OS FUZIS
Assisti nessa semana OS FUZIS (1964), filme considerado não apenas a obra-prima de Ruy Guerra, como também um dos filmes mais importantes da cinematografia nacional. Na edição # 27 da revista Contracampo, foi promovida uma votação dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos. A votação foi feita por vários críticos e pessoas ligadas ao cinema. Resultado: OS FUZIS ficou em 10º lugar, empatado com A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA (1965), de Roberto Santos.
Não sou muito conhecedor da filmografia de Ruy Guerra. Vi apenas OS CAFAJESTES (1962), que tem uma impressionante cena de humilhação com a Norma Bengell e foi o primeiro filme brasileiro a exibir um nu frontal feminino; e KUARUP (1989). Este último foi bastante malhado pela crítica e público, mas eu vi no cinema e gostando bastante. Talvez por ter muita mulher pelada. hehehe..Imagina só eu ir ao cinema e ver Fernanda Torres, Cláudia Raia, Maitê Proença e Cláudia Ohana, todas nuazinhas na telona. Bom, nem todas tiram a roupa e eu já nem me lembro direito do filme. Talvez não seja lá grande coisa mesmo, mas na minha memória afetiva ele tem um bom lugar.
Ruy Guerra também é o responsável por eu ter quebrado uma regra básica. Nunca sair do cinema sem o que o filme tenha terminado. ESTORVO (2000), adaptação do romance de Chico Buarque, é tão chato que eu não agüentei. Fui embora. Na tv, também comecei a ver A ÓPERA DO MALANDRO (1985), também baseado em Chico, mas não fui até o final. Talvez porque antigamente eu não tivesse esse hábito de gravar os filmes em vhs pra ver depois com calma. Acabei perdendo muita coisa.
Agora OS FUZIS. O filme é um espetáculo de deixar a gente atordoado. Começa com a câmera com luz estourada e a voz gritada de Antonio Pitanga, entoando preces no sertão da Bahia. Em seguida, a imagem dos sertanejos seguindo um boi e cantando numa procissão. Na primeira meia hora de filme não há bem um enredo, algo que deixe a gente vendo qual é o "objetivo" do filme. (Não gosto dessa palavra "objetivo" ligada à arte, mas...) Guerra apresenta primeiro a geografia do lugar. A câmera passeia pela miséria das pessoas, que passam fome e, cegas e desanimadas, passam a acreditar nas palavras de um beato e em um boi que dizem ser sagrado e que pode ajudar a mandar chuva. Os movimentos de câmera são maravilhosos. Tem uma cena que ela (a câmera) passeia pelo interior de uma casa humilde e parece que é tudo verdade. Quase um documentário.
O filme tem dois núcleos. Há os sertanejos, apresentados mais como uma multidão do que como pessoas individuais; e há os cinco policiais (entre eles Nelson Xavier, Hugo Carvana e Paulo César Pereio), chamados para defender os armazéns do comerciante local. A situação por si só já é revoltante. Enquanto o povo passa fome, a comida fica guardada, estragando no armazém. Uma das melhores cenas é uma em que Gaúcho (Átila Iório), a pessoa mais sóbria do lugar, um motorista de caminhão, num acesso de revolta, toma o fuzil de um dos soldados e sai atirando nos caminhões com os mantimentos.
Por um momento, parecia que eu estava vendo um western de Sergio Leone, só que com a história se passando pertinho daqui, no Nordeste sofrido do Brasil. Em vez de um western spaghetti, um western feijoada. E sem feijão pro povo comer. Falando em comida, a seqüência final é a mais revoltante. Muito foda. Uma aberração gerada pelo descaso do Governo e dos poderosos. Somos homens ou bichos?
A fita foi gravada pelo chapa Renato, do Canal Brasil. Thanx, buddie!
quinta-feira, julho 31, 2003
terça-feira, julho 29, 2003
EVANGELION
Eu sei que já comentei sobre EVANGELION aqui, quando assisti os quatro primeiros episódios. Mas agora que vi a série completa, incluindo o longa-metragem com o final alternativo, senti necessidade de expressar os meus sentimentos em relação a esse sensacional anime. Tudo começou quando o Benuel, colega do curso de inglês, me emprestou os mangás de Neon Genesis Evangelion, atualmente no número 15 e lançado com papel de qualidade pela Editora Conrad. Fiquei fascinado mais pelos personagens, pela psicologia e pelo sentimentalismo do que propriamente pela parte de ficção científica. Mas até esse quesito vai ficando mais e mais interessante, e o mangá Evangelion acabou me conquistando por completo. Foi então que ele me emprestou 8 fitas contendo os 26 episódios mais o longa THE END OF EVANGELION. Infelizmente, não pude conferir três desses episódios porque uma das fitas travou no meu videocassete. Mas isso não chegou a comprometer a compreensão que tive. Aliás, compreensão é uma palavra muito usada quando se fala sobre a série, já que muitas perguntas ficam no ar durante e no final da série.
NEON GENESIS EVANGELION (Shin seiki evangelion)
Pra começar, a canção tema de abertura da série já a torna mais interessante do que o mangá (que não tem música, claro). Já estava até aprendendo a cantar de tão emocionante que é, mas qualquer dia eu pego a canção no kazaa. Outra coisa que torna o anime melhor que o mangá são as cenas de luta com os Mechas (robôs gigantes), que são ótimas. Há todo um cuidado com os traços dos desenhos, que chegam a ficar bem mais estilizados nos dois últimos episódios que, de tão polêmicos, acabaram gerando um final alternativo.
O maior problema para se compreender e montar o quebra-cabeças de Evangelion é que a história já começa quando muitos eventos importantes já aconteceram. E esses eventos são mostrados aleatoriamente em flashbacks ou em citações durante a série. Mas isso é interessante porque nos deixa ver as coisas mais ou menos pelo ponto de vista confuso de Shinji, o nosso herói de 14 anos, que é chamado de uma hora pra outra pra pilotar o Evangelion, o tal robô gigante. Depois descobre-se que o robô não é bem um robô. Evangelion, além de significar "boas novas", uma esperança pra humanidade, mistura as palavras Eva e Angel (anjo em inglês), duas palavras chave para o conceito da obra.
Há várias citações cristãs (evangelho, cruz, os reis magos) e judaicas (Adão e Eva, Lilith, os sefirots), o que não deixa de ser bem curioso, levando em consideração que o Japão não é um país tradicionalmente cristão. É mais adepto do xintoísmo e do budismo.
EVANGELION também aborda a dificuldade de relacionamento entre as pessoas, os traumas de infância, os meios de superá-los ou de escondê-los. Os personagens principais são todos intrigantes. Shinji foi abandonado pelo pai e presenciou a morte da mãe; Asuka, filha de uma mãe louca, tem uma personalidade geniosa e independente; Rei é a garota enigma, nunca ri ou manifesta sentimentos e tem um passado nebuloso; Misato e Ritsuko parecem normais, mas por trás das aparências existe um passado traumático e desilusões amorosas. Gendo Ikari, pai de Shinji, é um homem frio e enigmático, que esconde um segredo bombástico. Literalmente.
No campo da ficção científica há muita coisa interessante. A começar pelo sistema Magi, composto de três computadores com os nomes dos Reis Magos. Os computadores são orgânicos e tem a capacidade de tomar decisões. Lembra na hora o HAL-9000, de 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), de Kubrick. Depois têm os Evas que também têm estrutura com parte orgânica e parte mecânica e são elaborados com base em estudos de clonagem.
Os dois últimos episódios foram polêmicos por não mostrarem cenas de batalha, por não darem um final com cara de final, por serem um estudo da psicologia dos personagens e de seus problemas, narrados de forma poética. Eles se passam quase que totalmente na mente de Shinji. Eu gostei bastante desse final, mas o final alternativo é sensacional.
THE END OF EVANGELION (Shin seiki Evangelion Gekijô-ban: Air/Magokoro wo, kimi ni)
O fim de Evangelion foi feito para o cinema e tem duração de 87 minutos. Tem a missão de continuar os eventos a partir do episódio 24. Como foi feito para o cinema o filme é mais violento, tem mais sangue. O final é apocalíptico. E faz lembrar - de novo - 2001, do Kubrick. A seqüência da luta de Asuka com um monte de robôs é desesperadora e emocionante. O beijo trágico de Misato, a invasão à sede da Nerv, o "terceiro impacto", a revelação de Rei, a última cena. Putz, a última cena!!! Tudo isso faz de THE END OF EVANGELION uma obra especial, mesmo eu não tendo entendido tudo muito bem. Mas é um filme que exige pré-requisito: ter visto a série. O que não deixa de ser um enorme prazer. Agora é esperar que lancem por aqui em DVD a série completa. Existem duas publicações nas bancas que estão lançando animes em série. Quem sabe Eva não entra na história?
Eu sei que já comentei sobre EVANGELION aqui, quando assisti os quatro primeiros episódios. Mas agora que vi a série completa, incluindo o longa-metragem com o final alternativo, senti necessidade de expressar os meus sentimentos em relação a esse sensacional anime. Tudo começou quando o Benuel, colega do curso de inglês, me emprestou os mangás de Neon Genesis Evangelion, atualmente no número 15 e lançado com papel de qualidade pela Editora Conrad. Fiquei fascinado mais pelos personagens, pela psicologia e pelo sentimentalismo do que propriamente pela parte de ficção científica. Mas até esse quesito vai ficando mais e mais interessante, e o mangá Evangelion acabou me conquistando por completo. Foi então que ele me emprestou 8 fitas contendo os 26 episódios mais o longa THE END OF EVANGELION. Infelizmente, não pude conferir três desses episódios porque uma das fitas travou no meu videocassete. Mas isso não chegou a comprometer a compreensão que tive. Aliás, compreensão é uma palavra muito usada quando se fala sobre a série, já que muitas perguntas ficam no ar durante e no final da série.
NEON GENESIS EVANGELION (Shin seiki evangelion)
Pra começar, a canção tema de abertura da série já a torna mais interessante do que o mangá (que não tem música, claro). Já estava até aprendendo a cantar de tão emocionante que é, mas qualquer dia eu pego a canção no kazaa. Outra coisa que torna o anime melhor que o mangá são as cenas de luta com os Mechas (robôs gigantes), que são ótimas. Há todo um cuidado com os traços dos desenhos, que chegam a ficar bem mais estilizados nos dois últimos episódios que, de tão polêmicos, acabaram gerando um final alternativo.
O maior problema para se compreender e montar o quebra-cabeças de Evangelion é que a história já começa quando muitos eventos importantes já aconteceram. E esses eventos são mostrados aleatoriamente em flashbacks ou em citações durante a série. Mas isso é interessante porque nos deixa ver as coisas mais ou menos pelo ponto de vista confuso de Shinji, o nosso herói de 14 anos, que é chamado de uma hora pra outra pra pilotar o Evangelion, o tal robô gigante. Depois descobre-se que o robô não é bem um robô. Evangelion, além de significar "boas novas", uma esperança pra humanidade, mistura as palavras Eva e Angel (anjo em inglês), duas palavras chave para o conceito da obra.
Há várias citações cristãs (evangelho, cruz, os reis magos) e judaicas (Adão e Eva, Lilith, os sefirots), o que não deixa de ser bem curioso, levando em consideração que o Japão não é um país tradicionalmente cristão. É mais adepto do xintoísmo e do budismo.
EVANGELION também aborda a dificuldade de relacionamento entre as pessoas, os traumas de infância, os meios de superá-los ou de escondê-los. Os personagens principais são todos intrigantes. Shinji foi abandonado pelo pai e presenciou a morte da mãe; Asuka, filha de uma mãe louca, tem uma personalidade geniosa e independente; Rei é a garota enigma, nunca ri ou manifesta sentimentos e tem um passado nebuloso; Misato e Ritsuko parecem normais, mas por trás das aparências existe um passado traumático e desilusões amorosas. Gendo Ikari, pai de Shinji, é um homem frio e enigmático, que esconde um segredo bombástico. Literalmente.
No campo da ficção científica há muita coisa interessante. A começar pelo sistema Magi, composto de três computadores com os nomes dos Reis Magos. Os computadores são orgânicos e tem a capacidade de tomar decisões. Lembra na hora o HAL-9000, de 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), de Kubrick. Depois têm os Evas que também têm estrutura com parte orgânica e parte mecânica e são elaborados com base em estudos de clonagem.
Os dois últimos episódios foram polêmicos por não mostrarem cenas de batalha, por não darem um final com cara de final, por serem um estudo da psicologia dos personagens e de seus problemas, narrados de forma poética. Eles se passam quase que totalmente na mente de Shinji. Eu gostei bastante desse final, mas o final alternativo é sensacional.
THE END OF EVANGELION (Shin seiki Evangelion Gekijô-ban: Air/Magokoro wo, kimi ni)
O fim de Evangelion foi feito para o cinema e tem duração de 87 minutos. Tem a missão de continuar os eventos a partir do episódio 24. Como foi feito para o cinema o filme é mais violento, tem mais sangue. O final é apocalíptico. E faz lembrar - de novo - 2001, do Kubrick. A seqüência da luta de Asuka com um monte de robôs é desesperadora e emocionante. O beijo trágico de Misato, a invasão à sede da Nerv, o "terceiro impacto", a revelação de Rei, a última cena. Putz, a última cena!!! Tudo isso faz de THE END OF EVANGELION uma obra especial, mesmo eu não tendo entendido tudo muito bem. Mas é um filme que exige pré-requisito: ter visto a série. O que não deixa de ser um enorme prazer. Agora é esperar que lancem por aqui em DVD a série completa. Existem duas publicações nas bancas que estão lançando animes em série. Quem sabe Eva não entra na história?
segunda-feira, julho 28, 2003
A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro no kamikakushi)
Finalmente estreou o multiplex aqui de Fortaleza. Com isso, a quantidade de filmes despejados nas sextas-feiras tende a aumentar. Conseqüentemente, a possibilidade de você sair do cinema satisfeito com um filme de qualidade é bem maior. A notícia ruim é que é tudo tão caro... Estou na secura pra ver LONGE DO PARAÍSO (Todd Haines), A PROMESSA (Sean Penn) e EXTERMÍNIO (Danny Boyle) e a grana acabou. Tomara que ainda estejam em cartaz no próximo fim de semana pra eu poder conferir. Os outros que entraram em cartaz (CONTRA O TEMPO, O AGENTE TEEN, A CASA CAIU) não faço questão de ver, não.
A VIAGEM DE CHIHIRO (infelizmente em cópia dublada) é mais uma maravilha do mestre Hayao Miyazaki. Os traços dos desenhos, o som, o clima psicodélico estilo ALICE IN WONDERLAND, o universo totalmente novo, tudo deixa a gente de boca aberta. Como o primeiro Miyazaki a gente nunca esquece, ainda tenho dúvida qual o melhor filme dos três que vi dele. LAPUTA: O CASTELO NO CÉU (1986), PRINCESA MONONOKE (1997) ou esse último de 2001. Esse, com certeza, foi o mais badalado. Ganhou o Urso de Ouro em Berlim, fato inédito para um desenho animado, que nunca ganhou prêmio principal nesse tipo de festival.
O grande barato dos filmes de Miyazaki - pelo menos os que eu pude ver - é que ele traz universos totalmente diferentes do nosso. Libera a nossa imaginação e faz a gente ter saudade dos tempo de criança. (Se bem que o universo de fantasia ainda continua sendo um vício pra mim.) Em LAPUTA, ele coloca um castelo nos céus (soube depois que isso é uma obsessão japonesa, tanto quanto robôs gigantes), uma garotinha que detém uma pedra que tem o poder da levitação e um grupo de piratas no céu. Você se esforça pra tentar entender o local e o tempo em que se passa o filme, mas depois você relaxa e vê que aquilo é outro mundo. MONONOKE também traz um universo novo: animais que falam, uma garota criada por lobos, um jovem em busca da cura de uma maldição de um demônio. Universos muito estranhos para nós, ocidentais.
CHIHIRO, diferente dos outros dois, traz um elo de ligação entre o nosso mundo e o mundo fantasioso e fantástico. A história se passa nos dias atuais e a menina se perde num lugar estranho, depois que seus pais se transformam em porcos por terem comido do manjar dos deuses. Essa história dos porcos me lembrou PINÓCHIO da Disney. (Lembro que ficava apavorado quando os garotos se transformavam em burros.) Assustadora a velha da cabeçona. Fico imaginando se as crianças de hoje ficam impressionadas com esse tipo de vilão/personagem. O filme ainda tem muita coisa estranha: um "deus fedido", um rapaz que se transforma em dragão, um velho de seis braços. O elo de ligação é a garota Chihiro. Há muito das tradições japonesas, do xintoísmo, de um senso de religiosidade diferente do ocidental. Mas isso é mais um ponto a favor do filme, principalmente se você está cansado das animações tradicionais da Disney e quer ver algo totalmente novo.
Qualquer dia desses comento NAUSICÃA (1984), já no ponto pra ver há algum tempo num cdzinho que o Benuel conseguiu pra mim. Parece que a febre dos animes mal começou.
Finalmente estreou o multiplex aqui de Fortaleza. Com isso, a quantidade de filmes despejados nas sextas-feiras tende a aumentar. Conseqüentemente, a possibilidade de você sair do cinema satisfeito com um filme de qualidade é bem maior. A notícia ruim é que é tudo tão caro... Estou na secura pra ver LONGE DO PARAÍSO (Todd Haines), A PROMESSA (Sean Penn) e EXTERMÍNIO (Danny Boyle) e a grana acabou. Tomara que ainda estejam em cartaz no próximo fim de semana pra eu poder conferir. Os outros que entraram em cartaz (CONTRA O TEMPO, O AGENTE TEEN, A CASA CAIU) não faço questão de ver, não.
