terça-feira, fevereiro 01, 2011
AMOR EM 4 ATOS
É impressão minha ou a Globo melhorou um pouco a sua grade com as últimas séries e minisséries? Ou apenas fiquei enfeitiçado com a beleza das atrizes e de uma hora para a outra passei a me interessar pelas produções da emissora? Acho que é um pouco de cada. No caso de AS CARIOCAS, por exemplo, havia Daniel Filho e um monte de beldades num só pacote; no caso de AFINAL, O QUE QUEREM AS MULHERES?, mais do que a direção de Luiz Fernando Carvalho, havia Paola Oliveira. Com AMOR EM 4 ATOS, o meu interesse era também por outra beldade: Alline Moraes. Mas também houve a curiosidade de ver mais uma produção dirigida por Bruno Barreto.
E não é que dei de cara com o melhor trabalho dele desde ATOS DE AMOR (1996), realizado nos Estados Unidos? Tudo bem que ele tinha nas mãos a Alline Moraes, linda e arrasando corações, mas o episódio é bem conduzido e Vladimir Brichta faz o papel de um bobão simpático. Mas vamos por partes. Voltarei logo aos dois episódios dirigidos por Barreto, ainda que muito brevemente.
A ideia da microssérie AMOR EM 4 ATOS (2011) é homenagear o cantor e compositor Chico Buarque através de episódios baseados em canções suas. Assim, o primeiro deles – "Ela Faz Cinema" - traz uma encantadora Marjorie Estiano como uma jovem que sempre adia a busca do amor porque está sempre ocupada profissionalmente. (Até me identifiquei um pouco com ela, sabe?) Ela trabalha como realizadora de videoclipes. Ela acaba se apaixonando por um pedreiro que se faz de engenheiro. Ou pelo menos deixa que ela pense assim. Para os fãs da atriz, imperdível o momento em que ela deixa descer o vestido. Nessa hora, não tem mais quem lembre de Chico Buarque ou qualquer outro cantor. Esse episódio foi dirigido por Tadeu Jungle e inspirado nas canções "Construção" e "Ela Faz Cinema".
O segundo episódio é de certa forma um pouco mais ousado em alguns aspectos, tanto formais quanto comportamentais. Já começa com uma discussão do casal vivido por Carolina Ferraz e Dalton Vigh. Não há um prólogo por assim dizer para apresentar a situação. De qualquer maneira, não é preciso ser nenhum gênio para entender que trata-se de uma relação um pouco fragilizada. É o episódio mais rodrigueano dos quatro. O título do episódio é "Meu único defeito foi nunca saber te amar" e a direção é de Roberto Talma e Tande Bressane. O episódio foi inspirado na letra de "Mil Perdões" e conta com uma participação discreta de Tiê, cantando sentada num sofá, numa festinha chique, como se a bossa nova estivesse de volta.
E chegamos à dobradinha de episódios talentosamente dirigidos por Bruno Barreto. "Folhetim" e "Vitrines" são bem legais. O primeiro episódio acompanha a jornada de um homem cuja esposa está meio pirada e ele sai perambulando pelos bares e inferninhos da Rua Augusta. Em meio a clubes de striptease barra-pesada, travestis e as presepadas do seu colega de trabalho, ele conhece uma mulher linda que o consola e o leva para a cama. E o cara ainda achava que não ia ter que pagar a conta no final. Se o primeiro é centrado nele, o segundo ("Vitrines") é centrado nela. Embora sejam duas faces da mesma moeda, o final do primeiro é mais impactante, principalmente ao ouvirmos "Folhetim", na clássica versão de Gal Costa.
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