quinta-feira, outubro 09, 2003

WOODY ALLEN IN CONCERT (Wild Man Blues)



Pois é. Ando bem cheio de problemas ultimamente. Tem desde o cara que roubou as peças do meu computador antigo até os já tradicionais problemas monetários (uma dúvida me veio agora, monetários vem de money?). Aí tenho uns prazos pra cumprir e não estou conseguindo. Mas Deus tá vendo. Esquecendo um pouco o estresse, pra relaxar, vamos falar de coisa boa: Woody Allen.

Na terça-feira, passou na FOX o documentário de 1997 sobre Woody Allen e sua excursão pela Europa com sua banda de jazz. Pra mim, que sou fã do homem, foi um barato ver mais um pouquinho da intimidade dele. Ele não é tão exageradamente neurótico quanto o seu personagem Harry Block de DESCONTRUINDO HARRY, mas ele é neurótico sim. Numa certa cena, ele está fazendo uma entrevista coletiva e pede para que os jornalistas, depois da entrevista, não se levantem e esperem ele sair da sala, porque ele tem claustrofobia. Sem falar que ele se incomoda com tantos jornalistas, já que em Nova York ele leva uma vida de escritor. No mais, Allen é uma simpatia. O documentário me ajudou a gostar também da pessoa Woody Allen, e não apenas do cineasta.

Mas o que me deixou realmente de queixo caído foi Allen dizendo que Soon-Yi Previn, a atual esposa dele, nunca tinha visto ANNIE HALL!!!!!! Pode isso?? Acredito que agora (2003) ela já tenha visto. E engraçado que ela disse abertamente que achou INTERIORES um saco, que não agüentou ficar até o final do filme. Mas ela fez questão de dizer que era muito jovem quando viu o filme. E Allen, muito modestamente, diz que indica ANNIE HALL pra qualquer pessoa; que não indica nenhum de seus outros filmes. Que ela deveria ver o filme.

Ele também ficou admirado porque numa cidade da Itália (acho que era Roma) estava passando uma mostra de seus filmes e escolheram justamente os filmes que foram fracasso nos EUA - A OUTRA e INTERIORES, por exemplo.

Quanto à performance de Allen como músico, não é das melhores. Num show em Milão, ele quase não conseguiu extrair som do clarinete. Mas nos outros shows as coisas funcionaram melhor. Se ele não fosse Woody Allen, dificilmente juntaria uma multidão pra ir ver os shows.

O documentário foi feito em 1997, ano da obra-prima DESCONTRUINDO HARRY. Allen estava talvez no seu auge criativo. E Allen não parecia tão velho quanto parece hoje. Fiquei triste quando o vi em DIRIGINDO NO ESCURO. Mas é isso mesmo. A velhice chega pra todo mundo. E até pode ser considerada uma sorte.

Ah, ótimo o final, com Allen de volta à Nova York e conversando com seus pais. Sua mãe fala na maior que não gostou de ele estar casado com uma oriental, que gostaria que ele tivesse se casado com uma judia, que o povo judeu está morrendo, se misturando, que seria melhor que Allen tivesse escolhido outra profissão. Agora eu entendo porque ele fez um filme dedicado à velha sua mãe em CONTOS DE NOVA YORK, no segmento "Oedipus Wrecks". Ela merece. Hehehe

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