A VIAGEM DE CHIHIRO (infelizmente em cópia dublada) é mais uma maravilha do mestre Hayao Miyazaki. Os traços dos desenhos, o som, o clima psicodélico estilo ALICE IN WONDERLAND, o universo totalmente novo, tudo deixa a gente de boca aberta. Como o primeiro Miyazaki a gente nunca esquece, ainda tenho dúvida qual o melhor filme dos três que vi dele. LAPUTA: O CASTELO NO CÉU (1986), PRINCESA MONONOKE (1997) ou esse último de 2001. Esse, com certeza, foi o mais badalado. Ganhou o Urso de Ouro em Berlim, fato inédito para um desenho animado, que nunca ganhou prêmio principal nesse tipo de festival.
O grande barato dos filmes de Miyazaki - pelo menos os que eu pude ver - é que ele traz universos totalmente diferentes do nosso. Libera a nossa imaginação e faz a gente ter saudade dos tempo de criança. (Se bem que o universo de fantasia ainda continua sendo um vício pra mim.) Em LAPUTA, ele coloca um castelo nos céus (soube depois que isso é uma obsessão japonesa, tanto quanto robôs gigantes), uma garotinha que detém uma pedra que tem o poder da levitação e um grupo de piratas no céu. Você se esforça pra tentar entender o local e o tempo em que se passa o filme, mas depois você relaxa e vê que aquilo é outro mundo. MONONOKE também traz um universo novo: animais que falam, uma garota criada por lobos, um jovem em busca da cura de uma maldição de um demônio. Universos muito estranhos para nós, ocidentais.
CHIHIRO, diferente dos outros dois, traz um elo de ligação entre o nosso mundo e o mundo fantasioso e fantástico. A história se passa nos dias atuais e a menina se perde num lugar estranho, depois que seus pais se transformam em porcos por terem comido do manjar dos deuses. Essa história dos porcos me lembrou PINÓCHIO da Disney. (Lembro que ficava apavorado quando os garotos se transformavam em burros.) Assustadora a velha da cabeçona. Fico imaginando se as crianças de hoje ficam impressionadas com esse tipo de vilão/personagem. O filme ainda tem muita coisa estranha: um "deus fedido", um rapaz que se transforma em dragão, um velho de seis braços. O elo de ligação é a garota Chihiro. Há muito das tradições japonesas, do xintoísmo, de um senso de religiosidade diferente do ocidental. Mas isso é mais um ponto a favor do filme, principalmente se você está cansado das animações tradicionais da Disney e quer ver algo totalmente novo.
Qualquer dia desses comento NAUSICÃA (1984), já no ponto pra ver há algum tempo num cdzinho que o Benuel conseguiu pra mim. Parece que a febre dos animes mal começou.
VIAGEM À JERICOACOARA
Tenho três coisas pra comentar e vou separá-las em 3 partes. Agora comento sobre a viagem a Jericoacoara, depois sobre A VIAGEM DE CHIHIRO e depois sobre a viagem de Evangelion. Muita viagem, né?
A decisão de ir para Jeri foi quase que de supetão. Depois de muita insistência da Valéria e de eu dizer constantemente o quanto estava (estou) quebrado, acabou-se arranjando um jeitinho de eu ir. E não me arrependi de ter ido não. Pelo contrário. Essa minha terceira ida para Jeri foi até melhor que a segunda. Só não foi melhor que a primeira porque daquela vez eu tinha ido com a namorada e foi sexo antes de dormir, depois de acordar e pra fazer a digestão do almoço. Dessa vez, infelizmente, não teve. Mas é legal sair com um monte de solteiros. A gente não se sente tão sozinho no mundo. (Só tinha um casal na turma: Emília e Eliseu).
A aventura começou com a minha saída às pressas da sessão de A VIAGEM DE CHIHIRO no Iguatemi. Acabei chegando um pouco atrasado pra encontrar com o pessoal, que até que foi gentil em não me estrangular. A segunda e maior aventura foi que um dos carros (eram dois) pifou no meio da estrada à noite. Pra completar a complicação, a Emília pegou carona com uma família pra ir pra outra cidade, achando que a gente estava lá. Quer dizer, eram duas complicações: resgatá-la das mãos dos seqüestradores e arranjar um mecânico para consertar o carro meia-noite em uma das cidades. Na cidade de Amontada foi uma comédia. Nenhum dos mecânicos queria sair de casa pra consertar. Sempre arranjavam alguma desculpa, que estavam doentes, com dor no pescoço ou embriagados. Esse povo do interior parece que não é capitalista. Resultado: o carro só saiu de manhã cedo e três pessoas aproveitaram menos a viagem que as demais. Ainda bem que tirando dois surtos de nervosismo, as pessoas encararam tudo com bom humor.
Jericoacoara é sempre um lugar mágico. Sempre ficamos maravilhados com o tortuoso caminho de Jijoca a Jeri, com a paisagem das dunas e do mar, com o pôr do sol (acho que o mais bonito das três vezes que fui vê-lo na grande duna), com a beleza das pessoas. As pessoas são um caso à parte. O que tinha de gente bonita lá era de dar raiva. Quanto mulherão. Parecia que as pessoas tinham sido selecionadas antes de ir pra Jeri. Como o Rafael comentou: "parece até as minas do programa do Luciano Huck". Hehehe. E, definitivamente, se tem um lugar pra mostrar pra turista e deixar cearense orgulhoso é lá. Melhor que isso, só se uma dessas gostosas tivesse dado bola pra mim. Mas Deus tá vendo... (E não faz nada? hehehe)
O esquema da comida era gastar o menos possível. Só alimentação barata mesmo. Não teve nem saída pra comer um peixe frito ou uma pizza não. Mas é como diz o Seinfeld: esse negócio de pagar logo depois de comer é altamente frustrante. Você chega com uma fome e uma vontade danada de comer um prato bem gostoso e caro. E você pede. Mas depois quando chega a conta, todo mundo fica passando o papelzinho pra turma e achando tudo muito caro. Hehehee..
E por falar em Jerry Seinfeld, graças ao amigão Renato, estou lendo O MELHOR LIVRO SOBRE NADA, do genial comediante. Levei pra viagem e nas poucas horas vagas que tive já deu pra ler o livro quase todo. Muito engraçado e inteligente.
Ah, vi um pedaço da novela Mulheres Desesperadas e não é que teve uma cena de sexo boa? Teve o Tom Hanks cover numa cena com Regiane Alves (acho que é esse o nome). E ainda mostraram a linda moça nuazinha na cama. Caramba! Deu uma saudade dos filmes do Khouri. Especialmente de EROS: O DEUS DO AMOR, que tem uma cena de câmera subjetiva espiando taradísticamente Denise Dumont deitada de bruços.
Ah, deixa pra lá, já tô deixando de falar da viagem pra falar de filme erótico. Hehehe..
Tenho três coisas pra comentar e vou separá-las em 3 partes. Agora comento sobre a viagem a Jericoacoara, depois sobre A VIAGEM DE CHIHIRO e depois sobre a viagem de Evangelion. Muita viagem, né?
A decisão de ir para Jeri foi quase que de supetão. Depois de muita insistência da Valéria e de eu dizer constantemente o quanto estava (estou) quebrado, acabou-se arranjando um jeitinho de eu ir. E não me arrependi de ter ido não. Pelo contrário. Essa minha terceira ida para Jeri foi até melhor que a segunda. Só não foi melhor que a primeira porque daquela vez eu tinha ido com a namorada e foi sexo antes de dormir, depois de acordar e pra fazer a digestão do almoço. Dessa vez, infelizmente, não teve. Mas é legal sair com um monte de solteiros. A gente não se sente tão sozinho no mundo. (Só tinha um casal na turma: Emília e Eliseu).
A aventura começou com a minha saída às pressas da sessão de A VIAGEM DE CHIHIRO no Iguatemi. Acabei chegando um pouco atrasado pra encontrar com o pessoal, que até que foi gentil em não me estrangular. A segunda e maior aventura foi que um dos carros (eram dois) pifou no meio da estrada à noite. Pra completar a complicação, a Emília pegou carona com uma família pra ir pra outra cidade, achando que a gente estava lá. Quer dizer, eram duas complicações: resgatá-la das mãos dos seqüestradores e arranjar um mecânico para consertar o carro meia-noite em uma das cidades. Na cidade de Amontada foi uma comédia. Nenhum dos mecânicos queria sair de casa pra consertar. Sempre arranjavam alguma desculpa, que estavam doentes, com dor no pescoço ou embriagados. Esse povo do interior parece que não é capitalista. Resultado: o carro só saiu de manhã cedo e três pessoas aproveitaram menos a viagem que as demais. Ainda bem que tirando dois surtos de nervosismo, as pessoas encararam tudo com bom humor.
Jericoacoara é sempre um lugar mágico. Sempre ficamos maravilhados com o tortuoso caminho de Jijoca a Jeri, com a paisagem das dunas e do mar, com o pôr do sol (acho que o mais bonito das três vezes que fui vê-lo na grande duna), com a beleza das pessoas. As pessoas são um caso à parte. O que tinha de gente bonita lá era de dar raiva. Quanto mulherão. Parecia que as pessoas tinham sido selecionadas antes de ir pra Jeri. Como o Rafael comentou: "parece até as minas do programa do Luciano Huck". Hehehe. E, definitivamente, se tem um lugar pra mostrar pra turista e deixar cearense orgulhoso é lá. Melhor que isso, só se uma dessas gostosas tivesse dado bola pra mim. Mas Deus tá vendo... (E não faz nada? hehehe)
O esquema da comida era gastar o menos possível. Só alimentação barata mesmo. Não teve nem saída pra comer um peixe frito ou uma pizza não. Mas é como diz o Seinfeld: esse negócio de pagar logo depois de comer é altamente frustrante. Você chega com uma fome e uma vontade danada de comer um prato bem gostoso e caro. E você pede. Mas depois quando chega a conta, todo mundo fica passando o papelzinho pra turma e achando tudo muito caro. Hehehee..
E por falar em Jerry Seinfeld, graças ao amigão Renato, estou lendo O MELHOR LIVRO SOBRE NADA, do genial comediante. Levei pra viagem e nas poucas horas vagas que tive já deu pra ler o livro quase todo. Muito engraçado e inteligente.
Ah, vi um pedaço da novela Mulheres Desesperadas e não é que teve uma cena de sexo boa? Teve o Tom Hanks cover numa cena com Regiane Alves (acho que é esse o nome). E ainda mostraram a linda moça nuazinha na cama. Caramba! Deu uma saudade dos filmes do Khouri. Especialmente de EROS: O DEUS DO AMOR, que tem uma cena de câmera subjetiva espiando taradísticamente Denise Dumont deitada de bruços.
Ah, deixa pra lá, já tô deixando de falar da viagem pra falar de filme erótico. Hehehe..
terça-feira, julho 22, 2003
24 HORAS ("24")
Não tenho o costume de acompanhar séries de tevê. Pela primeira vez consegui assistir a uma série completa. Bom, pelo menos até onde ela parou. Acompanhei as duas temporadas ótimas de 24 HORAS. E pretendo acompanhar a terceira. Ontem foi exibido na FOX o último episódio da segunda.
Pra quem não sabe, a série se passa em tempo real. Sendo que cada hora do episódio é cada hora na vida atribulada dos personagens. Outra coisa: sabiam que a conceituada revista francesa de cinema "Cahiers du Cinema" colocou "24" no top 10 de melhores filmes do ano? Acho que foi a única vez que isso aconteceu com uma série de tv. Isso porque "24" deixa no chinelo centenas de produções pra cinema, que se dizem de suspense.
Na primeira temporada, Jack Bauer (Kiefer Sutherland) é um agente da CTU (organização que defende o país de ataques terroristas) que tem a tarefa de proteger o candidato a Presidente da República David Palmer (Dennis Haysbert) de um iminente atentado. Ao mesmo tempo, sua filha Kim (a bela Elisha Cuthbert) é seqüestrada. Muitos personagens aparecem, a trama vai ficando mais complicada e todo mundo fica à beira de um ataque de nervos. Inclusive o espectador, que chega a gritar com a televisão falando palavrões.
Na segunda temporada a equipe da série conseguiu um grande feito: melhorou o que já era ótimo. Nessa segunda, Jack Bauer, já fora da CTU, é chamado para resolver um assunto de máxima urgência: uma bomba nuclear em plena Los Angeles. Daí dá pra imaginar a guerra de nervos que se passa nesses 24 episódios. O melhor episódio acabou sendo um do meio da temporada: o da explosão da bomba. Além de ficar estressado, ainda chorei nesse episódio extremamente dramático. E a segunda temporada deixou um gancho muito legal pra terceira. Vamos ver o que vem pela frente.
Não tenho o costume de acompanhar séries de tevê. Pela primeira vez consegui assistir a uma série completa. Bom, pelo menos até onde ela parou. Acompanhei as duas temporadas ótimas de 24 HORAS. E pretendo acompanhar a terceira. Ontem foi exibido na FOX o último episódio da segunda.
Pra quem não sabe, a série se passa em tempo real. Sendo que cada hora do episódio é cada hora na vida atribulada dos personagens. Outra coisa: sabiam que a conceituada revista francesa de cinema "Cahiers du Cinema" colocou "24" no top 10 de melhores filmes do ano? Acho que foi a única vez que isso aconteceu com uma série de tv. Isso porque "24" deixa no chinelo centenas de produções pra cinema, que se dizem de suspense.
Na primeira temporada, Jack Bauer (Kiefer Sutherland) é um agente da CTU (organização que defende o país de ataques terroristas) que tem a tarefa de proteger o candidato a Presidente da República David Palmer (Dennis Haysbert) de um iminente atentado. Ao mesmo tempo, sua filha Kim (a bela Elisha Cuthbert) é seqüestrada. Muitos personagens aparecem, a trama vai ficando mais complicada e todo mundo fica à beira de um ataque de nervos. Inclusive o espectador, que chega a gritar com a televisão falando palavrões.
Na segunda temporada a equipe da série conseguiu um grande feito: melhorou o que já era ótimo. Nessa segunda, Jack Bauer, já fora da CTU, é chamado para resolver um assunto de máxima urgência: uma bomba nuclear em plena Los Angeles. Daí dá pra imaginar a guerra de nervos que se passa nesses 24 episódios. O melhor episódio acabou sendo um do meio da temporada: o da explosão da bomba. Além de ficar estressado, ainda chorei nesse episódio extremamente dramático. E a segunda temporada deixou um gancho muito legal pra terceira. Vamos ver o que vem pela frente.
segunda-feira, julho 21, 2003
RINGU E A FEBRE ORIENTAL
Não ando numa fase muito boa pra ficar concentrado em filmes. Eventos recentes mexeram comigo e, pra completar, estou quebrado nas finanças. Muitas preocupações. Daqui a pouco vou ficar igual ao George Clooney, cheio de cabelo branco. (Pelo menos o meu senso de humor não foi pro brejo ainda.)
Ultimamente andei vendo muitas produções orientais. Pra quem acompanha o blog já viu comentários de animes para cinema (LAPUTA, PRINCESS MONONOKE e CEMITÉRIO DE VAGALUMES), de animes para tv (EVANGELION, LOVE HINA, LAIN), de filme de terror japonês (AUDITION) e melodramas chineses (O CAMINHO PARA CASA). E ainda vem mais por aí. Na fila de espera para comentários futuros a série completa de EVANGELION, incluindo o longa THE END OF EVANGELION, estão sendo vistos com prazer por esse que vos escreve, graças ao amigo Benuel. Engatilhados pra ver, assim que der, dois filmes fantásticos japoneses: UZUMAKI e FUDOH. E ainda tem o anime METRÓPOLIS, que está gravado e ainda não vi. Ah, e o último post foi sobre filmes de kung fu de Hong Kong com o Jet Li. Já tinha feito o mesmo com Jackie Chan. Entre os melhores filmes de 2002, na minha opinião, está o erótico MENTIRAS do coreano Sun-Woo Jang. É o cinema oriental mandando ver.
RING - O CHAMADO (Ringu)
O último longa que eu vi recentemente foi RINGU, o filme japonês de Hideo Nakata que virou febre no oriente e teve um remake de respeito nos EUA. No Japão o filme rendeu ainda uma continuação - RINGU 2 - e um prequel - RINGU 0. Mas o que eu não sabia e descobri agora é que RINGU já é um remake de uma produção para TV chamada RINGU: KANZEN BAN. Pra completar, ainda tem outro filme: RINGU: THE FINAL CHAPTER. Ufa! É muito ring... Pra quem não sabe, RINGU 2 já está disponível em DVD no Brasil também.
Comparando com o filme americano, o japonês perde em diversos aspectos. O japonês, é claro que tem a vantagem de ter sido feito primeiro. Logo, a originalidade é a principal qualidade dele. Mas, na minha opinião, Gore Verbinski deu uma melhorada na história, no suspense, nos efeitos, na atuação e no terror. Eu quase me mijei de medo no cinema. Sério.
O filme japonês não tem muita diferença do americano no quesito história. Jovem jornalista investiga mortes misteriosas envolvendo uma fita, que uma vez vista, mata a pessoa em 7 dias. A repórter viu a fita, e corre contra o tempo pra descobrir a origem da fita antes de morrer. A tal fita misteriosa, no filme americano, é mais longa e assustadora. O que há de mais assustador no japonês é que o filme é mais escuro. Logo, a gente fica esperando alguma coisa sair das trevas para assombrar o personagem e, conseqüentemente, o espectador também. O filme americano tem uma seqüência sensacional que o japonês não tem: a cena dos cavalos. Puxa, aquilo no cinema ficou realmente impressionante. Outra coisa que ficou dez no remake: a água saindo da televisão. Brrr...
