quinta-feira, abril 21, 2011
EM UM MUNDO MELHOR (Hævnen)
Susanne Bier é uma cineasta que me chamou muito a atenção quando vi o excelente DEPOIS DO CASAMENTO (2006). Desde então tenho ficado atento a seus filmes, embora não o suficiente para me dar motivação para procurar ver seus trabalhos anteriores. Afinal, são tantos os filmes para ver e tão pouco o tempo disponível. O que se pode fazer é aproveitar as oportunidades. E aproveitei, quando estive em São Paulo, e vi que EM UM MUNDO MELHOR (2010), ganhador tanto do Oscar quanto do Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira deste ano, estava em cartaz. Por isso, minha expectativa em relação ao filme era grande.
No entanto, não sei se porque tinha dormido pouco no avião e tinha acabado de almoçar, mas o filme me deu um sono daqueles. Dos que eu estou acostumado a ter com frequência e que eu atribuo à laringite alérgica. Assim, me desculpem se eu estou fazendo julgamento errado, mas como soube que não sou o único a não ver tantas qualidades no trabalho de Bier, até me sinto um pouco mais conformado com o fato de não ter entrado no espírito e de ver de maneira até racional falhas da diretora em não construir uma atmosfera de suspense quando deveria – caso da sequência da bomba no carro.
O filme engana um pouco o espectador ao começar na África, com o pai de um dos garotos protagonistas trabalhando como médico numa comunidade muito pobre. EM UM MUNDO MELHOR foca a atenção na amizade desses dois garotos dinamarqueses que se sentem deslocados em relação à sociedade – no caso deles, a escola e a família – e procuram meios de se rebelar. Meios um tanto exagerados, digamos assim. Em certo momento, dá pra se pensar que o filme trata da construção de pequenos sociopatas, mas depois vemos que a coisa não é tão simples assim. De todo modo, com sono ou sem sono, e tendo em vista o fato de já ter visto a refilmagem americana de BROTHERS (2004), meu interesse pela filmografia de Susanne Bier esfriou. Mas pelo menos posso elogiar a bela projeção digital do Reserva Cultural. Mal dá pra diferenciar de uma projeção em película.
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