sexta-feira, maio 18, 2012

UM HOMEM DE SORTE (The Lucky One)



Esses filmes baseados nos romances açucarados de Nicholas Sparks têm dado um bom lucro para Hollywood há mais de uma década. Não sei se UM HOMEM DE SORTE (2012) deu tanta sorte assim quanto os anteriores, mesmo tendo no elenco um rapaz que seria um chamariz para as meninas: Zac Efron. As adaptações de Sparks para o cinema começaram bem, com bons melodramas como UMA CARTA DE AMOR (1999), com Kevin Costner; UM AMOR PARA RECORDAR (2002), com Mandy Moore; DIÁRIO DE UMA PAIXÃO (2004), com Rachel McAdams; NOITES DE TORMENTA (2008), com Richard Gere e Diane Lane; QUERIDO JOHN (2010), com Amanda Seyfried; e A ÚLTIMA MÚSICA (2010), com Miley Cyrus.

E o curioso é que, meio sem querer, eu vi praticamente todos. A exceção foi A ÚLTIMA MÚSICA, que eu nem lembro se passou nos cinemas daqui. Sei que eu tenho uma atração por melodramas, mas geralmente vejo esses filmes com um pé atrás. Porém, de vez em quando é possível ter boas surpresas. No caso de UM AMOR PARA RECORDAR, por exemplo, confesso que não segurei as lágrimas. NOITES DE TORMENTA eu vi logo depois do brasileiro BODAS DE PAPEL, que eu achei infinitamente melhor e tem uma história parecida, então, não me provocou nenhuma reação. E em QUERIDO JOHN, acho que rolou uma lágrima furtiva. Os demais me provocaram certa indiferença.

UM HOMEM DE SORTE não é um filme chato, aborrecido. E tem até algumas cenas emocionantes, destaque para uma cena de Zac Efron com o garotinho, filho da mulher por quem ele procura. Na trama, ele é um militar que sobreviveu a uma guerra no Iraque, numa missão em que quase todos os seus colegas de pelotão morreram. E graças à fotografia de uma mulher que ele encontra no chão, ele escapa de uma bomba. Ele passa a andar com essa fotografia, acreditando que a sua sorte se deve a ela. E fala para si mesmo e para seus colegas, que, se sair vivo, procurará essa mulher para agradecê-la.

Como o filme não quer perder muito a paciência do espectador, ele acaba encontrando a moça bem rapidamente. Pela paisagem, ele descobre que ela mora no Louisiana. Seu nome é Beth, vivida pela ainda pouco conhecida Taylor Schilling, e trabalha num lugar especializado em cuidar de cachorros. Ele tenta falar a verdade desde a primeira vez que a encontra, mas ela acha que ele está procurando emprego. Ele acaba aceitando e deixando rolar aquela nova vida. Enfrenta pelo caminho a hostilidade do ex-marido de Beth, um policial que gosta de mostrar que tem poder, e ganha o carinho e a confiança do filho dela. O resto já é possível imaginar: os dois se apaixonarão. Resta saber se o filme terá um final feliz ou triste para o casal. Em geral, nos filmes baseados nos best-sellers de Sparks, o final é triste. Mas nunca se sabe. No mais, UM HOMEM DE SORTE é apenas razoável em sua tentativa de emocionar. A direção é de Scott Hicks, de SHINE – BRILHANTE (1996).