É claro que se eu tivesse visto o japonês primeiro, talvez a minha opinião fosse um pouco diferente. Outro dia pego o RINGU 2 pra ver o que acontece.
Pra fechar, uma declaração: THE RING, de Gore Verbinski, está no meu top 10 do primeiro semestre de 2003.
Não ando numa fase muito boa pra ficar concentrado em filmes. Eventos recentes mexeram comigo e, pra completar, estou quebrado nas finanças. Muitas preocupações. Daqui a pouco vou ficar igual ao George Clooney, cheio de cabelo branco. (Pelo menos o meu senso de humor não foi pro brejo ainda.)
Ultimamente andei vendo muitas produções orientais. Pra quem acompanha o blog já viu comentários de animes para cinema (LAPUTA, PRINCESS MONONOKE e CEMITÉRIO DE VAGALUMES), de animes para tv (EVANGELION, LOVE HINA, LAIN), de filme de terror japonês (AUDITION) e melodramas chineses (O CAMINHO PARA CASA). E ainda vem mais por aí. Na fila de espera para comentários futuros a série completa de EVANGELION, incluindo o longa THE END OF EVANGELION, estão sendo vistos com prazer por esse que vos escreve, graças ao amigo Benuel. Engatilhados pra ver, assim que der, dois filmes fantásticos japoneses: UZUMAKI e FUDOH. E ainda tem o anime METRÓPOLIS, que está gravado e ainda não vi. Ah, e o último post foi sobre filmes de kung fu de Hong Kong com o Jet Li. Já tinha feito o mesmo com Jackie Chan. Entre os melhores filmes de 2002, na minha opinião, está o erótico MENTIRAS do coreano Sun-Woo Jang. É o cinema oriental mandando ver.
RING - O CHAMADO (Ringu)
O último longa que eu vi recentemente foi RINGU, o filme japonês de Hideo Nakata que virou febre no oriente e teve um remake de respeito nos EUA. No Japão o filme rendeu ainda uma continuação - RINGU 2 - e um prequel - RINGU 0. Mas o que eu não sabia e descobri agora é que RINGU já é um remake de uma produção para TV chamada RINGU: KANZEN BAN. Pra completar, ainda tem outro filme: RINGU: THE FINAL CHAPTER. Ufa! É muito ring... Pra quem não sabe, RINGU 2 já está disponível em DVD no Brasil também.
Comparando com o filme americano, o japonês perde em diversos aspectos. O japonês, é claro que tem a vantagem de ter sido feito primeiro. Logo, a originalidade é a principal qualidade dele. Mas, na minha opinião, Gore Verbinski deu uma melhorada na história, no suspense, nos efeitos, na atuação e no terror. Eu quase me mijei de medo no cinema. Sério.
O filme japonês não tem muita diferença do americano no quesito história. Jovem jornalista investiga mortes misteriosas envolvendo uma fita, que uma vez vista, mata a pessoa em 7 dias. A repórter viu a fita, e corre contra o tempo pra descobrir a origem da fita antes de morrer. A tal fita misteriosa, no filme americano, é mais longa e assustadora. O que há de mais assustador no japonês é que o filme é mais escuro. Logo, a gente fica esperando alguma coisa sair das trevas para assombrar o personagem e, conseqüentemente, o espectador também. O filme americano tem uma seqüência sensacional que o japonês não tem: a cena dos cavalos. Puxa, aquilo no cinema ficou realmente impressionante. Outra coisa que ficou dez no remake: a água saindo da televisão. Brrr...
É claro que se eu tivesse visto o japonês primeiro, talvez a minha opinião fosse um pouco diferente. Outro dia pego o RINGU 2 pra ver o que acontece.
Pra fechar, uma declaração: THE RING, de Gore Verbinski, está no meu top 10 do primeiro semestre de 2003.
FESTIVAL JET LI
Esse negócio de acumular muitos filmes de um ator/diretor só pode ser complicado se o intervalo entre cada filme for muito grande. Corre o risco de eu esquecer do que ia falar sobre eles. Acaba funcionando como um teste de memória. Dessa vez, selecionei quatro filmes protagonizados por Jet Li. Todos eles são produções Made in Hong Kong. Apenas o primeiro filme é um policial contemporâneo. Os outros três são filmes de época. Seguem os comentários rápidos abaixo.
MÁSCARA NEGRA (Hak Hap / Black Mask)
Aventura de super-herói produzida por Tsui Hark e dirigida por Daniel Lee em 1996. Nesse filme, Jet Li é um homem que foi submetido a um experimento científico que removeu parte do seu sistema nervoso. Ele não pode sentir dor e nem sentimentos. É um homem frio que esconde sua identidade usando uma máscara (achei a máscara meio fajuta..hehehe). O problema do filme é o mesmo problema dos filmes policiais dirigidos por Hark: a trama é muito confusa. Afinal de contas, a direção é de Daniel Lee ou de Tsui Hark? Outro problema do filme é que há muitos closes nas cenas de lutas, que geralmente são mostradas com a câmera à distância para se ver melhor as coreografias das lutas. Mas o filme tem muitas qualidades e melhora bastante a partir de sua segunda metade. Nas locadoras já tem o MÁSCARA NEGRA 2. Filme visto em DVD (de banca).
A ÚLTIMA LUTA (Fong Sai-Yuk / The Legend)
Filme de 1993 de Corey Yuen. O filme se passa na China de imperadores malvados e de homens e mulheres que lutam tão bem que chegam a voar. Muitas seqüências de luta e humor. Destaque para uma cena onde os oponentes lutam pisando em cima das cabeças da multidão. Foi com esse filme que passei a achar Jet Li quase tão simpático quanto Jackie Chan. Ah, e o filme ainda tem Michelle Reis, uma chinesa decendente de portuguses linda. Gravado do SBT.
BATALHA DE HONRA (Tai ji zhang san feng / Tai Chi / Tai Chi Master/Twin Warriors)
Outro filme da mesma época (1993), recheado de muitas seqüências de lutas de diferentes maneiras. Dirigido pelo coreógrafo Yuen Woo-Ping -de MATRIX, MÁSCARA NEGRA, O TIGRE E O DRAGÃO e do mais recente Tarantino KILL BILL -, o filme conta a história de dois amigos que crescem juntos num templo shaolin. Mas um deles se deixa levar pelo "lado negro da força". Participação de Michele Yeoh fazendo ótima dupla com Li no quebra-quebra. O interessante para os fãs das artes marciais é que nesse filme o estilo usado é o Tai Chi. Gravado do SBT.
ERA UMA VEZ NA CHINA 2 (Wong Fei-hung ji yi: Naam yi dong ji keung / Once Upon a Time in China II )
Essa continuação, de 1992, é quase tão boa quanto o primeiro filme. Tsui Hark quando não pega tramas muito complicadas, dá um show. A direção de arte é excelente. Ótima reconstituição de época, uma porrada de figurantes. É filme grande. Uma pena vê-lo em tela cheia. Logo no começo, enquanto passam os créditos e eles põem as tarjas pretas percebe-se o quanto se perde. (O filme é em scope).Gravado da BAND.
Esse negócio de acumular muitos filmes de um ator/diretor só pode ser complicado se o intervalo entre cada filme for muito grande. Corre o risco de eu esquecer do que ia falar sobre eles. Acaba funcionando como um teste de memória. Dessa vez, selecionei quatro filmes protagonizados por Jet Li. Todos eles são produções Made in Hong Kong. Apenas o primeiro filme é um policial contemporâneo. Os outros três são filmes de época. Seguem os comentários rápidos abaixo.
MÁSCARA NEGRA (Hak Hap / Black Mask)
Aventura de super-herói produzida por Tsui Hark e dirigida por Daniel Lee em 1996. Nesse filme, Jet Li é um homem que foi submetido a um experimento científico que removeu parte do seu sistema nervoso. Ele não pode sentir dor e nem sentimentos. É um homem frio que esconde sua identidade usando uma máscara (achei a máscara meio fajuta..hehehe). O problema do filme é o mesmo problema dos filmes policiais dirigidos por Hark: a trama é muito confusa. Afinal de contas, a direção é de Daniel Lee ou de Tsui Hark? Outro problema do filme é que há muitos closes nas cenas de lutas, que geralmente são mostradas com a câmera à distância para se ver melhor as coreografias das lutas. Mas o filme tem muitas qualidades e melhora bastante a partir de sua segunda metade. Nas locadoras já tem o MÁSCARA NEGRA 2. Filme visto em DVD (de banca).
A ÚLTIMA LUTA (Fong Sai-Yuk / The Legend)
Filme de 1993 de Corey Yuen. O filme se passa na China de imperadores malvados e de homens e mulheres que lutam tão bem que chegam a voar. Muitas seqüências de luta e humor. Destaque para uma cena onde os oponentes lutam pisando em cima das cabeças da multidão. Foi com esse filme que passei a achar Jet Li quase tão simpático quanto Jackie Chan. Ah, e o filme ainda tem Michelle Reis, uma chinesa decendente de portuguses linda. Gravado do SBT.
BATALHA DE HONRA (Tai ji zhang san feng / Tai Chi / Tai Chi Master/Twin Warriors)
Outro filme da mesma época (1993), recheado de muitas seqüências de lutas de diferentes maneiras. Dirigido pelo coreógrafo Yuen Woo-Ping -de MATRIX, MÁSCARA NEGRA, O TIGRE E O DRAGÃO e do mais recente Tarantino KILL BILL -, o filme conta a história de dois amigos que crescem juntos num templo shaolin. Mas um deles se deixa levar pelo "lado negro da força". Participação de Michele Yeoh fazendo ótima dupla com Li no quebra-quebra. O interessante para os fãs das artes marciais é que nesse filme o estilo usado é o Tai Chi. Gravado do SBT.
ERA UMA VEZ NA CHINA 2 (Wong Fei-hung ji yi: Naam yi dong ji keung / Once Upon a Time in China II )
Essa continuação, de 1992, é quase tão boa quanto o primeiro filme. Tsui Hark quando não pega tramas muito complicadas, dá um show. A direção de arte é excelente. Ótima reconstituição de época, uma porrada de figurantes. É filme grande. Uma pena vê-lo em tela cheia. Logo no começo, enquanto passam os créditos e eles põem as tarjas pretas percebe-se o quanto se perde. (O filme é em scope).Gravado da BAND.
sexta-feira, julho 18, 2003
ESTRÉIAS, NELSON FREIRE E S1M0NE
Ultimamente eu ando bem disperso. Nem consegui ver todos os DVDs que aluguei e já estou devolvendo hoje à tarde. O problema é que ando com umas neuras e umas angústias que me deixam atordoado. Geralmente vem à noite. É como se eu tivesse levando a vida da maneira errada e parte de mim quisesse mudar a situação. Pena eu não saber pra onde ir. Ainda bem que eu tenho como passar os filmes que não vi pra uma fita vhs (o que eu já fiz). O que ficou faltando eu ver foram os dois METRÓPOLIS, que comentarei assim que vê-los.
As estréias por aqui estão fracas no cinema comercial e aparentemente boas no cinema de arte. Nada de CHIHIRO até agora. Talvez na próxima semana, quando deverá acontecer a inauguração do Multiplex de 12 salas no Shopping Iguatemi. Já adiaram de novo. O que era pra ser no dia 9, agora só no dia 25. Isso se não adiarem de novo.
O que estreou por aqui:
Na sessão de arte (que deve acabar com a chegada do Multiplex) tem um filme interessante de um realizador super-festejado na França. Damien Adoul está sendo considerado o novo Truffaut. Acho que isso deve ser exagero, mas pena que não tenho dinheiro pra ir conferir. O nome do filme é ALENTO.
Também estreou por aqui AMORES PARISIENSES, de Alain Resnais. Só não fiquei mais a fim de ver por se tratar de um musical. E eu sempre fico cismado com musicais, apesar de alguns realmente terem me conquistado.
No circuito comercial, HALLOWEEN: A RESSURREIÇÃO, que tem a maior pinta de ser uma bela porcaria. Outro que eu acho que deve ser ruim é O CRUZEIRO DAS LOUCAS, uma comédia com o Cuba Gooding Jr. e umas mulheres de bikini. Bom, pelo menos tem as moças de bikini...
É claro que esses dois filmes podem surpreender. Quem sabe, né? Alguém arrisca?
NELSON FREIRE
Ontem fui ver NELSON FREIRE, o documentário super-elogiado de João Moreira Salles sobre um dos maiores pianistas do mundo. E ele é brasileiro. Foi bom pra eu ver o quanto sou ignorante. Nunca ouvi falar do sujeito. Mas gostei do filme. Ele é todo dividido em blocos, fazendo um recorte da vida e da carreira de Freire. O que mais me emocionou foi uma carta que Freire lê de seu pai. O pai, já prevendo uma possível biografia do filho precoce, escreveu um pouco sobre a infância do filho. Nelson Freire foi uma criança muito frágil e vivia doente. Mas se não fosse por isso, talvez ele não tivesse se interessado tanto por piano. Acho que foi mais ou menos o que aconteceu com Frida Kahlo. Se não fosse o acidente, talvez ela não tivesse se tornado a grande pintora que é. Pois é, as tragédias têm o seu lado positivo. Tudo tem, né?
Outra coisa maravilhosa, mas maravilhosa mesmo, é a performance e as peças que ele toca no piano. Música erudita de primeira linha. Não precisa conhecer as composições pra curtir a música do filme, mas quem conhece, com certeza, vai se deliciar.
O filme mostra o quanto o cinema nacional tem evoluído e melhorado. Esse já é o segundo documentário nacional ótimo que vejo no ano. O primeiro foi EDIFÍCIO MASTER, do Eduardo Coutinho. Coutinho é o cineasta do acaso. Ele segue o projeto e não sabe bem o que vai surgir pela frente. Já Moreira Salles parece ter mais certeza do que vai filmar, ainda que a vida real seja bem imprevisível.
S1M0NE
Aproveitando o espaço, comento a seguir S1M0NE, filme de Andrew Niccol, que vi na tela do computador. O Herbert tinha me arranjado o cd-r com o filme, mas como o áudio está muito baixo, demorei pra vê-lo. Niccol já fez coisa melhor (GATTACA e o seu trabalho como roteirista). S1M0NE não chega a ser um filme ruim. É agradável de se ver, mas do meio pro final a história não empolga mais. O detalhe é que eu assisti ao filme com umas partes em preto e branco, já que a cópia é de um DVD de divulgação. As participações especiais são de duas beldades: Winona Rider está linda como nunca no filme; e Rebecca Romjn-Stamos também está bela numa breve participação. Acho que hoje em dia dá sim pra enganar multidões, inventando uma estrela feita de uns e zeros. Ah, esqueci de dizer que o filme é com o Al Pacino. Mas isso todo mundo já sabe, né?
Ultimamente eu ando bem disperso. Nem consegui ver todos os DVDs que aluguei e já estou devolvendo hoje à tarde. O problema é que ando com umas neuras e umas angústias que me deixam atordoado. Geralmente vem à noite. É como se eu tivesse levando a vida da maneira errada e parte de mim quisesse mudar a situação. Pena eu não saber pra onde ir. Ainda bem que eu tenho como passar os filmes que não vi pra uma fita vhs (o que eu já fiz). O que ficou faltando eu ver foram os dois METRÓPOLIS, que comentarei assim que vê-los.
As estréias por aqui estão fracas no cinema comercial e aparentemente boas no cinema de arte. Nada de CHIHIRO até agora. Talvez na próxima semana, quando deverá acontecer a inauguração do Multiplex de 12 salas no Shopping Iguatemi. Já adiaram de novo. O que era pra ser no dia 9, agora só no dia 25. Isso se não adiarem de novo.
O que estreou por aqui:
Na sessão de arte (que deve acabar com a chegada do Multiplex) tem um filme interessante de um realizador super-festejado na França. Damien Adoul está sendo considerado o novo Truffaut. Acho que isso deve ser exagero, mas pena que não tenho dinheiro pra ir conferir. O nome do filme é ALENTO.
Também estreou por aqui AMORES PARISIENSES, de Alain Resnais. Só não fiquei mais a fim de ver por se tratar de um musical. E eu sempre fico cismado com musicais, apesar de alguns realmente terem me conquistado.
No circuito comercial, HALLOWEEN: A RESSURREIÇÃO, que tem a maior pinta de ser uma bela porcaria. Outro que eu acho que deve ser ruim é O CRUZEIRO DAS LOUCAS, uma comédia com o Cuba Gooding Jr. e umas mulheres de bikini. Bom, pelo menos tem as moças de bikini...
É claro que esses dois filmes podem surpreender. Quem sabe, né? Alguém arrisca?
NELSON FREIRE
Ontem fui ver NELSON FREIRE, o documentário super-elogiado de João Moreira Salles sobre um dos maiores pianistas do mundo. E ele é brasileiro. Foi bom pra eu ver o quanto sou ignorante. Nunca ouvi falar do sujeito. Mas gostei do filme. Ele é todo dividido em blocos, fazendo um recorte da vida e da carreira de Freire. O que mais me emocionou foi uma carta que Freire lê de seu pai. O pai, já prevendo uma possível biografia do filho precoce, escreveu um pouco sobre a infância do filho. Nelson Freire foi uma criança muito frágil e vivia doente. Mas se não fosse por isso, talvez ele não tivesse se interessado tanto por piano. Acho que foi mais ou menos o que aconteceu com Frida Kahlo. Se não fosse o acidente, talvez ela não tivesse se tornado a grande pintora que é. Pois é, as tragédias têm o seu lado positivo. Tudo tem, né?
