sexta-feira, outubro 19, 2012

ATIVIDADE PARANORMAL 4 (Paranormal Activity 4)



Não dá para esperar muita coisa de uma franquia que já se estabeleceu através de uma fórmula que se repete ao longo dos filmes. O que conta é o que há de diferente entre cada exemplar. ATIVIDADE PARANORMAL 4 (2012) conta com a mesma dupla de diretores do bem sucedido terceiro filme, Henry Joost e Ariel Schulman. Porém, diferente do terceiro filme, que poderia ser assistido como uma produção independente da franquia, por ser uma prequel, o quarto filme retoma os fatos dos dois primeiros filmes, trazendo de volta a mitologia envolvendo a personagem de Katie Featherston (Katie), a mulher que, depois de possuída por uma entidade maligna, matou o marido, a irmã, o cunhado e sequestrou o sobrinho, ainda bebê.

O novo filme se passa seis anos depois dos eventos do segundo, já em 2011, e com a utilização das tecnologias das webcams como elemento rotineiro na vida das pessoas. Desta vez, a protagonista é a jovem adolescente Kathryn Newton, tão bonita que a câmera parece estar namorando ela o tempo inteiro, mesmo em momentos de tensão. O próprio namorado faz insinuações para aquecer o relacionamento, mas a garota é resistente.

Ela mora na casa em frente à de Katie e seu filho, um garoto estranho que passa uns dias em sua casa pois sua mãe foi supostamente levada para um hospício por causa de algo que não foi revelado. Há também um segredo envolvendo o irmão mais novo de Katie. Os incidentes "à poltergeist" começam a acontecer justamente com a entrada na casa do tal garoto esquisito. 

Um dos grandes baratos desta franquia é o fato de fazer com que o espectador fique prestando atenção nos detalhes, que podem surgir em qualquer lugar do campo de visão. E quando este campo é excessivamente coberto, a expectativa de um susto ou um arrepio aumenta. De certa forma, o filme em certo momento trai as próprias regras, colocando trilha sonora não diegética nos momentos finais, fazendo com que a ideia de que se trata de imagens encontradas (found footage) perca um pouco o sentido.

Embora os diretores não deixem a peteca cair e tragam algumas novidades, especialmente para o final do filme, pode-se dizer que este quarto título é um dos menos criativos da série. Há citações explícitas a filmes como O ILUMINADO, de Stanley Kubrick (o garotinho no triciclo), e a O EXORCISTA, de William Friedkin (o corpo sendo levantado), e a história traz novos elementos ao que havia sido contado nos filmes anteriores.

ATIVIDADE PARANORMAL 4 e seus antecessores são melhor experienciados na sala escura do cinema. Não por causa da qualidade da imagem, que de propósito não chega a ser caprichada – afinal, a intenção é parecer uma colagem de vídeos caseiros -, mas pelos efeitos sonoros e ruídos, que são beneficiados pelo sistema de som do cinema. E o interessante desses filmes é que o público já se acostumou com os finais abruptos, o que não deixa de ser algo positivo, ainda que no fundo haja uma conclusão e um clímax, que se percebe principalmente quando assombrações sutis passam a se tornar exageradas.

De 2009 a 2012, todos os anos tivemos um exemplar da franquia exibido nos cinemas. Mesmo repetindo a fórmula, ATIVIDADE PARANORMAL ainda tem fôlego para mais um ou dois filmes. Vai depender da criatividade de seus criadores e do quanto o público estiver disposto a pagar para continuar vendo.

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