sexta-feira, maio 24, 2019
ALADDIN
Que bela surpresa este novo ALLADIN (2019)! Embora se trate de um remake da animação dos anos 90, representa mais do que isso, com um frescor impressionante, ao trazer de volta o fascínio pelo conto retirado do clássico As Mil e uma Noites. Me entusiasmei com as aventuras do jovem ladrão de ruas gentil e apaixonado pela princesa de seu reino.
Quanto às canções, para quem não gosta tanto de musicais, elas não apenas não incomodam, como são importantes para que o clima de fantasia e de magia contagie o espectador. Tudo pode acontecer em um filme em que um gênio sai de dentro de uma lâmpada. Quem espera um "senta, que lá vem música" bem chato já pode se animar, pois as canções emocionam tanto pela beleza da melodia quanto pelo conjunto da cena, como no momento em que Aladdin e Jasmine passeiam em cima do tapete mágico.
A Disney tem uma característica que pode ser vista como um defeito, mas também como uma qualidade: o fato de querer fazer filmes como se ainda estivesse na década de 1950. E por isso há quem ache algumas de suas produções, especialmente essas que lidam também com canções, como foi também o caso de A BELA E A FERA, de Bill Condon, como algo velho, embora uma obra excelente como MOGLI, O MENINO LOBO, de Jon Favreau, pareça bastante moderna em certos aspectos.
Em um ano em que temos três adaptações de clássicos da animação da casa do Mickey para live action - o primeiro foi DUMBO, de Tim Burton, e o próximo será O REI LEÃO, de Jon Favreau -, ALADDIN, dirigido pelo irregular Guy Ritchie, encanta com seu colorido à Bollywood, seu dinamismo narrativo e uma trinca de personagens principais bastante carismáticos: Will Smith, como o gênio da lâmpada; Mena Massoud, como o Aladdin; e Naomi Scott, como a princesa Jasmine.
E que princesa! Naomi Scott já havia aparecido em POWER RANGERS, mas é neste filme que sua beleza e brilho se destacam. E muito em breve vamos poder vê-la na nova versão de AS PANTERAS. Ela justifica o espectador torcer pelo Aladdin, ao se colocar em seu lugar na jornada. Afinal, quem nunca fantasiou sobre ter a possibilidade de ter direito a três desejos realizados em um passe de mágica?
Além do mais, ALADDIN é um filme sobre ter sabedoria na hora de exercitar os seus desejos, a fim de não se deixar levar pela ambição cega. Que é basicamente o caminho do personagem de Marwan Kenzari, que interpreta o vizir, o conselheiro do Sultão. Quanto à princesa, vale destacar o quanto ela é mais valorizada nesta versão em comparação com a animação. Isso se deve tanto ao roteiro quanto à própria atriz, que empresta um encanto muito bem-vindo à personagem.
Assim, a história de amor com Aladdin ganha força. Ainda que a aventura e a fantasia sejam talvez os elementos mais fortes do filme, o que leva o herói a fazer o que faz é o amor que ele sente pela princesa. Um amor que é recíproco, mas que tem como primeiro obstáculo o fato de que ela deve se casar, segundo a lei, apenas com um outro príncipe, não com um plebeu qualquer como Aladdin. Mas o que seriam das histórias de amor sem os obstáculos?
Quanto às canções, os clássicos de Alan Menken e Howard Ashman para a animação de 1992 retornam, mas há uma novidade feita especialmente para Jasmine, "Speechless", música de Menken, e letra de Pasek & Paul, cantada com entusiasmo e brilho pela própria Naomi Scott em um momento particularmente cheio de emoção. Pois é. Há muitos motivos para ficar entusiasmado com este filme que parecia ter um destino um tanto incerto.
+ TRÊS FILMES
NASCE UMA ESTRELA (A Star Is Born)
Gostei mais deste do que do filme do Minelli! Mas ainda tenho meus problemas com a parte musical. Queria ter gostado mais das canções, já que elas são tão importantes para o todo. E embora a presença de Lady Gaga seja ótima, a interpretação do Bradley Cooper é que está sensacional. Tocante, emocionante como o personagem do artista decadente. Bela estreia na direção também. Direção: Bradley Cooper. Ano: 2018.
PAPILLON
Filmes sobre tentativas de fuga de prisões quase sempre são bons de ver. Mas a intenção do novo PAPILLON parece ser mais ambiciosa. Infelizmente acabamos sentindo um pouco de indiferença pelos personagens, por mais que goste do personagem do Malek. E também gosto do fato de ser um filme sobre amizade. Mas depois de ver UMA NOITE DE 12 ANOS, o horror da prisão do Papillon até perde força. Direção: Michael Noer. Ano: 2017.
CEMITÉRIO MALDITO (Pet Sematary)
O legal desta nova versão de CEMITÉRIO MALDITO são as surpresas. Quem acha que vai ver a mesma história do filme de Mary Lambert vai ver algumas situações que tornam a obra até melhor. Embora a conclusão não tenha sido tão boa, não deixa de ser um belo trabalho sobre uma tragédia familiar de grandes proporções, a partir da atração pelo mal. Sempre bom ter um ator gigante como John Lithgow presente. E a garotinha também é muito boa. Não lembro se o anterior ou mesmo o romance de Stephen King (que eu adoro!) tem o flashback da irmã da esposa/mãe da família. Direção: Kevin Kölsch e Dennis Widmyer. Ano: 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário