segunda-feira, maio 06, 2013
KILL LIST
Fiquei surpreso ao verificar agora que KILL LIST (2011), de Ben Wheatley, estava na minha lista de filmes a resenhar há mais de um ano! Não achei que fosse tanto tempo assim. O problema é que eu vi o filme com sono e, com o passar do tempo, aí é que a memória dele foi se apagando, a ponto de eu resolver revê-lo este ano. E foi muito bom revê-lo, embora eu novamente tenha ficado com sono na primeira meia-hora. Quando parei e retomei, aí sim percebi o quanto se trata de uma obra que valeu ter tido o estardalhaço que teve entre a blogosfera cinéfila no ano passado. Se bem que ainda acho um tanto superestimado.
Isso porque eu gostei do desenvolvimento, mas achei o início muito parecido com o de A SERBIAN FILM – TERROR SEM LIMITES, de Srdjan Spasojevic. Quer dizer: há a figura do sujeito decadente e precisando de dinheiro para alimentar a família e sair do ostracismo. O rumo não é fazer um snuff movie maldito, como no filme sérvio, mas é também abraçar o capeta, ao assumir o trabalho de assassinar determinadas pessoas para um grupo misterioso.
Neil Maskell é Jay, um sujeito que lutou no Iraque e agora está sem emprego. Sua mulher começa a ficar incomodada com a situação. A solução, que depois veremos que não é das melhores, vem do amigo Gal (Michael Smiley), que surge com essa oferta estranha. O tom do filme, desde o começo, é ameaçador, mas isso é graças principalmente à trilha sonora, que transforma o registro inicialmente de drama familiar em mistério e terror. Sem essa trilha, não sei se o filme conseguiria chegar a uma escalada de suspense e horror que ele chega.
Há também as sequências hiper-violentas, que muito provavelmente tornaria a distribuição do filme nos cinemas brasileiros um tanto complicada. Antes de cada morte, a vítima olhava para o algoz e dizia um "muito obrigado", que tornava tudo ainda mais estranho. Que mundo era aquele em que essas pessoas estavam a ponto de achar que a morte era o que de melhor poderia acontecer a elas?
A cópia que eu peguei, com som 5.1, tem o volume muito baixo no médio e altíssimo nas outras caixas, nos momentos de tensão e horror. Então, é um tanto complicado ver o filme com medo de não incomodar a família e os vizinhos. O ideal seria mesmo numa sala de cinema, lugar onde muitas sequências seriam recebidas com choque e terror. KILL LIST é, sem dúvida, um filme que cresce ao longo de sua metragem, mas ainda achei o finalzinho previsível e novamente remete ao maldito A SERBIAN FILM.
Apesar da superioridade do filme inglês em tantos quesitos, esses dois violentos trabalhos acabam parecendo filmes-irmãos. Curiosamente, hoje ao andar pelas ruas, vi um carro com o símbolo utilizado pela assustadora seita do filme. Não quero nem imaginar o que rola às escondidas por esse mundo.
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