É ótimo quando a gente redescobre um filme e fica encantado. Assim aconteceu com A PRIMEIRA TRANSA DE JONATHAN (1985), de Mel Damski, filme que assisti na época que foi exibido na televisão. Tive que pesquisar e ver que foi em 1989. Eu estava na escola ainda e lembro da repercussão que houve entre os amigos. Aliás, era impressionante como os filmes exibidos em TV aberta eram populares e sempre motivo de debate entre as pessoas logo no dia seguinte.
Em 1989 eu já era por assim dizer um cinéfilo. Foi meu primeiro ano de cinefilia. Mas eu confesso que desmerecia esses filmes de juventude da década de 80. Até mesmo os de John Hughes eu até um dia desses não fiz muita questão de rever, mesmo já sendo quase uma unanimidade entre a crítica como exemplar do que de melhor se fazia sobre filmes sobre a juventude.
Então, o meu interesse em rever A PRIMEIRA TRANSA DE JONATHAN, passados mais de 30 anos (!!!), era apenas para rever a tal cena da primeira transa do rapaz com a belíssima Kelly Preston, com a maravilhosa imagem de seus gloriosos seios. Pode não ser um motivo muito nobre, eu sei, mas se eu fosse um poeta conseguiria convencer vocês do quanto isso transcende a mera esfera da excitação baseada em imagens gráficas.
Pois bem. Eis que, desde o começo do filme, com canções clássicas dos anos 1950 emoldurando a trama e seus personagens e tornando a experiência de ver o filme muitíssimo agradável, fui conquistado. E a conquista só aumenta à medida que vamos nos aproximando dos personagens colegiais, o desengonçado Jonathan (Doug McKeon), o novato na cidade e com pinta de conquistador Gene (Chris Nash), e seus respectivos interesses amorosos, a loira Marilyn (Kelly Preston) e a morena Bunny (Catherine Mary Stewart).
Gene logo se torna uma espécie de guru das conquistas para Jonathan. E também um defensor do rapaz, que costuma sofrer bullying na escola. O sonho de Jonathan é poder ao menos beijar Marilyn. Mas Gene diz que isso é pouco. Ele deve ir até o fim. E tirar de vez a virgindade. A amizade dos dois é bonita de ver e mais à frente veremos que o filme é mais sobre essa amizade do que sobre o relacionamento com as belas meninas. E também sobre as descobertas da vida jovem, as dores e as delícias das primeiras experiências.
A PRIMEIRA TRANSA DE JONATHAN é também um filme de provocar muitos risos. E é de fato um clássico, já que muitas cenas eu me lembrava. A cena do lenço para tentar dar um volume na calça; o lápis caindo no chão para ver a calcinha de Marilyn na sala de aula; a professora mandando Jonathan se levantar da cadeira; a famosa cena dos amassos no carro. Todas elas são um convite ao riso.
Vi numa excelente cópia em 1080p com legendas em inglês para surdos que trazem as letras de todas as canções. Assim pude pesquisar a linda canção que toca na primeira vez de Jonathan com Marilyn: "My prayer", clássico da banda The Platters. Antes de eles se beijarem ela faz uma citação a UM LUGAR AO SOL, de George Stevens, diz ser fã da Elizabeth Taylor etc. E a cena em si é uma beleza.
Aliás, referências cinematográficas não faltam. Há uma mais do que explícita a JUVENTUDE TRANSVIADA, de Nicholas Ray. Gene e o rival, namorado de Bunny, arriscam uma daqueles desafios de carros, inclusive. Isso, depois da sessão do filme de Ray no drive-in.
O filme lida com dois diferentes tipos de interesses amorosos: aqueles que estão mais centrados no desejo e no sexo, como é o caso de Jonathan com Marilyn (que, por mais que tentem taxá-la como superficial, ela é bastante carinhosa e gentil); quanto o de Gene e Bunny, de paixão e uma conexão mais espiritual. O fato é que, para minha surpresa, A PRIMEIRA TRANSA DE JONATHAN se tornou um dos meus filmes favoritos sobre a juventude.
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