segunda-feira, janeiro 11, 2016

GLOBO DE OURO 2016























Foi uma cerimônia que começou bastante morna – os prêmios para televisão, além de pouco empolgantes, estavam sendo entregues de maneira rápida, como se quisessem se livrar logo de um estorvo – mas depois foi ficando bem animadora. Primeiro teve a vitória de Ennio Morricone pela trilha sonora de OS OITO ODIADOS. O bom velhinho não estava lá e o Tarantino subiu ao palco e falou o quanto estava feliz por ter dirigido um filme com trilha de um cara que pra ele é comparado a Mozart e que não havia recebido prêmios em Hollywood e tal. Acontece que ele não fez a devida pesquisa quando disse isso e depois pegou mal. E eu que tinha gostado do discurso dele. Vacilo.

Mas o melhor mesmo estaria por vir, com a premiação de Sylvester Stallone como melhor ator coadjuvante por CREED – NASCIDO PARA LUTAR. Que maravilha ver não apenas as redes sociais comemorando o ocorrido, mas também todo mundo que estava no teatro, aplaudindo-o de pé. Muito bom ver o cara que criou Rocky ser novamente reconhecido em uma premiação de grande repercussão e mostrando que ele e seu personagem são muito queridos.

E como a noite foi dos atores, houve espaço também para mais um Globo de Ouro para Leonardo DiCaprio, pela sua atuação em O REGRESSO, de Iñarritu, o grande vencedor da noite, e um prêmio especial, o Cecil B. De Mille, para Denzel Washington, que fez questão de levar a família para o evento. O clipe com os trabalhos dele lembra o quão bom o cara é e há quanto tempo ele vem prestando ótimos serviços ao cinema – desde os anos 1980.

Entre as novidades da noite, a mais interessante foi o prêmio de melhor atriz (drama) para Brie Larson, por O QUARTO DE JACK. Como pouca gente conhecia a moça, muitos, como eu, tiveram a mesma impressão: “que moça linda”. E de fato é. E como disse Rubinho: “nasce uma estrela”. Isso lembrou muito o que ocorreu na época em que Jennifer Lawrence surgiu, com um filme pequeno. J. Law, aliás, ganhou de novo, por JOY – O NOME DO SUCESSO, embora dessa vez ela não tenha sido tão bem recebida. Pra mim, ela merece tudo e mais um pouco. E eu nem vi JOY ainda...

Quanto às premiações da televisão, é curioso como de vez em quando aparecem algumas séries que a gente nem ouviu falar direito e que chegam ganhando prêmios, como foi o caso de MOZART IN THE JUNGLE, que ganhou o prêmio de melhor série – comédia musical e também o de melhor ator – comédia/musical (Gael García Bernal). Acho que está havendo uma espécie de crise de popularização das comédias americanas. Mas posso estar errado.

A série mais quente do ano, felizmente, não foi esquecida. MR. ROBOT ganhou na categoria de melhor série – drama e também o de melhor ator coadjuvante para Christian Slater, que está de volta aos holofotes. Lamenta-se apenas a esnobada que deram à excelente segunda temporada de FARGO, mas isso faz parte.

Pra encerrar, falemos um pouco do apresentador. Ricky Gervais é ótimo e tal, mas ele parecia muito desinteressado, até por já ter sido apresentador outras vezes. E aí entram caras como Will Ferrell, que nem precisa falar para fazer a gente rir, mas principalmente Jim Carrey, que chega para entregar um prêmio e dá um show, fazendo com que a gente nem queira mais saber de Golden Globes, mas de um espetáculo só com ele. Ah, e quanto ao Gervais, talvez o melhor momento tenha sido o atrito (de brincadeira) com Mel Gibson. Aliás, que bom rever o Mel Gibson. Talvez sua aparição seja o recomeço de sua volta a Hollywood. E Gibson nos lembra mais uma vez que a cerimônia deste ano foi mesmo dedicada à ala masculina do cinema.



Prêmios da noite

Cinema

Melhor Filme (Drama): O REGRESSO
Melhor Filme (Comédia/Musical): PERDIDO EM MARTE
Melhor Direção: Alejandro González Iñarritu (O REGRESSO)
Melhor Ator (Drama): Leonardo DiCaprio (O REGRESSO)
Melhor Ator (Comédia/Musical): Matt Damon (PERDIDO EM MARTE)
Melhor Atriz (Drama): Brie Larson (O QUARTO DE JACK)
Melhor Atriz (Comédia/Musical): Jennifer Lawrence (JOY – O NOME DO SUCESSO)
Melhor Ator Coadjuvante: Sylvester Stallone (CREED – NASCIDO PARA LUTAR)
Melhor Atriz Coadjuvante: Kate Winslet (STEVE JOBS)
Melhor Roteiro: Aaron Sorkin (STEVE JOBS)
Melhor Trilha Sonora: Ennio Morricone (OS OITO ODIADOS)
Melhor Canção Original: "Writing’s on the Wall" (007 CONTRA SPECTRE)
Melhor Animação: DIVERTIDA MENTE
Melhor Filme Estrangeiro: O FILHO DE SAUL (Hungria)

Televisão

Melhor Série (Drama): MR. ROBOT
Melhor Série (Comédia/Musical): MOZART IN THE JUNGLE
Melhor Minissérie ou Telefilme: WOLF HALL
Melhor Ator de Série (Drama): Jon Hamm (MAD MEN)
Melhor Ator de Série (Comédia): Gael García Bernal (MOZART IN THE JUNGLE)
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Oscar Isaac (SHOW ME A HERO)
Melhor Atriz de Série (Drama): Taraji P. Henson (EMPIRE)
Melhor Atriz de Série (Comédia): Rachel Bloom (CRAZY EX-GIRLFRIEND)
Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme: Lady Gaga (AMERICAN HORROR STORY: HOTEL) 
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Christian Slater (MR. ROBOT)
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Maura Tierney (THE AFFAIR)


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