sábado, agosto 16, 2014

THE KILLING – A QUARTA TEMPORADA COMPLETA (The Killing – The Complete Fourth Season)



Muito bom a Netflix ter assumido a quarta temporada de THE KILLING (2014) quando o canal AMC havia desistido. Assim, tivemos a oportunidade de ver uma conclusão para a história dos detetives de polícia Sarah Linden (Mireille Enos) e Stephen Holder (Joel Kinnaman). A quarta temporada é bastante dependente da terceira, e é justamente nos fatos da excelente terceira temporada que ela melhor se apoia, embora a nova trama de assassinato também seja digna de atenção.

A primeira imagem desse início de temporada é a de Linden tomando banho no chuveiro e enxugando o corpo sujo de sangue. Na temporada passada, ela havia matado o assassino de garotas James Skinner (Elias Koteas), com a cumplicidade do parceiro Holder. Ambos combinaram em não contar a verdade para a polícia, sob o risco de serem presos e desperdiçarem suas vidas por causa de um assassino cruel como Skinner.

Esses demônios interiores atormentam as vidas de Linden e Holder enquanto eles investigam um genocídio ocorrido em uma família rica. O único sobrevivente e aparentemente autor das mortes é um jovem que teria falhado em executar sua própria morte, acordando do incidente sem lembrar o ocorrido e voltando à rígida escola militar onde estuda e passa a maior parte de seu tempo.

Embora essa trama envolvendo o jovem e atormentado cadete Kyle e a Coronel Margaret Raynes (Joan Allen) seja a menos interessante das tramas da série, ela cabe muito bem nos temas de maternidade e paternidade, de busca e fuga da verdade. A temporada também é sobre o relacionamento entre Linden e Holder, sua amizade e companheirismo nos momentos mais difíceis, os obstáculos que precisam enfrentar no terreno familiar – Holder está prestes a ser pai, enquanto Linden recebe a visita do filho adolescente. Ambos carregam consigo um passado difícil que se junta agora a essa situação ainda mais perturbadora, que os enche de angústia e faz aquele ambiente chuvoso de Seattle ainda mais carregado.

A quarta temporada cola as pontas soltas da desesperadora terceira temporada com brilhantismo, e que ainda traz um epílogo de fazer chorar. Ainda assim, eu preferia que a série tivesse terminado um minuto antes de seu final definitivo. De todo modo, não dá pra reclamar de uma série criminal que prefere o caminho interior, da introversão, ao contrário da ação e do suspense, embora este elemento compareça sim.

Além do mais, difícil não amar o malandro Holder e a sisuda Linden, tão distintos um do outro, mas que acabam se complementando. Pelo visto, esse filão de séries com duplas de detetives ainda está longe de se esgotar, com tantas reinvenções que surgem de tempos em tempos.

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