Outra coisa maravilhosa, mas maravilhosa mesmo, é a performance e as peças que ele toca no piano. Música erudita de primeira linha. Não precisa conhecer as composições pra curtir a música do filme, mas quem conhece, com certeza, vai se deliciar.
O filme mostra o quanto o cinema nacional tem evoluído e melhorado. Esse já é o segundo documentário nacional ótimo que vejo no ano. O primeiro foi EDIFÍCIO MASTER, do Eduardo Coutinho. Coutinho é o cineasta do acaso. Ele segue o projeto e não sabe bem o que vai surgir pela frente. Já Moreira Salles parece ter mais certeza do que vai filmar, ainda que a vida real seja bem imprevisível.
S1M0NE
Aproveitando o espaço, comento a seguir S1M0NE, filme de Andrew Niccol, que vi na tela do computador. O Herbert tinha me arranjado o cd-r com o filme, mas como o áudio está muito baixo, demorei pra vê-lo. Niccol já fez coisa melhor (GATTACA e o seu trabalho como roteirista). S1M0NE não chega a ser um filme ruim. É agradável de se ver, mas do meio pro final a história não empolga mais. O detalhe é que eu assisti ao filme com umas partes em preto e branco, já que a cópia é de um DVD de divulgação. As participações especiais são de duas beldades: Winona Rider está linda como nunca no filme; e Rebecca Romjn-Stamos também está bela numa breve participação. Acho que hoje em dia dá sim pra enganar multidões, inventando uma estrela feita de uns e zeros. Ah, esqueci de dizer que o filme é com o Al Pacino. Mas isso todo mundo já sabe, né?
quinta-feira, julho 17, 2003
11 DE SETEMBRO (11´09"01)
Vi ontem 11 DE SETEMBRO, coletânea de curtas de 11 minutos, dirigida por 11 cineastas de 11 países diferentes. Os diretores, de acordo com o projeto, teriam total liberdade de expressão para falar sobre o tema que abalou os EUA e o mundo em 2001. O resultado, como esperado, é irregular. Alguns curtas são ótimos, outros são regulares, alguns são bons e há um ruim. Comento um pouco cada um deles, dando as cotações de ruim a excelente.
Samira Makhmalbaf (Irã)
A diretora de A MAÇÃ mostra uma professora tentando mostrar para as crianças de uma escola o que acabara de acontecer em Nova York. Regular.
Claude Lelouch (França)
O veterano cineasta de UM HOMEM, UMA MULHER e FELIZ ANO NOVO fez um dos ótimos curtas. Mostrou o drama de uma mulher surda em Nova York, no dia do fatídico evento. O silêncio e o zumbido chegam a perturbar. Ótimo.
Youssef Chahine (Egito)
Não conheço nada desse cineasta egípcio. O filme dele mostra um cineasta sensível ao que estava prestes a acontecer e que conversa com o fantasma de uma vítima do atentado. O maior drama é o fato de o rapaz morto ter encontrado a mulher da vida dele, pouco antes de morrer. Bom.
Danis Tanovic (Bosnia-Herzegovna)
Talvez o filme com a mais bela fotografia da coleção de curtas. Tanovic, de TERRA DE NINGUÉM fez um filme simples que fala da solidariedade das pessoas da Bósnia pelo que aconteceu com os EUA. Regular.
Idrissa Ouedraogo (Burkina Faso)
Esse filme africano me lembrou o nosso CIDADE DE DEUS. Garotos pobres de uma vila tentam ficar ricos ao verem Osama Bin Laden no país. É o curta mais leve de todos. Bom.
Ken Loach (Reino Unido)
Loach (PÃO E ROSAS, TERRA E LIBERDADE), se não fez um belo exercício de cinema, fez um trabalho de informação precioso. Ele não tem medo de cutucar os americanos ao falar de outro 11 de setembro: o de 1973, quando os EUA ajudaram a tirar do poder o governo democrático de Salvador Allende e puseram no poder o ditador Pinochet. Essa história a gente conhece um pouco aqui no Brasil, né? Mas no Chile a coisa foi mais dramática, já que Allende foi assassinado. Ótimo.
Alejandro González Iñárritu (México)
O diretor do ótimo AMORES BRUTOS fez uma bela porcaria dessa vez. Um filme com a tela preta, mostrando de vez em quando imagens do povo caindo do prédio do WTC, até eu faria. E eu achando que a minha tv tinha quebrado.... Ruim.
Amos Gitai (Israel)
Gitai não soube se fazer entender se estava dirigindo uma comédia ou um drama. Mostra uma repórter cobrindo um atentado-rotina em Israel, no dia em que os aviões batem nas torres gêmeas. Regular.
Mira Nair (Índia)
A diretora de UM CASAMENTO À INDIANA fez um dos filmes mais bonitos do projeto. Mostra o drama daquelas pessoas que foram confundidas com terroristas logo após o atentado. E o mais bacana é que esse foi baseado numa história real. Ótimo.
Sean Penn (EUA)
Sean Penn, de UNIDOS PELO SANGUE, fez o filme mais ousado. Quem diria que um americano iria tratar a queda das torres como algo positivo?? Ernest Bornigne faz o velho que vive à sombra entristecedora das torres e faz de conta que sua mulher ainda está viva. Excelente.
Shohei Imamura (Japão)
Mas o melhor estava pra vir. Imamura, um dos meus cineastas japoneses preferidos, autor dos ótimos BLACK RAIN, A BALADA DE NARAYAMA e ÁGUA QUENTE SOBRE PONTE VERMELHA, fez outra obra-prima: a história estranha de um homem que após voltar da guerra (2a Guerra Mundial), pensa que é uma cobra. O filme é o bicho! Excelente.
Vi ontem 11 DE SETEMBRO, coletânea de curtas de 11 minutos, dirigida por 11 cineastas de 11 países diferentes. Os diretores, de acordo com o projeto, teriam total liberdade de expressão para falar sobre o tema que abalou os EUA e o mundo em 2001. O resultado, como esperado, é irregular. Alguns curtas são ótimos, outros são regulares, alguns são bons e há um ruim. Comento um pouco cada um deles, dando as cotações de ruim a excelente.
Samira Makhmalbaf (Irã)
A diretora de A MAÇÃ mostra uma professora tentando mostrar para as crianças de uma escola o que acabara de acontecer em Nova York. Regular.
Claude Lelouch (França)
O veterano cineasta de UM HOMEM, UMA MULHER e FELIZ ANO NOVO fez um dos ótimos curtas. Mostrou o drama de uma mulher surda em Nova York, no dia do fatídico evento. O silêncio e o zumbido chegam a perturbar. Ótimo.
Youssef Chahine (Egito)
Não conheço nada desse cineasta egípcio. O filme dele mostra um cineasta sensível ao que estava prestes a acontecer e que conversa com o fantasma de uma vítima do atentado. O maior drama é o fato de o rapaz morto ter encontrado a mulher da vida dele, pouco antes de morrer. Bom.
Danis Tanovic (Bosnia-Herzegovna)
Talvez o filme com a mais bela fotografia da coleção de curtas. Tanovic, de TERRA DE NINGUÉM fez um filme simples que fala da solidariedade das pessoas da Bósnia pelo que aconteceu com os EUA. Regular.
Idrissa Ouedraogo (Burkina Faso)
Esse filme africano me lembrou o nosso CIDADE DE DEUS. Garotos pobres de uma vila tentam ficar ricos ao verem Osama Bin Laden no país. É o curta mais leve de todos. Bom.
Ken Loach (Reino Unido)
Loach (PÃO E ROSAS, TERRA E LIBERDADE), se não fez um belo exercício de cinema, fez um trabalho de informação precioso. Ele não tem medo de cutucar os americanos ao falar de outro 11 de setembro: o de 1973, quando os EUA ajudaram a tirar do poder o governo democrático de Salvador Allende e puseram no poder o ditador Pinochet. Essa história a gente conhece um pouco aqui no Brasil, né? Mas no Chile a coisa foi mais dramática, já que Allende foi assassinado. Ótimo.
Alejandro González Iñárritu (México)
O diretor do ótimo AMORES BRUTOS fez uma bela porcaria dessa vez. Um filme com a tela preta, mostrando de vez em quando imagens do povo caindo do prédio do WTC, até eu faria. E eu achando que a minha tv tinha quebrado.... Ruim.
Amos Gitai (Israel)
Gitai não soube se fazer entender se estava dirigindo uma comédia ou um drama. Mostra uma repórter cobrindo um atentado-rotina em Israel, no dia em que os aviões batem nas torres gêmeas. Regular.
Mira Nair (Índia)
A diretora de UM CASAMENTO À INDIANA fez um dos filmes mais bonitos do projeto. Mostra o drama daquelas pessoas que foram confundidas com terroristas logo após o atentado. E o mais bacana é que esse foi baseado numa história real. Ótimo.
Sean Penn (EUA)
Sean Penn, de UNIDOS PELO SANGUE, fez o filme mais ousado. Quem diria que um americano iria tratar a queda das torres como algo positivo?? Ernest Bornigne faz o velho que vive à sombra entristecedora das torres e faz de conta que sua mulher ainda está viva. Excelente.
Shohei Imamura (Japão)
Mas o melhor estava pra vir. Imamura, um dos meus cineastas japoneses preferidos, autor dos ótimos BLACK RAIN, A BALADA DE NARAYAMA e ÁGUA QUENTE SOBRE PONTE VERMELHA, fez outra obra-prima: a história estranha de um homem que após voltar da guerra (2a Guerra Mundial), pensa que é uma cobra. O filme é o bicho! Excelente.
YIMOU E FORSTER
Por enquanto, a safra de filmes que eu peguei na locadora ontem está bem boa. Comento dois ótimos dramas que vi há pouco.
O CAMINHO PARA CASA ( Wo de fu qin mu qin )
Acabei de ver esse filme maravilhoso do Zhang Yimou. Esse diretor já tinha me feito chorar com o excelente TEMPOS DE VIVER, quando eu vi em vhs alguns anos atrás. Agora, já nem sei mais qual é o meu favorito dele. O CAMINHO PARA CASA é uma bela história de amor. Dessas de fazer você olhar a vida com outros olhos. No filme, a linda Zhang Ziyi (antes de descer o cacete em O TIGRE E O DRAGÃO) é uma garota do interior que se apaixona por um jovem professor vindo da cidade. A paixão que ela sente, as pequenas coisas que ela faz para lhe agradar, as dolorosas separações, a expressão em seu rosto, tudo contribui para o clima de amor puro que permeia todo o filme. Mas o filme começa mesmo com ela já velha e o seu amado marido tinha acabado de morrer. Ela pretende fazer uma homenagem a ele, levando o corpo da aldeia à cidade, para que ele não esqueça do caminho de casa. O DVD, diferente do que consta na caixa, está em widescreen 1:2,35. Ótimo, hein! O único ponto negativo é a ausência de extras - não tem nem o trailler. Mesmo assim, vale a pena levar pra casa essa maravilha, que está com ótima qualidade de som e imagem. Agora é esperar o próximo filme de Yimou: o aguardado HERO, também com Zhang Ziyi!
GRITOS NA NOITE (Everything Put Together)
Ótimo drama de Marc Forster, diretor de A ÚLTIMA CEIA, filme que deu o Oscar de melhor atriz para Hale Berry. Parece que ele é mesmo especialista em filmes que contam com papéis femininos fortes. GRITOS NA NOITE é protagonizado por Radha Mitchell, excelente no papel de uma mulher grávida que vê o seu mundo ruir, logo após o parto. Alguns críticos americanos compararam o clima do filme com O BEBÊ DE ROSEMARY e REPULSA AO SEXO, ambos de Polanski. Eu senti esse clima também. Falando assim, quem não viu o filme pode até pensar que é um filme de terror. Mas não. O que o filme mostra é uma espécie de inferno astral, filmado aparentemente em câmera digital de baixa resolução para deixar as coisas bem mais reais. Como o título original diz: é tudo de ruim acontecendo ao mesmo tempo. Perturbador, o filme traz à tona discussões sobre a natureza feminina, o medo, a insegurança, a falha da sociedade americana e o que acontece quando você se sente totalmente só no mundo. Radha Mitchell é produtora associada do filme, que ganhou prêmio especial do júri no festival de Sundance.
Por enquanto, a safra de filmes que eu peguei na locadora ontem está bem boa. Comento dois ótimos dramas que vi há pouco.
O CAMINHO PARA CASA ( Wo de fu qin mu qin )
Acabei de ver esse filme maravilhoso do Zhang Yimou. Esse diretor já tinha me feito chorar com o excelente TEMPOS DE VIVER, quando eu vi em vhs alguns anos atrás. Agora, já nem sei mais qual é o meu favorito dele. O CAMINHO PARA CASA é uma bela história de amor. Dessas de fazer você olhar a vida com outros olhos. No filme, a linda Zhang Ziyi (antes de descer o cacete em O TIGRE E O DRAGÃO) é uma garota do interior que se apaixona por um jovem professor vindo da cidade. A paixão que ela sente, as pequenas coisas que ela faz para lhe agradar, as dolorosas separações, a expressão em seu rosto, tudo contribui para o clima de amor puro que permeia todo o filme. Mas o filme começa mesmo com ela já velha e o seu amado marido tinha acabado de morrer. Ela pretende fazer uma homenagem a ele, levando o corpo da aldeia à cidade, para que ele não esqueça do caminho de casa. O DVD, diferente do que consta na caixa, está em widescreen 1:2,35. Ótimo, hein! O único ponto negativo é a ausência de extras - não tem nem o trailler. Mesmo assim, vale a pena levar pra casa essa maravilha, que está com ótima qualidade de som e imagem. Agora é esperar o próximo filme de Yimou: o aguardado HERO, também com Zhang Ziyi!
GRITOS NA NOITE (Everything Put Together)
Ótimo drama de Marc Forster, diretor de A ÚLTIMA CEIA, filme que deu o Oscar de melhor atriz para Hale Berry. Parece que ele é mesmo especialista em filmes que contam com papéis femininos fortes. GRITOS NA NOITE é protagonizado por Radha Mitchell, excelente no papel de uma mulher grávida que vê o seu mundo ruir, logo após o parto. Alguns críticos americanos compararam o clima do filme com O BEBÊ DE ROSEMARY e REPULSA AO SEXO, ambos de Polanski. Eu senti esse clima também. Falando assim, quem não viu o filme pode até pensar que é um filme de terror. Mas não. O que o filme mostra é uma espécie de inferno astral, filmado aparentemente em câmera digital de baixa resolução para deixar as coisas bem mais reais. Como o título original diz: é tudo de ruim acontecendo ao mesmo tempo. Perturbador, o filme traz à tona discussões sobre a natureza feminina, o medo, a insegurança, a falha da sociedade americana e o que acontece quando você se sente totalmente só no mundo. Radha Mitchell é produtora associada do filme, que ganhou prêmio especial do júri no festival de Sundance.
segunda-feira, julho 14, 2003
DOIS SUPER-ANIMES
NEON GENESIS EVANGELION (Shin seiki evangelion)
Hoje consegui com o Benuel uma fita contendo os 4 primeiros episódios de NEON GENESIS EVANGELION. Antes de conhecer a série conheci o mangá, que está sendo publicado pela Conrad há alguns meses. Até conhecer, eu tinha um certo preconceito com o título. Imaginava aqueles desenhos infantis de robôs gigantes sendo pilotados por pessoas e lutando contra monstros em plena cidade grande (Tókio, geralmente). EVANGELION segue, sim, essa tradição de filmes de robôs gigantes, mas é muito mais que isso. È um animê/mangá super-sofisticado, com belos personagens com profundidade psicológica, muita ficção científica convincente e tudo mais. Imaginem só que eu quase chorei lendo o número 4 do mangá, tal a emoção que a história de Yoshiyuki Sadamoto passa. (No anime, a direção e roteiro é de Hideaki Anno.) Qualquer garoto que tenha tido algum problema de socialização ou de timidez vai se sentir na pele de Shinji, o garoto que é abandonado pelo pai e órfão de mãe e que é chamado para pilotar um robô gigante chamado Eva e lutar contra monstros gigantes chamados de Anjos. Além das cenas de lutas, a trama também se aprofunda nos relacionamentos de Shinji com seu pai, com a sua superior Misato e com as meninas de sua idade (Rei, Asuka). Além de momentos extremamente dramáticos, EVANGELION tem partes muito engraçadas, outras de muito mistério e outras até picantes. Eu já me tornei um fã de EVANGELION e quem duvida da qualidade do negócio, que comprove por si mesmo.
LOVE HINA (Rabu Hina)
Outro anime de bastante sucesso e que consegui com a Alexandra em cd-r foi LOVE HINA. Já devo ter assistido uns 7 episódios. Esse não tem nada de robô gigante ou monstros. É uma comédia romântica bem japonesa. Na história, um garoto pretende ir para uma universidade conceituada para se encontrar com uma garota que conhecera quando criança e cujo nome nem sabe. Ele vai parar numa casa cheia de garotas, se apaixona por uma delas, vive várias aventuras e apanha das meninas, enquanto se prepara para entrar na cobiçada universidade. LOVE HINA também existe em mangá aqui no Brasil, mas nunca tive a oportunidade de conhecer. Também traz algumas cenas picantes (pero no mucho) à moda japonesa.
