terça-feira, maio 29, 2007
KEVIN SMITH EM DOIS FILMES
Cheguei à conclusão de que eu não gosto do Kevin Smith. Ver os dois CLERKS dele foi uma tarefa um tanto quanto chata. O BALCONISTA (1994) e sua continuação, CLERKS II (2006), só não são mais chatos do que DOGMA (1999) e O IMPÉRIO DO BESTEIROL CONTRA-ATACA (2001). A insistência de Smith em mostrar sempre os mesmos personagens, principalmente os chatonildos Jay e Silent Bob, chega a ser irritante. O problema não é trazer de volta seus personagens com o objetivo de imprimir uma marca autoral, o problema é que esses personagens-malas não têm a mínima graça.
O BALCONISTA (Clerks.)
Talvez um pouco da culpa dos diálogos informais de O BALCONISTA seja de Quentin Tarantino, que dois anos antes soltou o seu CÃES DE ALUGUEL, com direito a diálogos sobre música da Madonna e sobre o ato de dar gorjeta. Nada contra o Taranta; sou fã dele. O problema é quando um nerd que só entende de STAR WARS se mete a fazer algo parecido. Aí resulta nisso aqui. (Se bem que eu também senti influências de SEINFELD e dos filmes de Martin Scorsese nos diálogos.) Fotografado em preto e branco, O BALCONISTA é um filme que não vai a lugar nenhum sobre dois amigos. Um deles trabalha numa loja de conveniência (Brian O'Halloran) e o outro (Jeff Anderson), numa videolocadora. O fiapo de estória que existe gira em torno das namoradas de Dante (O'Halloran). Bem mais fraco do que eu imaginava. E não é pelo fato de não ter estória, mas pelo fato de os diálogos não sustentarem o filme.
CLERKS II
Ainda inédito no Brasil, CLERKS II surgiu de uma promessa que Kevin Smith fez ao ator Jason Mewes. Caso Mewes se afastasse das drogas, Smith o deixaria interpretar mais uma vez o personagem Jay. Bom, pelo menos pra alguma coisa o filme serviu. Se bem que se comparado com o primeiro filme, CLERKS II é até mais divertido, ainda que os diálogos nerds sejam mais incômodos. O que dizer daquela discussão besta sobre qual é a melhor trilogia: STAR WARS ou O SENHOR DOS ANÉIS? Parece coisa de menino de doze anos. E essa impressão de que Smith ainda é um adolescente se reflete no personagem de Jeff Anderson, que mesmo passados doze anos do primeiro filme, ainda tem como um dos passatempos preferidos dirigir carrinho de parque de diversão. Entre os nomes mais conhecidos do filme destacam-se Rosario Dawson, Jason Lee e Ben Affleck. Fiquei impressionado com o fato de que o filme recebeu uma ovação de oito minutos no Festival de Cannes. Será que ovação, nesse caso, foi o público jogando ovos?
Os únicos filmes de Smith que eu gostei foram PROCURA-SE AMY (1997) e BARRADOS NO SHOPPING (1995). E nos quadrinhos, detestei o arco que ele fez para o Demolidor, mas gostei da mini-série do Homem-Aranha com a Gata-Negra.
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