sexta-feira, julho 24, 2015

A FORCA (The Gallows)



Que a safra de filmes de terror anda fraca, isso já sabemos. Mas talvez seja por isso mesmo, e pelas baixas expectativas geradas pelo grande número de críticas negativas que A FORCA (2015) anda recebendo que acabei achando o filme interessante, principalmente pela boa construção atmosférica e por saber aproveitar os clichês do gênero, ainda que se aproveitando dessa moda já desgastada do found footage, que A BRUXA DE BLAIR tratou de tornar coqueluche no cinema produzido nos Estados Unidos e em outros países também.

A FORCA começa com uma imagem em VHS da apresentação de uma peça de teatro escolar em que um rapaz chamado Charlie morreu misteriosamente. Passados 20 anos desse trágico incidente, um grupo da escola resolve reencenar o texto. O foco da ação passa a ser Reese, que apesar de péssimo ator procura se esforçar para assumir o papel de protagonista, mesmo com seus amigos tirando sarro dele e com o fato de ele estar envolvido com a turma de meninos estudiosos chefiada pela CDF Pfeifer, uma garota que depois ficamos sabendo ser o motivo de Reese estar na peça.

O conteúdo do vídeo, supostamente guardado pelo Governo dos Estados Unidos, foi gravado em sua maior parte por Ryan, melhor amigo de Reese, que, sem largar a câmera em momento algum, dá ao amigo a ideia de destruir o cenário na véspera da estreia, para que não passe vergonha. Ryan é mostrado como um dos sujeitos mais amorais do filme, assim como sua amiga Cassidy, a chearleader da escola, que também faz questão de estar presente para a destruição do cenário.

Acontece que as coisas não saem como o esperado e os três, mais Pfeifer, que surge lá, para desespero dos demais, são jogados em uma espiral de medo patrocinada pelo espírito de Charlie, que trata de punir aqueles que ousaram desrespeitar a sua peça e a sua morte. Seria um ato de profanação.

Um dos momentos mais interessantes do filme é quando a câmera se aproxima da escuridão e não vemos praticamente nada. A ausência de música também provoca um bem-vindo desconforto. É quando os jovens cineastas Travis Cluff e Chris Lofing atingem o auge na trama. Embora o roteiro seja um dos pontos fortes de A FORCA, sem a atmosfera de tensão que ganha a atenção do público a modesta produção seria só mais um título a engrossar a grande lista de obras fracas do gênero. Entre os pontos fracos, a figura do "monstro" não chega a ser suficientemente forte ou assustadora, embora o contexto seja, e o filme poderia ter acabado um minuto antes.

Talvez eu esteja sendo um pouco generoso com o filme, tendo em vista o cenário fraco do horror contemporâneo, mas espero que este trabalho de Cluff e Lofing abra terreno para mais e melhores filmes do gênero que estão por vir ainda este ano, como CORRENTE DO MAL e SOBRENATURAL – A ORIGEM. Oremos.

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