sexta-feira, novembro 28, 2008

BEIJO NA BOCA, NÃO! (Pas sur la Bouche)



Este ano, justo quando eu achava que teria tempo e condições para ver uma boa quantidade de filmes do Festival Varilux do Cinema Francês, eis que o meu saldo foi de apenas um único filme. Poderia ao menos ter sido dois, se a transportadora não atrasasse a cópia de A BELA JUNIE, de Christophe Honoré, e eu não me fizesse de idiota vendo os trailers da sessão de HIGH SCHOOL MUSICAL 3. Resultado: o saldo da mini-mostra foi de apenas um filme: o musical BEIJO NA BOCA, NÃO! (2003), de Alain Resnais.

Não costumo gostar de musicais, mas como um dos melhores filmes que eu vi neste ano foi desse gênero - CANÇÕES DE AMOR, de Honoré -, estava até disposto, ainda que com um pé atrás, para a apreciação dessa obra de Resnais, cineasta importante na história do cinema francês cujo trabalho conheço muito pouco e que tem feito filmes com um espaçamento maior de tempo nos últimos anos. BEIJO NA BOCA, NÃO! é o trabalho imediatamente anterior a MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS (2006) e posterior a outro musical, AMORES PARISIENSES (1997).

Infelizmente, apesar de ter gostado de alguns momentos do filme, aquele estilo de cantar à moda antiga, com um jeitão todo anacrônico, como se estivéssemos nos transportado para os anos 60, não me agrada. O que eu mais gostei foi do último ato, na garçoniere de um dos personagens, onde todos se encontram e onde a confusão está formada. A trama gira em torno de uma mulher - Sabine Azéma, a mulher que toma conta do senhor idoso em MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS -, que descobre que o futuro sócio de seu marido é o americano com quem ela havia se casado e cujo casamento era um segredo não contado para o marido. Quem faz o papel do tal americano é Lambert Wilson, o merovíngio de THE MATRIX RELOADED e THE MATRIX REVOLUTIONS. Audrey Tatou é a moça que é apaixonada pelo rapaz que está mais interessado na personagem de Sabine Azéma. Há os outros personagens, mas não vou ficar aqui contando a situação de cada um, nem o porquê do título.

Entre prós e contras, o que mais me aborreceu no filme foram mesmo as cantorias, por mais que a última cena musical tenha sido até interessante, reunindo todo o elenco. E um dos trunfos do filme é o tom de deboche e brincadeira em torno dos vários estilos de época que pipocavam na década de 20, como o cubismo, dadaísmo, futurismo, entre outros ismos. O filme foi baseado no libreto de uma opereta que já havia sido adaptado para o cinema em 1931.

Nenhum comentário: