FREDDY VS JASON
Estava devendo um comentário de FREDDY VS JASON. Estou aqui pra pagar, então. Pra começar, por pior que fosse esse filme, eu não ia deixar de ver um encontro histórico desses no cinema por nada. A boa notícia é que o filme não é ruim; na verdade, ele é bem legal. Mesmo para as pessoas que não assistiam regularmente as duas cine-séries.
Eu gosto mais do Jason do que do Freddy. Jason pelo menos fica na dele, é caladão, não fica falando besteira por aí. Hehehe. O filme com o encontro dos dois funcionou bem. Só não gostei muito do final, mas de qualquer maneira, o final é quase sempre um problema em todos os filmes com esses personagens. Já que eles são imortais, a derrota deles é sempre meio furada. Por isso, vamos dar um desconto pra essa parte.
Mas o início do filme é de animar, hein. Mostra logo uma bela moça tirando a roupa e indo tomar banho nua num lago. (Dá uma saudade dos anos 80.) É claro que ela vai ser assassinada pelo Jason, né? O começo do filme mostrando uma espécie de histórico da dupla ficou muito bacana, assim como os créditos iniciais, cheios de vermelho-sangue. Aliás, sangue é o que não falta e dá pra saciar a sede dos cine-vampiros.
A justificativa pro encontro dos dois foi bem criativa: Freddy estava enfraquecido porque ninguém mais se lembra dele. Se ninguém mais lembra dele, como ele vai aterrorizar os sonhos das pessoas? Dessa forma, ele traz de volta Jason, para efetuar alguns crimes na Rua Elm, o lugar famoso pelos massacres de Freddy. Dessa forma, as pessoas iriam pensar que era Freddy quem tinha matado as pessoas e não Jason. Legal, né? Pena que do meio pro final o filme caia um pouco. Achei meio cansativa a luta final, além de bem pouco convincente.
Mas não dá pra reclamar. Tentem ver o filme numa telona gigante de um multiplex e vocês vão poder aproveitar todas as qualidades técnicas do filme. O som é ótimo, com ótimos efeitos sonoros, e a imagem do filme está lindona, cristalina. O único problema é que como o som é muito alto, não dá pra ouvir os gritos do público. Se bem que eu acho que ninguém gritou mesmo. Hehehe..
Pra quem quiser saber, os meus preferidos dos dois personagens são: SEXTA-FEIRA 13 PARTE VI (1986) e O NOVO PESADELO: O RETORNO DE FREDDY KRUEGER (1994).
Repararam como o terror está em alta popularidade nesses dias? Além de surgirem vários filmes dos EUA (tanto dos independentes quanto de Hollywood), tem terror bom vindo da Inglaterra (EXTERMÍNIO, O BURACO, DOG SOLDIERS), tem terror vindo do Japão (RINGU, UZUMAKI, AUDITION) e até terror vindo do Brasil. Infelizmente a melhor safra do atual terror brazuca ainda está contida nos curtas-metragens. Mas daqui a pouco esse pessoal (Dennison Ramalho, André Z.P, André Kapel, Diogenes César, entre outros) vão estar fazendo longas-metragens no Brasil. E a volta do Zé do Caixão está praticamente confirmada. Bacana.
PS: Mexi no template e devo ter bichado os códigos do sistema de comentários do Falou e Disse. Resultado: perdi um monte de comentários legais do pessoal. Aí tive que substituir pelo sistema de comentários do Blogger Brasil. E eu nem gosto muito desse sistema. Mas pode ser que eu consiga de volta o sistema antigo. Enquanto isso, esse sistema quebra um galhão.
quarta-feira, outubro 29, 2003
terça-feira, outubro 28, 2003
O DEVORADOR DE PECADOS (The Order / The Sin Eater)
Ontem pra comemorar o fato de eu ter trabalhado só na parte da manhã e de o meu amigo ter me ajudado a consertar a zona dos aparelhos eletrônicos do meu quarto, fui ao cinema fazer uma sessão dupla. Estava com fome de filmes. Assisti O DEVORADOR DE PECADOS, de Brian Helgeland, diretor de O TROCO (1999) e roteirista dos últimos filmes de Clint Eastwood - DÍVIDA DE SANGUE (2002) e MYSTIC RIVER (2003), entre outros.
O filme não me empolgou muito não, mas não é um filme que merece ser ignorado. Em algumas cenas, me lembrei de A MANSÃO DO INFERNO (1980), de Dario Argento. Em outras, lembra O ÚLTIMO PORTAL (1999), de Roman Polanski. Mas isso, é claro, sem chegar perto da qualidade dessas obras geniais. O que existe é um clima de mistério que às vezes envolve, às vezes aborrece.
Pra você entrar no espírito do filme, tem que primeiro levar em consideração os dogmas da igreja católica. Por exemplo: se você estiver cheio de pecados, você não será salvo etc. Engraçado como os americanos, apesar de serem em sua maioria protestantes, têm um interesse muito grande pela Igreja Católica e seus rituais. Isso acontece principalmente em filmes de terror. Talvez porque os protestantes desmistifiquem muitas coisas. Eu, por exemplo, como fui criado numa doutrina evangélica/protestante nunca tive medo dos mortos, nem acreditava que eles voltariam para me assustar. Também não me ensinaram a rezar pela alma dos mortos ou coisas do tipo. Para os protestantes, morreu, morreu. Agora, só no dia do juízo final, quando haverá a ressurreição e tal. Nesse sentido, a Igreja Católica e o Espiritismo são terreno muito mais fértil para esse tipo de filme. Mesmo assim, chega a incomodar a crença que o filme impõe de que a Igreja Católica é a única igreja que pode te levar à salvação e todo esse blá-blá-blá.
No filme, Heath Ledger é um padre carolíngeo que investiga o assassinato misterioso do padre líder dessa ordem. Nem sei se existe mesmo essa tal ordem, mas no filme explicam que é uma ordem que se aprofunda no conhecimento, ainda que o conhecimento e a fé não andem muito bem juntos, como explica certo personagem do filme. Achei bem original a história do comedor de pecados. Ele é uma espécie de vampiro que se alimenta dos pecados dos outros, deixa a pessoa à beira da morte com a alma leve e se torna imortal, apesar do peso de tantos pecados e junto com eles, dos conhecimentos de vida das pessoas.
Não deixa de ser original a trama. Quer dizer, se o filme está copiando outro, eu não sei. A fotografia é sempre escura. Logo, não é necessário ir pra um Multiplex ou Kinoplex pra aproveitar as qualidades técnicas do filme. Algumas movimentações de câmera são bem interessantes, como a seqüência assustadora do cachorro ou a cena das duas crianças no cemitério. Vale a conferida, mas não é pra se esperar muito. Ah, e a cena que me lembrou o INFERNO de Argento foi a cena em que Ledger cai num poço.
Depois comento FREDDY VS JASON.
Ontem pra comemorar o fato de eu ter trabalhado só na parte da manhã e de o meu amigo ter me ajudado a consertar a zona dos aparelhos eletrônicos do meu quarto, fui ao cinema fazer uma sessão dupla. Estava com fome de filmes. Assisti O DEVORADOR DE PECADOS, de Brian Helgeland, diretor de O TROCO (1999) e roteirista dos últimos filmes de Clint Eastwood - DÍVIDA DE SANGUE (2002) e MYSTIC RIVER (2003), entre outros.
O filme não me empolgou muito não, mas não é um filme que merece ser ignorado. Em algumas cenas, me lembrei de A MANSÃO DO INFERNO (1980), de Dario Argento. Em outras, lembra O ÚLTIMO PORTAL (1999), de Roman Polanski. Mas isso, é claro, sem chegar perto da qualidade dessas obras geniais. O que existe é um clima de mistério que às vezes envolve, às vezes aborrece.
Pra você entrar no espírito do filme, tem que primeiro levar em consideração os dogmas da igreja católica. Por exemplo: se você estiver cheio de pecados, você não será salvo etc. Engraçado como os americanos, apesar de serem em sua maioria protestantes, têm um interesse muito grande pela Igreja Católica e seus rituais. Isso acontece principalmente em filmes de terror. Talvez porque os protestantes desmistifiquem muitas coisas. Eu, por exemplo, como fui criado numa doutrina evangélica/protestante nunca tive medo dos mortos, nem acreditava que eles voltariam para me assustar. Também não me ensinaram a rezar pela alma dos mortos ou coisas do tipo. Para os protestantes, morreu, morreu. Agora, só no dia do juízo final, quando haverá a ressurreição e tal. Nesse sentido, a Igreja Católica e o Espiritismo são terreno muito mais fértil para esse tipo de filme. Mesmo assim, chega a incomodar a crença que o filme impõe de que a Igreja Católica é a única igreja que pode te levar à salvação e todo esse blá-blá-blá.
No filme, Heath Ledger é um padre carolíngeo que investiga o assassinato misterioso do padre líder dessa ordem. Nem sei se existe mesmo essa tal ordem, mas no filme explicam que é uma ordem que se aprofunda no conhecimento, ainda que o conhecimento e a fé não andem muito bem juntos, como explica certo personagem do filme. Achei bem original a história do comedor de pecados. Ele é uma espécie de vampiro que se alimenta dos pecados dos outros, deixa a pessoa à beira da morte com a alma leve e se torna imortal, apesar do peso de tantos pecados e junto com eles, dos conhecimentos de vida das pessoas.
Não deixa de ser original a trama. Quer dizer, se o filme está copiando outro, eu não sei. A fotografia é sempre escura. Logo, não é necessário ir pra um Multiplex ou Kinoplex pra aproveitar as qualidades técnicas do filme. Algumas movimentações de câmera são bem interessantes, como a seqüência assustadora do cachorro ou a cena das duas crianças no cemitério. Vale a conferida, mas não é pra se esperar muito. Ah, e a cena que me lembrou o INFERNO de Argento foi a cena em que Ledger cai num poço.
Depois comento FREDDY VS JASON.
segunda-feira, outubro 27, 2003
EU EM SAMPA - RELATÓRIO DA VIAGEM
Tanta coisa pra contar. Da euforia da viagem ao incômodo com o retorno à minha casa e a pane nos aparelhos eletrônicos do meu quarto. Bom, mas se eu não começar o relatório, não termino mesmo. Então vamos lá.
Voltemos no tempo para a sexta-feira dia 17.10, quando uma moça da BB Tur ligou pra mim dizendo que a gerente dessa empresa iria encontrar comigo na CABEC para me fazer um convite. Eu fiquei com uma puta curiosidade. Que convite seria esse? Seria uma festa de confraternização? Ou iriam me chamar pra trabalhar na empresa?? Não tinha a menor idéia. Foi quando ela me disse que era um convite para ir para um Famtur, um passeio para São Paulo, com tudo pago - hospedagem, viagem e alimentação. Beleza, beleza. Eu não tinha como rejeitar uma oferta dessas, não é?? Até agi de maneira irresponsável: faltei a aula na escola na sexta e deixei de fazer uma prova pra concurso que ia acontecer no domingo. "Eu resisto a tudo menos às tentações." Ainda por cima, em São Paulo está acontecendo, de 17 a 30.10., a Mostra Internacional de Cinema e eu teria uma oportunidade de ouro de ir ver pelo menos um filme da mostra, sentir o clima do evento e ainda conhecer o Renato, a Rosângela e o Tiago, meus queridos amigos da Cinefelia.
Pois bem. Depois de resolver um monte de pendências e contornar alguns obstáculos, consegui ir para a tão esperada viagem. Chegando no aeroporto foi que eu percebi que só tinha mulheres no grupo do Famtur. Dez mulheres e apenas eu de homem. Hehehe. Isso aconteceu porque geralmente quem faz pedido de passagens aéreas são as secretárias dos diretores e presidentes das companhias. E como aqui quem faz o pedido sou eu, eu tive essa sorte. No primeiro dia, eu me senti meio inibido, mas no segundo eu já tava à vontade com as meninas.
Assim que cheguei, no aeroporto de Congonhas, quem apareceu pra me ver: a Rosângela. Ela falou: "Ailton?". E eu disse "sim..?" Fiquei olhando pra ela por uns segundos e falei: "Rosângela!". O ruim foi que eu só tive tempo de conversar com ela por uns dois minutos. Tinha que seguir o mulherio para o Hotel Ibis Congonhas. Mas qual não foi minha surpresa que ao chegar lá no Hotel, minutos antes de almoçar, lá estava ela de novo. Hehehehe.. Aí tive mais tempo de conversar com ela um pouco mais. O tempo foi meio cruel pra mim. Tudo muito corrido. Pena ela não ter podido ir para o encontro com o Renato e o Tiago lá no CineSesc. Aí ela estaria nas fotos e tudo mais. Não foi dessa vez.
Bom, próximo passo foi conhecer as instalações da TAM. Afinal, a gente estava lá pra fazer principalmente isso, né? Foi a tarde inteira conhecendo a empresa. Chegou a ser cansativo, mas deu pra aprender bastante coisa. À noite fomos pra outro Hotel chique, o InterContinental, pra um desses jantares de duas horas, com pratos sofisticados, entrada, prato principal e sobremesa. Foi legal, mas eu estava preocupado com o dia seguinte. Queria mesmo me encontrar com o pessoal da lista e queria ver pelo menos um filme.
Ainda bem que deu tudo certo. As meninas foram fazer compras na 25 de março ou em outro desses lugares lotados de gente querendo gastar dinheiro e eu fui me encontrar com o Renato para uma sessão de PIANO BLUES, às 13h30 no CineSesc. Tinha confirmado de manhã com o Tiago e ele confirmou a presença também.
Peguei ônibus e metrô pra chegar lá. Acho que acabei pegando o caminho mais longo, mas tudo bem. Estava mesmo com saudade do metrô da cidade. Adoro aquilo ali. Cheguei lá ao meio-dia.
**********
PIANO BLUES
Assim que cheguei só tinha uma moça na fila. Perguntei a ela que horas a bilheteria iria abrir e ela falou que 12h30 abriria. Fiquei esperando pelo Renato lá. Quando a fila começou a se formar, fui lá pegar o meu lugar. Acontece que deu problema no computador da bilheteria e só depois de uma hora foi que decidiram liberar os ingressos através de bilhetes manuais, daqueles antigos, com as palavras meia e inteira impressos. Achei uma estupidez eles só decidirem isso de última hora. A essa altura a fila já estava enorme, formou-se outra fila, uma confusão começou, uma moça que estava atrás de mim na fila passou mal e desmaiou e uma velha cara-de-pau tomou a minha frente pra furar a fila. Não falei nada porque eu respeito os mais velhos. Heheeh. Quando o Renato chegou a confusão estava perto de começar.
O filme do Clint Eastwood é um documentário que faz parte de um projeto produzido por Martin Scorsese sobre blues. Eastwood ficou com a parte do blues tocado no piano. Ele entrevista alguns músicos. O mais famoso é Ray Charles. Muito simpático. Gostei de ver ele dando aquelas gargalhadas e dizendo que o Clint está por dentro. Hehehe. Outros blueseiros menos conhecidos deram depoimentos e imagens raras de apresentações antigas apareceram. Achei interessante o pianista pobre que achava pianos quebrados no lixo, consertava e aprendia a tocar mesmo quando algumas teclas não funcionavam. O documentário é bom, mas depois de uma hora fica meio cansativo. Foi exibido em vídeo betacam.
*************
Saímos do cinema quando acabou o filme, eu comprei o catálogo da Mostra e recebi um livrinho de presente do Renato - "O Inventor da Solidão", de Paul Auster. Ele tinha me sugerido esse livro quando estava de promoção por 5 pilas na internet e eu não pude comprar. Acabei ganhando de presente. Bom, né? Eu já disse isso pra ele, mas não custa repetir: o Renato é amigo pra vida toda.
Aguardamos o Tiago chegar com a Denise, sua simpática namorada (agora eu sei porque ele vive sempre dizendo "eu te amo" pra ela em seu blog, ela é mesmo uma simpatia); assim como o Hugo, primo do Renato, também acompanhado com sua dama.
Fomos tirar umas fotos num shopping próximo e foi tudo muito rápido. Achei que o tempo estava sendo injusto comigo. Bom, o Tiago e o Hugo tiveram que ir e fui com o Renato pra uma dessas lojas que vendem divx e vcd. Comprei os vcd's de WRONG TURN e KEN PARK. Ainda não sei como é a qualidade dos disquinhos. Espero que seja boa. Estou ansioso pra ver, mas ao chegar em casa, não consegui instalar a fiarada toda de tv a cabo, dvd e videocasssete que tinha sido removidos com a reforma do quarto. Já pedi ajuda a um amigo pra hoje à tarde ir lá ver. Estou com os dedos cruzados. Tomara que tudo volte a funcionar normalmente.
Bom, tive que ir embora. Corri pra pegar o ônibus. Aliás, Renato, diga pro Hugo que a dica do ônibus foi perfeita. Cheguei lá no hotel em menos de vinte minutos. Perfeito. Diga pra ele que eu estou muito agradecido.
*******
Cheguei no hotel e fui com as meninas pra peça de teatro no Centro Cultural Banco do Brasil. Chama-se ESTRELAS NO ORINOCO. É uma peça interessante sobre duas mulheres que ficam sozinhas num barco à deriva. Uma é pessimista e outra otimista. Não fiquei muito entusiasmado não, mas é uma peça legal.
Depois disso, teve jantar, visita a outro hotel, e em seguida, fui com cinco das meninas conhecer a noite de São Paulo. Fomos para um barzinho com banda ao vivo e espaço pequeno para dança, lá em Itaim Bibi. É meio caro, mas valeu a pena. 30 reais de consumação e 5 reais de couvert. Os 30 de consumação só deu mesmo pra três doses de red label. Ah, como é bom uísque bom. Nada de dor de cabeça, que eu geralmente sinto quando tomo cerveja. Tenho impressão que isso acontece com bebidas fermentadas.
Aí pronto. Voltamos às 3 da manhã, acordamos domingo cedo e fomos embora rapidinho. Fiquei com saudade do hotel cinco estrelas. Nunca estive num lugar tão chique. Hehehe. Cometi algumas gafes com o cartão que acende as luzes do apartamento, mas tudo bem. Na tv de 29 polegadas tinha tv a cabo com um monte de canais. Vi um trecho de PSICOSE, do Hitch, no Telecine e um programa com o Los Hermanos no Multishow. O Marcelo Camelo falando que gosta de Kelly Key foi muito engraçado. Aí cheguei a me emocionar de novo ao ouvir "Canção pra Iaiá". Lembrei da emoção que foi ouvir pela primeira vez o "Bloco do Eu Sozinho".
Bom, acho que é só isso mesmo que tenho pra contar. O relatório já está enorme.
Valeu!
O Renato
A Denise
Tanta coisa pra contar. Da euforia da viagem ao incômodo com o retorno à minha casa e a pane nos aparelhos eletrônicos do meu quarto. Bom, mas se eu não começar o relatório, não termino mesmo. Então vamos lá.
Voltemos no tempo para a sexta-feira dia 17.10, quando uma moça da BB Tur ligou pra mim dizendo que a gerente dessa empresa iria encontrar comigo na CABEC para me fazer um convite. Eu fiquei com uma puta curiosidade. Que convite seria esse? Seria uma festa de confraternização? Ou iriam me chamar pra trabalhar na empresa?? Não tinha a menor idéia. Foi quando ela me disse que era um convite para ir para um Famtur, um passeio para São Paulo, com tudo pago - hospedagem, viagem e alimentação. Beleza, beleza. Eu não tinha como rejeitar uma oferta dessas, não é?? Até agi de maneira irresponsável: faltei a aula na escola na sexta e deixei de fazer uma prova pra concurso que ia acontecer no domingo. "Eu resisto a tudo menos às tentações." Ainda por cima, em São Paulo está acontecendo, de 17 a 30.10., a Mostra Internacional de Cinema e eu teria uma oportunidade de ouro de ir ver pelo menos um filme da mostra, sentir o clima do evento e ainda conhecer o Renato, a Rosângela e o Tiago, meus queridos amigos da Cinefelia.
Pois bem. Depois de resolver um monte de pendências e contornar alguns obstáculos, consegui ir para a tão esperada viagem. Chegando no aeroporto foi que eu percebi que só tinha mulheres no grupo do Famtur. Dez mulheres e apenas eu de homem. Hehehe. Isso aconteceu porque geralmente quem faz pedido de passagens aéreas são as secretárias dos diretores e presidentes das companhias. E como aqui quem faz o pedido sou eu, eu tive essa sorte. No primeiro dia, eu me senti meio inibido, mas no segundo eu já tava à vontade com as meninas.
Assim que cheguei, no aeroporto de Congonhas, quem apareceu pra me ver: a Rosângela. Ela falou: "Ailton?". E eu disse "sim..?" Fiquei olhando pra ela por uns segundos e falei: "Rosângela!". O ruim foi que eu só tive tempo de conversar com ela por uns dois minutos. Tinha que seguir o mulherio para o Hotel Ibis Congonhas. Mas qual não foi minha surpresa que ao chegar lá no Hotel, minutos antes de almoçar, lá estava ela de novo. Hehehehe.. Aí tive mais tempo de conversar com ela um pouco mais. O tempo foi meio cruel pra mim. Tudo muito corrido. Pena ela não ter podido ir para o encontro com o Renato e o Tiago lá no CineSesc. Aí ela estaria nas fotos e tudo mais. Não foi dessa vez.
Bom, próximo passo foi conhecer as instalações da TAM. Afinal, a gente estava lá pra fazer principalmente isso, né? Foi a tarde inteira conhecendo a empresa. Chegou a ser cansativo, mas deu pra aprender bastante coisa. À noite fomos pra outro Hotel chique, o InterContinental, pra um desses jantares de duas horas, com pratos sofisticados, entrada, prato principal e sobremesa. Foi legal, mas eu estava preocupado com o dia seguinte. Queria mesmo me encontrar com o pessoal da lista e queria ver pelo menos um filme.
Ainda bem que deu tudo certo. As meninas foram fazer compras na 25 de março ou em outro desses lugares lotados de gente querendo gastar dinheiro e eu fui me encontrar com o Renato para uma sessão de PIANO BLUES, às 13h30 no CineSesc. Tinha confirmado de manhã com o Tiago e ele confirmou a presença também.
Peguei ônibus e metrô pra chegar lá. Acho que acabei pegando o caminho mais longo, mas tudo bem. Estava mesmo com saudade do metrô da cidade. Adoro aquilo ali. Cheguei lá ao meio-dia.
**********
PIANO BLUES
Assim que cheguei só tinha uma moça na fila. Perguntei a ela que horas a bilheteria iria abrir e ela falou que 12h30 abriria. Fiquei esperando pelo Renato lá. Quando a fila começou a se formar, fui lá pegar o meu lugar. Acontece que deu problema no computador da bilheteria e só depois de uma hora foi que decidiram liberar os ingressos através de bilhetes manuais, daqueles antigos, com as palavras meia e inteira impressos. Achei uma estupidez eles só decidirem isso de última hora. A essa altura a fila já estava enorme, formou-se outra fila, uma confusão começou, uma moça que estava atrás de mim na fila passou mal e desmaiou e uma velha cara-de-pau tomou a minha frente pra furar a fila. Não falei nada porque eu respeito os mais velhos. Heheeh. Quando o Renato chegou a confusão estava perto de começar.
O filme do Clint Eastwood é um documentário que faz parte de um projeto produzido por Martin Scorsese sobre blues. Eastwood ficou com a parte do blues tocado no piano. Ele entrevista alguns músicos. O mais famoso é Ray Charles. Muito simpático. Gostei de ver ele dando aquelas gargalhadas e dizendo que o Clint está por dentro. Hehehe. Outros blueseiros menos conhecidos deram depoimentos e imagens raras de apresentações antigas apareceram. Achei interessante o pianista pobre que achava pianos quebrados no lixo, consertava e aprendia a tocar mesmo quando algumas teclas não funcionavam. O documentário é bom, mas depois de uma hora fica meio cansativo. Foi exibido em vídeo betacam.
*************
Saímos do cinema quando acabou o filme, eu comprei o catálogo da Mostra e recebi um livrinho de presente do Renato - "O Inventor da Solidão", de Paul Auster. Ele tinha me sugerido esse livro quando estava de promoção por 5 pilas na internet e eu não pude comprar. Acabei ganhando de presente. Bom, né? Eu já disse isso pra ele, mas não custa repetir: o Renato é amigo pra vida toda.
Aguardamos o Tiago chegar com a Denise, sua simpática namorada (agora eu sei porque ele vive sempre dizendo "eu te amo" pra ela em seu blog, ela é mesmo uma simpatia); assim como o Hugo, primo do Renato, também acompanhado com sua dama.
Fomos tirar umas fotos num shopping próximo e foi tudo muito rápido. Achei que o tempo estava sendo injusto comigo. Bom, o Tiago e o Hugo tiveram que ir e fui com o Renato pra uma dessas lojas que vendem divx e vcd. Comprei os vcd's de WRONG TURN e KEN PARK. Ainda não sei como é a qualidade dos disquinhos. Espero que seja boa. Estou ansioso pra ver, mas ao chegar em casa, não consegui instalar a fiarada toda de tv a cabo, dvd e videocasssete que tinha sido removidos com a reforma do quarto. Já pedi ajuda a um amigo pra hoje à tarde ir lá ver. Estou com os dedos cruzados. Tomara que tudo volte a funcionar normalmente.
Bom, tive que ir embora. Corri pra pegar o ônibus. Aliás, Renato, diga pro Hugo que a dica do ônibus foi perfeita. Cheguei lá no hotel em menos de vinte minutos. Perfeito. Diga pra ele que eu estou muito agradecido.
*******
Cheguei no hotel e fui com as meninas pra peça de teatro no Centro Cultural Banco do Brasil. Chama-se ESTRELAS NO ORINOCO. É uma peça interessante sobre duas mulheres que ficam sozinhas num barco à deriva. Uma é pessimista e outra otimista. Não fiquei muito entusiasmado não, mas é uma peça legal.
Depois disso, teve jantar, visita a outro hotel, e em seguida, fui com cinco das meninas conhecer a noite de São Paulo. Fomos para um barzinho com banda ao vivo e espaço pequeno para dança, lá em Itaim Bibi. É meio caro, mas valeu a pena. 30 reais de consumação e 5 reais de couvert. Os 30 de consumação só deu mesmo pra três doses de red label. Ah, como é bom uísque bom. Nada de dor de cabeça, que eu geralmente sinto quando tomo cerveja. Tenho impressão que isso acontece com bebidas fermentadas.
Aí pronto. Voltamos às 3 da manhã, acordamos domingo cedo e fomos embora rapidinho. Fiquei com saudade do hotel cinco estrelas. Nunca estive num lugar tão chique. Hehehe. Cometi algumas gafes com o cartão que acende as luzes do apartamento, mas tudo bem. Na tv de 29 polegadas tinha tv a cabo com um monte de canais. Vi um trecho de PSICOSE, do Hitch, no Telecine e um programa com o Los Hermanos no Multishow. O Marcelo Camelo falando que gosta de Kelly Key foi muito engraçado. Aí cheguei a me emocionar de novo ao ouvir "Canção pra Iaiá". Lembrei da emoção que foi ouvir pela primeira vez o "Bloco do Eu Sozinho".
Bom, acho que é só isso mesmo que tenho pra contar. O relatório já está enorme.
Valeu!
O Renato
A Denise
quarta-feira, outubro 22, 2003
ANGELA - NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO (Angela)
Nesse fim de semana, quando eu fui fazer mais uma visitinha à locadora, peguei essa fita indicada pelo amigo Renato Doho. O Renato tem uma listinha de filmes obscuros e interessantes que ele passou pra lista de discussão e ANGELA, de Rebecca Miller, se inclui na categoria "estranhos e originais". Esses dois adjetivos se adequam de verdade a esse filme.
Na história, Angela é uma garotinha que vive com sua irmã pequena, com seu pai e com sua mãe, que sofre de problemas mentais. A presença da mãe é sempre incômoda na casa. Angela acredita que o anjo que está no porão de sua casa não é um anjo bom, mas Lúcifer em pessoa que está à espreita, querendo se apoderar de sua alma, ou da alma de sua irmã. Por isso, ela inventa rituais estranhos de purificação para evitar a todo custo ir para o inferno.
Muito interessante a cena em que ela e a irmã vão para o "grande nada", ou lugar onde as pessoas vão depois de mortas, ou quando estão dormindo. O que torna o filme interessante é justamente a dúvida se tudo é imaginação da menina ou se as coisas estão mesmo acontecendo.
Um detalhe curioso: outro filme independente e estranho, DONNIE DARKO, tem algo em comum com ANGELA: ambos mostram uma velha louca e solitária que olha freqüentemente pra sua caixa de correio. Terá Richard Kelly copiado a idéia do filme de Rebecca Miller?
O mais recente filme de Rebecca Miller está em cartaz em algumas cidades do país, no circuito de arte. Chama-se O TEMPO DE CADA UM (Personal Velocity: Three Portraits) e recebeu cotação cinco estrelas no blog do Chico. Quando esse filme chegar por aqui, não pretendo perder.
Nesse fim de semana, quando eu fui fazer mais uma visitinha à locadora, peguei essa fita indicada pelo amigo Renato Doho. O Renato tem uma listinha de filmes obscuros e interessantes que ele passou pra lista de discussão e ANGELA, de Rebecca Miller, se inclui na categoria "estranhos e originais". Esses dois adjetivos se adequam de verdade a esse filme.
Na história, Angela é uma garotinha que vive com sua irmã pequena, com seu pai e com sua mãe, que sofre de problemas mentais. A presença da mãe é sempre incômoda na casa. Angela acredita que o anjo que está no porão de sua casa não é um anjo bom, mas Lúcifer em pessoa que está à espreita, querendo se apoderar de sua alma, ou da alma de sua irmã. Por isso, ela inventa rituais estranhos de purificação para evitar a todo custo ir para o inferno.
Muito interessante a cena em que ela e a irmã vão para o "grande nada", ou lugar onde as pessoas vão depois de mortas, ou quando estão dormindo. O que torna o filme interessante é justamente a dúvida se tudo é imaginação da menina ou se as coisas estão mesmo acontecendo.
Um detalhe curioso: outro filme independente e estranho, DONNIE DARKO, tem algo em comum com ANGELA: ambos mostram uma velha louca e solitária que olha freqüentemente pra sua caixa de correio. Terá Richard Kelly copiado a idéia do filme de Rebecca Miller?
O mais recente filme de Rebecca Miller está em cartaz em algumas cidades do país, no circuito de arte. Chama-se O TEMPO DE CADA UM (Personal Velocity: Three Portraits) e recebeu cotação cinco estrelas no blog do Chico. Quando esse filme chegar por aqui, não pretendo perder.
terça-feira, outubro 21, 2003
DOIS NA GANGORRA
Fui ao teatro. Nem me lembro mais da última vez que tinha ido. Ah, lembrei. Foi pra ver uma peça infantil chata pra cacete com o meu sobrinho. Heheheh.. Não tenho mesmo o hábito de ir ver as peças mais badaladas - que nem são tão badaladas assim em Fortaleza - geralmente exibidas no Teatro José de Alencar.
Dessa vez a peça tinha tudo a ver com cinema. Direção de Walter Lima Jr. (INOCÊNCIA, A OSTRA E O VENTO, A LIRA DO DELÍRIO). Ele está estreando na direção de teatro. Peça de William Gibson, que já virou filme em 1962. O filme é TWO FOR THE SEESAW, dirigido por Robert Wise e com Robert Mitchum e Shirley MacLaine como protagonistas. (Nunca vi.) A adaptação da peça para o português foi feita por Domingos de Oliveira, um dos diretores brasileiros especialistas em filmes sobre relacionamentos (AMORES, SEPARAÇÕES). No elenco, dois atores que também estão familiarizados com a telona, apesar de terem ficado famosos graças às novelas da Globo: Murilo Benício e Giovanna Antonelli.
Na verdade, o teatro lotou mesmo por causa deles. Eu fui com as minhas duas irmãs. Ao chegar lá, a lotação estava esgotada. Por sorte, resolveram vender cadeiras extras. Resultado: a gente ficou sentado num lugar melhor do que se tivéssemos comprado antes da lotação. Hehhe..Ficamos ali pertinho do palco.
A peça é engraçada e emocionante. O começo já conquista a gente. Mostra Murilo ligando pra Giovanna. Ele inventa uma desculpa esfarrapada pra ligar pra ela. O que ele quer mesmo é fugir da solidão que o atormenta desde que ele vive em Nova York. Ele é um advogado desempregado. Ela uma bailarina desajeitada. A cena do primeiro telefonema é ótima. Assim como a chegada dele na casa dela. O final é inesperado. A parte técnica estava caprichada, com cenário móvel, ótima iluminação, figurino dos anos 50 etc.
A peça está peregrinando por várias cidades até estrear em 12 de novembro no Rio de Janeiro, onde ficará por um bom tempo. Vale a pena conferir. Quem sabe eu adquiro o hábito de ver peças agora.
Fui ao teatro. Nem me lembro mais da última vez que tinha ido. Ah, lembrei. Foi pra ver uma peça infantil chata pra cacete com o meu sobrinho. Heheheh.. Não tenho mesmo o hábito de ir ver as peças mais badaladas - que nem são tão badaladas assim em Fortaleza - geralmente exibidas no Teatro José de Alencar.
Dessa vez a peça tinha tudo a ver com cinema. Direção de Walter Lima Jr. (INOCÊNCIA, A OSTRA E O VENTO, A LIRA DO DELÍRIO). Ele está estreando na direção de teatro. Peça de William Gibson, que já virou filme em 1962. O filme é TWO FOR THE SEESAW, dirigido por Robert Wise e com Robert Mitchum e Shirley MacLaine como protagonistas. (Nunca vi.) A adaptação da peça para o português foi feita por Domingos de Oliveira, um dos diretores brasileiros especialistas em filmes sobre relacionamentos (AMORES, SEPARAÇÕES). No elenco, dois atores que também estão familiarizados com a telona, apesar de terem ficado famosos graças às novelas da Globo: Murilo Benício e Giovanna Antonelli.
Na verdade, o teatro lotou mesmo por causa deles. Eu fui com as minhas duas irmãs. Ao chegar lá, a lotação estava esgotada. Por sorte, resolveram vender cadeiras extras. Resultado: a gente ficou sentado num lugar melhor do que se tivéssemos comprado antes da lotação. Hehhe..Ficamos ali pertinho do palco.
A peça é engraçada e emocionante. O começo já conquista a gente. Mostra Murilo ligando pra Giovanna. Ele inventa uma desculpa esfarrapada pra ligar pra ela. O que ele quer mesmo é fugir da solidão que o atormenta desde que ele vive em Nova York. Ele é um advogado desempregado. Ela uma bailarina desajeitada. A cena do primeiro telefonema é ótima. Assim como a chegada dele na casa dela. O final é inesperado. A parte técnica estava caprichada, com cenário móvel, ótima iluminação, figurino dos anos 50 etc.
A peça está peregrinando por várias cidades até estrear em 12 de novembro no Rio de Janeiro, onde ficará por um bom tempo. Vale a pena conferir. Quem sabe eu adquiro o hábito de ver peças agora.
O AMOR CUSTA CARO (Intolerable Cruelty)
A minha vida anda meio bagunçada esses dias, mas ando querendo organizar. Tenho um monte de coisa pra contar (cinema, vídeo, teatro). E nem sabia por onde começar. Vamos pelo que está mais fresco na minha mente, então. Vi ontem O AMOR CUSTA CARO, dos irmãos Coen. Não é dos melhores filmes dos caras, como BARTON FINK (1991) ou FARGO (1996), mas é um bom filme. Muita gente falou que o filme não tem muito da esquisitice típica dos outros filmes da dupla, mas se aquele chefe do Clooney não for bizarro, eu não sei mais o que isso significa. Sem falar que os dois protagonistas, George Clooney e Catherine Zeta-Jones, não são o exemplo de pessoas normais. Clooney, principalmente, é cheio de tiques. A primeira cena dele, mostrando os dentes, é bem estranha também.
Por falar em começo do fime, como é legal aqueles créditos iniciais, cheio de cupidos, e ao som de "Suspicious Minds", cantada pelo Elvis. Os desenhos me fizeram lembrar dos encartes de Mellon Colie, dos Pumpkins, bem como do clipe de "Tonight, tonight".
Catherine Zeta-Jones está linda. Na hora que Clooney diz que nunca viu uma mulher tão linda na frente dele antes, a gente acredita. E como ela é cruel. Dá até pra fazer um questionamento sobre a atual situação homem-mulher nos dias de hoje. Parece que hoje em dia os homens estão mais românticos e as mulheres mais práticas e cínicas.
O problema do filme pra mim, está mais na solução final, mas isso não chega a estragar o filme. É um filme menor dos Coen, mas eu pelo menos gostei mais desse do que de Ó MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ (2000), que é um filme que eu não vi graça nenhuma. Por outro lado, eu já gostei bastante de O GRANDE LEBOWSKI (1998) e até agora não vi O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ (2001), que dizem ser um ótimo filme noir.
PS: Hoje acordei ouvindo Elvis. Rolou "Suspicious Minds", "In the Ghetto", "The Wonder of You", entre outras.
A minha vida anda meio bagunçada esses dias, mas ando querendo organizar. Tenho um monte de coisa pra contar (cinema, vídeo, teatro). E nem sabia por onde começar. Vamos pelo que está mais fresco na minha mente, então. Vi ontem O AMOR CUSTA CARO, dos irmãos Coen. Não é dos melhores filmes dos caras, como BARTON FINK (1991) ou FARGO (1996), mas é um bom filme. Muita gente falou que o filme não tem muito da esquisitice típica dos outros filmes da dupla, mas se aquele chefe do Clooney não for bizarro, eu não sei mais o que isso significa. Sem falar que os dois protagonistas, George Clooney e Catherine Zeta-Jones, não são o exemplo de pessoas normais. Clooney, principalmente, é cheio de tiques. A primeira cena dele, mostrando os dentes, é bem estranha também.
Por falar em começo do fime, como é legal aqueles créditos iniciais, cheio de cupidos, e ao som de "Suspicious Minds", cantada pelo Elvis. Os desenhos me fizeram lembrar dos encartes de Mellon Colie, dos Pumpkins, bem como do clipe de "Tonight, tonight".
Catherine Zeta-Jones está linda. Na hora que Clooney diz que nunca viu uma mulher tão linda na frente dele antes, a gente acredita. E como ela é cruel. Dá até pra fazer um questionamento sobre a atual situação homem-mulher nos dias de hoje. Parece que hoje em dia os homens estão mais românticos e as mulheres mais práticas e cínicas.
O problema do filme pra mim, está mais na solução final, mas isso não chega a estragar o filme. É um filme menor dos Coen, mas eu pelo menos gostei mais desse do que de Ó MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ (2000), que é um filme que eu não vi graça nenhuma. Por outro lado, eu já gostei bastante de O GRANDE LEBOWSKI (1998) e até agora não vi O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ (2001), que dizem ser um ótimo filme noir.
PS: Hoje acordei ouvindo Elvis. Rolou "Suspicious Minds", "In the Ghetto", "The Wonder of You", entre outras.
domingo, outubro 19, 2003
PECADOS DE GUERRA (Casualties of War)
Depois do bom bate-papo que rolou entre o Daniel the Walrus, o Leandro César e este que vos escreve lá nos comentários do filme VIOLAÇÃO DE CONDUTA, fiquei tão entusiasmado que tive de procurar imediamentamente a fita de PECADOS DE GUERRA (1989), um dos poucos filmes do DePalma que eu não tinha visto ainda. O próprio Reichenbach considerou este o seu DePalma preferido numa de suas colunas. Então, por que diabos eu não tinha visto ainda?
Eu tinha acabado de ver um filme nacional um pouco chato chamado FELICIDADE É...(que comento logo abaixo) e ao pôr o vhs do filme do DePalma logo em seguida é que eu percebi que não é qualquer um que sabe fazer cinema não. A primeira cena do filme, com Michael J. Fox, meio que dormindo num metrô, já impressiona. Olha que é uma cena simples, que não contribui tão fortemente para a trama. Mas as imagens que ele extrai de sua câmera já mostram o excelente filme que virá. Ao olhar para uma moça oriental, talvez vietnamita, J. Fox se lembra de sua traumática experiência na Guerra do Vietnã. A partir daí somos jogados no inferno da guerra que fez os americanos saírem com o rabo entre as pernas.
Os americanos no filme são apresentados, em sua maioria, como sujeitos estúpidos, que não têm consciência do que estão fazendo, nem de porque estão ali. O único cara consciente é o recruta interpretado por Michael J. Fox, que irá entrar em atrito com o sargento canalha vivido por Sean Penn. Este irá manter cativa para estuprar e violentar uma jovem vietnamita. O tema já tinha sido explorado superficialmente em PLATOON (1987), de Oliver Stone, mas, além de aprofundar o tema, DePalma faz um filme bem mais poderoso do que Stone fez em toda a sua trilogia do Vietnã.
Uma das melhores coisas do filme é a trilha sonora do grande Ennio Morricone, que contribui e muito para acentuar a força das imagens. A música de Morricone é tão boa que quando termina o filme a gente fica olhando hipnotizado para os créditos que vão aparecendo. Isso sempre acontece comigo quando eu vejo grandes filmes.
Acho que o meu top 10 de filmes do DePalma acaba de ser alterado.
*********************
FELICIDADE É...
Peguei esta fita na locadora apenas por causa de um nome: Jorge Furtado. Até então não tinha visto nenhum filme fraco de Furtado. Seja curta ou longa-metragem. Dos curtas, vi os ótimos ILHA DAS FLORES e O SANDUÍCHE. Dos longas, os excelentes HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES e O HOMEM QUE COPIAVA. Sem falar no filme feito pra televisão LUNA CALIENTE e na participação na mini-série A INVENÇÃO DO BRASIL. Tudo muito bom. Logo, não deve existir filme fraco do Furtado, certo? Errado. Seu curta "Estrada" que finaliza a coletânea de curtas FELICIDADE É...(1995) é fraquinho, fraquinho. Fala sobre a sorte na vida do casal Débora Bloch e Pedro Cardoso.
O curta mais interessante da fita é "Bolo", que traz o saudoso Jofre Soares que faz um velho amargo que fica na cozinha conversando e provocando sua esposa Vanda Lacerda, que por sua vez também alfineta o velho. O curta é todo dividido em capítulos, sendo que as cenas são todas curtíssimas. Um belo trabalho que mostra a melancolia da velhice. Dirigido por José Roberto Torero.
O segundo melhor curta, apesar de um pouco monótono é "Cruz". Isso por causa da interpretação de Paulo Autran. Dirigido por A. S. Cecílio Neto.
Completa a fita "Sonho", com Denise Fraga e Cassiano Ricardo. Esse é perturbador e incômodo, especialmente quando mostra o sonho bizarro de Denise. É um alívio quando termina.
Bem irregular essa coletânea, mas a idéia é boa. Afinal, de que outra forma uma pessoa que não freqüenta festivais de cinema brasileiro vai poder conferir curtas-metragens, já que estes não passam no cinema comercial e nem na televisão comercial? Bom, tem o programa Zoom da tv cultura, mas pouca gente tem interesse em assistir.
Depois do bom bate-papo que rolou entre o Daniel the Walrus, o Leandro César e este que vos escreve lá nos comentários do filme VIOLAÇÃO DE CONDUTA, fiquei tão entusiasmado que tive de procurar imediamentamente a fita de PECADOS DE GUERRA (1989), um dos poucos filmes do DePalma que eu não tinha visto ainda. O próprio Reichenbach considerou este o seu DePalma preferido numa de suas colunas. Então, por que diabos eu não tinha visto ainda?
Eu tinha acabado de ver um filme nacional um pouco chato chamado FELICIDADE É...(que comento logo abaixo) e ao pôr o vhs do filme do DePalma logo em seguida é que eu percebi que não é qualquer um que sabe fazer cinema não. A primeira cena do filme, com Michael J. Fox, meio que dormindo num metrô, já impressiona. Olha que é uma cena simples, que não contribui tão fortemente para a trama. Mas as imagens que ele extrai de sua câmera já mostram o excelente filme que virá. Ao olhar para uma moça oriental, talvez vietnamita, J. Fox se lembra de sua traumática experiência na Guerra do Vietnã. A partir daí somos jogados no inferno da guerra que fez os americanos saírem com o rabo entre as pernas.
Os americanos no filme são apresentados, em sua maioria, como sujeitos estúpidos, que não têm consciência do que estão fazendo, nem de porque estão ali. O único cara consciente é o recruta interpretado por Michael J. Fox, que irá entrar em atrito com o sargento canalha vivido por Sean Penn. Este irá manter cativa para estuprar e violentar uma jovem vietnamita. O tema já tinha sido explorado superficialmente em PLATOON (1987), de Oliver Stone, mas, além de aprofundar o tema, DePalma faz um filme bem mais poderoso do que Stone fez em toda a sua trilogia do Vietnã.
Uma das melhores coisas do filme é a trilha sonora do grande Ennio Morricone, que contribui e muito para acentuar a força das imagens. A música de Morricone é tão boa que quando termina o filme a gente fica olhando hipnotizado para os créditos que vão aparecendo. Isso sempre acontece comigo quando eu vejo grandes filmes.
Acho que o meu top 10 de filmes do DePalma acaba de ser alterado.
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FELICIDADE É...
Peguei esta fita na locadora apenas por causa de um nome: Jorge Furtado. Até então não tinha visto nenhum filme fraco de Furtado. Seja curta ou longa-metragem. Dos curtas, vi os ótimos ILHA DAS FLORES e O SANDUÍCHE. Dos longas, os excelentes HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES e O HOMEM QUE COPIAVA. Sem falar no filme feito pra televisão LUNA CALIENTE e na participação na mini-série A INVENÇÃO DO BRASIL. Tudo muito bom. Logo, não deve existir filme fraco do Furtado, certo? Errado. Seu curta "Estrada" que finaliza a coletânea de curtas FELICIDADE É...(1995) é fraquinho, fraquinho. Fala sobre a sorte na vida do casal Débora Bloch e Pedro Cardoso.
O curta mais interessante da fita é "Bolo", que traz o saudoso Jofre Soares que faz um velho amargo que fica na cozinha conversando e provocando sua esposa Vanda Lacerda, que por sua vez também alfineta o velho. O curta é todo dividido em capítulos, sendo que as cenas são todas curtíssimas. Um belo trabalho que mostra a melancolia da velhice. Dirigido por José Roberto Torero.
O segundo melhor curta, apesar de um pouco monótono é "Cruz". Isso por causa da interpretação de Paulo Autran. Dirigido por A. S. Cecílio Neto.
Completa a fita "Sonho", com Denise Fraga e Cassiano Ricardo. Esse é perturbador e incômodo, especialmente quando mostra o sonho bizarro de Denise. É um alívio quando termina.
Bem irregular essa coletânea, mas a idéia é boa. Afinal, de que outra forma uma pessoa que não freqüenta festivais de cinema brasileiro vai poder conferir curtas-metragens, já que estes não passam no cinema comercial e nem na televisão comercial? Bom, tem o programa Zoom da tv cultura, mas pouca gente tem interesse em assistir.
sexta-feira, outubro 17, 2003
VAN DAMME, SPIELBERG E ROB SCHNEIDER
Comento a seguir três filmes vistos recentemente, todos gravados da televisão.
RISCO MÁXIMO (Maximum Risk)
Esse filme de 1996 de Van Damme é mais uma das produções dirigidas por diretores de ação trazidos de Hong Kong. Ringo Lam talvez seja o menos expressivo dos três diretores que o belga trouxe para os EUA. Os outros dois - John Woo e Tsui Hark - são bem mais famosos e respeitados mundo afora. Mas, se por um lado, falta nesse filme de Lam aquela sofisticação de câmera que os outros dois esbanjam, melhora no quesito coesão de cenas e desenvolvimento da história. Pelo menos comparando com Tsui Hark, claro, que tem uns filmes que eu sinceramente não entendo porra nenhuma. Uma verdadeira zona. Exemplo clássico disso é o estiloso O TEMPO E A MARÉ, que ele dirigiu em Hong Kong. Ainda bem que eu não fui o único a me sentir burro vendo esse filme. Muita gente reclama da história difícil de entender. O filme mais famoso que ele fez para o Van Damme, IMPACTO FULMINANTE, é igualmente uma bagunça, apesar de ter cenas muito legais.
Ringo Lam já tem um cuidado maior nesse aspecto. E dá pra perceber isso vendo RISCO MÁXIMO. Mas sabe o que mais me chamou a atenção pra ver esse filme? Foi mesmo a Natasha Henstridge (foto), bonita no cartaz, bonita no filme. E é uma atriz que não tem frescuras: fez filme com o Van Damme, fez aquela porcaria aqui no Ceará chamada BELA DONNA, e trabalhou com o mago dos filmes de terror John Carpenter em FANTASMAS DE MARTE. Se bem que ela já tinha começado bem, desfilando nua no horror-sci-fi A EXPERIÊNCIA. Ela é uma graça. Gosto da cena em que ela está de lingerie. Hehehe.
Na história, Van Damme tem um irmão gêmeo (de novo?) que é assassinado. Ele só soube que tinha esse irmão depois que ele morreu. Ele vai então investigar a vida do irmão, que tem um monte de inimigos e negócios com gente barra-pesada. O resto é só aventura, pancadaria, a beleza de Natasha e cenas de perseguição de carro. Van Damme não economiza na violência, quebrando braços ou esfaqueando seus oponentes. É um filme que se não é uma obra-prima, cumpre o esperado de um filme do gênero. Na verdade, esse é um dos meus preferidos dos filmes do Van Damme.
O filme mais recente dele, lançado há pouco nas locadoras é HELL, que tem como título original THE SAVAGE. Coincidência o próximo filme que eu vou comentar agora se chamar SAVAGE.
SAVAGE - À BEIRA DA DIFAMAÇÃO (Savage / The Savage File / Watch Dog)
Filme raro dirigido pelo jovem Steven Spielberg pra televisão americana em 1973, SAVAGE conta a história de Paul Savage (Martin Landau), que é um âncora de um tele-jornal, ao mesmo tempo que também é repórter investigativo e é uma pessoa de influência na imprensa. O filme aqui e acolá tenta ser mais cinema do que tv, mas no geral, é só uma produção meia-boca. Vale mais pela curiosidade de ver um Spielberg raro - o filme não está disponível em vhs/dvd nem nos EUA. Decepciona um pouco, já que o espetacular ENCURRALADO (1971) foi feito um pouco antes deste e já no final dos anos 60, Spielberg dirigiu o sensacional episódio "Eyes" para a série de tv NIGHT GALLERY. Mas valeu conhecer. Gravado da TNT.
GIGOLÔ POR ACIDENTE (Deuce Bigalow: Male Gigolo)
Esse passou no SBT ontem. É de mal gosto como os filmes dos irmãos Wayans, mas que é engraçado é. Rob Schneider é bom comediante. Nunca tinha visto nada dele. E nem tenho o hábito de ver o Saturday Night Live. GIGOLÔ POR ACIDENTE (1999) conta a história de um limpador de aquários que fica cuidando da casa de um violento gigolô e acaba quebrando o valioso aquário do homem. Começa a trabalhar de michê para conseguir dinheiro pra pagar o prejuízo enquanto o cara viaja. O engraçado é que só vem mulher estranha pra ele. A parte mais engraçada é a cena da giganta. Ele sai com uma mulher enorme e o pessoal da rua fica gritando: "giganta!", "girafa"! O final é coerente com o começo do filme, com as soluções acontecendo muito rápido. É diversão rasteira, mas vale ver pra garantir a risada do dia.
Comento a seguir três filmes vistos recentemente, todos gravados da televisão.
RISCO MÁXIMO (Maximum Risk)
Esse filme de 1996 de Van Damme é mais uma das produções dirigidas por diretores de ação trazidos de Hong Kong. Ringo Lam talvez seja o menos expressivo dos três diretores que o belga trouxe para os EUA. Os outros dois - John Woo e Tsui Hark - são bem mais famosos e respeitados mundo afora. Mas, se por um lado, falta nesse filme de Lam aquela sofisticação de câmera que os outros dois esbanjam, melhora no quesito coesão de cenas e desenvolvimento da história. Pelo menos comparando com Tsui Hark, claro, que tem uns filmes que eu sinceramente não entendo porra nenhuma. Uma verdadeira zona. Exemplo clássico disso é o estiloso O TEMPO E A MARÉ, que ele dirigiu em Hong Kong. Ainda bem que eu não fui o único a me sentir burro vendo esse filme. Muita gente reclama da história difícil de entender. O filme mais famoso que ele fez para o Van Damme, IMPACTO FULMINANTE, é igualmente uma bagunça, apesar de ter cenas muito legais.
Ringo Lam já tem um cuidado maior nesse aspecto. E dá pra perceber isso vendo RISCO MÁXIMO. Mas sabe o que mais me chamou a atenção pra ver esse filme? Foi mesmo a Natasha Henstridge (foto), bonita no cartaz, bonita no filme. E é uma atriz que não tem frescuras: fez filme com o Van Damme, fez aquela porcaria aqui no Ceará chamada BELA DONNA, e trabalhou com o mago dos filmes de terror John Carpenter em FANTASMAS DE MARTE. Se bem que ela já tinha começado bem, desfilando nua no horror-sci-fi A EXPERIÊNCIA. Ela é uma graça. Gosto da cena em que ela está de lingerie. Hehehe.
