quarta-feira, fevereiro 13, 2013

INTERLÚDIO DE AMOR (Breezy)



Lendo o livro Clint Eastwood – Nada Censurado, de Marc Eliot, dá vontade de pegar vários filmes dirigidos ou protagonizados por Clint pra ver. Aproveitei que estava fácil em meu HD para conferir o seu terceiro trabalho na direção, feito depois de ele provar que podia dirigir um filme de qualidade com PERVERSA PAIXÃO (1971) e de voltar como um caubói misterioso no excelente O ESTRANHO SEM NOME (1973). INTERLÚDIO DE AMOR (1973) foi o primeiro filme de Clint sem ele como protagonista. Em seu lugar, está o veterano William Holden.

O filme conta a história de amor entre Frank Harmon (Holden), um executivo na faixa dos seus cinquenta anos, e a jovem Breezy (Kay Lenz). A atriz, apesar de não ter tido uma carreira muito bem sucedida no cinema, é uma graça e o filme deve muito a ela. Aliás, Clint, que era um mulherengo incorrigível, se sentiu logo atraído por ela. O livro de Eliot não explicita bem o relacionamento entre os dois, se foi ou não transformado em mais um caso do astro.

Breezy tem um jeito hippie, bem representativo da juventude da época, e que serve para enfatizar ainda mais as diferenças entre o personagem de Holden e ela. Havia um abismo de diferenças enorme entre os dois. Mas a garota se esforça para ultrapassar a barreira que o velho Frank coloca em sua frente.

O filme nos apresenta primeiro a Breezy, que sai da casa de um rapaz desconhecido, com quem havia dormido na noite anterior, com apenas alguns centavos para o café. Leva seu violão a tiracolo e sai pedindo carona. Não dá muita sorte, pois pega um tarado meio psicopata. Sorte que ela consegue fugir do sujeito, indo parar numa casa de onde sai o personagem de Holden, não muito disposto a lhe dar carona.

Fiquei especialmente interessado numa sequência em que ela pede para ele parar imediatamente o carro, pois ela vê um cachorro na estrada. Ele acha um absurdo parar por causa de um cachorro provavelmente morto, mas acaba fazendo. Interessante também a elipse que o filme faz desse momento até a cena em que ele já está de volta ao trabalho. Afinal, e o cachorro? Essa pergunta eu fiquei me fazendo durante boa parte do filme.

INTERLÚDIO DE AMOR infelizmente não foi muito bem recebido pelas plateias da época. Clint ficou um tanto rancoroso com a Universal, que ele julga culpada pelo fracasso do filme, por não ter feito uma boa divulgação. E é impressionante como a crítica da época era cruel com os primeiros filmes de Clint. Uma delas falou sobre INTERLÚDIO DE AMOR: "tão perfeitamente horroroso que chega quase a ser bom para dar risadas". Por outro lado, teve uma boa recepção dos críticos adeptos da política dos autores, mas esses não eram muito populares. De qualquer maneira, o fracasso comercial do filme fez com que Clint passasse 22 anos sem filmar outra história de amor.

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