NEON GENESIS EVANGELION (Shin seiki evangelion)
Hoje consegui com o Benuel uma fita contendo os 4 primeiros episódios de NEON GENESIS EVANGELION. Antes de conhecer a série conheci o mangá, que está sendo publicado pela Conrad há alguns meses. Até conhecer, eu tinha um certo preconceito com o título. Imaginava aqueles desenhos infantis de robôs gigantes sendo pilotados por pessoas e lutando contra monstros em plena cidade grande (Tókio, geralmente). EVANGELION segue, sim, essa tradição de filmes de robôs gigantes, mas é muito mais que isso. È um animê/mangá super-sofisticado, com belos personagens com profundidade psicológica, muita ficção científica convincente e tudo mais. Imaginem só que eu quase chorei lendo o número 4 do mangá, tal a emoção que a história de Yoshiyuki Sadamoto passa. (No anime, a direção e roteiro é de Hideaki Anno.) Qualquer garoto que tenha tido algum problema de socialização ou de timidez vai se sentir na pele de Shinji, o garoto que é abandonado pelo pai e órfão de mãe e que é chamado para pilotar um robô gigante chamado Eva e lutar contra monstros gigantes chamados de Anjos. Além das cenas de lutas, a trama também se aprofunda nos relacionamentos de Shinji com seu pai, com a sua superior Misato e com as meninas de sua idade (Rei, Asuka). Além de momentos extremamente dramáticos, EVANGELION tem partes muito engraçadas, outras de muito mistério e outras até picantes. Eu já me tornei um fã de EVANGELION e quem duvida da qualidade do negócio, que comprove por si mesmo.
LOVE HINA (Rabu Hina)
Outro anime de bastante sucesso e que consegui com a Alexandra em cd-r foi LOVE HINA. Já devo ter assistido uns 7 episódios. Esse não tem nada de robô gigante ou monstros. É uma comédia romântica bem japonesa. Na história, um garoto pretende ir para uma universidade conceituada para se encontrar com uma garota que conhecera quando criança e cujo nome nem sabe. Ele vai parar numa casa cheia de garotas, se apaixona por uma delas, vive várias aventuras e apanha das meninas, enquanto se prepara para entrar na cobiçada universidade. LOVE HINA também existe em mangá aqui no Brasil, mas nunca tive a oportunidade de conhecer. Também traz algumas cenas picantes (pero no mucho) à moda japonesa.
RAVE E GÓRGONA
Tenho um monte de coisas pra contar. Vamos começar pelo fim de semana. Fiz uma pequena viagem para o Porto das Dunas. A Valéria organizou o encontro do pessoal (cerca de 12 pessoas) numa casa de praia legal, pertinho do Beach Park. À noite teve uma festa ótima. Uma das melhores festas que eu já fui. E olha que eu ando enjoado pra essas coisas. Desde 2000 que não tenho ficado satisfeito com as festas e shows. Dessa vez a Rádio Cidade organizou uma rave Parque Eólico da Prainha, aquele lugar cheio de "ventiladores" que produzem energia, onde o Jota Quest fez um videoclipe. O lugar em fantástico. Nem precisa de cenário ou coisas do tipo. Tinha uma bela lua cheia, estrelas, o mar, os cataventos e música eletrônica de primeira. Ainda teve show de uma banda de rock pernambucana - Habagaceira. Ainda bem que não era esse lance ultrapassado de colocar ritmos regionais. Era rock mesmo. E nem precisou de eu ficar bêbado ou ficar com alguém pra curtir a festa. O lado negativo foi terem roubado o som do carro da Marcélia, a menina com quem a gente foi pro local da festa. Mas parece que ela não ficou chateada, não.
A GÓRGONA (The Gorgon)
O único filme que eu pretendo comentar agora é A GÓRGONA (1964), de Terrence Fisher, talvez o principal diretor da Hammer, cultuada produtora inglesa da década de 60. Fisher é o diretor dos primeiros filmes de Drácula da produtora: O VAMPIRO DA NOITE (1958) e DRÁCULA: PRÍNCIPE DAS TREVAS (1965), além do interlúdio AS NOIVAS DO VAMPIRO (1960) e outros filmes do gênero. O filme é ótimo e tem no elenco os lendários Christopher Lee e Peter Cushing. Na história, uma megera, criatura da mitologia grega que tem cobras na cabeça e que tem o poder de transformar as pessoas em pedra, só com o olhar. A Górgona é uma das três megeras. A Medusa talvez seja a mais famosa. (Esqueci o nome da outra megera). O filme tem um clima muito bom e a qualidade de tornar a história verossímil. Lá pelo meio a gente está torcendo pelos personagens, curioso pra descobrir o mistério por trás da trama e até com o certo medo da tal megera. O legal foi que esse filme, inédito em VHS e DVD no Brasil, passou num Intercine da Rede Globo. Seria muito legal se passassem mais filmes da Hammer.
Mais tarde eu volto pra falar sobre os animes NEON GENESIS EVANGELION e LOVE HINA. Depois tem ainda quatro filmes com o Jet Li que eu estou devendo. E S1MONE que ainda não terminei de ver.
Até mais!
Tenho um monte de coisas pra contar. Vamos começar pelo fim de semana. Fiz uma pequena viagem para o Porto das Dunas. A Valéria organizou o encontro do pessoal (cerca de 12 pessoas) numa casa de praia legal, pertinho do Beach Park. À noite teve uma festa ótima. Uma das melhores festas que eu já fui. E olha que eu ando enjoado pra essas coisas. Desde 2000 que não tenho ficado satisfeito com as festas e shows. Dessa vez a Rádio Cidade organizou uma rave Parque Eólico da Prainha, aquele lugar cheio de "ventiladores" que produzem energia, onde o Jota Quest fez um videoclipe. O lugar em fantástico. Nem precisa de cenário ou coisas do tipo. Tinha uma bela lua cheia, estrelas, o mar, os cataventos e música eletrônica de primeira. Ainda teve show de uma banda de rock pernambucana - Habagaceira. Ainda bem que não era esse lance ultrapassado de colocar ritmos regionais. Era rock mesmo. E nem precisou de eu ficar bêbado ou ficar com alguém pra curtir a festa. O lado negativo foi terem roubado o som do carro da Marcélia, a menina com quem a gente foi pro local da festa. Mas parece que ela não ficou chateada, não.
A GÓRGONA (The Gorgon)
O único filme que eu pretendo comentar agora é A GÓRGONA (1964), de Terrence Fisher, talvez o principal diretor da Hammer, cultuada produtora inglesa da década de 60. Fisher é o diretor dos primeiros filmes de Drácula da produtora: O VAMPIRO DA NOITE (1958) e DRÁCULA: PRÍNCIPE DAS TREVAS (1965), além do interlúdio AS NOIVAS DO VAMPIRO (1960) e outros filmes do gênero. O filme é ótimo e tem no elenco os lendários Christopher Lee e Peter Cushing. Na história, uma megera, criatura da mitologia grega que tem cobras na cabeça e que tem o poder de transformar as pessoas em pedra, só com o olhar. A Górgona é uma das três megeras. A Medusa talvez seja a mais famosa. (Esqueci o nome da outra megera). O filme tem um clima muito bom e a qualidade de tornar a história verossímil. Lá pelo meio a gente está torcendo pelos personagens, curioso pra descobrir o mistério por trás da trama e até com o certo medo da tal megera. O legal foi que esse filme, inédito em VHS e DVD no Brasil, passou num Intercine da Rede Globo. Seria muito legal se passassem mais filmes da Hammer.
Mais tarde eu volto pra falar sobre os animes NEON GENESIS EVANGELION e LOVE HINA. Depois tem ainda quatro filmes com o Jet Li que eu estou devendo. E S1MONE que ainda não terminei de ver.
Até mais!
sábado, julho 12, 2003
PANTERAS E MOLOCH
Comentários dos dois filmes de hoje:
AS PANTERAS DETONANDO (Charlie´s Angels: Full Throttle)
Depois de voltar da locadora, fui assistir a uma sessão do novo filme das Panteras na melhor sala que o está exibindo na cidade: a sala do North Shopping. Bom, já que eu comentei sobre a sala, vou falar mais um pouquinho. Seguinte: tem muita gente que mora em bairro chique da cidade que tem preconceito com o North Shopping, por não se localizar em bairro nobre, pelas pessoas mais humildes que freqüentam o shopping etc. Mas o que elas estão perdendo com esse preconceito é, além de outras coisas, ver filmes com qualidade boa de som e imagem. Um filme como AS PANTERAS DETONANDO tem que ser visto em sala com o som de primeira linha, pra você não fazer careta como eu fiz quando eu assisti HULK, no Shoping Aldeota. Isso, curiosamente no bairro tradicionalmente nobre da cidade. O som do Cine Aldeota está horrível. Doía nos ouvidos quando a caixa de som era forçada com sons mais altos. Outras salas que são uma porcaria: as do Art Iguatemi. Aquilo ali, se fechar não faz falta.
AS PANTERAS DETONANDO é mais do mesmo. Se você odiou o primeiro filme, passe longe do segundo. Se curtiu, pode ir sem medo que não vai se decepcionar. Pelo contrário, vai adorar ver de novo cenas de ação absurdas, inspiradas na fase Roger Moore de 007. Coisa de louco a seqüência inicial, com o helicóptero caindo, ao som de uma guitarrada foderosa. Aliás, rock and roll no talo é o que não falta. Deu vontade de sair do cinema e ir direto pra uma boate. Na trilha tem mais duas do Prodigy. Será que vão usar o disco THE FAT OF THE LAND ao longo de todos os filmes (se bem que eu não reclamo)? Hehehe. Tem ainda Rage Against the Machine ("Sleep now in the Fire", que eu ouvi assim que eu voltei pra casa.), Dick Dale (aquela faixa inicial de PULP FICTION) e, correndo por fora, Bon Jovi, David Bowie.
As cenas de ação estão muito legais. Destaque também para a cena da corrida de motos. Vê-se que as três Angels se arriscaram bem mais que a Demi Moore, que pouco fez acrobacias. Ela usava mais as armas e as falas.
Participações especiais: Rodrigo Santoro (o mudo), Pink, Bruce Willis, uma Angel da antiga série de tv AS PANTERAS.
Cameron Diaz está cada vez melhor. Mais bonita, mais confiante, mais corajosa - não tem medo de pagar mico. Na verdade, me apaixonei por ela desde que a vi em A MÁSCARA. Dançar é com ela mesmo. Drew Barrymore é atraente também com aquele decote de mulher que pode. Lucy Liu às vezes é muito bonita, combina mais quando está séria, tem o aspecto grave. Demi Moore é o símbolo da beleza daquela geração anos 80, representada pelo filme O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS. Não mais desfruta de toda aquela beleza, mas continua gatíssima. Ah, para os tarados de plantão: o filme tem uma discreta cena de nudez com as três Angels. Mas não dá pra ver quase nada. Hehehe.
E o diretor McG....Que nome que ele veio adotar, hein! O cara é um mestre em cinema-videoclipe-pop. Se é que você considera isso cinema. Queria ver outro filme dele, longe das Panteras. Como sairia o produto?
MOLOCH
Esse aí eu vou ser rápido. Foi uma grande decepção. Alexander Sukorov ganhou uma retrospectiva de todos os seus filmes na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no ano passado. O Renato viu um monte de filmes dele. Mas tinha percebido que ele não tinha ficado empolgado mesmo. Isso é porque esse Sukorov é um pé no saco. Eta filme chato!
Eu estava animado pra ver. Só o tema já é interessante: a intimidade de Hitler e Eva Braum em plena Europa da 2a Guerra Mundial (1942). Mas o filme infelizmente não vai a lugar nenhum. Mostra um Hitler idiota (com certeza era mesmo), hipocondríaco e paparicado. A melhor coisa do filme é ver a própria mulher dando um pé na bunda dele. Eva era a única pessoa que tinha coragem de contrariá-lo. Os outros era meu führer pra cá, meu führer pra lá. Não me arrependo de ter visto, claro. Foi bom conhecer o trabalho do diretor. Ainda pretendo ver ARCA RUSSA quando passar no cinema. Mas os 4 reais que paguei pela locação desse título não valeram.
Comentários dos dois filmes de hoje:
AS PANTERAS DETONANDO (Charlie´s Angels: Full Throttle)
Depois de voltar da locadora, fui assistir a uma sessão do novo filme das Panteras na melhor sala que o está exibindo na cidade: a sala do North Shopping. Bom, já que eu comentei sobre a sala, vou falar mais um pouquinho. Seguinte: tem muita gente que mora em bairro chique da cidade que tem preconceito com o North Shopping, por não se localizar em bairro nobre, pelas pessoas mais humildes que freqüentam o shopping etc. Mas o que elas estão perdendo com esse preconceito é, além de outras coisas, ver filmes com qualidade boa de som e imagem. Um filme como AS PANTERAS DETONANDO tem que ser visto em sala com o som de primeira linha, pra você não fazer careta como eu fiz quando eu assisti HULK, no Shoping Aldeota. Isso, curiosamente no bairro tradicionalmente nobre da cidade. O som do Cine Aldeota está horrível. Doía nos ouvidos quando a caixa de som era forçada com sons mais altos. Outras salas que são uma porcaria: as do Art Iguatemi. Aquilo ali, se fechar não faz falta.
AS PANTERAS DETONANDO é mais do mesmo. Se você odiou o primeiro filme, passe longe do segundo. Se curtiu, pode ir sem medo que não vai se decepcionar. Pelo contrário, vai adorar ver de novo cenas de ação absurdas, inspiradas na fase Roger Moore de 007. Coisa de louco a seqüência inicial, com o helicóptero caindo, ao som de uma guitarrada foderosa. Aliás, rock and roll no talo é o que não falta. Deu vontade de sair do cinema e ir direto pra uma boate. Na trilha tem mais duas do Prodigy. Será que vão usar o disco THE FAT OF THE LAND ao longo de todos os filmes (se bem que eu não reclamo)? Hehehe. Tem ainda Rage Against the Machine ("Sleep now in the Fire", que eu ouvi assim que eu voltei pra casa.), Dick Dale (aquela faixa inicial de PULP FICTION) e, correndo por fora, Bon Jovi, David Bowie.
As cenas de ação estão muito legais. Destaque também para a cena da corrida de motos. Vê-se que as três Angels se arriscaram bem mais que a Demi Moore, que pouco fez acrobacias. Ela usava mais as armas e as falas.
Participações especiais: Rodrigo Santoro (o mudo), Pink, Bruce Willis, uma Angel da antiga série de tv AS PANTERAS.
Cameron Diaz está cada vez melhor. Mais bonita, mais confiante, mais corajosa - não tem medo de pagar mico. Na verdade, me apaixonei por ela desde que a vi em A MÁSCARA. Dançar é com ela mesmo. Drew Barrymore é atraente também com aquele decote de mulher que pode. Lucy Liu às vezes é muito bonita, combina mais quando está séria, tem o aspecto grave. Demi Moore é o símbolo da beleza daquela geração anos 80, representada pelo filme O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS. Não mais desfruta de toda aquela beleza, mas continua gatíssima. Ah, para os tarados de plantão: o filme tem uma discreta cena de nudez com as três Angels. Mas não dá pra ver quase nada. Hehehe.
E o diretor McG....Que nome que ele veio adotar, hein! O cara é um mestre em cinema-videoclipe-pop. Se é que você considera isso cinema. Queria ver outro filme dele, longe das Panteras. Como sairia o produto?
MOLOCH
Esse aí eu vou ser rápido. Foi uma grande decepção. Alexander Sukorov ganhou uma retrospectiva de todos os seus filmes na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no ano passado. O Renato viu um monte de filmes dele. Mas tinha percebido que ele não tinha ficado empolgado mesmo. Isso é porque esse Sukorov é um pé no saco. Eta filme chato!
Eu estava animado pra ver. Só o tema já é interessante: a intimidade de Hitler e Eva Braum em plena Europa da 2a Guerra Mundial (1942). Mas o filme infelizmente não vai a lugar nenhum. Mostra um Hitler idiota (com certeza era mesmo), hipocondríaco e paparicado. A melhor coisa do filme é ver a própria mulher dando um pé na bunda dele. Eva era a única pessoa que tinha coragem de contrariá-lo. Os outros era meu führer pra cá, meu führer pra lá. Não me arrependo de ter visto, claro. Foi bom conhecer o trabalho do diretor. Ainda pretendo ver ARCA RUSSA quando passar no cinema. Mas os 4 reais que paguei pela locação desse título não valeram.
quinta-feira, julho 10, 2003
A NOITE AMERICANA (La Nuit Americaine)
Há cerca de dez anos eu assisti A NOITE AMERICANA quando do lançamento em VHS. Acho que na época não gostei muito. Achei o filme um pouco arrastado e fragmentado. Mas naquele tempo eu ainda não conhecia nada do cinema de François Truffaut. Hoje, graças ao impacto que o ciclo de filmes de Antoine Doinel (OS INCOMPREENDIDOS, BEIJOS ROUBADOS, DOMICÍLIO CONJUGAL) teve sobre mim, cada filme que vejo do diretor é com outros olhos.
A NOITE AMERICANA (1973) é particularmente especial. Principalmente se visto nessa edição especialíssima em DVD lançado pela Warner. A imagem está cristalina. O filme parece que foi feito ontem, tal a perfeição da imagem. Linda e deslumbrante está Jacqueline Bisset, como a estrela do filme dentro do filme, que tem um passado de colapsos nervosos. Sensacional ver Jean-Pierre Léaud, o Antoine Doinel, o alter-ego dos filmes mais pessoais de Truffaut, na tela de novo. Quem é fã de Truffaut sempre fica feliz ao vê-lo. Nem que seja em obras de outros autores, como IRMA VEP(1996), de Olivier Assayas.