Na história, Van Damme tem um irmão gêmeo (de novo?) que é assassinado. Ele só soube que tinha esse irmão depois que ele morreu. Ele vai então investigar a vida do irmão, que tem um monte de inimigos e negócios com gente barra-pesada. O resto é só aventura, pancadaria, a beleza de Natasha e cenas de perseguição de carro. Van Damme não economiza na violência, quebrando braços ou esfaqueando seus oponentes. É um filme que se não é uma obra-prima, cumpre o esperado de um filme do gênero. Na verdade, esse é um dos meus preferidos dos filmes do Van Damme.
O filme mais recente dele, lançado há pouco nas locadoras é HELL, que tem como título original THE SAVAGE. Coincidência o próximo filme que eu vou comentar agora se chamar SAVAGE.
SAVAGE - À BEIRA DA DIFAMAÇÃO (Savage / The Savage File / Watch Dog)
Filme raro dirigido pelo jovem Steven Spielberg pra televisão americana em 1973, SAVAGE conta a história de Paul Savage (Martin Landau), que é um âncora de um tele-jornal, ao mesmo tempo que também é repórter investigativo e é uma pessoa de influência na imprensa. O filme aqui e acolá tenta ser mais cinema do que tv, mas no geral, é só uma produção meia-boca. Vale mais pela curiosidade de ver um Spielberg raro - o filme não está disponível em vhs/dvd nem nos EUA. Decepciona um pouco, já que o espetacular ENCURRALADO (1971) foi feito um pouco antes deste e já no final dos anos 60, Spielberg dirigiu o sensacional episódio "Eyes" para a série de tv NIGHT GALLERY. Mas valeu conhecer. Gravado da TNT.
GIGOLÔ POR ACIDENTE (Deuce Bigalow: Male Gigolo)
Esse passou no SBT ontem. É de mal gosto como os filmes dos irmãos Wayans, mas que é engraçado é. Rob Schneider é bom comediante. Nunca tinha visto nada dele. E nem tenho o hábito de ver o Saturday Night Live. GIGOLÔ POR ACIDENTE (1999) conta a história de um limpador de aquários que fica cuidando da casa de um violento gigolô e acaba quebrando o valioso aquário do homem. Começa a trabalhar de michê para conseguir dinheiro pra pagar o prejuízo enquanto o cara viaja. O engraçado é que só vem mulher estranha pra ele. A parte mais engraçada é a cena da giganta. Ele sai com uma mulher enorme e o pessoal da rua fica gritando: "giganta!", "girafa"! O final é coerente com o começo do filme, com as soluções acontecendo muito rápido. É diversão rasteira, mas vale ver pra garantir a risada do dia.
terça-feira, outubro 14, 2003
LUNA CALIENTE
Sexta-feira a Globo exibiu LUNA CALIENTE, de Jorge Furtado, naquele festival de filmes brasileiros. Na verdade, LUNA CALIENTE, apesar de ter sido realizado em película (linda fotografia!), já tinha passado na Globo em formato de mini-série. Mas na época que passou, eu não vi. Uma pena porque eu devo ter perdido alguma coisa com os cortes para a edição em longa, que nem é tão longo assim. Por isso, tenho dúvidas se realmente houve cortes. De qualquer maneira, a trama ficou bem redonda no formato longa-metragem.
A melhor coisa do filme é mesmo a beleza estupenda da sensualíssima Ana Paula Tabalipa. Onde foi que acharam essa moça, hein? Ela confere veracidade à personagem por causa da sua beleza hipnotizante.
A história de LUNA CALIENTE tem elementos de suspense à Hitchcock, coisa que Jorge Furtado também exploraria com sucesso no maravilhoso O HOMEM QUE COPIAVA. O sobrenatural também está presente sutilmente na trama, seja pela lua enorme e enfeitiçadora, seja pela performance vampiresca de Elisa, a personagem de Ana Paula Tabalipa.
Não dá pra contar a trama, que é cheia de surpresas e reviravoltas, mas começa mais ou menos assim: Paulo Betti é um exilado político que volta pra sua cidade natal no Rio Grande do Sul, pede emprestado o carro do amigo (Chico Diaz) e vai visitar um velho amigo de seu pai (Tonico Pereira). O que ele não sabia era que a filha do velho estava tão linda e tão cheia de sex appeal. O apelo erótico é tão forte que ele não resiste e entra no quarto da moça à noite. A cena da menina gemendo enquanto ele a acaricia com um puta tesão é das cenas mais sensuais e belas que eu já vi. Quase tão boa quanto as cenas de LUCIA E O SEXO, pra citar um exemplo de primeira qualidade.
Hitchcock parece ser a grande influência mesmo para o filme de Furtado. (Ele assina o roteiro junto com Carlos Gerbase e Giba Assis.) Assim como a gente é cúmplice dos crimes dos personagens principais de filmes como PSICOSE ou MARNIE, em LUNA CALIENTE, estamos junto com o personagem de Paulo Betti nessa tragédia de erros.
Uma pena a Globo não ter lançado esse filme nos cinemas. Na época (1999), a emissora não tinha coragem de produzir e distribuir filmes que não fossem do Renato Aragão ou da Xuxa. Mesmo assim, na telinha o filme não perde a força não.
E alguém tem notícias da Ana Paula? A do filme, eu quero dizer.
PS: Viram as fotos que eu coloquei a partir dos links com o nome da moça? Se gostaram, visitem o álbum de fotografias.
Sexta-feira a Globo exibiu LUNA CALIENTE, de Jorge Furtado, naquele festival de filmes brasileiros. Na verdade, LUNA CALIENTE, apesar de ter sido realizado em película (linda fotografia!), já tinha passado na Globo em formato de mini-série. Mas na época que passou, eu não vi. Uma pena porque eu devo ter perdido alguma coisa com os cortes para a edição em longa, que nem é tão longo assim. Por isso, tenho dúvidas se realmente houve cortes. De qualquer maneira, a trama ficou bem redonda no formato longa-metragem.
A melhor coisa do filme é mesmo a beleza estupenda da sensualíssima Ana Paula Tabalipa. Onde foi que acharam essa moça, hein? Ela confere veracidade à personagem por causa da sua beleza hipnotizante.
A história de LUNA CALIENTE tem elementos de suspense à Hitchcock, coisa que Jorge Furtado também exploraria com sucesso no maravilhoso O HOMEM QUE COPIAVA. O sobrenatural também está presente sutilmente na trama, seja pela lua enorme e enfeitiçadora, seja pela performance vampiresca de Elisa, a personagem de Ana Paula Tabalipa.
Não dá pra contar a trama, que é cheia de surpresas e reviravoltas, mas começa mais ou menos assim: Paulo Betti é um exilado político que volta pra sua cidade natal no Rio Grande do Sul, pede emprestado o carro do amigo (Chico Diaz) e vai visitar um velho amigo de seu pai (Tonico Pereira). O que ele não sabia era que a filha do velho estava tão linda e tão cheia de sex appeal. O apelo erótico é tão forte que ele não resiste e entra no quarto da moça à noite. A cena da menina gemendo enquanto ele a acaricia com um puta tesão é das cenas mais sensuais e belas que eu já vi. Quase tão boa quanto as cenas de LUCIA E O SEXO, pra citar um exemplo de primeira qualidade.
Hitchcock parece ser a grande influência mesmo para o filme de Furtado. (Ele assina o roteiro junto com Carlos Gerbase e Giba Assis.) Assim como a gente é cúmplice dos crimes dos personagens principais de filmes como PSICOSE ou MARNIE, em LUNA CALIENTE, estamos junto com o personagem de Paulo Betti nessa tragédia de erros.
Uma pena a Globo não ter lançado esse filme nos cinemas. Na época (1999), a emissora não tinha coragem de produzir e distribuir filmes que não fossem do Renato Aragão ou da Xuxa. Mesmo assim, na telinha o filme não perde a força não.
E alguém tem notícias da Ana Paula? A do filme, eu quero dizer.
PS: Viram as fotos que eu coloquei a partir dos links com o nome da moça? Se gostaram, visitem o álbum de fotografias.
segunda-feira, outubro 13, 2003
LUSTIG, SOAVI E MATTEI
Nesse fim de semana fui garimpar numa locadora recém-descoberta, ali pertinho do North Shopping. Na semana anterior tinha entrado lá e encontrado coisas que eu queria ver há tempos e não encontrava nas outras locadoras. O que eu vou comentar agora faz parte da primeira safra que eu trago de lá. Dessa vez optei por levar três obras mais underground, optando pelos gêneros horror/giallo/exploitation, que tem me agradado bastante. E o que é melhor: tudo dentro do esquema 3 fitas por 2 pila.
MANIAC
Esse filme do William Lustig, de 1980, é muito bom, hein. Mas eu curti mais nas partes que o filme mostra o ponto de vista das vítimas. O filme fica aterrorizante nessas partes. Quando o filme se detém no ponto de vista do maníaco, ele adquire outros tons, fica mais perturbador. O final é chocante e surpreendente. O filme supera e muito os outros slashers mais famosos feitos anteriormente - HALLOWEEN e SEXTA-FEIRA 13. Muitas cenas podem ser destacadas, mas uma que eu particularmente gostei bastante é a cena em o maníaco atira na cabeça de um motorista e é pedaço de cérebro, osso e sangue pra todo lado. A cena da perseguição no metrô é a mais tensa. Quase tive cãimbras nessa hora. Os efeitos gore ficaram por conta do mestre Tom Savini, o que garante uma qualidade espetacular. Estou com um outro filme do Lustig pra ver em casa gravado da Record. Agora fiquei com mais vontade de conferir.
O PÁSSARO SANGRENTO ( Deliria / Stage Fright)
Depois que eu vi PELO AMOR E PELA MORTE (1994), Michele Soavi ganhou status de cineasta cult pra mim. Essa obra-prima que consegue ser um filme de zumbi e ao mesmo tempo uma obra poética e filosófica me conquistou de verdade. Mesmo sabendo que nunca vou ver outro filme tão bom dirigido por ele, não custa nada conferir as outras obras. Se A CATEDRAL (1989) não fez muito a minha cabeça, O PÁSSARO SANGRENTO (1987) é filmão. Nessa produção, Soavi assina Michael Soavi e o filme é falado em inglês. Interessante como os filmes italianos que se aventuram por gêneros como western e terror parecem se passar em outro mundo. O PÁSSARO SANGRENTO mostra um grupo de pessoas presas dentro de um teatro com um maníaco à solta. A trama é simplista, mas o filme é agradável de se ver e o suspense nunca cai. A violência não é tão gráfica quanto nos filmes de Lucio Fulci, mas tem gore sim. Vendo a capinha do DVD americano fico imaginando o prazer que deve ser ver esse filme no formato digital.
ESCRAVAS DA CORRUPÇÃO (Violenza in un carcere feminile / Violence in a Women's Prison)
Pra não dizer que só aluguei coisa boa, tinha que colocar uma porcaria junto. Mas é uma porcaria célebre. Hehehe. Bruno Mattei, o diretor dessa coisa, é conhecido como o Ed Wood da Itália. É picareta de mão cheia. Aluguei mais por curiosidade mesmo. ESCRAVAS DA CORRUPÇÃO (1982) mostra mais uma aventura da Emanuelle Negra, Laura Gemser. Dizem que bons mesmo são os filmes que ela fez com o Joe D' Amato: EMANUELLE IN AMERICA (1977), EMANUELLE E GLI ULTIMI CANNIBALI (1977) e CALIGOLA: LA STORIA MAI RACCONTADA (1981). Na história desse filme, a jornalista Emanuelle se infiltra num presídio para fazer uma reportagem sobre os maus tratos a que são submetidas as detendas. Com essa história, o filme ganha pretexto pra mostrar cenas de lesbianismo, nudez e tortura. No ano seguinte, Laura Gemser fez outro filme WIP com o mesmo diretor. Isso é que é gostar de prisão e filme ruim. Hehehe.
Nesse fim de semana fui garimpar numa locadora recém-descoberta, ali pertinho do North Shopping. Na semana anterior tinha entrado lá e encontrado coisas que eu queria ver há tempos e não encontrava nas outras locadoras. O que eu vou comentar agora faz parte da primeira safra que eu trago de lá. Dessa vez optei por levar três obras mais underground, optando pelos gêneros horror/giallo/exploitation, que tem me agradado bastante. E o que é melhor: tudo dentro do esquema 3 fitas por 2 pila.
MANIAC
Esse filme do William Lustig, de 1980, é muito bom, hein. Mas eu curti mais nas partes que o filme mostra o ponto de vista das vítimas. O filme fica aterrorizante nessas partes. Quando o filme se detém no ponto de vista do maníaco, ele adquire outros tons, fica mais perturbador. O final é chocante e surpreendente. O filme supera e muito os outros slashers mais famosos feitos anteriormente - HALLOWEEN e SEXTA-FEIRA 13. Muitas cenas podem ser destacadas, mas uma que eu particularmente gostei bastante é a cena em o maníaco atira na cabeça de um motorista e é pedaço de cérebro, osso e sangue pra todo lado. A cena da perseguição no metrô é a mais tensa. Quase tive cãimbras nessa hora. Os efeitos gore ficaram por conta do mestre Tom Savini, o que garante uma qualidade espetacular. Estou com um outro filme do Lustig pra ver em casa gravado da Record. Agora fiquei com mais vontade de conferir.
