terça-feira, fevereiro 23, 2016
QUATRO FILMES INDIE
Em tempos de Oscar ser indie também está na moda. Sempre há alguns títulos saídos de Sundance, por exemplo. Por isso, vamos a mais um tradicional post de resgate de filmes vistos e ainda não comentados no blog, dessa vez dando ênfase a alguns trabalhos de baixo orçamento e cuja adjetivação tem a ver não apenas com o seu custo, mas também com a própria característica do ser indie, que é, em grosso modo, procurar ser diferente, de alguma maneira, ao estilo tradicional de narrativa hollywoodiana, embora possa trazer também atores conhecidos.
FRANK
Por causa de sua indicação ao Oscar por O QUARTO DE JACK (2015), Lenny Abrahamson ganhou maior visibilidade mundial. Mas foi com FRANK (2014) que o cineasta irlandês chamou primeiro a atenção, trazendo Michael Fassbender no papel de um vocalista de uma banda de rock alternativa que tinha uma peculiaridade muito curiosa: ele usava uma cabeça grande cobrindo a sua o tempo inteiro, sem mostrar a ninguém o seu verdadeiro rosto. Domhnall Gleeson faz o papel do rapaz que entra na banda estranha com gente esquisita – só vendo para crer o que tem de gente esquisita nessa banda. Talvez o problema do filme seja ter tanto dessas excentricidades que, com o tempo, a gente até esquece, ainda que fique na memória o final melancólico e desolador.
ENQUANTO SOMOS JOVENS (While We’re Young)
Depois do hit cult FRANCES HA (2012), Noah Baumbach volta a fazer filmes com atores mais famosos, e com uma pegada um pouco mais tradicional. ENQUANTO SOMOS JOVENS (2014, foto), até pela presença de Adam Driver como um dos quatro protagonistas, lembra um pouco o humor de GIRLS, a série de Lena Dunham, com personagens com pouco senso moral – ou com moral desvirtuada. Na trama, Ben Stiller e Naomi Watts formam um casal que tem passado por uma espécie de crise de identidade na comparação com outros casais de sua idade. Eles não têm filhos como os seus amigos da mesma idade e por isso se encontram numa espécie de lapso temporal. Por isso ficam felizes ao conhecer o casal jovem e descolado formado por Driver e Amanda Seyfried. No começo é só alegria, mas depois algumas decepções farão parte da trama e trarão um gosto amargo a uma história que começa fazendo rir – Ben Stiller ainda é muito bom nisso.
TANGERINE
Um dos filmes mais curiosos do cinema independente americano recente, TANGERINE (2015), de Sean Baker, foi todo filmado em uma câmera de um iPhone 6 (o que é admirável pelo excelente resultado da fotografia) e narra uma história do mundo das transexuais que trabalham com prostituição em Los Angeles. Uma delas sofre quando descobre que seu namorado a traiu com uma mulher enquanto ela esteve uns dias presa. Sua missão passa a ser, então, ir em busca dessa mulher e também do namorado. Enquanto isso, vemos o dia a dia de um taxista que tem obsessão por "mulheres com pênis". O que me desagradou no filme é o excesso de gritaria das personagens. Em determinado momento, isso é até engraçado e intenso, mas depois passa a dar dor de cabeça.
BEM-VINDOS AO MEU MUNDO (Welcome to Me)
Atraído pelo encanto de Kristen Wiig, lá fui eu atrás desta comédia dramática em que a atriz interpreta uma mulher depressiva que ganha na loteria. Ela resolve então deixar de tomar suas pílulas e começa a patrocinar o seu próprio programa de televisão, onde irá expor, das maneiras mais constrangedoras possíveis, uma lavagem de roupa suja com as pessoas que lhe feriram no passado, e a também fazer outras coisas inusitadas e inéditas em qualquer programa de tevê. Em BEM-VINDOS AO MEU MUNDO (2014), Kristen mais uma vez, assim como fez em IRMÃOS DESASTRE, do mesmo ano, foca em personagens deprimidos, mas misturando tudo com um tipo de humor diferente. No caso, a diretora Shira Piven não é bem-sucedida nem no drama nem na comédia, se é que dá pra separar uma coisa da outra neste filme.
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