quinta-feira, novembro 08, 2012

CHRONIQUES SEXUELLES D'UNE FAMILLE D'AUJOURD'HUI



Que filme agradável e bonito este CHRONIQUES SEXUELLES D’UNE FAMILLE D'AUJOURD'HUI (2012), dirigido pela dupla Pascal Arnold e Jean-Marc Barr, cujo filme mais conhecido aqui talvez seja SENSUAL DEMAIS (2000). Pelo visto, o tema da sensualidade parece ser uma espécie de obsessão positiva no trabalho dos diretores. Não vi este filme de 2000, nem nenhum dos outros três filmes deles, mas o que sei é que gostei deste novo, ainda inédito por aqui. Aliás, sabe-se lá se chegará.

O filme fala de sexo de uma maneira bem interessante e por vezes excitante. Não é o tipo de filme que se use para se aliviar, digamos assim. Digo isso para não deixar ninguém com muitas expectativas nesse sentido. Mas há sim várias sequências de sexo bem bonitas. E nada gratuitas, são orgânicas diante do todo.

Trata-se de um filme-coral, mas o principal personagem é um adolescente de 18 anos que sofre por ser ainda virgem, enquanto todos ao seu redor parecem estar fazendo sexo. O filme começa com o close de uma genitália feminina. A moça está numa sala de aula e filma o próprio ato de masturbação. Lá nessa escola, meninos e meninas fazem uma espécie de desafio. Acontece que o pobre Romain é pego no flagra, executando o ato durante a aula.

A mãe, uma atriz muito sexy, aliás, a loira Valérie Maës, não dá muita bola para o diretor da escola, que vê o ato de seu filho como escandaloso e desrespeitoso. Ela sorri até. Acha que a vergonha e a suspensão na escola já são suficientes para o angustiado jovem. Aliás, outro momento muito bonito de Valérie é quando ela vai conversar sobre sexo com o sogro, viúvo há alguns meses. Ela pergunta a ele o que ele faz para satisfazer os desejos sexuais, agora que está sozinho.

Nota-se que o filme procura falar de sexo de maneira bem aberta. Assim, há cenas de masturbação, de sexo ao ar livre, de sexo a três, de primeira vez. Um destaque é também a utilização da câmera, muitas vezes em close, que aproxima o espectador da sensação carnal dos personagens, embora muitas vezes essa aproximação seja usada para esconder uma cena de felação, por exemplo. No entanto, as cenas de sexo nem parecem aquelas simuladas daqueles filmes de Cine Privê de tempos atrás. Elas parecem reais até, como se os personagens estivessem de fato fazendo sexo, o que nos dias de hoje nem parece mais algo tão escandaloso.

O filme é um retrato dos novos tempos. Tempos em que o fetiche de filmar o outro durante o ato sexual se tornou normal. Tempos em que a família aceita mais facilmente a orientação sexual do filho. Tempos aparentemente mais tolerantes. Pelo menos é essa a impressão que fica ao término do filme.

P.S.: No Blog de Cinema do Diário do Nordeste, postei matéria sobre a volta do Monty Python, que acabou recebendo mais de 150 likes no Facebook. Não sei de onde veio tanta aprovação. Vai ver o grupo é mesmo adorado. Confiram a matéria AQUI

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