O PÁSSARO SANGRENTO ( Deliria / Stage Fright)
Depois que eu vi PELO AMOR E PELA MORTE (1994), Michele Soavi ganhou status de cineasta cult pra mim. Essa obra-prima que consegue ser um filme de zumbi e ao mesmo tempo uma obra poética e filosófica me conquistou de verdade. Mesmo sabendo que nunca vou ver outro filme tão bom dirigido por ele, não custa nada conferir as outras obras. Se A CATEDRAL (1989) não fez muito a minha cabeça, O PÁSSARO SANGRENTO (1987) é filmão. Nessa produção, Soavi assina Michael Soavi e o filme é falado em inglês. Interessante como os filmes italianos que se aventuram por gêneros como western e terror parecem se passar em outro mundo. O PÁSSARO SANGRENTO mostra um grupo de pessoas presas dentro de um teatro com um maníaco à solta. A trama é simplista, mas o filme é agradável de se ver e o suspense nunca cai. A violência não é tão gráfica quanto nos filmes de Lucio Fulci, mas tem gore sim. Vendo a capinha do DVD americano fico imaginando o prazer que deve ser ver esse filme no formato digital.
ESCRAVAS DA CORRUPÇÃO (Violenza in un carcere feminile / Violence in a Women's Prison)
Pra não dizer que só aluguei coisa boa, tinha que colocar uma porcaria junto. Mas é uma porcaria célebre. Hehehe. Bruno Mattei, o diretor dessa coisa, é conhecido como o Ed Wood da Itália. É picareta de mão cheia. Aluguei mais por curiosidade mesmo. ESCRAVAS DA CORRUPÇÃO (1982) mostra mais uma aventura da Emanuelle Negra, Laura Gemser. Dizem que bons mesmo são os filmes que ela fez com o Joe D' Amato: EMANUELLE IN AMERICA (1977), EMANUELLE E GLI ULTIMI CANNIBALI (1977) e CALIGOLA: LA STORIA MAI RACCONTADA (1981). Na história desse filme, a jornalista Emanuelle se infiltra num presídio para fazer uma reportagem sobre os maus tratos a que são submetidas as detendas. Com essa história, o filme ganha pretexto pra mostrar cenas de lesbianismo, nudez e tortura. No ano seguinte, Laura Gemser fez outro filme WIP com o mesmo diretor. Isso é que é gostar de prisão e filme ruim. Hehehe.
domingo, outubro 12, 2003
VIOLAÇÃO DE CONDUTA (Basic)
Que tipo de filme é esse? O que significa afinal? Esse é o tipo de pergunta que vem à nossa mente ao sair da sessão de VIOLAÇÃO DE CONDUTA. Na verdade, nem é isso que vem à mente. O que vem mesmo é: que porra é essa? ou que diabo é isso?
Qual a lógica da história? O que era a tal seção 8? Por que usaram aquela fotografia horrorosa e escura? Sinceramente, ainda estou pra saber o que passava pelas cabeças do roteirista e do diretor John McTiernan quando fizeram esse filme.
Já até li na imprensa que esse filme é sobre o governo Bush. Em que parte? Por que? Ah, deve ser porque o filme todo é uma mentira. E o Bush e seu Governo também são pura mentira. Deve ser isso.
Na história (!?!), John Travolta é um ex-militar enviado numa missão extraordinária. Sua missão é interrogar dois soldados sobreviventes de um estranho incidente que aconteceu durante um treinamento de guerra numa floresta do Panamá. O líder do treinamento era o Sargento interpretado por Samuel L. Jackson. Apenas duas pessoas voltaram desse incidente. É através dos depoimentos dos soldados que o quebra-cabeças é montado.
Uma cena em especial pega a gente de surpresa. A cena envolve Giovanni Ribisi no hospital, mas não vou dizer o que acontece pra não estragar a surpresa de quem tá a fim de se aventurar por esse filme. Gostei das cenas na floresta, do clima de opressão causado pela tempestade, pelo som do helicóptero e pelo autoritarismo sádico de Jackson. Valeu também ver Jackson e Travolta no mesmo filme de novo.
Mas se alguém souber me explicar do que esse filme fala, não apenas no superficial, mas profundamente, por favor me avise. Por enquanto, esse filme não me convenceu não. Acho que estão tentando nos enganar e nos fazer de idiotas.
Que tipo de filme é esse? O que significa afinal? Esse é o tipo de pergunta que vem à nossa mente ao sair da sessão de VIOLAÇÃO DE CONDUTA. Na verdade, nem é isso que vem à mente. O que vem mesmo é: que porra é essa? ou que diabo é isso?
Qual a lógica da história? O que era a tal seção 8? Por que usaram aquela fotografia horrorosa e escura? Sinceramente, ainda estou pra saber o que passava pelas cabeças do roteirista e do diretor John McTiernan quando fizeram esse filme.
Já até li na imprensa que esse filme é sobre o governo Bush. Em que parte? Por que? Ah, deve ser porque o filme todo é uma mentira. E o Bush e seu Governo também são pura mentira. Deve ser isso.
Na história (!?!), John Travolta é um ex-militar enviado numa missão extraordinária. Sua missão é interrogar dois soldados sobreviventes de um estranho incidente que aconteceu durante um treinamento de guerra numa floresta do Panamá. O líder do treinamento era o Sargento interpretado por Samuel L. Jackson. Apenas duas pessoas voltaram desse incidente. É através dos depoimentos dos soldados que o quebra-cabeças é montado.
Uma cena em especial pega a gente de surpresa. A cena envolve Giovanni Ribisi no hospital, mas não vou dizer o que acontece pra não estragar a surpresa de quem tá a fim de se aventurar por esse filme. Gostei das cenas na floresta, do clima de opressão causado pela tempestade, pelo som do helicóptero e pelo autoritarismo sádico de Jackson. Valeu também ver Jackson e Travolta no mesmo filme de novo.
Mas se alguém souber me explicar do que esse filme fala, não apenas no superficial, mas profundamente, por favor me avise. Por enquanto, esse filme não me convenceu não. Acho que estão tentando nos enganar e nos fazer de idiotas.
VAMPIRE PRINCESS MIYU (Kyuketsu Miyu)
O primeiro DVD desse anime saiu nas bancas no ano passado. Agora está sendo relançado, mas com o preço pela metade (R$ 9,90). Comprei o primeiro pra ver se gostava.
VAMPIRE PRINCESS MIYU não é uma animação tão adulta, mas por outro lado contém coisas que não são bem infantis não. Afinal, o final de cada episódio sempre termina com uma certa amargura. Final feliz passa longe aqui.
O primeiro DVD contém 3 episódios:
- Em “Um simples desejo”, acontece uma onda de assassinatos numa escola e todas as vítimas aparecem com marcas no pescoço. Esse episódio não é tão interessante. O melhor vem a seguir.
- “Na próxima estação” foi, inclusive, censurado no Japão porque as cenas do maníaco que desaparecia com garotas no metrô coincidia com uma onda de crimes que também acontecia numa cidade de lá. Além do mais, o final é aterrorizante.
- “O chamado da floresta” envolve uma máscara que hipnotiza um jovem e o leva a agir desordenadamente.
Diferente de outros animes ou seriados, que contém vários personagens e um fio de história interligando todos os episódios, VAMPIRE PRINCESS MIYU contém apenas três personagens fixos e os episódios são independentes. Os personagens fixos são a vampiresa Miyu e seus dois estranhos amigos. A missão da menina, de 13 anos, é livrar do planeta os Shinmas, demônios de outras dimensões que perturbam as pessoas.
O DVD vem com alguns extras interessantes. Tem dois traillers, um clipe musical, um making of do trabalho de dublagem e mixagem da versão brasileira, informações a respeito da equipe técnica e um áudio de comentários bem original. Em vez de um áudio em todo o filme – o que me deixa às vezes com preguiça de ouvir ou ler – no disquinho, o áudio é falado por dois brasileiros que dão informações sobre a série e sobre o mundo dos otakus. Bem legal.
O primeiro DVD desse anime saiu nas bancas no ano passado. Agora está sendo relançado, mas com o preço pela metade (R$ 9,90). Comprei o primeiro pra ver se gostava.
VAMPIRE PRINCESS MIYU não é uma animação tão adulta, mas por outro lado contém coisas que não são bem infantis não. Afinal, o final de cada episódio sempre termina com uma certa amargura. Final feliz passa longe aqui.
O primeiro DVD contém 3 episódios:
- Em “Um simples desejo”, acontece uma onda de assassinatos numa escola e todas as vítimas aparecem com marcas no pescoço. Esse episódio não é tão interessante. O melhor vem a seguir.
- “Na próxima estação” foi, inclusive, censurado no Japão porque as cenas do maníaco que desaparecia com garotas no metrô coincidia com uma onda de crimes que também acontecia numa cidade de lá. Além do mais, o final é aterrorizante.
- “O chamado da floresta” envolve uma máscara que hipnotiza um jovem e o leva a agir desordenadamente.
Diferente de outros animes ou seriados, que contém vários personagens e um fio de história interligando todos os episódios, VAMPIRE PRINCESS MIYU contém apenas três personagens fixos e os episódios são independentes. Os personagens fixos são a vampiresa Miyu e seus dois estranhos amigos. A missão da menina, de 13 anos, é livrar do planeta os Shinmas, demônios de outras dimensões que perturbam as pessoas.
O DVD vem com alguns extras interessantes. Tem dois traillers, um clipe musical, um making of do trabalho de dublagem e mixagem da versão brasileira, informações a respeito da equipe técnica e um áudio de comentários bem original. Em vez de um áudio em todo o filme – o que me deixa às vezes com preguiça de ouvir ou ler – no disquinho, o áudio é falado por dois brasileiros que dão informações sobre a série e sobre o mundo dos otakus. Bem legal.
quinta-feira, outubro 09, 2003
WOODY ALLEN IN CONCERT (Wild Man Blues)
Pois é. Ando bem cheio de problemas ultimamente. Tem desde o cara que roubou as peças do meu computador antigo até os já tradicionais problemas monetários (uma dúvida me veio agora, monetários vem de money?). Aí tenho uns prazos pra cumprir e não estou conseguindo. Mas Deus tá vendo. Esquecendo um pouco o estresse, pra relaxar, vamos falar de coisa boa: Woody Allen.
Na terça-feira, passou na FOX o documentário de 1997 sobre Woody Allen e sua excursão pela Europa com sua banda de jazz. Pra mim, que sou fã do homem, foi um barato ver mais um pouquinho da intimidade dele. Ele não é tão exageradamente neurótico quanto o seu personagem Harry Block de DESCONTRUINDO HARRY, mas ele é neurótico sim. Numa certa cena, ele está fazendo uma entrevista coletiva e pede para que os jornalistas, depois da entrevista, não se levantem e esperem ele sair da sala, porque ele tem claustrofobia. Sem falar que ele se incomoda com tantos jornalistas, já que em Nova York ele leva uma vida de escritor. No mais, Allen é uma simpatia. O documentário me ajudou a gostar também da pessoa Woody Allen, e não apenas do cineasta.
Mas o que me deixou realmente de queixo caído foi Allen dizendo que Soon-Yi Previn, a atual esposa dele, nunca tinha visto ANNIE HALL!!!!!! Pode isso?? Acredito que agora (2003) ela já tenha visto. E engraçado que ela disse abertamente que achou INTERIORES um saco, que não agüentou ficar até o final do filme. Mas ela fez questão de dizer que era muito jovem quando viu o filme. E Allen, muito modestamente, diz que indica ANNIE HALL pra qualquer pessoa; que não indica nenhum de seus outros filmes. Que ela deveria ver o filme.
Ele também ficou admirado porque numa cidade da Itália (acho que era Roma) estava passando uma mostra de seus filmes e escolheram justamente os filmes que foram fracasso nos EUA - A OUTRA e INTERIORES, por exemplo.
Quanto à performance de Allen como músico, não é das melhores. Num show em Milão, ele quase não conseguiu extrair som do clarinete. Mas nos outros shows as coisas funcionaram melhor. Se ele não fosse Woody Allen, dificilmente juntaria uma multidão pra ir ver os shows.
O documentário foi feito em 1997, ano da obra-prima DESCONTRUINDO HARRY. Allen estava talvez no seu auge criativo. E Allen não parecia tão velho quanto parece hoje. Fiquei triste quando o vi em DIRIGINDO NO ESCURO. Mas é isso mesmo. A velhice chega pra todo mundo. E até pode ser considerada uma sorte.
Ah, ótimo o final, com Allen de volta à Nova York e conversando com seus pais. Sua mãe fala na maior que não gostou de ele estar casado com uma oriental, que gostaria que ele tivesse se casado com uma judia, que o povo judeu está morrendo, se misturando, que seria melhor que Allen tivesse escolhido outra profissão. Agora eu entendo porque ele fez um filme dedicado à velha sua mãe em CONTOS DE NOVA YORK, no segmento "Oedipus Wrecks". Ela merece. Hehehe
Pois é. Ando bem cheio de problemas ultimamente. Tem desde o cara que roubou as peças do meu computador antigo até os já tradicionais problemas monetários (uma dúvida me veio agora, monetários vem de money?). Aí tenho uns prazos pra cumprir e não estou conseguindo. Mas Deus tá vendo. Esquecendo um pouco o estresse, pra relaxar, vamos falar de coisa boa: Woody Allen.
