segunda-feira, maio 10, 2021

SEIS FILMES INDICADOS AO OSCAR 2021



Vamos de textos rápidos sobre curtas e longas indicados ao Oscar 2021. Até por serem filmes de que eu não teria muita paciência para tecer comentários mais aprofundados a respeito.

OS 7 DE CHICAGO (The Trial of the Chicago 7)

Demorei tanto a ver este OS 7 DE CHICAGO (2020), de Aaron Sorkin, estava com tanta preguiça de vê-lo, ainda mais com a má fama que estava rolando entre alguns amigos críticos, que tive uma surpresa positiva, achei-o divertido em sua estrutura de filme de tribunal, e com o elenco estelar e que ajuda bastante na diversão. Inclusive, quando a gente acha que acabou a cota de famosos, aparece mais um. Tenho minhas restrições, especialmente ao final, mas, uma vez que entendemos que se trata de uma obra inspirada em fatos reais, parece aceitável. Sasha Baron Cohen tirando onda do juiz está ótimo, assim como o Mark Rylance como o advogado puto com o juiz. Aliás, Frank Langella, como juiz talvez seja o grande nome do elenco, que foi agraciado com o SAG. Talvez tenha sido justo, hein. O filme teve seis indicações ao Oscar e saiu de mãos abanando.

HUNGER WARD

É importante que filmes como este ganhem visibilidade. Para um curta-metragem, ser indicado ao Oscar ajuda bastante. HUNGER WARD (2020), de Skye Fitzgerald, é um grito de socorro de um povo, principalmente das mulheres e das crianças do Iêmen, país que tem sofrido com uma guerra covarde com a Arábia Saudita e o filme foca nas consequências que essa guerra traz às crianças, em um hospital que trata de casos de subnutrição. É triste demais vermos aquelas crianças só o coro e o osso e o olhar ainda insistindo em brilhar. Pode parecer pesado ou apelativo, mas como suavizar o assunto? Diria que é um filme que não é brilhante na forma (até lembra vários telejornais locais), mas cuja mensagem é importante que chegue ao mundo. Ainda mais sendo os Estados Unidos denunciado como um dos culpados da situação. Indicado a melhor curta documentário.

CRIP CAMP - REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO (Crip Camp)

Acho que é a primeira vez que consigo ver todos os cinco indicados ao Oscar na categoria de documentário em longa-metragem. A impressão que ficou não é das melhores. Ficou a impressão de que há a inclusão de certos filmes mais pelos temas do que por suas qualidades fílmicas. E nisso se enquadra este CRIP CAMP - REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO (2020), de James Lebrecht e Nicole Newnham, que vai ficando cada vez mais quadrado em sua estrutura à medida que o grupo de pessoas com deficiência física e mental se une para lutar pelos seus direitos. A melhor parte do filme é a primeira, quando vemos todos aqueles jovens no acampamento, pela primeira vez na vida podendo ser eles mesmos, sem o preconceito dos outros ou a superproteção dos pais. Depois disso, o filme vai ficando um pouco mais aborrecido. Podia ter uns 20 minutos a menos, mas não sei o quanto isso poderia prejudicar ainda mais sua narrativa. Curiosamente, um dos diretores é um dos rapazes que estiveram presentes no acampamento.

DOIS ESTRANHOS (Two Distant Strangers)

Um filme que requenta mais uma vez FEITIÇO DO TEMPO, de Harold Ramis, e sem a mesma precisão e frescor de PALM SPRINGS. O que há de interessante neste DOIS ESTRANHOS (2020), de Trevor Free e Martin Desmond Roe, é apresentar o tratamento contínua e extremamente agressivo que o homem negro recebe da polícia dia após dia. O que me deixou incomodado foi o modo leve como o filme trata de um assunto que merece toda nossa indignação. Não apenas por George Floyd, mas, como o filme quer lembrar, de tantas outras pessoas negras que foram vítimas da brutalidade e do racismo presente na polícia. O tom e a canção "That's the Way it Is" acabou me deixando com aquela impressão ruim de que estamos diante de um filme que quer se conformar com uma das coisas mais horríveis da sociedade americana. Cena mais marcante: o passeio de carro. Vencedor do Oscar de melhor curta-metragem em live action.

TOCA (Burrow)

Desapontador este curta da Pixar/Disney. Por mais que seja simpático e também interessante nos aspectos técnicos, TOCA (2020), de Madeline Sharafian, me pareceu raso e bem aquém do que a própria companhia de animação vem fazendo nos últimos anos. O diferente está no fato de ser uma animação de linha mais tradicional, longe do traço computadorizado que fez a fama da companhia desde os anos 1990. Na trama, uma coelhinha começa a cavar uma toca ideal para morar, mas começa a perceber que há outras criaturas ao redor já morando.

PROFESSOR POLVO (My Octopus Teacher)

Embora tenha demorado dias para terminar de ver, depois que resolvi finalizar, percebi que este documentário (vencedor do Bafta da categoria), com cara de Animal Planet, PROFESSOR POLVO (2020), de Pippa Ehrlich e James Reed, é melhor do que eu imaginava. Há vários momentos um tanto aborrecidos, mas há uma série de outros que ajudam a equilibrar o projeto. Refiro-me aos momentos de emoção submarina, já que lá debaixo não é só alegria, é uma luta pela sobrevivência. Gostei muito da polvo fêmea, e de saber o quanto o animal é inteligente - o narrador diz que o polvo é tão inteligente quanto um gato. E há as belas imagens, que com o tempo a vista acostuma, mas depois há outras que conseguem trazer de novo o brilho no olhar. Vencedor do Oscar de melhor documentário.

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