terça-feira, maio 07, 2013

EM TRANSE (Trance)























Quem não curte a maior parte dos trabalhos de Danny Boyle vai encontrar uma bela chance de queimar de vez o diretor com este novo filme, EM TRANSE (2013). Embora SUNSHINE – ALERTA SOLAR (2007) seja um trabalho elegante e muito bom para se ver na tela grande, seus demais filmes andam cada vez mais cheios de cacoetes irritantes da estética do videoclipe. Tanto no que se refere aos cortes, quanto na fotografia. Mas o grande problema de EM TRANSE é outro: o roteiro cheio de furos e momentos constrangedoramente inverossímeis. E justo num filme que precisa de consistência nesse aspecto.

Na trama, funcionário de uma casa de leilões (James McAvoy), necessitando de dinheiro, se une a uma quadrilha para assaltar uma pintura valiosa durante um leilão. As coisas se complicam quando ele recebe uma pancada na cabeça e perde a memória do que aconteceu e não sabe onde escondeu a pintura. Os bandidos, chefiados pelo personagem de Vincent Cassel, primeiro experimentam torturá-lo, mas depois procuram uma possível solução: a hipnose. É quando entra em cena a psicóloga e expert em hipnose vivida por Rosario Dawson.

O ideal é ver EM TRANSE sabendo muito pouco ou nada sobre o enredo, pois é desses filmes cujas revelações são descortinadas aos poucos e que também usam do recurso de confundir o espectador em alguns momentos com o que é imaginação e o que é realidade. Por essas e por outras razões, o trabalho de Boyle vem sendo comparado ao thriller A ORIGEM, de Christopher Nolan. Porém, ainda diria que EM TRANSE, apesar de mais modesto, é menos incômodo e causa bem menos sono do que o trabalho de Nolan.

Até porque queremos saber que fim levará aquela história cheia de altos e baixos e com personagens que muitas vezes agem de maneira pouco crível. Queremos saber até que ponto o filme, em seu final, trará respostas para todas as perguntas que surgem ao longo da metragem. E até que o filme é um tanto redondo nesse aspecto, mas isso não o isenta de ser bem problemático. Principalmente por causa da personagem de Rosario Dawson.

Mesmo assim, uma boa desculpa para os fãs da atriz irem aos cinemas é a sua cena de nudez frontal. No mais, o personagem de McAvoy também é problemático, mas Boyle talvez tenha feito a coisa certa ao mudar o roteiro, que originalmente o mostrava apenas como vítima. No filme, seu personagem acaba ganhando mais camadas. Outro ponto positivo de EM TRANSE é que, apesar de incomodar em alguns aspectos, trata-se de um filme que conserva o interesse do espectador. A trilha sonora de Rick Smith também ajuda, embora seja um tanto presente demais.

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