quarta-feira, janeiro 12, 2011

O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS (St. Elmo's Fire)



Não vou negar que o principal motivo de eu ter revisto O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS (1985) foi a presença de Demi Moore. Mesmo antes de eu me considerar um cinéfilo eu já era apreciador de sua beleza. E depois de tê-la visto tão deslumbrante no recente AMOR POR CONTRATO, contrariando as leis da física, senti uma vontade enorme de vê-la há mais de vinte anos, na década que a revelou.

E o filme dirigido por Joel Schumacher é bem representativo dessa década. Não apenas por ter sido feito em sua metade, mas por espelhar o comportamento da época. O maior problema é que eu senti falta de mais "verdade" no drama dos personagens, mas o filme é razoavelmente bem conduzido, além de ser muito bom rever o chamado "brat pack", que nunca esteve tão bem representado. Outro filme que talvez rivalize nesse aspecto é o VIDAS SEM RUMO do Coppola, pelo número de futuros astros, mas a obra de Schumacher tem mais do espírito da época.

O grande elenco, formado por Emilio Estevez, Rob Lowe, Demi Moore, Andrew McCarthy, Judd Nelson, Ally Sheedy e Mare Winningham, é simbólico de uma juventude que, em seus vinte e poucos anos, procura se adequar aos prazeres e obrigações da vida adulta. Como na vida, alguns deles são mais centrados; outros, mais inconsequentes. E os inconsequentes, os personagens de Demi Moore e Rob Lowe, revelam-se frágeis, mostrando-se menos seguros de si do que aparentam, com sua beleza e popularidade. Ele, casado, mas sem conseguir abandonar as farras e as mulheres; ela, viciada em cocaína e saindo com o patrão. Curiosamente, Demi Moore estava atravessando por um período parecido com a de sua personagem. Dizem que Joel Schumacher, durante as filmagens, teve que mandá-la embora, por ela estar muito drogada. Demi foi enviada para uma clínica de dexintoxicação para depois retornar às filmagens.

O melhor personagem talvez seja o de Emilio Estevez, que vive o sujeito apaixonado por uma antiga colega de escola (Andy McDowell), até por se mostrar em algumas situações ridículas. O personagem de Andrew McCarthy também é interessante, principalmente pela cena em que ele se declara para a namorada do amigo (Ally Sheedy), um dos pontos altos do filme. E a trilha sonora carrega um ar saudosista agradável, de fácil inclusão na memória afetiva.

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