segunda-feira, setembro 05, 2011
O HOMEM DO FUTURO
Talvez o mais pop dos diretores brasileiros da atualidade – em REDENTOR (2004), ele fez referência a uma história clássica do Demolidor! -, Cláudio Torres realiza o seu melhor trabalho neste O HOMEM DO FUTURO (2011), que apesar de não ser tão original, tem os seus méritos. O filme brinca com viagens no tempo de um jeito que não tem como não lembrar de DE VOLTA PARA O FUTURO, de Robert Zemeckis. Só que aqui o diretor prefere usar o amor como catalizador da ação.
Na trama, Wagner Moura é um professor de física frustrado e um cientista que atende pelo nome de Zero. Ele chefia um projeto científico bastante ousado, que por acidente acaba por se transformar numa máquina do tempo. Assim, ele vai parar em novembro de 1991, numa festa da escola, quando ele teve a chance de ficar com a mulher da sua vida (Alline Morais). Não acreditando que um nerd como ele seria capaz de namorar uma mulher linda como aquela, ele fica sem entender os motivos de ela querê-lo, mas as lembranças do passado são bem dolorosas e envolvem humilhação. O Zero maduro aproveita o retorno ao passado para consertar as coisas e modificar o seu futuro. O resultado, porém, não sai como previsto.
O filme tem várias situações divertidas, especialmente quando vemos a mesma pessoa três vezes no mesmo lugar. Não tem como não se arrepiar com "Tempo Perdido", da Legião Urbana, cantada por Wagner Moura e Alline Morais. Se bem que a canção fica boa mesmo é quando ele entra. Cantor de um projeto de música brega, ele contribui também na trilha sonora com uma versão de "Creep", do Radiohead, que combina perfeitamente com sua situação de garoto nerd apaixonado pela moça mais bonita da escola. Aliás, os efeitos especiais que mostram Wagner Moura mais jovem são ótimos. Nem parece aquela tosqueira que foi VIPS.
O HOMEM DO FUTURO opta por uma narrativa bem ágil, próxima dos filmes de Hollywood, para não aborrecer o público dos cinemas de shopping. Não vejo nada de errado nisso, a não ser a falta de um momento em que o amor entre o casal de protagonistas possa despertar mais emoção na plateia. Para isso, talvez fosse necessário um pouco mais de sensibilidade por parte do diretor e uma condução um pouco mais lenta em algumas ocasiões. Tirando esse pequeno empecilho e o pisca-pisca de luzes que o filme usa demais, O HOMEM DO FUTURO já garante o seu posto de um dos melhores filmes brasileiros do ano. Até porque o ano anda bem carente de bons lançamentos.
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