sexta-feira, novembro 16, 2012

A SAGA CREPÚSCULO: AMANHECER – PARTE 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 2)



Durante cinco anos, o público acompanhou a história de amor entre Bella (Kristen Stewart) e o vampiro Edward (Robert Pattison). Para uma franquia que se mostrou sem profundidade, até que a "Saga Crepúsculo" foi longe. Foi longe principalmente nos números. Se o primeiro filme, CREPÚSCULO (2008), não chegou aos 400 milhões de dólares no mundo do todo, o segundo, LUA NOVA (2009), ultrapassou os 700 milhões. E essa acabou sendo mais ou menos a quantia que os demais filmes também conquistaram nas bilheterias. Fora o que é arrecadado em home video.

Deixando um pouco de lado os números, o que se esperava de A SAGA CREPÚSCULO: AMANHECER – PARTE 2 (2012) era mais ação, coisa que faltava em AMANHECER – PARTE 1 (2011). Mas isso não quer dizer que tenha sido um problema para o primeiro filme. Ao contrário, creio que o aspecto mais intimista e mais ligado às transformações no corpo de Bella ao ficar grávida de Edward foram interessantes, deram ao filme um certo charme.

Mas com a continuação e uma necessidade de um clímax, o que vemos é uma trama extremamente boba envolvendo os Volturi, um grupo de vampiros malvados que descobrem que os Cullen têm uma criança com eles – a filha de Bella -, que poderia ser o que eles chamam de "imortal", ou seja, uma criatura perigosa e poderosa. Eles não sabem que a garota é fruto da união de um vampiro com uma mortal, algo extremamente raro, quase impossível.

E assim o filme vai trazendo uma leva de vampiros chatos de várias partes do mundo, inclusive dois "draculetes" da Transilvânia e duas vampiras ridículas da Amazônia, entre outros personagens esquecíveis ou risíveis, tudo para ajudá-los em uma provável luta contra os Volturi. Aliás, o que faz o filme escapar de ser um completo desastre e um convite ao sono é justamente a sequência de ação, por mais infanto-juvenil que seja.

Sim, há cabeças sendo arrancadas, mas não há sangue, já que esses filmes são direcionados principalmente para mocinhas. Mas talvez o problema nem seja a preocupação com o público alvo, mas sim com a classificação indicativa, já que pelo menos desde a franquia PÂNICO, de Wes Craven, que as meninas deixaram de se incomodar com filmes de horror e passaram a curtir o gênero.

AMANHECER – PARTE 2 é, de longe, o mais fraco da série. Pior até do que ECLIPSE (2010). O que não quer dizer que não vá encontrar o seu público. O filme é festejado com gritinhos já no início, ao aparecerem os nomes dos protagonistas nos créditos. Mas isso faz parte das expectativas e da proporção que a franquia foi ganhando ao longo dos anos. Pelo menos dá para dizer que Bella se tornou mais interessante como vampira. Ajudou a fazer com que Kristen Stewart saísse um pouco daquela personagem que parecia mais morta-viva do que os próprios vampiros bonzinhos.

Aliás, tanto Kristen quanto Pattison foram vistos em performances muito mais interessantes em trabalhos recentes como NA ESTRADA e COSMÓPOLIS, respectivamente. Esses filmes mostraram o quanto os dois jovens são bons quando bem aproveitados. Ele, inclusive, vai estar no próximo Cronenberg, de nome MAPS TO THE STARS, previsto para o próximo ano, e no de outro grande realizador, Werner Herzog, QUEEN OF THE DESERT. Quer dizer, a carreira dos dois pode aos poucos ser desvinculada da franquia. O que é ótimo. Ganham eles, ganhamos nós. Mas Hollywood é sedenta e novos produtos similares surgirão.

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