O filme guarda vários momentos belos. Acho que a cena que me deixou mais emocionado é uma em que o diretor do filme dentro do filme (o próprio Truffaut) recebe por telefone os primeiros acordes da trilha sonora do filme, enquanto recebe um pacote contendo vários livros sobre cinema (livros sobre Bergman, Hawks, Godard, entre outros mestres). Depois, vendo no documentário presente nos extras, soube que aquela música não era inédita e já tinha sido utilizada em outro filme de Truffaut: DUAS INGLESAS E O AMOR (1971). Outra seqüência muito legal é quando Jean-Pierre Léaud pede para Dani, a estagiária da filmagem, andar na frente, rebolando pra ele olhar pra sua bunda. Lembrei na hora das aventuras de Doinel. Todas as cenas em que Truffaut, o homem que amava as mulheres, focaliza Jacqueline Bisset são lindas. Sente-se no ar a profunda paixão que ele nutre pelas mulheres. Talvez ele amasse as mulheres tanto quanto o cinema.
A temática "vida real vs cinema" também é explorada. Mesmo adorando cinema, os bastidores do filme são mostrados de maneira muito mais interessante do que as cenas da produção. Detalhes da técnica cinematográfica também são revelados. A cena do gato que não queria beber o leite para a cena é muito engraçada. Daria pra ficar falando bastante aqui sobre o filme, mas corro o risco de ficar tedioso. O melhor mesmo é conferir essa obra-prima prazeirosa.
No DVD constam os seguintes extras:
- Uma conversa com Jacqueline Bisset
- A Noite Americana: uma apreciação (esse é o meu extra preferido, trazendo uma especialista e apaixonada pelo cinema de Truffaut discorrendo sobre o filme.)
- La Nuit Americaine: Conexão França (com pequenas entrevistas com membros do elenco - uma observação maldosa: como Dani, apresentada bonita no filme, está feia 30 anos depois!!)
- Truffaut: um ponto de vista
- Entrevista com François Truffaut
- Festival de Cannes de 1973
- Truffaut nos EUA
- Trailler de cinema (o trailler está dublado em inglês)
Isso é que eu chamo de DVD de respeito, hein!!
Há cerca de dez anos eu assisti A NOITE AMERICANA quando do lançamento em VHS. Acho que na época não gostei muito. Achei o filme um pouco arrastado e fragmentado. Mas naquele tempo eu ainda não conhecia nada do cinema de François Truffaut. Hoje, graças ao impacto que o ciclo de filmes de Antoine Doinel (OS INCOMPREENDIDOS, BEIJOS ROUBADOS, DOMICÍLIO CONJUGAL) teve sobre mim, cada filme que vejo do diretor é com outros olhos.
A NOITE AMERICANA (1973) é particularmente especial. Principalmente se visto nessa edição especialíssima em DVD lançado pela Warner. A imagem está cristalina. O filme parece que foi feito ontem, tal a perfeição da imagem. Linda e deslumbrante está Jacqueline Bisset, como a estrela do filme dentro do filme, que tem um passado de colapsos nervosos. Sensacional ver Jean-Pierre Léaud, o Antoine Doinel, o alter-ego dos filmes mais pessoais de Truffaut, na tela de novo. Quem é fã de Truffaut sempre fica feliz ao vê-lo. Nem que seja em obras de outros autores, como IRMA VEP(1996), de Olivier Assayas.
O filme guarda vários momentos belos. Acho que a cena que me deixou mais emocionado é uma em que o diretor do filme dentro do filme (o próprio Truffaut) recebe por telefone os primeiros acordes da trilha sonora do filme, enquanto recebe um pacote contendo vários livros sobre cinema (livros sobre Bergman, Hawks, Godard, entre outros mestres). Depois, vendo no documentário presente nos extras, soube que aquela música não era inédita e já tinha sido utilizada em outro filme de Truffaut: DUAS INGLESAS E O AMOR (1971). Outra seqüência muito legal é quando Jean-Pierre Léaud pede para Dani, a estagiária da filmagem, andar na frente, rebolando pra ele olhar pra sua bunda. Lembrei na hora das aventuras de Doinel. Todas as cenas em que Truffaut, o homem que amava as mulheres, focaliza Jacqueline Bisset são lindas. Sente-se no ar a profunda paixão que ele nutre pelas mulheres. Talvez ele amasse as mulheres tanto quanto o cinema.
A temática "vida real vs cinema" também é explorada. Mesmo adorando cinema, os bastidores do filme são mostrados de maneira muito mais interessante do que as cenas da produção. Detalhes da técnica cinematográfica também são revelados. A cena do gato que não queria beber o leite para a cena é muito engraçada. Daria pra ficar falando bastante aqui sobre o filme, mas corro o risco de ficar tedioso. O melhor mesmo é conferir essa obra-prima prazeirosa.
No DVD constam os seguintes extras:
- Uma conversa com Jacqueline Bisset
- A Noite Americana: uma apreciação (esse é o meu extra preferido, trazendo uma especialista e apaixonada pelo cinema de Truffaut discorrendo sobre o filme.)
- La Nuit Americaine: Conexão França (com pequenas entrevistas com membros do elenco - uma observação maldosa: como Dani, apresentada bonita no filme, está feia 30 anos depois!!)
- Truffaut: um ponto de vista
- Entrevista com François Truffaut
- Festival de Cannes de 1973
- Truffaut nos EUA
- Trailler de cinema (o trailler está dublado em inglês)
Isso é que eu chamo de DVD de respeito, hein!!
quarta-feira, julho 09, 2003
CASTLE E CORMAN
Hoje foi dia de eu ver dois filmes de dois mestres do cinema B de terror da década de 60. Coincidentemente os dois filmes são do mesmo ano - 1963 - e são lançamentos recentes em DVD de boa qualidade pela Classic-Line e Columbia.
O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (X - The Man with the X-Ray Eyes)
Lembro que o Reichenbach colocou na sua extinta coluna uma lista de filmes cultuados bem interessante. Esse filme do Roger Corman estava lá e desde então me despertou a curiosidade. O filme é ótimo. Achei melhor até do que as produções de Corman do ciclo Poe/Vincent Price. E o final ficou muito bom!! Na história, Ray Milland é o médico e cientista que desenvolve uma solução que, aplicada aos olhos, faz com que a pessoa enxergue além do que um olho normal pode ver. Só lamentei que na seqüência da dança, em que ele vê as mulheres sem as roupas, o filme foi bem puritano em não mostrar nada de nudez. No mais, é um filmão, com uma bela fotografia a cores. Destaque para os efeitos especiais coloridos.
ALMAS MORTAS (Strait-Jacket)
Esse filme de William Castle, o homem que dava choque na platéia, deve ser um ponto alto em sua carreira. Digo "deve ser" porque nunca vi nenhum outro filme dele. Mas a julgar pelos traillers de 13 FANTASMAS e MR. SARDONICUS que aparecem de extras no DVD, acredito que é sim. Matando a pau (digo, a machadadas) o filme tem a horripilante Joan Crawford no papel da mulher que mata o marido usando o machado, na frente da própria filha. Isso é que é gostar de ser repugnante - depois do extraordinário papel em O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE? (1962), de Robert Aldrich, a mulher volta num papel ainda mais hardcore. Há uma semelhança desse filme com PSICOSE (1960) do Hitchcock. É claro que não tem a classe do mestre do suspense, mas numa coisa a obra de Castle supera: a surpresa final. Jamais eu esperaria um final daqueles.
No DVD tem um pequeno documentário sobre os bastidores do filme, traillers desse e de outros filmes de Castle e testes de figurino e maquiagem para Joan Crawford. O trailler de ALMAS MORTAS é mais um lembrete pro espectador ver o filme do começo e não revelar o final pra ninguém. Ótima estratégia de marketing. Em outro trailler (MR. SARDONICUS), outra curiosidade: pela primeira vez, o público pode escolher o destino final do seu personagem. Nos cinemas americanos foi entregue um papel com uma mão. Você escolhe, botando o polegar pra cima ou pra baixo, o destino final de Mr. Sardonicus. O começo da interatividade no cinema e precursor do "Você Decide" da Rede Globo.
Hoje foi dia de eu ver dois filmes de dois mestres do cinema B de terror da década de 60. Coincidentemente os dois filmes são do mesmo ano - 1963 - e são lançamentos recentes em DVD de boa qualidade pela Classic-Line e Columbia.
O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (X - The Man with the X-Ray Eyes)
Lembro que o Reichenbach colocou na sua extinta coluna uma lista de filmes cultuados bem interessante. Esse filme do Roger Corman estava lá e desde então me despertou a curiosidade. O filme é ótimo. Achei melhor até do que as produções de Corman do ciclo Poe/Vincent Price. E o final ficou muito bom!! Na história, Ray Milland é o médico e cientista que desenvolve uma solução que, aplicada aos olhos, faz com que a pessoa enxergue além do que um olho normal pode ver. Só lamentei que na seqüência da dança, em que ele vê as mulheres sem as roupas, o filme foi bem puritano em não mostrar nada de nudez. No mais, é um filmão, com uma bela fotografia a cores. Destaque para os efeitos especiais coloridos.
ALMAS MORTAS (Strait-Jacket)
Esse filme de William Castle, o homem que dava choque na platéia, deve ser um ponto alto em sua carreira. Digo "deve ser" porque nunca vi nenhum outro filme dele. Mas a julgar pelos traillers de 13 FANTASMAS e MR. SARDONICUS que aparecem de extras no DVD, acredito que é sim. Matando a pau (digo, a machadadas) o filme tem a horripilante Joan Crawford no papel da mulher que mata o marido usando o machado, na frente da própria filha. Isso é que é gostar de ser repugnante - depois do extraordinário papel em O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE? (1962), de Robert Aldrich, a mulher volta num papel ainda mais hardcore. Há uma semelhança desse filme com PSICOSE (1960) do Hitchcock. É claro que não tem a classe do mestre do suspense, mas numa coisa a obra de Castle supera: a surpresa final. Jamais eu esperaria um final daqueles.
No DVD tem um pequeno documentário sobre os bastidores do filme, traillers desse e de outros filmes de Castle e testes de figurino e maquiagem para Joan Crawford. O trailler de ALMAS MORTAS é mais um lembrete pro espectador ver o filme do começo e não revelar o final pra ninguém. Ótima estratégia de marketing. Em outro trailler (MR. SARDONICUS), outra curiosidade: pela primeira vez, o público pode escolher o destino final do seu personagem. Nos cinemas americanos foi entregue um papel com uma mão. Você escolhe, botando o polegar pra cima ou pra baixo, o destino final de Mr. Sardonicus. O começo da interatividade no cinema e precursor do "Você Decide" da Rede Globo.
terça-feira, julho 08, 2003
SOLARIS (Solyaris)
Ontem terminei de ver SOLARIS, de Andrei Tarkovsky. O original de 1972. Eu tinha gostado da versão do Soderbergh (2002), mas o filme do Tarkovsky é de uma beleza espantosa. Pra começar, as primeiras imagens já deixam a gente impressionado. A fita que eu assisti foi gravada pelo chapa Fab Rib do DVD da Criterion Collection. Chique, né? Se na fita, a imagem já estava tão bonita, no DVD, então, deve estar magnífica. Mas lugar bom mesmo pra ver o filme deve ser no cinema. Não só por ele estar em scope, mas por causa dos silêncios, do andamento lento. "Esculpir o tempo" é o termo utilizado sempre que se fala do cinema de Tarkovsky. A trama do filme é mais ou menos assim: psicólogo terrestre, vivendo no planeta Solaris, é chamado para ir a uma estação espacial na órbita do planeta. Alguma coisa estranha estava acontecendo. Ao chegar lá ele se depara com a figura de sua mulher, morta há 10 anos. No filme, o diretor não tem pressa, quer passar uma certa contemplação, como que preparando o espectador para os questionamentos filosóficos que virão no final do filme. Esses questionamentos dão um ar de melancolia, mais do que suscitam dúvidas a respeito do sentido da vida. Uma coisa que eu não entendi foi a inserção de seqüências em preto e branco. Qual seria o critério do preto e branco? Também achei a primeira meia-hora um pouco confusa, mas nada como rever para tirar as dúvidas. Acho que deve-se também ao fato de eu estar apreciando muito a imagem e não estar dando a devida atenção à trama. De qualquer maneira, curti essas noites silenciosas assistindo ao filme e apreciando cinema de primeira qualidade. Agora é tentar ver mais filmes do diretor: O SACRIFÍCIO, O ESPELHO, ANDREI RUBLEV, NOSTALGIA, STALKER...
Ontem terminei de ver SOLARIS, de Andrei Tarkovsky. O original de 1972. Eu tinha gostado da versão do Soderbergh (2002), mas o filme do Tarkovsky é de uma beleza espantosa. Pra começar, as primeiras imagens já deixam a gente impressionado. A fita que eu assisti foi gravada pelo chapa Fab Rib do DVD da Criterion Collection. Chique, né? Se na fita, a imagem já estava tão bonita, no DVD, então, deve estar magnífica. Mas lugar bom mesmo pra ver o filme deve ser no cinema. Não só por ele estar em scope, mas por causa dos silêncios, do andamento lento. "Esculpir o tempo" é o termo utilizado sempre que se fala do cinema de Tarkovsky. A trama do filme é mais ou menos assim: psicólogo terrestre, vivendo no planeta Solaris, é chamado para ir a uma estação espacial na órbita do planeta. Alguma coisa estranha estava acontecendo. Ao chegar lá ele se depara com a figura de sua mulher, morta há 10 anos. No filme, o diretor não tem pressa, quer passar uma certa contemplação, como que preparando o espectador para os questionamentos filosóficos que virão no final do filme. Esses questionamentos dão um ar de melancolia, mais do que suscitam dúvidas a respeito do sentido da vida. Uma coisa que eu não entendi foi a inserção de seqüências em preto e branco. Qual seria o critério do preto e branco? Também achei a primeira meia-hora um pouco confusa, mas nada como rever para tirar as dúvidas. Acho que deve-se também ao fato de eu estar apreciando muito a imagem e não estar dando a devida atenção à trama. De qualquer maneira, curti essas noites silenciosas assistindo ao filme e apreciando cinema de primeira qualidade. Agora é tentar ver mais filmes do diretor: O SACRIFÍCIO, O ESPELHO, ANDREI RUBLEV, NOSTALGIA, STALKER...
segunda-feira, julho 07, 2003
FILMES DO 7 DE JULHO
Aqui estou eu num 7 de julho bem leve e com boas vibrações no ar. Nada de realmente especial acontecendo. O que não é de todo ruim. Mais uma volta da Terra ao redor do sol do dia do meu nascimento. Às vezes dá vontade de fazer como uma astróloga e ocultista maluca chamada Linda Goodman. Ela usava métodos para regeneração celular e com fins de imortalidade. Pra isso ela ensinava um ritual para que as células do corpo se regenerassem. Assim, a pessoa poderia ter sempre 20 anos na aparência, mesmo tendo 100 anos. Outra coisa: a pessoa simplesmente teria que se desprogramar de preconceitos. Uma pessoa de 20, 30 ou 40 teria que se comportar de maneira xis. Hoje há muito disso. E o preconceito parte até das pessoas mais jovens. É claro que há limite pra tudo. Hehehe.. Uma mulher de 70 anos de mini-saia e dançando numa boite é no mínimo muito estranho. Ficaria bem num filme do Fellini. Diria também David Lynch, mas Lynch prefere mulheres jovens e bonitas. Hehehe..
Bom, deixando as besteiras de lado, comento a seguir os filmes que vi recentemente.
CONTE COMIGO (You Can Count on Me)
Belíssimo filme de estréia de Kenneth Lonergan. Confesso que chorei. (Aliás, todo mundo sabe que eu sou um chorão convicto e tenho um fraco por melodramas.) CONTE COMIGO é um filme sensível e muito bem dirigido sobre o relacionamento entre dois irmãos extremamente diferentes. Laura Linney (ótima e indicada ao Oscar pelo papel) é uma mãe solteira que vive numa cidadezinha do interior dos EUA. Ela tem um filho de 8 anos que não conhece o próprio pai. Com isso, ele fantasia que seu pai é um agente secreto ou coisa do tipo, já que sua mãe hesita em contar pra ele que seu pai é um canalha. Me lembrei na hora do meu sobrinho, o Luquinha, que também não conhece o seu pai, um filho da puta de marca maior. A única identificação masculina que ele tem na família vem de mim. Nem sei se sou bom exemplo pra ele. Sei lá. Outra coisa que fez com que eu me identificasse com o filme foi justamente a chegada do tio do garoto (Mark Ruffalo). O tio é um sujeito selvagem. Diferente de sua irmã, que prefere um emprego fixo e uma estabilidade financeira, ele não está nem aí e vive liso e com problemas. Odeia a rotina de uma cidade pequena. Com a sua chegada, acontece um choque de personalidades e algumas coisas acontecem. No elenco, há também Matthew Broderick. O final é emocionante. O DVD vem com um documentário de 11 minutos e faixa de comentário do diretor (legendada). Recomendo muitíssimo esse filme.
Os dois filmes seguintes, assisti pra liberar a fita pra novas gravações.
