quarta-feira, outubro 10, 2007

ELA É A PODEROSA (Georgia Rule)



Não se engane com o título brasileiro horroroso, com o trailer que vende o filme como uma comédia sem graça e com o horrível cartaz. Eu, pelo menos, acabei subestimando o filme e deixando passar nos cinemas. Depois que vi comentários elogiosos de gente de minha confiança, resolvi baixar o divx e o que vi foi um sensível drama familiar, elegante e suave, ainda que trate de temas pesados como o incesto, o abuso infantil, o alcoolismo e a dificuldade de educar os filhos. Garry Marshall é o homem cujo maior sucesso comercial é o pequeno clássico UMA LINDA MULHER (1990), que também tratava de um assunto um pouco pesado de maneira leve - no caso, a prostituição. ELA É A PODEROSA (2007) é melhor, mais denso, mais sóbrio, menos "sessão da tarde". E promove o encontro de três atrizes de diferentes gerações - Jane Fonda, Felicity Huffman e Lindsay Lohan - em ótimos desempenhos.

A idade chegou para Jane Fonda e hoje ela está fazendo papel de vovó. Seu papel no filme é um dos melhores papés femininos do ano. Ela é a Georgia do título original, uma senhora de temperamento forte que criou sua filha (Felicity Huffman) com uma educação cheia de regras, as chamadas "Georgia rules". Se a filha perdesse o horário do almoço, por exemplo, a menina teria que esperar pela hora do jantar. Tentando não dar a mesma educação rígida para sua filha (Lindsay Lohan), ela acaba deixando a menina livre demais para fazer o que quer e a menina torna-se meio que uma rebelde sem causa. Bom, as coisas não são tão simples assim e uma maneira de educar não necessariamente leva alguém a se tornar alcóolatra ou rebelde. Também não acredito que tudo que somos vêm de nossa formação familiar e da sociedade em que vivemos, mas muito do que nossos pais, professores e amigos nos ensinam com certeza fica. Acho que eu acredito mais na personalidade inata de cada indivíduo do que nesse lance de "o homem é produto do meio".

O filme começa com Lindsay se recusando a entrar no carro da mãe, depois de uma briga entre elas. As duas estão indo passar uns dias na casa de Georgia, numa cidade do interior. A garota não simpatiza muito com a idéia de deixar a sua cidade e ficar naquele lugar cheio de mórmons e caipiras. Lindsay aparece tão linda, tão sexy e irresistível que não tem como não se apaixonar. Ela dá em cima de um rapaz mórmon que planeja fazer um curso de missionário da sua igreja. A cena dos dois dentro do barco é um dos momentos mais excitantes do filme. Aliás, a personagem de Lindsay no filme tem tudo a ver com a sua persona na vida real, já que Lindsay vive entrando e saindo de clínicas de reabilitação, foi presa por dirigir embriagada e com posse de cocaína e adora passar as noites nas festas. Lindsay é uma bad girl canceriana que me faz lembrar muito uma outra bad girl canceriana por quem fui apaixonado quando tinha 18 anos. Acho que tenho atração por essas meninas perversas e ousadas. Pobre de mim.

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