terça-feira, março 13, 2012
MIENTRAS DUERMES
Apesar de ter se tornado mais conhecido graças à franquia [REC], a qual ele co-dirigiu os dois primeiros títulos (2007, 2009), Jaume Balagueró se tornou um cineasta de importância para mim desde A SÉTIMA VÍTIMA (2002), que na época de sua exibição teve bem mais detratores do que simpatizantes. Eu fui um dos poucos amantes do filme e passei então a seguir a carreira do diretor catalão, inclusive indo atrás de seus primeiros curtas e de um trabalho feito para a televisão espanhola.
MIENTRAS DUERMES (2011) é sua volta ao trabalho "solo", depois de deixar a direção do terceiro [REC] apenas nas mãos de Paco Plaza. E o diretor não decepcionou, com um filme cheio de tensão e saindo do registro sobrenatural para focar no horror mais próximo de nós, aquele que pode estar ao nosso lado sem que percebamos. Imagine todas as noites dormir na sua cama e ter um homem lá embaixo, esperando que você caia no sono para que ele possa entrar em ação!
Um dos grandes méritos de MIENTRAS DUERMES, além de ser eletrizante e cheio de momentos de pura tensão, é que há algo de hitchcockiano, pois vemos quase todo o filme de seu ponto de vista. Ele é César, vivido por Luis Tosar, zelador e porteiro de um prédio que tem obsessão por uma bela moça que lá mora, Clara (Marta Etura). Como ele tem as chaves de todos os apartamentos, pode aprontar o que quiser. E ainda passa cartas anônimas que assustam a moça. O desenvolvimento do filme é cheio de surpresas, o final é ótimo e Balagueró parece estar no auge do domínio da técnica de direção. Sem dúvida, um dos trabalhos mais especiais do diretor e que serve como ótimo cartão de visitas para quem quiser ser introduzido em sua obra.
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