segunda-feira, janeiro 31, 2011
AMOR & OUTRAS DROGAS (Love & Other Drugs)
Uma das coisas que mais chama atenção nessa comédia dramática é o fato de se passar na segunda metade dos anos 1990 e isso ser mostrado também através de canções que marcaram o período. Assim, quando o filme começa em 1996, a música que toca é "Two Princes", dos Spin Doctors; depois "Cannoball", dos Breeders; mais na frente, "Praise you", do Fatboy Slim; e "Jack-Ass", do Beck. Canções-chave de uma década que está começando a se tornar História no cinema – A REDE SOCIAL, aproxima ainda mais com o início dos anos 2000. Quer dizer, a História recente já pode ser vista com distanciamento e em alguns casos com um pouco de saudosismo.
AMOR & OUTRAS DROGAS (2010) tem uma proposta relativamente original: mostrar o relacionamento entre um galanteador representante de remédios e uma jovem diagnosticada precocemente com o Mal de Parkinson, mas que adora um bom sexo casual. Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway fazem um belo par e todas as cenas em que os dois estão juntos são boas. O diretor Edward Zwick teve sorte na escolha de seus protagonistas. Só não teve muita sorte no final, que, depois de um bom desenvolvimento agridoce, procura seguir a fórmula das comédias românticas mais manjadas. Agrada ao público que quer sair um pouco mais feliz do cinema, mas acaba criando um pastel de vento com isso.
No entanto, o filme tem os seus méritos. A começar pela ousadia em mostrar os dois astros nus em diversos momentos, o que demonstra entrega aos papéis. Ambos foram indicados ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator e atriz (comédia ou musical), mas ficaram de fora das indicações do Oscar. Talvez pelo preconceito com as comédias ou talvez por não haver espaço para eles entre os demais indicados. Se bem que o filme possui mais momentos dramáticos do que cômicos. Assim, acaba sendo um corpo estranho no cenário.
Lidar com uma doença degenerativa como o Mal de Parkinson não é fácil e o diretor até que soube se virar. Pena que, assim como acontece em todos os seus filmes, ele não consegue em momento algum criar uma sequência realmente emocionante. E eu vejo isso mais como uma série de tentativas frustradas do que como um estilo contido de direção.
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