sábado, janeiro 30, 2016
TRUMBO – LISTA NEGRA (Trumbo)
Hollywood é cheia de histórias sujas. Muitas delas só ocorrem, porém, por causa de algum problema social ou político, como foi o caso do macarthismo, o sectarismo anticomunista que atingiu os Estados Unidos e que afetou bastante a indústria cinematográfica na década de 1950. Quem era chamado para depor é porque era suspeito de integrar alguma reunião do Partido Comunista e era automaticamente considerado um inimigo do país. Caso fosse considerado culpado, era privado de praticar as suas funções, como foi o caso de Dalton Trumbo, roteirista de grandes sucessos e também de vários filmes B durante a sua fase clandestina. Trumbo até chegou a ser preso, por se recusar a responder as perguntas da comissão parlamentar.
TRUMBO – LISTA NEGRA (2015) tem a direção de um homem especializado em comédias, Jay Roach, cujos melhores filmes para cinema são ENTRANDO NUMA FRIA (2000) e AUSTIN POWERS EM O HOMEM DO MEMBRO DE OURO (2002). Nos últimos anos, porém, Roach passou a ter uma aproximação maior com o mundo da política americana em dois telefilmes que obtiveram boa repercussão na temporada de premiações, RECONTAGEM (2008) e VIRADA NO JOGO (2012).
E eis que chegamos a TRUMBO, uma cinebiografia que foca na situação que foi marcadamente importante para a história de vida do roteirista e romancista: o período em que ele esteve na lista negra por evitar depor ou dar nomes à comissão. Para quem é interessado nos bastidores de Hollywood, o filme tem o seu grau de interesse, com participações em cena de gente como John Wayne, que era um dos sujeitos mais direitistas dos Estados Unidos, Kirk Douglas, Edward G. Robinson, e o produtor de filmes B Frank King, vivido por John Goodman.
Ver TRUMBO não deixa de ser uma boa aula de cinema nos tempos da Guerra Fria, focando em um homem em particular, mas também um pouco na sociedade ao seu redor e no modo como ele resiste e que foi um elemento fundamental para desmantelar a lista negra, principalmente quando começam a surgir comentários de que ele teria sido o homem responsável pelo roteiro do oscarizado A PRINCESA E O PLEBEU (1953) e depois de ARENAS SANGRENTAS (1956) e SPARTACUS (1960).
Bryan Cranston brilha no papel, apesar de o filme não ser assim tão brilhante, mas devem ser levados em consideração no conjunto do elenco, as boas performances de Diane Lane, como a adorável esposa de Trumbo, Elle Fanning, como a filha mais velha, Michael Stuhlbarg, como Edward G. Robinson, e Helen Mirren, como a colunista que perseguia aqueles que integravam a lista negra.
TRUMBO – LISTA NEGRA concorre ao Oscar na categoria de melhor ator (Bryan Cranston).
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