terça-feira, abril 28, 2020

A HISTÓRIA SEXUAL DE TARZAN (Tharzan - La Vera Storia del Figlio della Giungla)

Lembro que na virada do milênio vi na banca de revistas o VHS deste filme dirigido pelo cultuado Joe D'Amato. Fiquei tentado a comprar, fui deixar para depois e alguém comprou antes. Mas não esqueci do título e do quanto deveria ser tentador e excitante vê-lo. Ainda mais naquela época, em que os vídeos pornôs ainda traziam, vez ou outra, um fiapo de história para enriquecer o que era mais importante: a voltagem erótica e a boa realização das cenas de sexo.

Lembro até que o Carlão Reichenbach elogiou bastante A HISTÓRIA SEXUAL DE TARZAN (1995), principalmente por causa de Rosa Caracciolo, esposa de Rocco Siffredi, e que de fato é lindíssima. A quantidade de vezes que usamos o botão fast forward do controle remoto diminui consideravelmente quando ela está em cena. É verdade que em alguns momentos achei um tanto tedioso, mas creio que esta versão internacional é melhor que a versão italiana justamente por ser menor na duração e não encompridar muito nas cenas de sexo, no entra e sai, que me interessa bem menos do que as preliminares e as situações eróticas. Uma versão mais enxuta, portanto, dá à narrativa mais agilidade.

Vi em uma cópia sem legenda e dublada em alemão. Não entendi nada do que falavam (que vontade que eu tinha de ter uma moça falante de alemão ao meu lado para falar no meu ouvido o que eles diziam). De todo modo, as falas não importam muito, por mais que eu goste de saber o que dizem. Sexo verbal faz o meu estilo, diferentemente do que achava Renato Russo.

Como não dá para levar tão a sério essas paródias - afinal, são paródias -, ainda assim não deixa de ser engraçado citar detalhes como o cabelo bem cortado do selvagem Tarzan, que sequer tinha visto uma mulher na vida antes ao encontrar Jane. Talvez o galã do pornô não quisesse se sentir tão ridículo aparecendo de peruca ou mesmo uma barba grande. Aliás, quando ela tira a barba dele para levá-lo para a "civilização", nem barba ele tinha também. :)

No mais, quanto à natureza mais erótica das cenas de sexo, gosto muito das primeiras, na selva, com direito a macaquinho gritando e tudo, e da última, na cama, bem caprichada e com a Caracciolo exuberante, já que ela estava com mais maquiagem e em ambiente confortável, valorizando ainda mais a sua beleza, que naturalmente já é de cair o queixo. Também não podemos deixar de exaltar a beleza masculina de Rocco Siffredi, que durante muito tempo foi um modelo de perfeição para muitos espectadores inclusive masculinos do cinema adulto. E fez sucesso até mesmo no cinema mainstream, sendo convidado pela diretora Catherine Breillat para atuar em filmes como ANATOMIA DO INFERNO e ROMANCE.

O barato de A HISTÓRIA SEXUAL DE TARZAN está justamente na ideia. Afinal, quem nunca pensou nas intimidades de Tarzan e Jane que atire a primeira pedra. E o filme até usa aquele grito famoso dele para falar com os animais da selva. O que não deixa de ser engraçado também. Quando ele encontra Jane desacordada no chão, ele olha para aquela mulher linda, vê o que tem por baixo de sua roupa. E mesmo quando ela acorda, nua, não se assusta. Até gosta de estar ali. Não que nem saber mais de procurar os amigos que estavam fazendo talvez um safári pela África. Aliás, este foi um dos primeiros filmes pornográficos a ser filmado inteiramente na África Oriental (no Quênia), segundo informação do IMDB.

O filme deve ter feito bastante sucesso, já que, no mesmo ano, D'Amato voltou a reunir Rocco e Rosa para a continuação, A HISTÓRIA SEXUAL DE TARZAN 2, desta vez, com Jane voltando à selva em busca do amado.

+ TRÊS FILMES

O VINGADOR TÓXICO (The Toxic Avenger)

O maior clássico da Troma. Até hoje não tinha visto. E é muito divertido, especialmente o terço inicial, quando acontece todo o processo de bullying ao rapaz desajeitado que faz a faxina até ele se transformar no super-herói violento do título. Há um exagero proposital no modo como são mostrados os jovens malvados (os caras matam crianças atropeladas por esporte). E há também uma bem-vinda exploração do corpo, que era algo muito presente no espírito dos anos 1980. Pena que lá pelo meio o filme perde um pouco o ritmo. Ainda assim, merece o status de clássico dos filmes B sem vergonha. Direção: Michael Herz e Lloyd Kaufman. Ano: 1984.

UMA NOVA AMIGA (Une Nouvelle Amie)

François Ozon aos poucos foi dizendo a que veio, foi ficando mais fácil perceber sua assinatura em suas obras. Tanto pelo gosto pela narrativa clássica quanto pelos temas. Aqui, ele olha com carinho para a figura da travesti. Mas quem eu gostei mesmo no filme foi a Anaïs Demoustier. Onde ele encontra essas moças encantadoras? Ano: 2014.

O AMANTE DUPLO (L'Amant Double)

Ozon segue brincando com gêneros. Aqui ele brinca de ser Cronenberg, Hitchcock, De Palma. Melhor ver o filme sem saber nada a respeito da trama. Gostei muito da Marine Vacht, a mesma de JOVEM E BELA (2013). Mas que aqui aparece sempre com os olhos com olheiras. É um dos trabalhos de Ozon com maior cuidado na direção de arte. Ano: 2017.

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