domingo, dezembro 11, 2016

QUATRO COMÉDIAS BRASILEIRAS























O tempo urge, companheiros, e a inspiração para escrever textos melhores não tem aparecido com frequência ultimamente. Então, vamos de textos curtos e rasteiros, mesmo, que é pra não deixar esse espaço aqui parado, ok? A temática escolhida foi a de comédias brasileiras.

O DUELO

Marcos Jorge, ao que parece, vai ficar sendo lembrado sempre por ESTÔMAGO (2007), de longe seu melhor trabalho. O DUELO (2015) acabou ganhando alguma visibilidade pela presença de José Wilker, que já tinha morrido quando o filme estreou. Não se trata de um filme ruim, mas há algo nele que faz parecer uma adaptação ruim de uma obra literária. E de fato é. Trata-se de uma adaptação de Os Velhos Marinheiros, de Jorge Amado. O cineasta não soube transformar a obra literária em uma produção autenticamente cinematográfica, mas o filme não deixa de ter o seu charme, mesmo ficando um pouco maçante nas cenas estreladas por Joaquim de Almeida. Trata-se de um filme sobre o encanto das narrativas orais. Na trama, Almeida interpreta um homem que diz ser um capitão em uma cidadezinha da Bahia dos anos 1920. Seu sucesso provoca a fúria de um cidadão da cidade, vivido por José Wilker, que tenta desmascarar o seu rival.

O ÚLTIMO VIRGEM

Claramente uma cópia descarada das comédias americanas de jovens em busca do sexo da década de 1980, O ÚLTIMO VIRGEM (2016, foto), de Rilson Baco e Felipe Bretas, acaba divertindo bastante se a intenção for não esperar muito do filme. Como diversão despretensiosa, dá pra dar boas risadas da história de Dudu (Guilherme Prates), que está prestes a entrar na faculdade, mas não conseguiu ainda perder a virgindade. Seu grupo de amigos trata de ajudá-lo, enquanto, paralelamente, a professora de Química (Fiorella Mattheis) anda dando mole pra ele. Mas como é um filme que a gente já viu várias vezes (e melhor), já se sabe como tudo vai acabar desde o começo. Ou seja, a garota que é a melhor amiga de Dudu (a adorável Bia Arantes), é a que deve ficar com ele no final. Quem está acostumado com as comédias sobre sexo daquela década deve ficar um bocado chateado com a completa falta de cenas de nudez em O ÚLTIMO VIRGEM.

TAMO JUNTO

Eis um filme que, apesar de bem bobo, encanta. E olha que a interpretação de Matheus Souza, o próprio diretor, é bem ruim. Mas, surpreendentemente, ele é muito responsável pela simpatia que TAMO JUNTO (2016) causa no público, pela inocência de seu personagem. O humor, se no começo, é difícil de engolir, por ser demasiado amador, aos poucos vai ficando melhor (ou a gente se acostuma). O protagonista, vivido por Leandro Soares, é um rapaz que acabou de se libertar de um casamento que não estava lhe trazendo alegria. Mas ele descobre que a vida de solteiro também não é nada fácil. No meio do caminho, ele encontra uma colega e amiga dos tempos de colégio, Julia, vivida por Sophie Charlotte. E é quando Sophie entra em campo que o filme nos ganha de vez. Pode não ser a melhor comédia romântica brasileira, mas é um trabalho de personalidade. E que tem, sim, seus momentos de encanto.

O AMOR NO DIVÃ

Uma pena que O AMOR NO DIVÃ (2016), de Alexandre Reinecke, estrague seu quarteto de bons atores em um filme totalmente destituído de graça, com personagens sem carisma algum. É mais um filme sobre dificuldade nos relacionamentos, mas aqui ninguém tenta fugir de cara. O casal vivido por Fernanda Paes Leme e Paulo Vilhena anda atravessando uma crise. O sujeito até se esforça para que o casamento ande, mas a mulher não ajuda e parece ter perdido o interesse nele. Eles se dão uma chance ao ingressar em uma terapia de casal. A terapeuta deles (Zezé Polessa), por sua vez, anda percebendo, pelas palavras do casal, e pela decadência de seu casamento, que ela também precisa dar uma sacudida em sua vida privada. Aliás, impressionante como o personagem do Daniel Dantas parece um completo idiota. É um filme que tem os seus momentos, mas que falta mais graça.

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