segunda-feira, abril 26, 2021
OSCAR 2021
Foi um Oscar diferente, para dizer o mínimo. Do lado de cá da tela, estava eu vendo tudo com dores no corpo e tentando disfarçar o meu mau humor. Por isso, até que o Oscar, em formato mais curtinho este ano, foi de grande ajuda (além das trocas de ideia com os amigos pelas redes). Como a preocupação era mais para trazer uma dinâmica de pessoas para a premiação em si, houve uma necessidade de tornar a cerimônia mais concisa, sem apresentações especiais (as canções foram apresentadas em uma cerimônia à parte, antes da premiação oficial). Ficou parecendo uma espécie de Globo de Ouro VIP, passando-se em diferentes cidades do mundo, até em Seul, na Coreia do Sul, onde Bong Joon Ho chegou a anunciar o prêmio de melhor direção para a chinesa radicada nos Estados Unidos Chloé Zhao.
Olha o Oscar mais uma vez indo para um diretor não-americano. Uma diretora, aliás. O que é algo muito bom, levando em consideração que 2020 foi um ano de ótimos filmes dirigidos por mulheres. Dois deles, no mínimo, nem receberam sequer uma indicação: FIRST COW, de Kelly Reichardt, e NUNCA, RARAMENTE, ÀS VEZES, SEMPRE, de Eliza Hittman. Mas outros dois estiveram presentes na categoria de melhor direção: NOMADLAND, de Zhao, o vencedor, e BELA VINGANÇA, de Emerald Fennell, que ganhou a estatueta de melhor roteiro original. Enquanto isso, outra diretora importante da temporada, Regina King (UMA NOITE EM MIAMI...), fez as vezes de pessoa a dar o pontapé inicial na cerimônia em uma sequência de abertura muito interessante.
Além da situação envolvendo a pandemia e praticamente sem tapete vermelho, o Oscar 2021 procurou ser o mais plural possível, já que algumas minorias (mulheres, negros e asiáticos) foram justamente lembradas. O mais simpático prêmio da noite foi para a atriz que faz a vozinha de MINARI, Youn Yuh-jung, que alegrou a noite com uma brincadeira com o Brad Pitt e um senso de humor admirável.
Algumas novidades na ordem dos premiados causou surpresas, assim como também houve surpresas na divulgação dos últimos finalistas. Como quase todo mundo já dava por certos os prêmios de filme e direção para NOMADLAND, os prêmios de ator e atriz ficaram por último. E foi uma surpresa ver Frances McDormand ganhando seu terceiro Oscar (empatando com Meryl Streep agora) e Anthony Hopkins ganhando seu segundo Oscar por sua maravilhosa interpretação em MEU PAI. Todo mundo esperava que o favoritismo de Chadwick Boseman em A VOZ SUPREMA DO BLUES fosse se concretizar. Mas, ao que parece, o tempo até a votação foi suficiente para que os votantes não ficassem tão nublados pela morte do jovem ator a ponto de deixar de premiar uma atuação tão magistral.
Agora resta saber se este tipo de formato vai influenciar a cerimônia do próximo ano ou se, pelo menos nos Estados Unidos, a pandemia já vai estar sob controle e tudo voltará a ser como antes. Aqui no Brasil, infelizmente, estamos num mato sem cachorro por tempo indeterminado. Boa sorte para nós.
Os Premiados
Melhor Filme - NOMADLAND
Direção – Chloé Zhao (NOMADLAND)
Ator – Anthony Hopkins (MEU PAI)
Atriz – Frances McDormand (NOMADLAND)
Ator Coadjuvante – Daniel Kaluuya (JUDAS E O MESSIAS NEGRO)
Atriz Coadjuvante – Youn Yuh-jung (MINARI)
Roteiro Original – BELA VINGANÇA
Roteiro Adaptado – MEU PAI
Fotografia – MANK
Montagem – O SOM DO SILÊNCIO
Trilha Sonora Original – SOUL
Canção Original - "Fight for you", de JUDAS E O MESSIAS NEGRO
Som – O SOM DO SILÊNCIO
Efeitos Visuais – TENET
Design de produção – MANK
Figurino – A VOZ SUPREMA DO BLUES
Maquiagem e cabelos – A VOZ SUPREMA DO BLUES
Filme Estrangeiro – DRUK - MAIS UMA RODADA (Dinamarca)
Longa de Animação – SOUL
Curta de Animação – SE ALGO ACONTECER EU TE AMO
Curta-metragem – DOIS ESTRANHOS
Documentário – PROFESSOR POLVO
Curta Documentário – COLLETE
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