segunda-feira, julho 18, 2011

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE – PARTE 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2)



E chega ao fim uma das sagas mais lucrativas da indústria cinematográfica. Oito filmes num espaço de dez anos conquistaram uma geração de fiéis fãs. Por mais que alguns desses filmes não sejam tão bons aos olhos de quem não é fã, a franquia foi ganhando cada vez mais respeito com o passar dos anos e à medida que seus personagens amadureciam. Ao convidarem um cineasta que dirigiu uma minissérie política para a televisão britânica (STATE OF PLAY, 2003), os produtores de Harry Potter mostraram interesse em dar à série do jovem bruxo não apenas uma conotação política, como foi demonstrado em HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX (2007), mas um andamento narrativo mais adulto, com tempo para criar uma maior atmosfera de mistério que até então não era tão possível. Isso se tornou bem mais evidente nestes últimos filmes da série, com um andamento bem mais lento.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE – PARTE 2 (2011) traz até mesmo um sentido religioso, com uma aproximação do protagonista com a figura de Jesus. Mas isso é feito com sutileza, até para a Igreja Católica não atacar os filmes novamente. Apesar de o filme mostrar o velho tema da batalha do bem contra o mal, há tons de cinza também, especialmente no personagem de Alan Rickman, o Professor Severo Snape, que tem roubado a cena já faz alguns filmes. Mas quem rouba a cena mesmo é Emma Watson, essa menina cada vez mais bela e cheia de charme, no papel da inteligente e poderosa Herminone. Ela chega a eclipsar sem esforço algum o melhor amigo de Harry Potter, Weasley (Rupert Grint), que além de bobalhão, não parece merecer ter o segundo nome nos créditos, quando é ela quem mais se destaca.

A trama desta segunda parte dá imediato prosseguimento aos eventos da primeira, com o cada vez mais iminente embate entre Harry Potter e o mal personificado, Lorde Voldemort (Ralph Fiennes). Se na primeira parte havia mais espaço para conversas mais intimistas entre o trio de protagonistas, o final definitivo dá mais espaço para a ação e para resoluções que não parecem apenas magias inventadas para os personagens saírem de situações difíceis e que provocam mais tédio do que encanto. Vendo uma cena, por exemplo, como a da invasão do grupo de Voldermort a Hogwarts, nem dá para imaginar que se trata da mesma série que mostrava garotos jogando quadribol (aquele jogo que se joga em cima de vassouras voadoras) em tardes ensolaradas. O aspecto sombrio toma conta de vez da série nesta conclusão. E as trevas se tornam ainda mais destacadas quando entramos em contato também com a luz. E se o epílogo pareceu um dos maiores equívocos do filme, pelo menos dá a entender que a série realmente chegou ao seu final. E um final bem digno.

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