas e começa a agir como um adolescente, além de se livrar temporariamente de sua miopia. A partir daí se desenrola uma série de situações engraçadas - algumas nem tanto, é verdade. 

Lendo a entrevista de Hawks, a gente percebe que nem sempre há um rigor da parte do diretor na construção das cenas. Hawks não era como Hitchcock que já tinha o filme todo na cabeça antes de filmá-lo. Soube que a idéia de Ginger Rogers também experimentar a poção do rejuvenescimento partiu dela mesmo. Hawks, na verdade, não queria que ela tomasse e só aceitou por insistência da atriz. Realmente as cenas de Ginger agindo como criança não são das melhores. Ela perde feio para Grant, que é um comediante espetacular. Destaque para a cena dele brincando de índio com as crianças. Já Ginger, tem uma cena boa também, que é a cena do táxi, quando ela diz que a criança é seu marido. 

O INVENTOR DA MOCIDADE é um dos filmes menores de Hawks. Uma das marcas dele, que é o gosto pelos animais, está no filme graças aos chipanzés. Aliás, aquele que faz a poção é uma graça, fazendo aquelas caretas com a boca. Divertido, mas pouco para um cineasta do porte de Howard Hawks.

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