Na terça-feira, passou na FOX o documentário de 1997 sobre Woody Allen e sua excursão pela Europa com sua banda de jazz. Pra mim, que sou fã do homem, foi um barato ver mais um pouquinho da intimidade dele. Ele não é tão exageradamente neurótico quanto o seu personagem Harry Block de DESCONTRUINDO HARRY, mas ele é neurótico sim. Numa certa cena, ele está fazendo uma entrevista coletiva e pede para que os jornalistas, depois da entrevista, não se levantem e esperem ele sair da sala, porque ele tem claustrofobia. Sem falar que ele se incomoda com tantos jornalistas, já que em Nova York ele leva uma vida de escritor. No mais, Allen é uma simpatia. O documentário me ajudou a gostar também da pessoa Woody Allen, e não apenas do cineasta.
Mas o que me deixou realmente de queixo caído foi Allen dizendo que Soon-Yi Previn, a atual esposa dele, nunca tinha visto ANNIE HALL!!!!!! Pode isso?? Acredito que agora (2003) ela já tenha visto. E engraçado que ela disse abertamente que achou INTERIORES um saco, que não agüentou ficar até o final do filme. Mas ela fez questão de dizer que era muito jovem quando viu o filme. E Allen, muito modestamente, diz que indica ANNIE HALL pra qualquer pessoa; que não indica nenhum de seus outros filmes. Que ela deveria ver o filme.
Ele também ficou admirado porque numa cidade da Itália (acho que era Roma) estava passando uma mostra de seus filmes e escolheram justamente os filmes que foram fracasso nos EUA - A OUTRA e INTERIORES, por exemplo.
Quanto à performance de Allen como músico, não é das melhores. Num show em Milão, ele quase não conseguiu extrair som do clarinete. Mas nos outros shows as coisas funcionaram melhor. Se ele não fosse Woody Allen, dificilmente juntaria uma multidão pra ir ver os shows.
O documentário foi feito em 1997, ano da obra-prima DESCONTRUINDO HARRY. Allen estava talvez no seu auge criativo. E Allen não parecia tão velho quanto parece hoje. Fiquei triste quando o vi em DIRIGINDO NO ESCURO. Mas é isso mesmo. A velhice chega pra todo mundo. E até pode ser considerada uma sorte.
Ah, ótimo o final, com Allen de volta à Nova York e conversando com seus pais. Sua mãe fala na maior que não gostou de ele estar casado com uma oriental, que gostaria que ele tivesse se casado com uma judia, que o povo judeu está morrendo, se misturando, que seria melhor que Allen tivesse escolhido outra profissão. Agora eu entendo porque ele fez um filme dedicado à velha sua mãe em CONTOS DE NOVA YORK, no segmento "Oedipus Wrecks". Ela merece. Hehehe
segunda-feira, outubro 06, 2003
UMA SAÍDA DE MESTRE (The Italian Job)
Esse final de semana foi um dos melhores que eu tive no ano. Não aconteceu nada de realmente importante mas eu estava em paz, esqueci meus problemas, estava feliz comigo mesmo e ainda vi dois filmaços. O primeiro foi IDENTIDADE, que eu já comentei aqui. O segundo foi UMA SAÍDA DE MESTRE, talvez o melhor filme de ação do ano e um exemplo de como pegar uma história banal e batida e fazer um trabalho de respeito.
O diretor F. Gary Gray tem sido aplaudido por muita gente boa como um dos melhores diretores de ação da nova geração. Infelizmente não vi O VINGADOR, que saiu de cartaz há pouco tempo, nem nenhum outro filme dele, mas ainda tem as locadoras para se conferir os filmes anteriores do rapaz.
UMA SAÍDA DE MESTRE é um remake de um filme de 1969 que tinha o Michael Caine como protagonista. Dizem que o filme original é muito bom, mas quer saber? Duvido que seja melhor que este.
O filme de Gray tem um elenco bem legal - Mark Whalberg, a linda e maravilhosa Charlize Theron, Donald Sutherland, Jason Stathan, Edward Norton, Seth Green e Mos Def. E o que é melhor, o entrosamento dos atores/personagens no filme é de tirar o chapéu. A trilha sonora é de dar gosto, a fotografia cristalina é ótima, as seqüencias que linkam as cenas são bem criativas. Do começo ao fim eu fiquei satisfeito com o filme, que também é engraçado às vezes. Principalmente por causa dos personagens de Seth Green e Mos Def.
Edward Norton, se não tem o melhor papel da carreira, parece estar se divertindo muito na pele do vilão, o cara que trai os companheiros depois de um roubo ousado em Veneza. Aliás, a seqüência da perseguição nas águas de Veneza ficou ótima também. Só o que me incomoda às vezes nesse tipo de filme é aquela coisa de os mocinhos - que no filme também são ladrões hehehe - conseguirem tudo graças a um expert em computação. Mas dessa vez eu dei um desconto, já que nesse caso a gente estaria falando da história, que nem é tão boa. Mas o filme é.
Esse final de semana foi um dos melhores que eu tive no ano. Não aconteceu nada de realmente importante mas eu estava em paz, esqueci meus problemas, estava feliz comigo mesmo e ainda vi dois filmaços. O primeiro foi IDENTIDADE, que eu já comentei aqui. O segundo foi UMA SAÍDA DE MESTRE, talvez o melhor filme de ação do ano e um exemplo de como pegar uma história banal e batida e fazer um trabalho de respeito.
O diretor F. Gary Gray tem sido aplaudido por muita gente boa como um dos melhores diretores de ação da nova geração. Infelizmente não vi O VINGADOR, que saiu de cartaz há pouco tempo, nem nenhum outro filme dele, mas ainda tem as locadoras para se conferir os filmes anteriores do rapaz.
UMA SAÍDA DE MESTRE é um remake de um filme de 1969 que tinha o Michael Caine como protagonista. Dizem que o filme original é muito bom, mas quer saber? Duvido que seja melhor que este.
O filme de Gray tem um elenco bem legal - Mark Whalberg, a linda e maravilhosa Charlize Theron, Donald Sutherland, Jason Stathan, Edward Norton, Seth Green e Mos Def. E o que é melhor, o entrosamento dos atores/personagens no filme é de tirar o chapéu. A trilha sonora é de dar gosto, a fotografia cristalina é ótima, as seqüencias que linkam as cenas são bem criativas. Do começo ao fim eu fiquei satisfeito com o filme, que também é engraçado às vezes. Principalmente por causa dos personagens de Seth Green e Mos Def.
Edward Norton, se não tem o melhor papel da carreira, parece estar se divertindo muito na pele do vilão, o cara que trai os companheiros depois de um roubo ousado em Veneza. Aliás, a seqüência da perseguição nas águas de Veneza ficou ótima também. Só o que me incomoda às vezes nesse tipo de filme é aquela coisa de os mocinhos - que no filme também são ladrões hehehe - conseguirem tudo graças a um expert em computação. Mas dessa vez eu dei um desconto, já que nesse caso a gente estaria falando da história, que nem é tão boa. Mas o filme é.
sábado, outubro 04, 2003
IDENTIDADE (Identity)
Finalmente, depois de duas tentativas frustradas, consegui assitir IDENTIDADE, o brilhante thriller de James Mangold. Quando digo brilhante é porque eu fiquei realmente maravilhado com a inventividade do enredo, com a atmosfera de suspense, que não cai até o final, e com aqueles flashbacks super-criativos. Pra começar eu adoro filme que mostra chuva. Hehehe. Sério. Tem um filme com o Morgan Freeman chamado TEMPESTADE, em que chove o filme inteiro. O filme foi massacrado pela crítica, mas eu gostei pra caramba. Eu me sinto bem. Adoro a chuva. E nesse filme, a chuva só falta não terminar.
Na história dez pessoas ficam presas num motel de beira de estrada, graças a uma forte chuva que cai impiedosamente (isso lembra PSICOSE, né?) e também por causa de um acidente de carro. A cena do acidente, inclusive, é dessas de fazer a gente pular da cadeira. No elenco, os ótimos John Cusack e Ray Liotta e a sexy Amanda Peet (sou doido por essa menina). Em questão de minutos, cada uma das pessoas vão sendo assassinadas misteriosamente.
IDENTIDADE é desses filmes que surpreende sempre. E a grande surpresa no final só atesta o seu valor. É o tipo do filme que não dá pra falar muito pra não estragar a surpresa de quem vai ver. Quanto menos você souber sobre o filme, mais irá curtir.
James Mangold é um diretor competente que fez coisas boas como o policial COPLAND (1997), o drama GAROTA, INTERROMPIDA (1999), e o romance de viagens no tempo KATE & LEOPOLD (2001). IDENTIDADE é o seu melhor filme. Quer dizer, a não ser que HEAVY (1995) - que eu não vi - seja muuuito bom.
Finalmente, depois de duas tentativas frustradas, consegui assitir IDENTIDADE, o brilhante thriller de James Mangold. Quando digo brilhante é porque eu fiquei realmente maravilhado com a inventividade do enredo, com a atmosfera de suspense, que não cai até o final, e com aqueles flashbacks super-criativos. Pra começar eu adoro filme que mostra chuva. Hehehe. Sério. Tem um filme com o Morgan Freeman chamado TEMPESTADE, em que chove o filme inteiro. O filme foi massacrado pela crítica, mas eu gostei pra caramba. Eu me sinto bem. Adoro a chuva. E nesse filme, a chuva só falta não terminar.
Na história dez pessoas ficam presas num motel de beira de estrada, graças a uma forte chuva que cai impiedosamente (isso lembra PSICOSE, né?) e também por causa de um acidente de carro. A cena do acidente, inclusive, é dessas de fazer a gente pular da cadeira. No elenco, os ótimos John Cusack e Ray Liotta e a sexy Amanda Peet (sou doido por essa menina). Em questão de minutos, cada uma das pessoas vão sendo assassinadas misteriosamente.
IDENTIDADE é desses filmes que surpreende sempre. E a grande surpresa no final só atesta o seu valor. É o tipo do filme que não dá pra falar muito pra não estragar a surpresa de quem vai ver. Quanto menos você souber sobre o filme, mais irá curtir.
James Mangold é um diretor competente que fez coisas boas como o policial COPLAND (1997), o drama GAROTA, INTERROMPIDA (1999), e o romance de viagens no tempo KATE & LEOPOLD (2001). IDENTIDADE é o seu melhor filme. Quer dizer, a não ser que HEAVY (1995) - que eu não vi - seja muuuito bom.
sexta-feira, outubro 03, 2003
ABAIXO O AMOR (Down with Love)
Ontem o plano era sair do trabalho - apesar de não estar me sentindo 100% por causa da gripe - e ir ver IDENTIDADE no Iguatemi. Chamei o Santiago pra ir também, ele topou, e pegamos o ônibus. O problema foi o tráfego, que estava devagar-quase-parando na Av. Santos Dumont e acabamos ficando no meio do caminho mesmo. No Shopping Del Paseo estava passando ABAIXO O AMOR e foi esse mesmo que a gente viu.
Assim que o filme estreou, eu meio que descartei esse filme da lista de assistíveis. Mas depois eu vi muita gente boa falando bem e vi que não custava nada conferir. A minha cisma era mesmo a Renée Zellweger. Eu não vou muito com a cara dela e tinha odiado CHICAGO. Até achava que ABAIXO O AMOR era um musical também. Mas não é.
O filme faz parte da lista de produções que tentam captar o espírito de produções antigas (anos 50 e 60) de que fazem parte PRENDA-ME SE FOR CAPAZ, de Steven Spielberg, e LONGE DO PARAÍSO, de Todd Haynes. Só que este nem é um filme de jogo de gato e rato, nem um melodrama sirkiano. É uma comédia romântica do estilo das que a Doris Day fazia na década de 60.
É um filme que tem mais valor pela forma do que pelo conteúdo. E ao dizer isso eu não estou desmerecendo a obra não. O que dá prazer mesmo vendo esse filme são os pequenos detalhes: o começo do filme dizendo se tratar de uma produção em CinemaScope, o recurso da tela dividida, o uso de fundos previamente filmados nas cenas dentro dos carros, a lua artificial e as duas impagáveis cenas envolvendo telefonemas entre Renée e Ewan McGregor (a segunda com certeza seria censurada num autêntico filme da época).
A história é legal mas depois de uma hora cansa um pouco. Ainda bem que o filme é curtinho, mas podia ter uns dez minutos a menos. Aí ficaria redondinho. De qualquer maneira, comparando com LONGE DO PARAÍSO, até que esse filme ficou bem menos artificial nessa tentativa de fazer de conta que estamos nos anos 60. Uma bela surpresa.
Ontem o plano era sair do trabalho - apesar de não estar me sentindo 100% por causa da gripe - e ir ver IDENTIDADE no Iguatemi. Chamei o Santiago pra ir também, ele topou, e pegamos o ônibus. O problema foi o tráfego, que estava devagar-quase-parando na Av. Santos Dumont e acabamos ficando no meio do caminho mesmo. No Shopping Del Paseo estava passando ABAIXO O AMOR e foi esse mesmo que a gente viu.
Assim que o filme estreou, eu meio que descartei esse filme da lista de assistíveis. Mas depois eu vi muita gente boa falando bem e vi que não custava nada conferir. A minha cisma era mesmo a Renée Zellweger. Eu não vou muito com a cara dela e tinha odiado CHICAGO. Até achava que ABAIXO O AMOR era um musical também. Mas não é.
