quarta-feira, dezembro 11, 2002

TRÊS FILMES



MATA-ME DE PRAZER (Killing Me Softly)

Tinha tudo pra ser um puta filme: Heather Graham pelada em filme erótico dirigido pelo craque chinês Chen Kaige (ou Kaige Chen?), diretor dos ótimos ADEUS, MINHA CONCUBINA e A VIDA POR UM FIO. Mas Hollywood não fez bem pra ele e é melhor mesmo ele voltar pra sua terra. Também, depois dessa vergonha. Uma das piores coisas do filme é Joseph Fiennes. Esse sujeito não desperta a simpatia dos marmanjos. A história parece daqueles filmes que passam no Cine Privê da Band: moça se apaixona por estranho com passado misterioso e atitudes violentas e, depois que se casa, começa a desconfiar dele. É ruim, mas gostei de uma cena de sadomasoquismo em que Heather é quase estrangulada. Legal foi ouvir os comentários do pessoal no cinema: "depois daqui eu vou pro Chalex (motel tradicionalmente vagabundo do centro da cidade).

HI, MOM!

Graças ao amigão Renato Doho, pude conferir esse que é um dos primeiros filmes de Brian DePalma. HI, MOM! (1970) é um filme engraçado. Tem um senso de humor estranho e como eu nunca tinha visto uma comédia do DePalma, ainda não sei se gostei ou não do filme. Aqui vê-se citações explícitas à JANELA INDISCRETA, do Hithcock, uma certa adoração à câmera e a vontade de experimentar. O DePalma virtuoso com o uso da câmera chegou ao máximo em OLHOS DE SERPENTE, mas aqui ele ainda quer só experimentar. Pelo que eu pude entender há duas linhas na história: há a comédia, com Robert DeNiro cheio de manhas pra conseguir uma garota, e a há a parte da contra-cultura, com câmera tremida, meio documental e com a imagem no formato de televisão dos 60´s e aquele espírito rebelde que aqueles anos exalavam. Bom filme.

LATITUDE ZERO

Taí outro filme que me deixou indeciso se gostei ou não. Mas, assim como o filme do DePalma, esse vale a conferida. O começo do filme lembra LAVOURA ARCAICA. Só que em vez de um rapaz se masturbando, aqui temos uma mulher grávida. Assim como Lavoura, depois da cena da masturbação, ouve-se alguém batendo a porta. A mulher é Debora Duboc e quem está batendo a porta é Cláudio Jaborandy. Eles são os únicos atores do filme. Até o minuto final a gente vai ver apenas eles no filme. Ela mora num lugar no fim do mundo, na região norte do Brasil, mais quente que o Piauí. Ele é um policial perseguido que está se escondendo. O relacionamento entre os dois vai se estreitando. Boa a cena de tesão entre os dois, as tomadas do sol se pondo, a interpretação deles, o ótimo roteiro (tenho impressão que nos créditos no cinema vi o nome de Fernando Bonassi, mas no IMDB não consta). Acho que o meu problema com o filme foi o fato de me deixar muito desconfortável. Odeio choro de criança, grito de mulher histérica e bêbado chato.

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