segunda-feira, maio 10, 2010
A HORA DO PESADELO (Nightmare on Elm Street)
Diria que, na média, os remakes até que não estão fazendo feio. É normal as pessoas encararem com ceticismo e descrédito essas tentativas desesperadas de Hollywood de capitalizar em cima do que já foi sucesso no passado. É picaretagem mesmo, mas apesar disso, entregar o filme nas mãos de um bom diretor pode fazer uma diferença enorme. Vide os bons exemplos de SEXTA-FEIRA 13, VIAGEM MALDITA e A ÚLTIMA CASA. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo do novo A HORA DO PESADELO (2010). Ao contrário, o filme se enquadra como um exemplo do que de pior já foi feito nesse terreno das refilmagens. Tão ruim quanto a nova versão de DIA DOS NAMORADOS MACABRO. Nesse pelo menos, eles não economizaram em corpos nus e violência.
Talvez a escolha do videoclipeiro Samuel Bayer para a direção se deva ao seu gosto pelo bizarro, como pode ser conferido em alguns dos clipes mais memoráveis da década de 90, como os que ele dirigiu para o Garbage ("Only Happy When It Rains"), para o Metallica ("Until It Sleeps") e para os Smashing Pumpkins ("Bullet with Butterfly Wings"). Aliás, eu gosto mais dos clipes pelas canções do que pelas imagens. Ainda assim, esses e outros clipes ainda são o que de melhor Bayer tem em seu currículo. Em A HORA DO PESADELO, o diretor não conseguiu imprimir nem mesmo inventividades visuais, a fim de tornar o seu trabalho minimamente interessante. Talvez o que pode ser visto como uma evolução seja a ênfase mais explícita na pedofilia de Freddy, algo que era visto de maneira mais discreta no original.
Os personagens mudaram, mas as situações são praticamente as mesmas. O momento mais impressionante do filme original, que é a morte da primeira vítima de Freddy, sendo levantada e arrastada pelo teto por uma força invisível e tendo seu peito rasgado pelas garras do maníaco, é repetido na refilmagem, mas sem um décimo da força do original. Os próprios personagens não despertam interesse no espectador. São apenas carne a ser fatiada pelas garras de metal de Freddy. Agora encarnado por Jackie Earle Haley, o personagem ganhou novas garras, a camiseta do Flamengo parece menos surrada, mas a maquiagem deixou a desejar. A original parecia perfeita. Pra completar, Haley, que esteve muito bem no papel de Rorschach em WATCHMEN, mesmo nas cenas usando máscara, não pôde repetir o sucesso, talvez por culpa da equipe do filme. Tomara que, depois desse fiasco, deem por encerrada a ideia de trazer de volta Freddy Krueger para o cinema.
P.S.: Está no ar a nova edição da Revista Zingu! Dessa vez, o foco da revista é o Dossiê Vera Cruz, do qual participei com uma resenha de A FAMÍLIA LERO-LERO. Outro destaque é o Especial Luís Sérgio Person. Confiram!
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