O filme faz parte da lista de produções que tentam captar o espírito de produções antigas (anos 50 e 60) de que fazem parte PRENDA-ME SE FOR CAPAZ, de Steven Spielberg, e LONGE DO PARAÍSO, de Todd Haynes. Só que este nem é um filme de jogo de gato e rato, nem um melodrama sirkiano. É uma comédia romântica do estilo das que a Doris Day fazia na década de 60.
É um filme que tem mais valor pela forma do que pelo conteúdo. E ao dizer isso eu não estou desmerecendo a obra não. O que dá prazer mesmo vendo esse filme são os pequenos detalhes: o começo do filme dizendo se tratar de uma produção em CinemaScope, o recurso da tela dividida, o uso de fundos previamente filmados nas cenas dentro dos carros, a lua artificial e as duas impagáveis cenas envolvendo telefonemas entre Renée e Ewan McGregor (a segunda com certeza seria censurada num autêntico filme da época).
A história é legal mas depois de uma hora cansa um pouco. Ainda bem que o filme é curtinho, mas podia ter uns dez minutos a menos. Aí ficaria redondinho. De qualquer maneira, comparando com LONGE DO PARAÍSO, até que esse filme ficou bem menos artificial nessa tentativa de fazer de conta que estamos nos anos 60. Uma bela surpresa.
quinta-feira, outubro 02, 2003
PETER BOGDANOVICH EM DOIS FILMES
Recentemente vi dois filmes de Bogdanovich. Um deles inclusive é bem popular e conhecido e até está no top 10 da Fer. Trata-se de ESSA PEQUENA É UMA PARADA (1972). O outro filme é LUA DE PAPEL (1973). São dois bons filmes que garantem diversão de qualidade para o espectador, mas nenhum deles chegou a me conquistar. Do Bogdanovich ainda prefiro NA MIRA DA MORTE (1968). Com esse filme, o cineasta tinha tudo pra ser um dos grandes da sua geração, ao lado de Scorsese, DePalma e Coppola. Mas com o tempo ele foi ficando cada vez mais apagado. Além do respeito conquistado pelos seus primeiros filmes, Bogdanovich tem no currículo uma série de entrevistas preciosas com grandes diretores de cinema. Ele é um grande estudioso do cinema. Mas como eu não sou nenhum especialista na vida do cara, vamos direto para as impressões que eu tive vendo esses dois filmes.
ESSA PEQUENA É UMA PARADA (What's Up, Doc?)
Refilmagem de LEVADA DA BRECA (1938), de Howard Hawks, esse filme é bem maluquinho. Às vezes até parece desenho animado, principalmente naquela cena final da perseguição de carros. Engraçado como os títulos brasileiros de ambos os filmes (o do Hawks e o do Bogdanovich) trazem gírias de suas épocas. Hoje em dia ninguém dia mais que a menina é "uma parada". Dizia-se isso nos tempos da Jovem Guarda. Hehehe. O filme mostra uma mulher atraente (é a Barbra Streisand, acredite) que transforma a vida de um sujeito (Ryan O'Neal) num inferno.
O que mais? Ah, deixa pra lá. Eu odeio não ter muito o que dizer de um filme. Mas quero deixar claro que eu gostei bastante. Ótima diversão.
LUA DE PAPEL (Paper Moon)
Esse filme também traz Ryan O'Neal. Dessa vez ele é um trambiqueiro nos EUA da Lei Seca que vive de aplicar golpes nas pessoas. Ele conhece uma garotinha de nove anos e ensina a menina a sobreviver através dessas enroladas. A garotinha, Tatum O' Neal, filha de Ryan, ganhou o Oscar pelo papel. Eu fiquei meio decepcionado com esse filme. Achei que iria ter um final desses de chorar e tal, mas achei meio sem graça. Depois desse filme, começou a decadência do diretor.
Sabe que eu gosto do ator dos dois filmes, o Ryan O'Neal?? O cara é o próprio BARRY LYNDON (1975) na obra-prima do Kubrick e é também protagonista de LOVE STORY (1970). Dois filmes que eu tenho especial carinho.
Recentemente vi dois filmes de Bogdanovich. Um deles inclusive é bem popular e conhecido e até está no top 10 da Fer. Trata-se de ESSA PEQUENA É UMA PARADA (1972). O outro filme é LUA DE PAPEL (1973). São dois bons filmes que garantem diversão de qualidade para o espectador, mas nenhum deles chegou a me conquistar. Do Bogdanovich ainda prefiro NA MIRA DA MORTE (1968). Com esse filme, o cineasta tinha tudo pra ser um dos grandes da sua geração, ao lado de Scorsese, DePalma e Coppola. Mas com o tempo ele foi ficando cada vez mais apagado. Além do respeito conquistado pelos seus primeiros filmes, Bogdanovich tem no currículo uma série de entrevistas preciosas com grandes diretores de cinema. Ele é um grande estudioso do cinema. Mas como eu não sou nenhum especialista na vida do cara, vamos direto para as impressões que eu tive vendo esses dois filmes.
ESSA PEQUENA É UMA PARADA (What's Up, Doc?)
Refilmagem de LEVADA DA BRECA (1938), de Howard Hawks, esse filme é bem maluquinho. Às vezes até parece desenho animado, principalmente naquela cena final da perseguição de carros. Engraçado como os títulos brasileiros de ambos os filmes (o do Hawks e o do Bogdanovich) trazem gírias de suas épocas. Hoje em dia ninguém dia mais que a menina é "uma parada". Dizia-se isso nos tempos da Jovem Guarda. Hehehe. O filme mostra uma mulher atraente (é a Barbra Streisand, acredite) que transforma a vida de um sujeito (Ryan O'Neal) num inferno.
O que mais? Ah, deixa pra lá. Eu odeio não ter muito o que dizer de um filme. Mas quero deixar claro que eu gostei bastante. Ótima diversão.
LUA DE PAPEL (Paper Moon)
Esse filme também traz Ryan O'Neal. Dessa vez ele é um trambiqueiro nos EUA da Lei Seca que vive de aplicar golpes nas pessoas. Ele conhece uma garotinha de nove anos e ensina a menina a sobreviver através dessas enroladas. A garotinha, Tatum O' Neal, filha de Ryan, ganhou o Oscar pelo papel. Eu fiquei meio decepcionado com esse filme. Achei que iria ter um final desses de chorar e tal, mas achei meio sem graça. Depois desse filme, começou a decadência do diretor.
Sabe que eu gosto do ator dos dois filmes, o Ryan O'Neal?? O cara é o próprio BARRY LYNDON (1975) na obra-prima do Kubrick e é também protagonista de LOVE STORY (1970). Dois filmes que eu tenho especial carinho.
quarta-feira, outubro 01, 2003
DONNIE DARKO
No domingo, enquanto eu tava seco pra ver IDENTIDADE e não tinha dinheiro, fiquei vendo o DVD de DONNIE DARKO, que peguei grátis na Blockbuster. O filme é muito interessante e o diretor, o estreante em longa-metragem Richard Kelly, pode ser que tenha futuro, talvez seja um dos nomes promissores do novo cinema americano de qualidade. Se isso vai vingar ou não, eu não sei, mas parece que ele vai seguir uma linha de asssuntos parecida, já que seu próximo filme, KNOWING, terá elementos fantásticos e também vai falar sobre prever o futuro. Além do mais, um de seus curtas, VISCERAL MATTER (1997), fala sobre teleportação. O cara é meio pirado, hein! Hehehehe.
DONNIE DARKO (2001) foi lançado há pouco tempo em dvd/vhs e vale a pena conferir. A história é bem doida: Donnie Darko (Jake Gyllenhaal, de POR UM SENTIDO NA VIDA e VIDA QUE SEGUE), um rapaz pouco sociável de uma escola, sofre de alucinações envolvendo um coelho gigante que lhe dá conselhos. Certo dia, o coelho o previne de dormir fora de casa e o salva de uma turbina de avião que cai em sua casa, exatamente no lugar onde fica seu quarto. Ao mesmo tempo, ele fica sabendo que o mundo vai acabar em poucos dias.
Além dessa trama fora do comum, o filme, que se passa nos anos 80, tem uma trilha que é uma beleza. Logo no começo tem "The Killing Moon" do Echo & the Bunnymen, que me fez voltar a ouvir o cd dos homens-coelho. A seqüência que toca essa música é a minha favorita do filme. A cena mostra Donnie andando de bicicleta num dia normal. O diretor leva a gente pra passear com seus belos movimentos de câmera. Muito legal mesmo. As outras canções conhecidas são "Head over Heels" do Tears For Fears, "Notorious", do Duran Duran e "Love Will Tear Us Apart" do Joy Division. Essa, inclusive, toca na cena da festa na casa do Donnie, justamente quando faltam poucas horas para o mundo acabar.
Drew Barrymoore é uma das produtoras do filme e aparece bem bonita, de cabelo preto, como uma das professoras da escola. Pena que ela aparece pouco.
O DVD vem com um videoclipe de "Mad World" de Gary Jules, comentários das cenas deletadas, traillers de cinema e comentários em áudio do diretor. O Renato falou que tinha legenda em português para os comentários mas eu não consegui ativar essas legendas. Aí acabei não querendo tentar afinar o ouvido pra ouvir essa faixa. Ah, e quanto aos traillers, eu tive a impressão que a imagem deles está melhor que a imagem do filme em si, nessa versão brasileira do DVD. Eu acho que a imagem (em widescreen 2.35:1) não está 100%.
Quanto ao final do filme, eu fiquei realmente confuso e com algumas perguntas na cabeça. Pra quem não viu ainda sugiro parar a leitura por aqui. Seguinte: porque o mundo só acabaria se Donnie continuasse a viver? Por que, com a morte dele, as coisas voltaram ao normal??
PS: Depois de fazer essas perguntas, vi que no IMDB tem um texto explicativo sobre o final do filme, inclusive dando detalhes sobre o livro "A Philosophy of Time Travel", que é citado no filme. O negócio é bem mais complexo do que eu imaginava. Esse texto gerou uma discussão muito interessante acerca de viagem no tempo, universo tangente e intervenção divina.
No domingo, enquanto eu tava seco pra ver IDENTIDADE e não tinha dinheiro, fiquei vendo o DVD de DONNIE DARKO, que peguei grátis na Blockbuster. O filme é muito interessante e o diretor, o estreante em longa-metragem Richard Kelly, pode ser que tenha futuro, talvez seja um dos nomes promissores do novo cinema americano de qualidade. Se isso vai vingar ou não, eu não sei, mas parece que ele vai seguir uma linha de asssuntos parecida, já que seu próximo filme, KNOWING, terá elementos fantásticos e também vai falar sobre prever o futuro. Além do mais, um de seus curtas, VISCERAL MATTER (1997), fala sobre teleportação. O cara é meio pirado, hein! Hehehehe.
DONNIE DARKO (2001) foi lançado há pouco tempo em dvd/vhs e vale a pena conferir. A história é bem doida: Donnie Darko (Jake Gyllenhaal, de POR UM SENTIDO NA VIDA e VIDA QUE SEGUE), um rapaz pouco sociável de uma escola, sofre de alucinações envolvendo um coelho gigante que lhe dá conselhos. Certo dia, o coelho o previne de dormir fora de casa e o salva de uma turbina de avião que cai em sua casa, exatamente no lugar onde fica seu quarto. Ao mesmo tempo, ele fica sabendo que o mundo vai acabar em poucos dias.
Além dessa trama fora do comum, o filme, que se passa nos anos 80, tem uma trilha que é uma beleza. Logo no começo tem "The Killing Moon" do Echo & the Bunnymen, que me fez voltar a ouvir o cd dos homens-coelho. A seqüência que toca essa música é a minha favorita do filme. A cena mostra Donnie andando de bicicleta num dia normal. O diretor leva a gente pra passear com seus belos movimentos de câmera. Muito legal mesmo. As outras canções conhecidas são "Head over Heels" do Tears For Fears, "Notorious", do Duran Duran e "Love Will Tear Us Apart" do Joy Division. Essa, inclusive, toca na cena da festa na casa do Donnie, justamente quando faltam poucas horas para o mundo acabar.
Drew Barrymoore é uma das produtoras do filme e aparece bem bonita, de cabelo preto, como uma das professoras da escola. Pena que ela aparece pouco.
O DVD vem com um videoclipe de "Mad World" de Gary Jules, comentários das cenas deletadas, traillers de cinema e comentários em áudio do diretor. O Renato falou que tinha legenda em português para os comentários mas eu não consegui ativar essas legendas. Aí acabei não querendo tentar afinar o ouvido pra ouvir essa faixa. Ah, e quanto aos traillers, eu tive a impressão que a imagem deles está melhor que a imagem do filme em si, nessa versão brasileira do DVD. Eu acho que a imagem (em widescreen 2.35:1) não está 100%.
Quanto ao final do filme, eu fiquei realmente confuso e com algumas perguntas na cabeça. Pra quem não viu ainda sugiro parar a leitura por aqui. Seguinte: porque o mundo só acabaria se Donnie continuasse a viver? Por que, com a morte dele, as coisas voltaram ao normal??
PS: Depois de fazer essas perguntas, vi que no IMDB tem um texto explicativo sobre o final do filme, inclusive dando detalhes sobre o livro "A Philosophy of Time Travel", que é citado no filme. O negócio é bem mais complexo do que eu imaginava. Esse texto gerou uma discussão muito interessante acerca de viagem no tempo, universo tangente e intervenção divina.