terça-feira, agosto 12, 2014

VESTIDO PRA CASAR



Muitos reclamam das atuais comédias brasileiras, principalmente as patrocinadas pela Globo Filmes. No entanto, cada vez mais gente lota as salas e se diverte com esses comédias sem muita pretensão que não seja a de ganhar muito dinheiro. Que há filmes que deixam a gente com vontade de esconder a cabeça dentro de um saco, isso lá é verdade, mas é possível separar o joio do trigo, mesmo nas globochanchadas mais suspeitas. Podemos citar VAI QUE DÁ CERTO e HOMENS SÃO DE MARTE...E É PRA LÁ QUE EU VOU como dois bons exemplos.

E com muita boa vontade talvez possa ser o caso de VESTIDO PRA CASAR (2014), novo filme estrelado por Leandro Hassum, seguindo o rastro do sucesso comercial de ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE e sua continuação. VESTIDO PRA CASAR tem como mérito uma ingenuidade típica das antigas comédias de Mazzaropi (com a inclusão de personagens caipiras) e uma influência confessa de Jerry Lewis nos trejeitos de Hassum a cada enrascada que se mete e a cada mentira que ele conta.

A trama é simples, mas tem bons e divertidos momentos. Hassum é autor de um livro sobre como economizar em viagens e está prestes a encontrar a noiva (Fernanda Rodrigues) no aeroporto, mas, atrapalhado e desligado como é, acaba perdendo tempo discutindo com uma bela subcelebridade (Renata Dominguez), por causa da falta de visibilidade de seu livro na livraria e de um suposto preconceito que ele teria com a cidade-natal da moça.

Aliás, um achado essa Renata Dominguez. Devido a um acidente que rasga o seu vestido de grife, ela passa a maior parte do filme só de lingerie. Com os dotes físicos à mostra, não é de se espantar que ela tenha sido escolhida para fazer Bate-Seba, a mulher que virou do avesso a cabeça do Rei Davi, na minissérie produzida pela Rede Record. E no filme, ela está bem. Quer dizer, nada dissonante com o restante do elenco.

E um elenco de apoio que traga Eliezer Motta (lembram do personagem Batista, em quadro que ele fazia com o Jô Soares, muitos anos atrás?) e Tonico Pereira (queridíssimo desde os tempos da versão 1.0 de SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO) merece respeito. Quanto a André Mattos, ele tem se notabilizado por papéis bem caricatos (pastor corrupto, apresentador de programa sensacionalista etc.). Aqui ele é o pai da noiva e nem precisa decorar muito as falas, já que a que não sai da boca dele é "este casamento está acabado”, a cada vez que ele percebe as mancadas de Fernando, personagem de Leandro Hassum.

E elas são muitas, pelo bem do filme, que traz vários momentos para gargalhar. E aquele momento do "eu te amo", no fim das contas, acaba nem ficando assim tão constrangedor no meio de tudo. Afinal, é tanta situação absurda que acontece com Fernando, a noiva e seus parentes, além da moça do vestido rasgado, do estilista gay, do senador corno e dos sequestradores, que é possível apreciar toda essa bagunça com certo prazer.

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