sábado, abril 30, 2011
THOR
Kenneth Branagh foi o sujeito que fez duas adaptações de tragédias shakesperianas que disputam pau a pau com as dirigidas e protagonizadas por Laurence Olivier: sua estreia com HENRIQUE V (1989) e a versão com elenco estelar e com cerca de quatro horas de duração de HAMLET (1996). Por uma razão ou outra, Branagh foi saindo de cena aos poucos, coincidentemente depois de sua separação com Emma Thompson. Por isso, a notícia de que ele havia sido o diretor escolhido para dirigir THOR (2011) pegou muita gente de surpresa. Não que ele não tenha nada a ver com o herói mitológico, mas por ele estar um pouco fora da grande mídia mesmo.
De qualquer maneira, o importante é que THOR é bem sucedido dentro do ambicioso projeto da Marvel de construir uma linha de filmes baseados nos quadrinhos e que sejam interligados, assim como é o universo Marvel. Assim, os dois filmes com o Homem de Ferro e com o Hulk já traziam elementos para juntar o quebra-cabeças necessário para o tão aguardado filme dos Vingadores. Tanto é que já se cria expectativa de saber o que aparece no final dos créditos. Quase como um presente para aqueles que ficam até o finalzinho, mesmo quando a direção do cinema insiste em manter as luzes ligadas. Não vou dizer o que aparece nesse easter egg, mas já adianto que lá pelo meio do filme, vemos uma breve participação de Clint Barton, o futuro Gavião Arqueiro, vivido por Jeremy Renner.
O filme do Poderoso Thor, se não é tão empolgante assim, fica na mesma linha dos demais produzidos pelos estúdios Marvel, o que já é lucro. A primeira parte, passada em Asgard, a cidade dourada dos deuses e onde Odin é o senhor supremo, lembra bastante os épicos fantasiosos realizados nos anos 70 e 80, dando aquele ar kitsch agradável. Ao mesmo tempo, os efeitos especiais são tão bons e, o mais importante, usados a serviço da história, a fim de transformar o filme quase numa autêntica HQ em movimento.
Depois que Thor (Chris Hemsworth) é banido por Odin (Anthony Hopkins) para a Terra, o filme muda um pouco a sua essência inicial, mas isso não quer dizer que tenha ficado ruim. Passa a ser mais divertido e mais fácil de agradar as plateias que desconhecem o "Deus do Trovão". Afinal, há um romance no ar, entre o Thor caído e despido de poderes e a personagem de Natalie Portman, a pesquisadora Jane Foster. Foram tomadas algumas licenças poéticas, como o fato de tirarem de cena o alter-ego de Thor, o Dr. Blake. Do jeito que ficou, o Thor do cinema está mais próximo da versão Ultimate, um pouco mais "realista". Mas as escolhas foram boas e o filme diverte até o final.
Poderia ser melhor? Claro que poderia, mas quem sabe a Marvel um dia ainda nos presenteie com uma obra que vá figurar não apenas entre as melhores adaptações de quadrinhos de todos os tempos, mas entre os melhores filmes da década ou algo parecido. Sonhar é de graça e o filme dos Vingadores vem aí. E CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR está agendado para 29 de julho próximo.
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