COMPORTAMENTO SUSPEITO (Disturbing Behaviour)
A principal razão de eu ter gravado esse filme foi a presença de Katie Holmes (DAWSON´S CREEK). Ela ficou bem como uma garotinha rebelde de uma escola muito estranha. O filme meio que retoma o tema de ficções científicas dos anos 50 tipo VAMPIROS DE ALMAS. O mal está se apoderando da sociedade e o normal é ser diferente. O ator principal é James Marsden (o ciclope de X-MEN). Não vou muito com a cara desse rapaz, mas o filme é legal. Não aborrece. E tem a Katie Holmes. (Já tinha falado isso, né?) Gravado da TNT.
TE AMAREI ATÉ TE MATAR (I Love You to Death)
Ótimo comédia de humor negro dirigida por Lawrence Kasdan em 1990 e com um elenco estelar: Kevin Kline, Tracey Ullman , River Phoenix, William Hurt, Keanu Reeves. Kasdan quase sempre acerta. Fez ótimos filmes, transitando por diversos gêneros - western, drama, comédia, filme noir, romance e terror. Infelizmente errou um pouco com o último O APANHADOR DE SONHOS, que começa muito bem e termina muito mal. TE AMAREI ATÉ TE MATAR é a história da mulher (Tracey Ullman) do dono de uma pizzaria (Kevin Kline) que depois de descobrir que seu marido a trai, planeja matá-lo. Muito legal. Gravado da Globo.
Fora isso, estou vendo uma série de filmes com Jet Li, que comentarei depois, e terminando de ver SOLARIS (1972) e S1MONE. Além disso, aluguei ontem CONTE COMIGO (já comentado), os DVDs de A NOITE AMERICANA (Truffaut), MOLOCH (Sokurov), O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (Corman) e ALMAS MORTAS (Castle). De dar água na boca, né?
Trilha sonora do momento:
SONGS FOR THE DEAF, do Queens of the Stone Age
Aqui estou eu num 7 de julho bem leve e com boas vibrações no ar. Nada de realmente especial acontecendo. O que não é de todo ruim. Mais uma volta da Terra ao redor do sol do dia do meu nascimento. Às vezes dá vontade de fazer como uma astróloga e ocultista maluca chamada Linda Goodman. Ela usava métodos para regeneração celular e com fins de imortalidade. Pra isso ela ensinava um ritual para que as células do corpo se regenerassem. Assim, a pessoa poderia ter sempre 20 anos na aparência, mesmo tendo 100 anos. Outra coisa: a pessoa simplesmente teria que se desprogramar de preconceitos. Uma pessoa de 20, 30 ou 40 teria que se comportar de maneira xis. Hoje há muito disso. E o preconceito parte até das pessoas mais jovens. É claro que há limite pra tudo. Hehehe.. Uma mulher de 70 anos de mini-saia e dançando numa boite é no mínimo muito estranho. Ficaria bem num filme do Fellini. Diria também David Lynch, mas Lynch prefere mulheres jovens e bonitas. Hehehe..
Bom, deixando as besteiras de lado, comento a seguir os filmes que vi recentemente.
CONTE COMIGO (You Can Count on Me)
Belíssimo filme de estréia de Kenneth Lonergan. Confesso que chorei. (Aliás, todo mundo sabe que eu sou um chorão convicto e tenho um fraco por melodramas.) CONTE COMIGO é um filme sensível e muito bem dirigido sobre o relacionamento entre dois irmãos extremamente diferentes. Laura Linney (ótima e indicada ao Oscar pelo papel) é uma mãe solteira que vive numa cidadezinha do interior dos EUA. Ela tem um filho de 8 anos que não conhece o próprio pai. Com isso, ele fantasia que seu pai é um agente secreto ou coisa do tipo, já que sua mãe hesita em contar pra ele que seu pai é um canalha. Me lembrei na hora do meu sobrinho, o Luquinha, que também não conhece o seu pai, um filho da puta de marca maior. A única identificação masculina que ele tem na família vem de mim. Nem sei se sou bom exemplo pra ele. Sei lá. Outra coisa que fez com que eu me identificasse com o filme foi justamente a chegada do tio do garoto (Mark Ruffalo). O tio é um sujeito selvagem. Diferente de sua irmã, que prefere um emprego fixo e uma estabilidade financeira, ele não está nem aí e vive liso e com problemas. Odeia a rotina de uma cidade pequena. Com a sua chegada, acontece um choque de personalidades e algumas coisas acontecem. No elenco, há também Matthew Broderick. O final é emocionante. O DVD vem com um documentário de 11 minutos e faixa de comentário do diretor (legendada). Recomendo muitíssimo esse filme.
Os dois filmes seguintes, assisti pra liberar a fita pra novas gravações.
COMPORTAMENTO SUSPEITO (Disturbing Behaviour)
A principal razão de eu ter gravado esse filme foi a presença de Katie Holmes (DAWSON´S CREEK). Ela ficou bem como uma garotinha rebelde de uma escola muito estranha. O filme meio que retoma o tema de ficções científicas dos anos 50 tipo VAMPIROS DE ALMAS. O mal está se apoderando da sociedade e o normal é ser diferente. O ator principal é James Marsden (o ciclope de X-MEN). Não vou muito com a cara desse rapaz, mas o filme é legal. Não aborrece. E tem a Katie Holmes. (Já tinha falado isso, né?) Gravado da TNT.
TE AMAREI ATÉ TE MATAR (I Love You to Death)
Ótimo comédia de humor negro dirigida por Lawrence Kasdan em 1990 e com um elenco estelar: Kevin Kline, Tracey Ullman , River Phoenix, William Hurt, Keanu Reeves. Kasdan quase sempre acerta. Fez ótimos filmes, transitando por diversos gêneros - western, drama, comédia, filme noir, romance e terror. Infelizmente errou um pouco com o último O APANHADOR DE SONHOS, que começa muito bem e termina muito mal. TE AMAREI ATÉ TE MATAR é a história da mulher (Tracey Ullman) do dono de uma pizzaria (Kevin Kline) que depois de descobrir que seu marido a trai, planeja matá-lo. Muito legal. Gravado da Globo.
Fora isso, estou vendo uma série de filmes com Jet Li, que comentarei depois, e terminando de ver SOLARIS (1972) e S1MONE. Além disso, aluguei ontem CONTE COMIGO (já comentado), os DVDs de A NOITE AMERICANA (Truffaut), MOLOCH (Sokurov), O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (Corman) e ALMAS MORTAS (Castle). De dar água na boca, né?
Trilha sonora do momento:
SONGS FOR THE DEAF, do Queens of the Stone Age
sexta-feira, julho 04, 2003
SANDMAN, PLUMAS, ENFERMEIRA...
Chegou a sexta-feira da minha primeira semana de férias. O tempo passa voando. Hoje foi um dia bem preguiçoso pra mim. Acordei meio-dia (não tinha curso de inglês) com uma leve ressaca da cerveja de ontem, assisti ao DVD de A ENFERMEIRA BETTY, fui entregar os filmes na locadora... Ah, espero que o cara da locadora não ligue pra mim avisando que eu devo 2 reais. Eu ia pagar 7 reais pelos 4 filmes, mas acho que ele errou - eu até perguntei se não eram 7 reais. Ele disse 5. Me senti como o George do SEINFELD. Bem que eu poderia ter insistido. Hehehe.. Mas pelo menos enquanto eu pagava, o ajudei a responder uma pergunta que a cliente da locadora perguntava: qual aquele filme que tem a Juliane Moore e a Cate Blachet? Ele achava que era "despedida não sei o que", alguma coisa assim. Eu falei: CHEGADAS E PARTIDAS. Eu parecia um Mr. Bean orgulhoso.. Hehehe.
Bom, mas antes de entregar as fitas fui comprar o meu exemplar valioso de CARTAS NA AREIA 1, coletânea das capas de Dave McKean para a revista SANDMAN. Caramba! Que trabalho bonito!! Os textos explicatórios de Neil Gaiman, as capas comentadas, a qualidade do papel, a "última história de Sandman" que me deixou arrepiado. São mais de 100 páginas por apenas 8,90!! De graça, principalmente se você comparar com os preços abusivos da revista SANDMAN, que agora tá custando 7,90. E são apenas 20 e poucas páginas.
Lá na QUADRINHOS E CIA. tem tanta coisa boa, mas tudo tão caro: novos trabalhos do Garth Ennis, ASSASSINO AMARELO, do Frank Miller, os dois volumes de HOMEM ANIMAL, HELLRAISER, MONSTRO DO PÂNTANO Vol. 2, HELLBLAZER, encadernações de luxo de Sandman, o novo trabalho de Alan Moore (SUPREMO), que é uma espécie de homenagem ao Super-Homem. Enfim, muita coisa pra fã de comics endinheirado.
Bom, comento a seguir dois filmes, o primeiro visto ontem no cinema.
AS QUATRO PLUMAS (The Four Feathers)
Filme de Shekhar Kepur (ELISABETH) que conta a história de Harry (Heath Ledger), jovem militar do exército britânico em 1884 que, às vésperas de ir para uma guerra no Sudão, renuncia ao exército. Além de estar com medo de morrer e não acreditar que um deserto no fim do mundo tenha qualquer ligação com a Rainha, ele ainda iria se casar com a bela Ethne (Kate Hudson). A moça também era cobiçada pelo melhor amigo de Harry (Wes Bentley). Como sinal de covardia e vergonha para a família e amigos, ele recebe 4 penas, inclusive uma da própria noiva. Perturbado, ele vai parar sozinho no deserto do Sudão a fim de ajudar o grupo e provar que consegue dominar o medo.
Achei que o filme fosse chato. Além do mais, as críticas não foram muito boas para o filme. Acabei gostando bastante. Os 130 minutos passaram rápido. As cenas de batalha são boas e cheias de suor e areia, coisa que está faltando nesses atuais filmes cheios de CGI e batalhas saídas de videogame. O problema do filme talvez seja a indefinição ideológica. Se eu fosse o personagem, eu mandaria todo mundo se foder e não ia pra deserto porra nenhuma. Mas o filme foi baseado num livro e esse tipo de raciocínio não serve para a época que o filme retrata. Cinemão épico tradicional acima da média.
A ENFERMEIRA BETTY (Nurse Betty)
Filme de Neil Labute que conta a história de Betty (Renée Zellweger), uma garçonete fã de novelas que, ao entrar em choque com a morte brutal do seu marido panaca(Aaron Eckhart), passa a acreditar que o amor de sua vida é o pesonagem chave da tele-novela (Greg Kinnear). Enquanto ela vai para Los Angeles, os assassinos do marido (Morgan Freeman e Chris Rock) partem em seu encalço.
O filme é bem simpático, elenco muito bom, senso de humor, cenas violentas mas não muito. Não dá pra reclamar. O DVD da Universal está caprichado. Contém cenas deletadas, trailler de cinema, dois comentários em áudio (um com o elenco, outro com os técnicos) e segmentos da novela que Betty assiste dentro do filme. É tanta coisa que eu não tive como ver tudo. Só vi as cenas excluídas e uns 20 minutos da primeira faixa de comentário, que é bem divertida. Renee rindo e Chris Rock fazendo palhaçada. Legal.
Chegou a sexta-feira da minha primeira semana de férias. O tempo passa voando. Hoje foi um dia bem preguiçoso pra mim. Acordei meio-dia (não tinha curso de inglês) com uma leve ressaca da cerveja de ontem, assisti ao DVD de A ENFERMEIRA BETTY, fui entregar os filmes na locadora... Ah, espero que o cara da locadora não ligue pra mim avisando que eu devo 2 reais. Eu ia pagar 7 reais pelos 4 filmes, mas acho que ele errou - eu até perguntei se não eram 7 reais. Ele disse 5. Me senti como o George do SEINFELD. Bem que eu poderia ter insistido. Hehehe.. Mas pelo menos enquanto eu pagava, o ajudei a responder uma pergunta que a cliente da locadora perguntava: qual aquele filme que tem a Juliane Moore e a Cate Blachet? Ele achava que era "despedida não sei o que", alguma coisa assim. Eu falei: CHEGADAS E PARTIDAS. Eu parecia um Mr. Bean orgulhoso.. Hehehe.
Bom, mas antes de entregar as fitas fui comprar o meu exemplar valioso de CARTAS NA AREIA 1, coletânea das capas de Dave McKean para a revista SANDMAN. Caramba! Que trabalho bonito!! Os textos explicatórios de Neil Gaiman, as capas comentadas, a qualidade do papel, a "última história de Sandman" que me deixou arrepiado. São mais de 100 páginas por apenas 8,90!! De graça, principalmente se você comparar com os preços abusivos da revista SANDMAN, que agora tá custando 7,90. E são apenas 20 e poucas páginas.
Lá na QUADRINHOS E CIA. tem tanta coisa boa, mas tudo tão caro: novos trabalhos do Garth Ennis, ASSASSINO AMARELO, do Frank Miller, os dois volumes de HOMEM ANIMAL, HELLRAISER, MONSTRO DO PÂNTANO Vol. 2, HELLBLAZER, encadernações de luxo de Sandman, o novo trabalho de Alan Moore (SUPREMO), que é uma espécie de homenagem ao Super-Homem. Enfim, muita coisa pra fã de comics endinheirado.
Bom, comento a seguir dois filmes, o primeiro visto ontem no cinema.
AS QUATRO PLUMAS (The Four Feathers)
Filme de Shekhar Kepur (ELISABETH) que conta a história de Harry (Heath Ledger), jovem militar do exército britânico em 1884 que, às vésperas de ir para uma guerra no Sudão, renuncia ao exército. Além de estar com medo de morrer e não acreditar que um deserto no fim do mundo tenha qualquer ligação com a Rainha, ele ainda iria se casar com a bela Ethne (Kate Hudson). A moça também era cobiçada pelo melhor amigo de Harry (Wes Bentley). Como sinal de covardia e vergonha para a família e amigos, ele recebe 4 penas, inclusive uma da própria noiva. Perturbado, ele vai parar sozinho no deserto do Sudão a fim de ajudar o grupo e provar que consegue dominar o medo.
Achei que o filme fosse chato. Além do mais, as críticas não foram muito boas para o filme. Acabei gostando bastante. Os 130 minutos passaram rápido. As cenas de batalha são boas e cheias de suor e areia, coisa que está faltando nesses atuais filmes cheios de CGI e batalhas saídas de videogame. O problema do filme talvez seja a indefinição ideológica. Se eu fosse o personagem, eu mandaria todo mundo se foder e não ia pra deserto porra nenhuma. Mas o filme foi baseado num livro e esse tipo de raciocínio não serve para a época que o filme retrata. Cinemão épico tradicional acima da média.
A ENFERMEIRA BETTY (Nurse Betty)
Filme de Neil Labute que conta a história de Betty (Renée Zellweger), uma garçonete fã de novelas que, ao entrar em choque com a morte brutal do seu marido panaca(Aaron Eckhart), passa a acreditar que o amor de sua vida é o pesonagem chave da tele-novela (Greg Kinnear). Enquanto ela vai para Los Angeles, os assassinos do marido (Morgan Freeman e Chris Rock) partem em seu encalço.
O filme é bem simpático, elenco muito bom, senso de humor, cenas violentas mas não muito. Não dá pra reclamar. O DVD da Universal está caprichado. Contém cenas deletadas, trailler de cinema, dois comentários em áudio (um com o elenco, outro com os técnicos) e segmentos da novela que Betty assiste dentro do filme. É tanta coisa que eu não tive como ver tudo. Só vi as cenas excluídas e uns 20 minutos da primeira faixa de comentário, que é bem divertida. Renee rindo e Chris Rock fazendo palhaçada. Legal.
quarta-feira, julho 02, 2003
SODERBERGH E GODARD
Comento a seguir dois filmes que vi em vídeo. O filme do Soderbergh já vi faz algum tempo e tinha até esquecido de comentar. O do Godard, acabei de ver. Comentários breves dos dois filmes que não tem muita coisa em comum.
OBSESSÃO (Underneath)
OBSESSÃO (1995) é um filme de Steven Soderbergh que (me parece) é inédito nos cinemas. Gravei de um Corujão da Rede Globo alguns dias atrás. Para a minha surpresa, gostei bastante do filme. Ele usa alguns recursos de montagem também vistos nos recentes O ESTRANHO (1999) e SOLARIS (2002). No caso de O ESTRANHO achei exagerado esse uso. Ele gostava, por exemplo, de pôr um personagem de boca fechada enquanto esse mesmo personagem falava. OBSESSÃO tem em comum, além dessa marca registrada do cinema recente de Soderbergh (meio que herdeiro do pessoal da Nouvelle Vague ???), o gosto por uma narrativa lenta, mas de maneira nenhuma cansativa. Essa habilidade ele tem demonstrado desde sua obra-prima - SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE (1989). No filme, Peter Gallager (ator que estava em SEXO, MENTIRAS...), é um homem obsecado por jogos e que volta a sua cidade depois de se meter em encrenca no passado. No ônibus, conhece uma moça interessante - Elisabeth Shue. "Pô, legal, o filme tem a beldade Elisabeth Shue", pensei. Mas a má notícia é que ela aparece muito pouco. A boa notícia é que uma mulher ainda mais interessante aparece no filme - Alison Elliot. Essa moça é uma beleza, hein? Por que ela não aparece mais em filmes mainstrean?. O filme se alterna, através de flashbacks, entre passado e presente, e tem momentos bem perturbadores, como quando Gallagher está na cama de um hospital, grogue depois de levar um tiro. Filmão que merece ser descoberto.
Do Soderbergh falta eu ver GRAY´S ANATHOMY (1996), SCHIZOPOLIS (1996) e FULL FRONTAL (2002). Esse último eu sei que tem em DVD, mas e os outros dois? Alguém sabe se foi lançado em vídeo por aqui?
