domingo, maio 22, 2016
X-MEN – APOCALIPSE (X-Men – Apocalypse)
E a segunda trilogia – se é que dá pra chamar assim, pois haverá sequência(s) – dos X-Men no cinema não acabou tão bem. Revitalizados pelo ótimo X-MEN – PRIMEIRA CLASSE (2011), de Matthew Vaugh, e também pelo bacana X-MEN – DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (2014), que marcou o retorno de Bryan Singer ao grupo que alavancou as adaptações de quadrinhos de super-heróis para o cinema, com X-MEN (2000), o novo X-MEN – APOCALIPSE (2016) procura fechar o ciclo, trazendo de volta versões mais jovens dos heróis mostrados naquele filme de 16 anos atrás, ao mesmo tempo em que dá seguimento aos eventos contados nos dois filmes anteriores.
A história se passa exatamente em 1983 e por isso há várias referências a esse período, como o lançamento nos cinemas de O RETORNO DE JEDI, o visual da época (o penteado e as roupas de Jennifer Lawrence, reprisando o papel de Mística, são destaque), e algumas canções daquele momento, como "Sweet dreams (are made of this)", do Eurythmics, e "The Four Horsemen", do Metallica, para citar as mais marcantes. A primeira, inclusive, serve de trilha sonora para o segundo grande momento do Mercúrio (Evan Peters) na franquia, depois do sucesso que foi sua participação em DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO. E quanto ao clássico do álbum Kill'em All, difícil não se empolgar com esta faixa saindo dos alto falantes de uma sala de cinema, especialmente se for uma sala IMAX.
Um dos problemas do filme, porém, é seu vilão. Apocalipse é desses vilões exagerados e chatos, com seu excesso de vilania. Se ele funciona nos quadrinhos, acaba ficando tedioso no cinema, ainda que tenham mexido com seu tamanho, aqui nas mesmas dimensões dos outros personagens, exceto quando trava um duelo mental com o Professor Xavier (James McAvoy), momento em que ele aparece como um gigante.
Por outro lado, nos poucos momentos em que Olivia Munn aparece como Pyslocke (Olivia Munn), ainda que bela e num traje bem parecido com o dos quadrinhos, sua participação é infeliz – nem tudo que funciona nos quadrinhos vai funcionar no cinema, daí a esperteza em mexerem com os trajes dos X-Men no primeiro filme da franquia.
Em X-MEN – APOCALIPSE, Singer pesa a mão e muitas vezes o filme parece um desfile de escola de samba, de tão colorido que é. Tudo bem que é um trabalho que tem os seus momentos, mas, para cada positivo como o da sequência mais dramática de Magneto (em momento excepcional de Michael Fassbender), há outros dez ruins, como a cena do desespero do jovem Ciclope (Tye Sheridan) em relação à possível morte do irmão. A solução também para trazer o poder da Fênix para a jovem Jean Grey (Sophie Turner) também parece, além de precipitada, um tanto incoerente com o andamento futuro da história, mostrada na primeira trilogia.
Nessa tempestade de CGIs que traz mais uma briga entre super-seres (a terceira do ano, se contarmos BATMAN VS SUPERMAN – A ORIGEM DA JUSTIÇA e CAPITÃO AMÉRICA – GUERRA CIVIL), os motivos são os mais bobos possíveis. Em nenhum momento, a convocação dos Cavaleiros do Apocalipse pelo vilão parece convincente ou feita com o menor cuidado. Nem mesmo com o indignado Magneto. Aliás, beira ao ridículo.
Apostando no colorido, na ação desenfreada, Singer perde a mão e também a chance de manter a boa reputação, já que essa foi a sua primeira derrapada feia na franquia, o que é uma pena, pois alguns personagens de X-MEN – PRIMEIRA CLASSE, principalmente, haviam sido muito bem desenvolvidos. Além do mais, não ficou nada bem colocar a Mística como líder do grupo. Jennifer Lawrence no piloto automático ficou parecendo novamente Katniss Everdeen, da franquia JOGOS VORAZES, ou seja, um exemplo de líder.
No mais, a participação rápida de Wolverine (Hugh Jackman) funciona mais como uma boa referência/homenagem aos fãs dos quadrinhos a Arma X, a graphic novel clássica de Barry Windsor-Smith, do que como algo importante para a trama. De todo modo, pode-se incluir a sua participação como um dos poucos pontos altos deste filme torto, exagerado e que ainda se vende como melhor que o subestimado X-MEN – O CONFRONTO FINAL (2006), de Brett Ratner. Pode ser que o tempo faça justiça ao trabalho de Ratner.
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