sábado, setembro 19, 2015
MAZE RUNNER – PROVA DE FOGO (Maze Runner – The Scorch Trials)
O efeito JOGOS VORAZES se repete aqui neste MAZE RUNNER – PROVA DE FOGO (2015), guardadas as devidas proporções: se o primeiro filme, MAZE RUNNER – CORRER OU MORRER (2014) era mais simples e se resumia a uma espécie de jogo mortal no qual os jovens heróis tinham que superar um difícil obstáculo – no caso, um labirinto mutável e cheio de criaturas assustadoras e mortíferas –, no novo filme o cenário é ampliado, já que ficamos sabendo mais detalhes sobre o projeto WICKED, que enviava esses jovens para participar dessas experiências.
Uma vez que, graças ao curioso, impaciente, inteligente e desobediente Thomas (Dylan O’Brien), os jovens conseguiram fugir do labirinto e chegar a uma estação secreta no final do primeiro filme, neste segundo eles são acolhidos, mas Thomas em especial já percebe que algo que está muito errado naquele lugar, enquanto os outros, mais ingênuos, acreditam que estão no paraíso dentro daquelas instalações situadas no meio do nada, quando a Terra foi devastada pelo calor do Sol e sobraram alguns sobreviventes de doenças, sendo que aquela organização era responsável por estudar e procurar cura para essas doenças. Uma delas torna a pessoa semelhante a um zumbi – o que é até um ponto negativo do filme, já que zumbis estão em todo lugar hoje em dia. Mas, enfim, isso não chega a atrapalhar o modo eficiente com que Wes Ball conduz a narrativa.
Um dos méritos do filme é conseguir se manter nas suas mais de duas horas de projeção num ritmo de ação quase non-stop. Não chega a ser um MAD MAX – ESTRADA DA FÚRIA, claro, mas é mais objetivo, simples e efetivo do que, por exemplo, a franquia Divergente, que é bem morna. No caso de PROVA DE FOGO, a sustentação se dá mais na ação, mas há todo um contexto de rebeldia adolescente, de achar que o mundo está sempre contra você (e no caso, está mesmo), que contagia.
Há uma virada, perto do final, que o aproxima de um filme de guerra e que ajuda a valorizar tanto os personagens quanto suas motivações, fazendo uma ponte muito boa para o terceiro filme, que já está confirmado com a direção do mesmo Wes Ball. Ainda há uma excessiva centralização no personagem Thomas, em relação aos demais, que são simples coadjuvantes, mas nesse segundo filme já se percebe uma ampliação desse conceito, dando maior importância, por exemplo, às personagens femininas Teresa (Kaya Scodelario, da série inglesa SKINS) e a novata Brenda (Rosa Salazar). Há outro personagem novo bem legal, que é o Aris (Jacob Lofland).
Dos rostos conhecidos, além de Patricia Clarkson, como diretora da WICKED (que ficam traduzindo horrivelmente como CRUEL nas legendas), há a presença bem-vinda de Giancarlo Esposito (de BREAKING BAD), de Aiden Gillen (de GAME OF THRONES) e de Nathalie Emmanuel (também de GAME OF THRONES).
Como episódio do meio de uma trilogia, PROVA DE FOGO tem o seu charme, assim como teve outros episódios do meio, como O IMPÉRIO CONTRA-ATACA, SENHOR DOS ANÉIS – AS DUAS TORRES e JOGOS VORAZES – EM CHAMAS. São filmes-episódios que representam situações de enfrentamento, de uma relativa derrota ou situação pendente dos heróis no fim, mas que chamam o espectador para um desfecho, que, espera-se, esteja à altura do filme do meio, embora geralmente haja frustrações.
Ainda há algo em MAZE RUNNER - PROVA DE FOGO que incomoda, como não mostrar em nenhum momento os personagens se alimentando, tendo passado dias no deserto sem comida e sem água e depois por outras situações perigosas, além de certa simplificação na maneira como Thomas decide, instintivamente, agir e levar seus colegas junto para enfrentar perigos. Mas pode-se atribuir esse último detalhe como uma característica ariana do personagem, de agir por impulso e de, ao mesmo tempo, ter espírito de liderança e também de trazer confiança para os demais. Além do mais, não deixa de ser interessante esse tatear no escuro, esse caminhar diante do desconhecido.
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