ALPHAVILLE (Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution)
Não é fácil ver filmes do Godard. Há sempre uma frustração por não se entender o filme por completo, de só pegar trechos, de a trama ser confusa. Jean-Luc Godard é cineasta difícil, ele divide o que lhe é apaixonante com a platéia, mas ela que se vire pra entender. Isso torna a atividade de ver um filme do sujeito um desafio. Eu, como gosto desse tipo de desafio e procuro sempre aproveitar o melhor de qualquer filme que seja, tive coragem de encarar. Muita gente não passaria dos 20 minutos de filme. Naquele documentário sobre a Nouvelle Vague, um dos entrevistados diz que um dos objetivos do movimento era fazer filmes que não eram necessariamente agradáveis de se ver, mas ótimos para se pensar. Sempre achei isso mais tarefa dos livros do que dos filmes. Sempre considerei muito o cinema como um excelente entretenimento, que não tinha obrigação nenhuma de servir a coisa alguma, nem de educar. O que viesse era mero acidente. Estão vendo? Posso não ter gostado tanto de ALPHAVILLE (1965), mas já estou pensando sobre a própria natureza do cinema. Hehehe..
Quanto ao filme, a história é meio maluca: um espião é enviado pra uma cidade estranha chamada Alphaville para libertar um tal de professor Von Braum. Outros agentes secretos tinham sido enviados e desapareceram. A cidade é controlada por um super-cérebro chamado Alpha-60 que tem uma voz que é precursora da de Darth Vader. Com o tempo, o agente (interpretado por Eddie Constantine) percebe que na cidade, o sentimento é proibido, algumas palavras foram apagadas do dicionário e da mente das pessoas, e quem manifestava sentimentos era condenado à morte. O visual do filme, apesar de ambientado no futuro é todo pescado do cinema noir americano da década de 40, sendo que os carros são dos anos 60. (Esse clima retrô também é sentido no anime COWBOY BEBOP e em PULP FICTION, do Tarantino.)
Dentro da história, Godard, pra não perder o costume, põe trechos de livros que ele adora. Alguns desses trechos eu achei tão legais que até copiei pra mim. Vejam só:
De um livro chamado "Capital da Dor":
"Tua voz, teus olhos,
Tuas mãos, teus lábios,
Nossos silêncios, nossas palavras.
A luz que vai embora,
A luz que volta.
Um só sorriso para nós dois.
Por necessidade de saber,
vi a noite criar o dia sem que mudássemos de aparências
Oh, bem amado de todos e bem amado de um só,
em silêncio, sua boca promete ser feliz.
Quanto mais longe, diz o ódio,
Quanto mais perto, diz o amor."
Bonito isso, né? Eu escrevi mais. Quem quiser, é só me pedir que eu envio. Mas melhor ainda é ouvir essas palavras no original (??) em francês por Anna Karina, entrecortado pelas belas imagens desse momento do filme. Pra mim, a melhor seqüência de ALPHAVILLE.
Comento a seguir dois filmes que vi em vídeo. O filme do Soderbergh já vi faz algum tempo e tinha até esquecido de comentar. O do Godard, acabei de ver. Comentários breves dos dois filmes que não tem muita coisa em comum.
OBSESSÃO (Underneath)
OBSESSÃO (1995) é um filme de Steven Soderbergh que (me parece) é inédito nos cinemas. Gravei de um Corujão da Rede Globo alguns dias atrás. Para a minha surpresa, gostei bastante do filme. Ele usa alguns recursos de montagem também vistos nos recentes O ESTRANHO (1999) e SOLARIS (2002). No caso de O ESTRANHO achei exagerado esse uso. Ele gostava, por exemplo, de pôr um personagem de boca fechada enquanto esse mesmo personagem falava. OBSESSÃO tem em comum, além dessa marca registrada do cinema recente de Soderbergh (meio que herdeiro do pessoal da Nouvelle Vague ???), o gosto por uma narrativa lenta, mas de maneira nenhuma cansativa. Essa habilidade ele tem demonstrado desde sua obra-prima - SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE (1989). No filme, Peter Gallager (ator que estava em SEXO, MENTIRAS...), é um homem obsecado por jogos e que volta a sua cidade depois de se meter em encrenca no passado. No ônibus, conhece uma moça interessante - Elisabeth Shue. "Pô, legal, o filme tem a beldade Elisabeth Shue", pensei. Mas a má notícia é que ela aparece muito pouco. A boa notícia é que uma mulher ainda mais interessante aparece no filme - Alison Elliot. Essa moça é uma beleza, hein? Por que ela não aparece mais em filmes mainstrean?. O filme se alterna, através de flashbacks, entre passado e presente, e tem momentos bem perturbadores, como quando Gallagher está na cama de um hospital, grogue depois de levar um tiro. Filmão que merece ser descoberto.
Do Soderbergh falta eu ver GRAY´S ANATHOMY (1996), SCHIZOPOLIS (1996) e FULL FRONTAL (2002). Esse último eu sei que tem em DVD, mas e os outros dois? Alguém sabe se foi lançado em vídeo por aqui?
ALPHAVILLE (Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution)
Não é fácil ver filmes do Godard. Há sempre uma frustração por não se entender o filme por completo, de só pegar trechos, de a trama ser confusa. Jean-Luc Godard é cineasta difícil, ele divide o que lhe é apaixonante com a platéia, mas ela que se vire pra entender. Isso torna a atividade de ver um filme do sujeito um desafio. Eu, como gosto desse tipo de desafio e procuro sempre aproveitar o melhor de qualquer filme que seja, tive coragem de encarar. Muita gente não passaria dos 20 minutos de filme. Naquele documentário sobre a Nouvelle Vague, um dos entrevistados diz que um dos objetivos do movimento era fazer filmes que não eram necessariamente agradáveis de se ver, mas ótimos para se pensar. Sempre achei isso mais tarefa dos livros do que dos filmes. Sempre considerei muito o cinema como um excelente entretenimento, que não tinha obrigação nenhuma de servir a coisa alguma, nem de educar. O que viesse era mero acidente. Estão vendo? Posso não ter gostado tanto de ALPHAVILLE (1965), mas já estou pensando sobre a própria natureza do cinema. Hehehe..
Quanto ao filme, a história é meio maluca: um espião é enviado pra uma cidade estranha chamada Alphaville para libertar um tal de professor Von Braum. Outros agentes secretos tinham sido enviados e desapareceram. A cidade é controlada por um super-cérebro chamado Alpha-60 que tem uma voz que é precursora da de Darth Vader. Com o tempo, o agente (interpretado por Eddie Constantine) percebe que na cidade, o sentimento é proibido, algumas palavras foram apagadas do dicionário e da mente das pessoas, e quem manifestava sentimentos era condenado à morte. O visual do filme, apesar de ambientado no futuro é todo pescado do cinema noir americano da década de 40, sendo que os carros são dos anos 60. (Esse clima retrô também é sentido no anime COWBOY BEBOP e em PULP FICTION, do Tarantino.)
Dentro da história, Godard, pra não perder o costume, põe trechos de livros que ele adora. Alguns desses trechos eu achei tão legais que até copiei pra mim. Vejam só:
De um livro chamado "Capital da Dor":
"Tua voz, teus olhos,
Tuas mãos, teus lábios,
Nossos silêncios, nossas palavras.
A luz que vai embora,
A luz que volta.
Um só sorriso para nós dois.
Por necessidade de saber,
vi a noite criar o dia sem que mudássemos de aparências
Oh, bem amado de todos e bem amado de um só,
em silêncio, sua boca promete ser feliz.
Quanto mais longe, diz o ódio,
Quanto mais perto, diz o amor."
Bonito isso, né? Eu escrevi mais. Quem quiser, é só me pedir que eu envio. Mas melhor ainda é ouvir essas palavras no original (??) em francês por Anna Karina, entrecortado pelas belas imagens desse momento do filme. Pra mim, a melhor seqüência de ALPHAVILLE.
SABOTADOR (Saboteur)
Acabei de ver mais um filme de Hitchcock daquela valiosa coleção da Universal. Será que não vão lançar mais títulos? Tomara que sim. O que acabei de ver foi SABOTADOR (1942), que conta a história de um homem que é acusado de um crime que não cometeu e foge da polícia a fim de provar sua inocência. Assistindo o "making of" que vem no DVD vi que o plot é parecido com o de OS 39 DEGRAUS (1939???). Não percebi - faz tempo que vi esse filme da fase inglesa de Hitch.
O interessante de SABOTADOR é o fato de ter sido rodado em plena 2a Guerra Mundial. Enquanto se preparava o filme, os japoneses atacavam Pearl Harbor. E a temática do filme era bem atual, mostrando espiões alemães estragando os planos dos americanos.
Este filme não é bem um dos meus preferidos de Hitch, apesar de considerá-lo muito bom. Mas "muito bom" deixa o filme em quarta categoria. Eu classifico mais ou menos assim:
As obras-primas: PSICOSE, OS PÁSSAROS, FESTIM DIABÓLICO, UM CORPO QUE CAI, JANELA INDISCRETA... Os excelentes: O HOMEM ERRADO, PACTO SINISTRO, O TERCEIRO TIRO, REBECCA... Os ótimos: À SOMBRA DE UMA DÚVIDA, SUSPEITA, INTRIGA INTERNACIONAL... Os muito bons, onde SABOTADOR e outros filmes do mestre entrariam.
Talvez não tenha gostado tanto pelo fato de ser um filme de espionagem, ou quase isso. Prefiro Hitchcock longe de assuntos políticos e internacionais. Gosto dele em cidades pequenas, num condomínio, num apartamento etc.
Mas SABOTADOR tem ótimas cenas: a da Estátua da Liberdade, a cena do encontro com o grupo de circo, o encontro com o homem cego, a cena da festa. Também não gostei do ator principal, Robert Cummings. Melhor é o vilão, vivido por Norman Lloyd. Norman, inclusive, é o único a contar tudo dos bastidores do filme no documentário de 35 minutos que vem no DVD. Talvez por ser um dos únicos que ainda estão vivos. Ele está bem velho agora (claro) e é conhecido pelas platéias mais jovens (eu incluso) como aquele professor que substitui Robin Williams no final de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (1989). Eu tinha que falar desse filme, né? hehehe
Acabei de ver mais um filme de Hitchcock daquela valiosa coleção da Universal. Será que não vão lançar mais títulos? Tomara que sim. O que acabei de ver foi SABOTADOR (1942), que conta a história de um homem que é acusado de um crime que não cometeu e foge da polícia a fim de provar sua inocência. Assistindo o "making of" que vem no DVD vi que o plot é parecido com o de OS 39 DEGRAUS (1939???). Não percebi - faz tempo que vi esse filme da fase inglesa de Hitch.
O interessante de SABOTADOR é o fato de ter sido rodado em plena 2a Guerra Mundial. Enquanto se preparava o filme, os japoneses atacavam Pearl Harbor. E a temática do filme era bem atual, mostrando espiões alemães estragando os planos dos americanos.
Este filme não é bem um dos meus preferidos de Hitch, apesar de considerá-lo muito bom. Mas "muito bom" deixa o filme em quarta categoria. Eu classifico mais ou menos assim:
As obras-primas: PSICOSE, OS PÁSSAROS, FESTIM DIABÓLICO, UM CORPO QUE CAI, JANELA INDISCRETA... Os excelentes: O HOMEM ERRADO, PACTO SINISTRO, O TERCEIRO TIRO, REBECCA... Os ótimos: À SOMBRA DE UMA DÚVIDA, SUSPEITA, INTRIGA INTERNACIONAL... Os muito bons, onde SABOTADOR e outros filmes do mestre entrariam.
Talvez não tenha gostado tanto pelo fato de ser um filme de espionagem, ou quase isso. Prefiro Hitchcock longe de assuntos políticos e internacionais. Gosto dele em cidades pequenas, num condomínio, num apartamento etc.
Mas SABOTADOR tem ótimas cenas: a da Estátua da Liberdade, a cena do encontro com o grupo de circo, o encontro com o homem cego, a cena da festa. Também não gostei do ator principal, Robert Cummings. Melhor é o vilão, vivido por Norman Lloyd. Norman, inclusive, é o único a contar tudo dos bastidores do filme no documentário de 35 minutos que vem no DVD. Talvez por ser um dos únicos que ainda estão vivos. Ele está bem velho agora (claro) e é conhecido pelas platéias mais jovens (eu incluso) como aquele professor que substitui Robin Williams no final de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (1989). Eu tinha que falar desse filme, né? hehehe
QUANDO A MORTE CHEGA
De ontem pra hoje assisti duas produções pra tv que, de uma forma ou de outra, abordam o tema da morte. Em ambos os casos, a morte chega através da doença, seja ela um câncer no ovário ou um problema cardíaco. Dificil encontrar alguém que não tem um caso na família, que não sofreu durante a dolorosa fase de expectativa e de desesperança. Eu mesmo tive o meu pai, que morreu de câncer de garganta, que quando foi descoberto já tinha atingido o esôfago e o cérebro. A culpa era do cigarro. Mas nem sempre há um culpado. Às vezes não se sabe o causador da doença. E quando não há muitas chances de lutar, não há outra opção além de se entregar.
UMA LIÇÃO DE VIDA (Wit)
Produção da HBO disponível em DVD no Brasil. O filme é muito bom, trazendo Emma Thompson no papel de uma professora de literatura inglesa que descobre que tem câncer no ovário em estágio avançado. Ela é uma pessoa sozinha, dedicada exclusivamente aos seus estudos sobre a poesia metafísica de John Donne. O filme evita ao máximo se tornar piegas. Isso se deve principalmente à mente consciente da professora, que vez ou outra retorna ao passado, citando freqüentemente os sonetos de John Donne, autor sempre obcecado pela morte e pela salvação. (Até lembrei de
um poeta português muito interessante do século XIX chamado Antero de Quental, que estudei prazeirosamente na disciplina de Literatura Portuguesa.) Apesar de o
filme evitar ser melodramático, não dá pra conter as lágrimas no final. Isso, depois de passarmos por várias fases do processo de tratamento contra a doença. Bem triste quando ela diz que uma das vantagens daquilo tudo é aprender. Aprender a sofrer.
DAWSON´S CREEK - ÚLTIMO EPISÓDIO
Na segunda-feira, a Sony exibiu o derradeiro episódio da série que trata de jovens que discutem relacionamentos. A série durou seis anos. Duas coisas eram os temas principais do episódio. A primeira era saber com quem Joey iria ficar: com Dawson ou com Pacey? A segunda era a morte de um dos personagens principais da série, que eu não vou dizer aqui pra não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Além desses dois temas havia também o drama do personagem gay (Jack). Mas o que marcou o episódio mesmo foi a descoberta da doença e a expectativa da morte. Dá pra gente se identificar com muitas coisas, afinal nem todos nós estamos satisfeitos com o rumo que a nossa vida levou. Serve pra se pensar na própria vida também - não era uma série alienante como a maioria. Até achei que as duas horas seriam bem lacrimosas, mas até
em DAWSON´S CREEK fazer chorar é como pisar em ovos, com medo de transformar tudo numa novela mexicana.
De ontem pra hoje assisti duas produções pra tv que, de uma forma ou de outra, abordam o tema da morte. Em ambos os casos, a morte chega através da doença, seja ela um câncer no ovário ou um problema cardíaco. Dificil encontrar alguém que não tem um caso na família, que não sofreu durante a dolorosa fase de expectativa e de desesperança. Eu mesmo tive o meu pai, que morreu de câncer de garganta, que quando foi descoberto já tinha atingido o esôfago e o cérebro. A culpa era do cigarro. Mas nem sempre há um culpado. Às vezes não se sabe o causador da doença. E quando não há muitas chances de lutar, não há outra opção além de se entregar.
UMA LIÇÃO DE VIDA (Wit)
Produção da HBO disponível em DVD no Brasil. O filme é muito bom, trazendo Emma Thompson no papel de uma professora de literatura inglesa que descobre que tem câncer no ovário em estágio avançado. Ela é uma pessoa sozinha, dedicada exclusivamente aos seus estudos sobre a poesia metafísica de John Donne. O filme evita ao máximo se tornar piegas. Isso se deve principalmente à mente consciente da professora, que vez ou outra retorna ao passado, citando freqüentemente os sonetos de John Donne, autor sempre obcecado pela morte e pela salvação. (Até lembrei de
um poeta português muito interessante do século XIX chamado Antero de Quental, que estudei prazeirosamente na disciplina de Literatura Portuguesa.) Apesar de o
filme evitar ser melodramático, não dá pra conter as lágrimas no final. Isso, depois de passarmos por várias fases do processo de tratamento contra a doença. Bem triste quando ela diz que uma das vantagens daquilo tudo é aprender. Aprender a sofrer.
DAWSON´S CREEK - ÚLTIMO EPISÓDIO
Na segunda-feira, a Sony exibiu o derradeiro episódio da série que trata de jovens que discutem relacionamentos. A série durou seis anos. Duas coisas eram os temas principais do episódio. A primeira era saber com quem Joey iria ficar: com Dawson ou com Pacey? A segunda era a morte de um dos personagens principais da série, que eu não vou dizer aqui pra não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Além desses dois temas havia também o drama do personagem gay (Jack). Mas o que marcou o episódio mesmo foi a descoberta da doença e a expectativa da morte. Dá pra gente se identificar com muitas coisas, afinal nem todos nós estamos satisfeitos com o rumo que a nossa vida levou. Serve pra se pensar na própria vida também - não era uma série alienante como a maioria. Até achei que as duas horas seriam bem lacrimosas, mas até
em DAWSON´S CREEK fazer chorar é como pisar em ovos, com medo de transformar tudo numa novela mexicana.